Contos Da Madrugada escrita por Emily Collins


Capítulo 21
Sentimentos expostos


Notas iniciais do capítulo

O texto mais direto e rápido que já escrevi aqui. Vinte minutos.



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Meia noite e cinquenta e oito. Faz tempo que não escrevo textos assim. Pois bem...

Esse será um dos últimos textos que escreverei ao entardecer da madrugada, pelo menos nessa semana. Na quinta-feira, eu irei viajar, e só volto na terça. A partir daí, começarei a dormir mais cedo. Sou uma estudante matutina e acordo 6h30 para ir à escola. Não posso dormir mais tarde do que onze da noite, se não acordo cambaleando.

A vida me ensinou, nesses últimos dias, que tudo que queremos não é tudo que os outros querem. Eu sempre escrevi tudo que quis e que gosto, e isso não é nenhuma novidade a ninguém. O que acontece é que existem histórias que você inventa na qual você não precisa jogar todos os sentimentos do mundo, para compô-la, digamos. Você não precisa estar vivendo um grande romance para escrever uma história sobre. Você não precisa ter vivido um sequestro doloroso e ter visto vários parentes seus morrerem de forma horrível para contar esses mesmos relatos. É por isso que essa área da escrita é conhecida como ficção.

Você sempre vai se afeiçoar a um personagem em sua história. Você vai odiar o vilão, vai querer que o casal principal namorasse, vai querer que, no final, tudo dê certo. É o que todos queremos numa vida normal. Sempre vai existir aquela garota que você odeia, ou aqueles seus dois amigos que se amam, mas não admitem. Você sempre vai esperar que sua vida acabasse feliz.

Mas, quando a história é praticamente autobiográfica, a coisa muda.

O que eu escrevo aqui, nesses contos, são, sempre foram e sempre serão contos escritos por mim mesma, por situações que passei ou sentimentos que já vivi. Infelizmente, o que aprendi é que as pessoas sempre darão um pouco mais de valor à uma história inventada do que uma história verdadeira. E sabe por quê?

Porque esse papo de “e eles viveram felizes para sempre” é a mais suja e desprezível mentira existente na face da Terra e de todos os planetas, estrelas e satélites (sejam eles naturais ou não) nesse Universo.

Nunca acredite nisso. As pessoas leem histórias bonitinhas e que terminam num final feliz porque elas não querem enxergar que a vida não é assim. Por isso elas preferem os textos ficcionais, e em alta escala. Por isso que poucas pessoas leem o que eu escrevo aqui, por isso que eu tenho poucos leitores e reviews, e por isso que eu desistirei de escrever qualquer merda que tenha a ver com a vida idiota que levo a partir do dia 28.

E não só por causa disso. Eu estudo, estou indo ao último ano do fundamental, e preciso me dedicar aos estudos, coisa que faço sempre, mas acontece que eu tenho medo do que está por vir.

Talvez eu escreva mais algumas coisas sobre mim. Dramatização é meio tensa...

Acontece que eu dificilmente voltarei a compartilhar o que sinto com os outros.

Entendam uma coisa: eu sempre deixei minha vida num livro aberto, embora existam segredos dentro de mim que poucas pessoas sabem. No final, o maior segredo de todos, apenas eu sei e eu nunca irei dizer que segredo é esse. E eu cansei de ser um livro aberto.

Eu quero recomeçar. Como estou sendo agora um livro fechado, não direi meus planos, mas eu pretendo recomeçar. Eu irei recomeçar.

Eu agradeço por todos os conselhos, todas as reviews mandadas, mas eu não preciso mais disso. Não quero ser grossa. Me sinto extremamente sem graça com o que recebo, pensando “eu acho que deixei escapar coisas demais do que penso ou sinto”. Não é nada contra vocês. Eu só cansei, sabe? Cansei de ser o que sou hoje.

Bem... Eu não sei como acabar esse texto. É um texto sentimental. Eu sempre expus muito tudo que sentia aqui, mas não dá mais. Passou dos limites, infelizmente...

É esse o maior defeito de uma paulistana, aspirando a escritora e escrevendo isso durante a madrugada gelada e ensopada de uma terça-feira, duas semanas antes de seu aniversário.


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Notas finais do capítulo

É...



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