Uma e seis, e o calor não passa. O quarto está menos bagunçado. Dessa vez dormirei mais cedo, pois amanhã vou ao shopping com meus pais e uma amiga. Quem sabe passar no Starbucks e tomar um frapuccino de morango?

A televisão está no mudo, e daqui dá pra ouvir o barulho do ventilador do quarto de meus pais. O meu faz menos barulho, mas não deixa de me irritar tanto quanto o barulho que meu notebook faz quando está quente, que nem está fazendo agora. Barulhos, barulhos, barulhos... Será que não entendem que vez ou outra precisamos apenas escutar o silêncio?

Minhas palavras saem silenciosas no ecoar da noite ora quente, ora fria dessa cidade. A noite me agrada. Acho que sou filha da noite, embora o Sol seja meu melhor amigo. Ter nascido no pôr do sol pode colaborar com isso.

Palavras, onde estão vocês? Elas fogem de minha cabeça e não querem mais voltar. Sinto-me vazia sem essas palavras, que me completam.

As palavras cismaram em sumir. Assim como qualquer certeza que tinha na vida. Oh, Deus, por que faz isso comigo? Estou confusa.

Eu não sei mais o que escrever. É algo complicadamente simples. Minha cabeça está em outro mundo... E nesse outro mundo, não existem palavras o suficiente para explicar algo que esteja acontecendo.

Não é fácil estar na minha situação.

Se eu pudesse voltar no tempo...

É tão ruim saber que eu mataria e morreria por pessoas que não moveriam um dedo por mim.