Eles só conseguiram para o beijo quando sentiram a chuva nos próprios rostos, então se separaram ambos ruborizados. Sasuke não acreditava no que acabara de fazer, estava se julgando tão infantil, tão idiota, tão impulsivo.

Ele não era assim, essas atitudes eram dignas de Naruto, mas ele, sempre pensava com cuidado antes de agir. Então por que ele mesmo começava a se preocupar com Hinata, a ponto de tirar a própria blusa para cobri-la da chuva.

-N-Não Sasuke, não posso... – Ela disse com as mãos na cabeça.

-Apenas pegue! – Ele disse sem a olhar, ele não podia ver aquela cena.

-Não eu não posso mesmo... – Incistiu ela em negar o gesto dele.

-Pega logo isso! – Ele gritou, ela continuou hesitando, mas por fim pegou, mesmo estando muito sem graça.

Estavam os dois pegando o caminho de volta para casa, correndo, mas isso não permitiria que Sasuke se molhasse menos.

Chegaram mas por alguma razão Kakashi não estava os esperando e Sasuke foi direto para seu quarto, Hinata estava envergonhada, o que tinha acontecido? Ele não tinha aceitado os sentimentos dela, na verdade ele nem tinha dado uma resposta. Ela estava feliz por estar na casa dele, mas sabia que era apenas obrigação para ele, ele não queria que ela estivesse lá.

Procurando uma distração ela achou um pano para limpar o rastro de água que Sasuke fizera até o quarto dele.

Ela achou melhor agir com naturalidade afinal, Sasuke não queria exatamente beija-la, havia uma explicação para aquilo, a qual ela decidiu não perguntar e nem tentar desvendar.

Sasuke tinha posto roupas secas, pensou em não sair do seu quarto, mas isso não fazia o sentido, além da casa ser dele, Hinata não representava nada. Ela era apenas atraente e o atraiu. Apenas isso.

Ele saiu do quarto e sentiu o cheiro de comida, onigiri, para ser mais exato.

Hinata tinha cozinhado novamente, quando ele chegou ela sorriu, como sempre fazia.

-Sasuke, está servido? – Disse ela apontando os bolinhos na mesa.

Ele ainda desconfiado assentiu e se sentou na mesa, depois o ato dele ela o seguiu, sentando em seguida.

-Tem alguns pergaminhos do clã Hyuuga aqui em casa, acho que você deveria tentar treinar, afinal isso ajudará a se lembrar de alguma coisa. – Ele disse frio e distante.

-Ah! Claro. – Ela disse um tanto distante também.

Depois de comer ela leu alguns dos pergaminhos e depois cada um foi dormir.

Estava tudo estranho para Hinata. Deveria ser a vigésima vez que mudava de posição no futon  era impossível dormir e por isso foi até a cozinha beber um pouco de água para ver se melhorava.

Abriu a geladeira e pegou o gargalo, quando a fechou se surpreendeu com Sasuke, ofegante e suado.

-Á-Água – Ele disse com os olhos semicerrados.

-S-Sasuke-kun você está bem? – Disse ela colocando uma das mãos na testa dele. Seus olhos se arregalaram e ela quase entrou em pânico.

-Sasuke você está ardendo em febre. Por favor, vá para seu quarto. – Ela disse o ajudando a subir as escadas.

Ele entrou e por si só foi até a cama, Hinata pode dizer da porta.

-Sasuke eu vou comprar alguns remédios, não demoro.

Disse ela antes de sair com seu dinheiro, e correndo até a vila. Não estava tarde, as ruas estavam cheias e movimentadas, mas Hinata não se lembrava de nada, aqueles caminhos eram todos novos para ela, por isso ela olhava para todos os lados.

-Hinata? – Hinata se virou bruscamente para ver de quem era a voz da pessoa, se surpreendeu com Kiba.

-Oi... é... você sabe onde é a farmácia? – Ela foi objetiva. Kiba arqueou a sobrancelha.

-Sei, mas por quê? – Ele perguntou desconfiado, andando para uma direção, a qual deveria ser o da farmácia. Hinata o seguiu. Ela hesitou, não sabia se deveria contar.

-S-Sasuke está com alguns problemas, nada sério. – Ela sorriu. Ele estranhou a, mas não iria cometer nenhum erro dessa vez.

Chegaram à uma grande loja, bem parecida com as outras da vila. Ambos entraram e Hinata se surpreendeu novamente, não mais que Kiba que parecia ter uma expressão frustrada, e não estava mais surpreso que a pessoa na frente deles que tinha seus olhos perolados arregalados.

-Hinata? – Perguntou Neji surpreso.

-Ela reverenciou. – Você é Neji – Disse ela feliz por lembra do nome de alguém da família dela.

-Você recuperou a memória? Por que está aqui? E com ele? – Ele perguntava desconfiado.

-Não recuperei... – Kiba a interrompeu.

-O que é Hyuuga? Está me estranhando? Eu sou da equipe dela. – Neji o ignorou.

-Eu estou com pressa licença. – Disse ela desviando dos dois. Kiba a seguiu. Neji teria ido embora afinal, também estava com pressa, mas ele estava achando muito estranho Kiba estar com a prima. Ela escolheu alguns remédios e ia se despedir.

-Hinata, eu te levo até o destrito Uchiha. – Disse Kiba animado.

-Não se preocupe Inuzuka, Hinata vai comigo. – Disse Neji frio. Kiba mesmo hesitando obedeceu, afinal era o primo dela.

Eles andavam silenciosos, a única coisa que quebrava o silêncio era seus passos.

-Hinata-san, toma cuidado com Kiba. – Hinata ficou confusa a principio, mas logo assentiu.

Chegaram à porta, ela não conseguia fingir que não estava com pressa.

-Tchau. – Ela se pronunciou.

-Até mais. – Disse ele dando as costas.

 Ela colocou água no fogo e subiu com água e os remédios até a porta do quarto do Uchiha.

“...Terceira regra: nem ouse a pensar no meu quarto.”

Hinata pensou antes de entrar no quarto dele enquanto imaginava formas de desculpas pela regra que estava quebrando, mas afinal aquilo estava sendo necessário.

Deu um copo para ele, e colocou a jarra sobre o criado mudo e depositou um pouco em um pote e molhou um pano nela e depois colocou sobre a testa de Sasuke.

-O ar precisa marejar – Disse ela abrindo a janela. Ignorando os protestos dele.

Desceu de novo e terminou o chá que estava preparando e subiu novamente.

-Beba isso, por favor. – Disse ela entregando o copo com chá para ele.

-Quem merda é essa?  – Disse ele mal humorado.

-É chá de cidreira. – Disse ela enquanto ele pegava o copo dando um gole.

-Me desculpa, por infringir uma de suas regras, eu vou sair do seu quarto agora e qualquer coisa é só me chamar – Disse ela dando as costas mas ele segurou pelo braço.

-Não... – Disse Sasuke. Ela não sabia dizer se a febre estava deixando vermelho ou se era culpa da situação que se encontrava. – Fica.

Dito isso ela se sentou no chão ao lado da cama dele, esperando que ele melhorasse.