Acordei cedo para me preparar para o primeiro encontro, com o tal de LV, que marcou o encontro em uma sorveteria que eu adorava, perto da minha antiga casa.

Enquanto eu silenciosamente colocava uma roupa qualquer, comecei a organizar meus pensamentos.

Eu estava nervosa pelos encontros, não sabia direito o porque. Me sentia como uma menina de 15 anos de idade indo ao primeiro encontro com um cara que tem um carro. Ri baixinho ao pensar isso.

Acabei de me trocar, me maquiei, e me virei para Rachel, que continuava dormindo alegremente em sua cama.

Sentei-me ao lado dela.

Rachel-sussurrei.

Nenhuma reação.

Coloquei a minha mão em suas costas, e mexi um pouco.

Rach.-disse, mais ríspida.

Ela apenas se virou, ainda de olhos fechados.

Humpf. Pensei, me levantando, e me aproximando o máximo possível de seu ouvido.

RACHEL ELIZABETH DARE- gritei com toda a força que meu pulmão exercia.

Ela praticamente pulou da cama.

PEGUEM TUDO, SÒ NÃO PEGUEM MINHA ESCOVA DE DENTE DA SORTE- ela gritou.

Rach- interrompi

Ah, oi.- ela piscou, confusa.

Escova de dente da sorte.- disse.- Sério?

Ela bocejou, e apenas sacudiu os ombros em resposta.

Encarei ela.

Enfim, - disse.- vou ao primeiro encontro hoje.

Ela piscou. Ainda estaca colocando a cabeça para funcionar, eu acho.

Vai rolar mesmo?- ela perguntou.- E se for perigoso?

Sorri

Rachel, vai dar tudo certo. Eu pedi os antecedentes criminais no anúncio. ao ler sua expressão, completei: - E a ficha de saúde, isso é muito importante.

Ela riu, se levantou com dificuldade da cama,e pegou alguma coisa da bolsa, e me entregou.

Leva esse spray de pimenta, só para garantir. Se bem, que essa sua camiseta de unicórnio zumbi não vai seduzir ninguém.-ela riu.

Olhei para a minha camiseta, mas depois encarei Rachel de novo.

Spray de pimenta.

Aham- ela balançou a cabeça

Na bolsa?

Aham- ela concordou de novo.

Balancei a cabeça.

Enfim, você não quer me acompanhar? Tipo, apoio moral, ou sei lá.

Não dá- ela disse, escolhendo suas roupas do armário.- Vou sair com o Conor.

Conor?- perguntei.- Mas o que aconteceu com aquele doce de pesso-digo, Percy?

Humpf, ele é um enorme babaca. E o Conny me ligou ontem me pedindo desculpas.- ela suspirou.

Conny? Ugh, informação demais, Srta Dare.-bufei.- Enfim, eu tenho que ir. Obrigada por me abandonar.

Ownnt,-ela apertou minha bochecha.- Então , vá bonitinha. No próximo eu juro que eu vou. me deu um beijo na bochecha. Boa Sorte.

Obrigada- sorri, partindo para a garagem.

XxX

Estacionei Rutsy na única vaga liberada da sorveteria e entrei na sorveteria.Olhei as mesas. Todas estavam ocupadas por casaizinhos dividindo milkshakes com dois canudos. Só um estava sozinho, no canto aos fundos da sala, olhando de lado para todos, parecendo suspeito.

Sorri e me aproximei.

Com licença.... você é o- fingi procurar algo em meu celular.- LV?- perguntei.

Ele sorriu um pouco.

Valdez, Leo Valdez.- Ele apertou a minha mão.- E você deve ser, Rih?

Sorri.

Riley.- me sentei.

Ele não era feio. Seus olhos tinham um certo brilho, que eu não consegui identificar direito, mas era interessante.

Ele arrastou uns papéis para mim.

Aqui está o bagulho- ele sussurrou.

Me senti uma traficante de drogas, mas mesmo assim, tentei sorrir, e peguei a papelada.

Primeiro li a ficha de saúde. Bom, não tinha nada demais, mas também não pude dizer se era falsificada ou coisa parecida. Gripes e tosses aparecem na ficha de saúde?

Entreguei o papel para ele, que continuava a me encarar. E passei para a ficha criminal.

Hã.....uou. Pensei comigo mesma.

Ele foi preso duas vezes por porte ilegal de......bom, ervas em geral. E uma vez por porte ilegal de armas, mas , por incrível que pareça, o que estava no final da lista me assustou mais era o que estava no final da lista.

Acusado de matar sua esposa, Linda Grey.

Tentei organizar uma pergunta em minha cabeça em questão de segundos, usando meus dotes de improvisação.

Hum.... aqui diz que você é viúvo... O que aconteceu com sua mulher?

Sua expressão permaneceu a mesma.

Isso... foi um acidente terrível. Ela caiu em cima de uma faca,coitada.- ele tentou fazer uma voz triste

Oi?

Ah... bom. Isso. Isso é realmente triste. Sinto muito. Hã.... eu acho que vou. Ali. No banheiro.É rapidinho.- disse, falhando um pouco.

Fique a vontade.- ele sorriu.

Tentei fazer o mesmo, e me levantei.

Andei o mais rápido que podia, mas me virei ao lado oposto que seria o do banheiro, correndo até o estacionamento, entrando na Rutsy, e me afastando da sorveteria na velocidade da luz, rezando para que meu próximo encontro, com o tal de TS ( que aconteceria á algumas horas) saísse um pouco melhor do que isso.