Flashback on

– Você fica linda nesse vestido, sabia? - Ethan sussurrou no meu ouvido, colocando as mãos na minha cintura e me puxando para perto dele.

– Você acha? - perguntei, colocando as minhas mãos em seu pescoço, e apreciando o sorriso surgindo em seu rosto.

– É...... - ele disse, dando uma olhadinha para baixo (que eu deixei passar) - Se nós não fossemos velhos conhecidos, e nunca tivessemos concordado em nunca mais fazer nada além de abraçar, eu já teria te beijado. - completou, com um sorriso safado.

– Então vamos imaginar que eu não sou mais a Riley – sussurrei, me aproximando o máximo que conseguia de seu rosto - Me chame de...Stephanie.

– Ah... - ele riu - Nome bonito, Stephanie - completou, e, a medida que se aproximava, a boate parecia ficar cada vez mais vazia, só sobrando nós dois lá dentro.

Quando faltavam meros centímetros para nossos lábios se tocarem, uma voz conhecida me fez retornar a realidade.

– Riley, são 3:30 da manhã - Rachel disse - Precisamos voltar antes que seu avô perceba que nós saímos. Desculpa Nakamura, mas você vai perder essa dessa vez - completou, segurando meu braço.

– Dare - Ethan rosnou - Nos vemos depois, Stephanie? - ele disse, se voltando para mim.

Sorri, mas Rachel me puxou antes que eu pudesse responder.

Flashback off

– To com saudades da minha bmw, Rach - resmunguei que nem um bebê, quando já estávamos chegando na minha casa.

– Ela está no estacionamento, Ri. Ninguém vai mexer nela. - Rachel disse enquanto estacionava.

– Mas a Rutsy é valiosa, Rach! - exclamei - Vovô me deu quando fiz 18 anos. E se algum dos tios que ficam no estacionamento roubar? E se algum deles bateu quando foi estacionar? Ai meu deus!

Rachel riu.

– Ri, nós passamos lá no estacionamento bem cedinho, antes de você ir para a Galeria. Agora vai, antes que seu avô acorde. - gesticulou para a porta.

Sorri, e dei um beijo na bochecha dela antes de sair do carro.

Rachel era uma boa amiga. Nós nos conhecemos na 7ª série, e somos melhores amigas desde então. Ela me ajudava a superar as pessoas me xingando pelo meu corte de cabelo (que era extremamente curto na época, devido ao acidente com tinta, tive que cortar as minhas lindas mechas que iam até a cintura) e eu ajudava ela a superar as pessoas que xingavam suas roupas, que estavam sempre cheias de tinta. Somos melhores amigas desde então.

Abri a porta com todo o cuidado do mundo para não fazer barulho, tirei as minhas botas, e começei a andar devagarinho para o meu quarto.

Quando passei pelo quarto do meu avô, sua voz característica me fez pular.

– De novo, Riley?

– Desculpa vovô, eu perdi a hora - disse, entrando no quarto.

– Você me deixou muito preocupado, sabia?

– Eu sei, me desculpa.

– Já é tarde - ele bocejou - Mas não tente escapar, que amanhã conversaremos depois do trabalho.

– Ok, vovô - disse, dando um beijinho na testa dele e correndo para o meu quarto.

X-X-X-X-X

– Vovô, tá acordado? - perguntei, colocando a cabeça na porta do quarto.

– Sim, querida, o que foi? - sua cabeça se levantou para me encarar.

– Eu só queria dizer me desculpa por ter chegado tão tarde hoje... E, que não vai acontecer de novo... E que eu vou começar a ser mais madura, como devia ter começado a muito tempo, e não vou mais deixar o senhor tão estressa... - o barulho de trovâo ressoou pelo quarto, reprimi um gritinho, e corri para baixo das cobertas.

– Ok então, aprecio suas desculpas - vovô riu. - Mas sabe, Riley, você me tira do sério desde que você foi presa no Amsterdã. Qualquer atraso, e eu imagino que alguma coisa aconteceu com você, querida.

– Mas o que aconteceu no Amsterdã foi apenas um mal entendido...

– Um mal entendido que deixou você em maus lençóis, mocinha.

Ano passado, quando estava em Amsterdã, eu tinha conhecido esse alemão lindo, Gerard, e depois de uma festa, nós estavamos empolgados, e ele me levou pra esse beco e... Como eu iria saber que quase-sexo em um beco era ilegal lá?

– Desculpa vovô. - disse. - Tudo vai mudar, prometo. Começando amanhã, eu não vou me atrasar para ir no trabalho na Galeria, que tal?

Vovô sorriu.

– Sério que você não vai se atrasar? Acho meio impossível.

– Tá bom, não vou me atrasar muito. – disse, mostrando a língua.

– Tudo bem querida, acho legal você querer ser mais responsável para não me decepcionar, mas vamos ver o que o destino nos trará amanhã, ok? Agora durma, Riley. Descanse um pouco.

Sorri e obedeci, fechando os olhos e apagando logo depois.