"I remember tears streaming down your face when I say I'll never let you go. When all those shadows almost killed your light. I remember you say don't leave me here alone. But all that's dead and gone and passed tonight." estava cantarolando. Eu tinha chorado baixinho um pouco, agora já estou melhor, tranquila. Estava feliz por ficar sozinha, mas minha cabeça ainda doía.

Toc toc toc.

Alguém bateu na porta. Alec entrou e fechou-a. Mas é claro que ele iria fazer isso. Não sei se estava feliz por ele estar lá, ainda estava abalada com vampiros. Com ele, era fácil demais. Eu estava irritada.

–Precisamos conversar.

–Pode falar. - respondi. Ele foi caminhando na minha direção e sentou em uma cadeira no meu lado. Eu me encostei na cabeceira, ficando meio sentada.

–Você ficou assustada com o que Aro fez?

Como ele sabia?

–Talvez. Por que?

–Não sei... Eles acham que você está doente.

–Ah, só um pouco de febre.

–É normal matar alguém que sabe sobre o segredo da minha espécie.

–Foi cruel. Eu não consigo entender como... Por que desprezam tanto a vida humana? Matam eles sem a menor comoção!...

–É nossa fonte de alimentação. Humanos não matam animais?

–Ah, mas... Uma pessoa tem família, sentimentos, uma vida inteira pela frente. E se fisessem isso com você?

–Você sempre foi assim?

–Assim como?

–Certinha, ciumeneta, irritada...

–Não!

–Hahaha eu vi toda a sua vida.

–Cale a boca!

–Ei olha o respeito. Devo acrescentar chata e mau-educada.

Eu já ia xingá-lo e ele foi se inclinando, atirou-se para me beijar. Mas eu segurei seus ombros e afastei o seu rosto do meu.

–Comigo não é assim.

–Hahahaha desculpe então.

Ele abriu um daqueles pequenos sorrisos perfeitos e me olhou com olhos dourados e brilhantes e eu me derreti... A minha expressão irritada se desfez e eu sorri também.

Alec ajeitou minhas cobertas, colocando-as mais para cima. Ele sentou-se no meu lado na cama, em cima das cobertas, assim eu não ficaria com frio. Colocou o braço no meu ombro e beijou minha bochecha.

Minutos depois, a porta de abriu devagar, e Bianca trouxe chocolate quente em um copo de plástico, daqueles para viagem, e bolachinhas. Eu agradeci, ela sorriu e foi embora. Eu perguntei se ele não queria provar, mas ele não gostava de comida humana. Eu me senti realmente melhor após a refeição.

–O que está lendo?

–Algumas peças de Shakespeare.

–Ah, eu já li. Quer dizer, fui obrigado à ler. Aro diz que precisamos nos atualizar.

–Minha mãe diz que tenho que conhecer a literatura "de verdade". Mas eu até gostei.

–Eu também. Você toca piano há quanto tempo?

Era tão bom conversar com Alec... Ele falava como uma pessoa de verdade. Ficamos lá, falando no meu quarto, inocentes. Graças à Deus que ele não teve contato com adolescentes de lá fora... Se não poderia ser influenciado e se tornar um idiota completo como os meus colegas.