Armin estava com seu irmão, mas logo saiu correndo quando viu o atirador fugindo. Ambos não eram tão ágeis, sendo assim, o Armin conseguia ficar bem próximo do cara.

— Você vem? — Perguntei ao Kage, que afirmou com a cabeça.

Corremos pelos telhados, quando chegamos em um não muito alto saltamos para baixo. Armin e o atirador entraram em um beco do outro lado da rua, se eu e o Kage atravessarmos, ficaremos expostos demais. Porém, não havia outra opção, atravessamos e os policiais que estavam cercando o local onde Alexy havia levado o tiro nos viram e correram em nossa direção. Aceleramos e vimos que o Armin cercara o cara. Eu e o Kage pegamos duas daquelas caçambas de lixo e fechamos o outro lado do beco com elas.

— Adami... — Chamei e o Armin vira, assustado — Você fez um bom trabalho não deixando-o escapar. Mas assumimos daqui.

— Ele atirou em meu irmão! — Seus olhos encheram-se de lágrimas.

— Você destruirá sua vida se matá-lo. Já fazemos isso um bom tempo, então será melhor que você nos deixe trabalhar.

— Como saberei que devo confiar?

— Ele é um W.B., então realmente não deve. Mas eu... Sou uma B.W. — O Armin não parecia convencido, então coloquei a mão na boca, em sinal de silêncio e revelei meu rosto, de modo que apenas o Armin o visse — Confie em mim — Recoloquei a máscara.

— Ou em mim... — Kage vai para minha frente e também retira a máscara, porém não consigo ver seu rosto.

— Ou em ambos... — Falo e o Armin confirma com a cabeça — Seu irmão está vivo, e precisa de você — O garoto sai do beco e poucos segundos depois volta.

— Desculpem-me! Eu estava saindo... Se eu não estivesse tão assustado e nervoso... Eu estraguei tudo! Eles estão vindo!

— Tudo bem Armin... Venha cá, rápido. Iremos usar você de refém. Não iremos lhe machucar, não se preocupe — Armin fica conosco e a policia chaga

— Fiquem aí e ele viverá — Diz o Kage segurando o Armin

Me aproximo do atirador e tiro uma foto de seu rosto. Envio a foto para meu pai e espero os resultados. Minutos depois o resultado e leio em voz alta:

— Heath Jonhson, 37 anos, Pandorian. Assassino de Flora Lance, Oliver Kurt, Mickey Jones, Mary e Samuel Ferdinand e tentativa de homicídio de Alexy Adami. São cinco, podemos considerar 6, vítimas inocentes. Algo a dizer?

— E-Eu sinto muito!

— Eles não podem sentir nada agora. Graças a você! Por que fez isso?

— Não havia motivo... Eu simplesmente fiz...

— Que pena... — Diz o Kage e trocamos de lugar. Ele o mata — Descanse em paz — Já que esse é um direito que todos temos. Ele limpa a espada e vem para meu lado — Acho que... — Sussurra —... Deve ser possível escalar esse muro rapidamente — Analiso o tal muro e concordo com ele.

— Vocês são B.W.? — Pergunta um dos policiais em um megafone. Mostro o emblema dos B.W. em minha roupa, já o Kage, por sua vez, mostra o símbolo dos W.B. na dele.

Quando os policiais iam falar algo mais, eu e o Kage saltamos para o muro e chegamos ao outro lado a tempo, pois começaram a atirar.

— Espero que não tenham atingido o Armin... — Disse o Kage e sumiu pelas sombras.

Corri a procura de qualquer lugar conveniente. Vi uma janela aberta e entrei. Deveria ser um apartamento ou hotel/motel... Senti uma mão me puxar para um dos quartos, me virei rapidamente. Era o Kage.

— Guarde suas coisas aqui — Ele me mostra uma parte escondida em seu guarda-roupa — Vou ficar no banheiro, então pode tirar a máscara — Olhei para os cantos e não encontrava nenhuma câmera, então concordei.

Kage foi para o lugar dito, enquanto eu escondi minhas coisas. Estava me trocando quando batem na porta. Olho a TV, que estava ligada, e vejo alguns policiais em frente a porta onde estava. Me cobri com o cobertor e abri a porta.

— Nome — Pergunta um deles

— Lim... Pierce...

— Está sozinha?

— N-Não... Meu... Namorado... Está no banheiro — Eles entraram e começaram a investigar o lugar, porém não encontraram nada e foram embora. Respiro aliviada.

— Lim? — Exclama o Kage, do banheiro

— É claro que não é o verdadeiro!

— Namorado? Olha, você tem bom gosto

— Vai se danar, Kage! — Ouço ele rir e a energia cai — Era só o que me faltava! Tem alguma lanterna?

— Tem... Mas eu não sei nem aonde ir!

— Eu estou... — Tento apalpar algo e encontro a cama — Estou sentada na cama, siga minha voz — Começo a cantarolar "La-la-la's" sem parar, até que ouço o celular dele — Poderia ter o utilizado antes! — Ouço-o rir, mas sua risada é logo interrompida

— N-Não! — Exclama — Não! Não! Não! Eu não acredito...

— O que?

— Nee... — Meu coração dispara

— O que tem ela?

— "Ela"... É... Você...

Pov's Castiel

Quando recebi a mensagem de meu pai, meus glóbulos oculares pareciam que iriam saltar. Minha cabeça se encheu de imagens... Dela. Eu suspeitava da Nee, mas não queria que fosse de fato ela.

— Quem disse? — Pergunta

— O rastreamento dos lugares e da origem do aparelho que você utilizou antes, para enviar aquela foto para... Seu pai, creio.

— Sim... Mas estava codificado.

— "Estava", falou corretamente. Quando tentamos, nos enviou a várias garotas diferentes. Mas no fim o resultado foi Nee Bovary.

— Vocês são bons... — Diz enquanto deliga seu modificador de voz e posso ouvir sua maravilhosa voz — Acho que esta é nossa última batalha.

Começamos a lutar, mas não estávamos lutando pra valer. Eu não conseguia e ela também não. Paramos por um breve momento e logo recomeçamos, desta vez pra valer.

Por estar escuro, tínhamos que aguçar os outros sentidos e jamais abaixar a guarda. Lutávamos tentando não errar, mas mesmo assim errávamos, não que isso fosse algo ruim.

Ao ser atingido na perna fortemente, pelo punho da espada, vou de encontro ao chão e ouço um "Sinto muito" vindo dela, identificando sua posição e derrubando-a. Fico em cima de seu corpo, com minha espada em seu pescoço

Pov's Nee

— Adeus, Kage — Falei enquanto fechava os olhos.

Senti uma lágrima alcançar e percorrer meu rosto, porém essa lágrima não vinha de meus olhos. De repente minha mente ficou vazia, seguida por um turbilhão de sensações. Meu corpo parecia não me obedecer e o que senti foi como um choque... E o meu coração...