The Demigods escrita por Liza Salles


Capítulo 12
Henry




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Henry estava em uma sala tão gelada que seus ossos pareciam estar congelando. O casaco fino que usava havia virado uma camada de gelo em cima de seu corpo.  O chão parecia coberto de neve. Ele nunca havia estado naquele lugar, apesar de tudo, parecia ser uma sala. Em cima era tão colorido que parecia a aurora boreal. Ao olhar para frente viu um homem com um terno branco e com asas roxas abertas, ele estava sentando em seu trono. Ele conversava com alguém, mas eles estavam muito longe para que conseguisse ouvir.

A cada passo que ele dava, sentia como se ficasse preso ao chão. A sala era repleta de estátuas de gelo, pareciam ser soldados congelados. Ele imaginava que não faltava muito para que seu corpo ficasse daquele jeito.

Ao se aproximar do trono, ele percebeu que a mulher usando um longo vestido branco era Quione, então aquele senhor no trono só podia ser Bóreas. Eles conversavam em uma língua diferente, provavelmente o francês. Henry não sabia falar francês, mas parecia que seu cérebro traduzia tudo que eles falavam.

- Pai. Eles fizeram como planejado. Mal sabem eles que aquele guerreiro ficaria melhor preso do que solto. – Disse Quione. – Se eles soubessem que, assim como o grupo do filho de Júpiter, os mandamos para o lugar errado. Ficariam furiosos. Éolo irá nos recompensar, pode ter certeza disso.

- Minha filha, você parece se esquecer de que as paredes têm ouvidos. E é por esse motivo que eu sou o rei daqui e você uma mera princesa. Ninguém pode desconfiar pra quem estamos trabalhando. Muito menos aquele semideus infame que está escutando toda a nossa conversa.

E eles encararam Henry.

- O que faz aqui? – Disse Quione vindo em sua direção como se fosse matá-lo, ou algo bem próximo disso.

- Não sei. – Conseguiu responder, apesar de sua voz parecer rasgar a sua garganta.

- Como não sabe filho de Poseidon?

- Eu vim parar aqui...

- Esses semideuses que vem até minha casa durante o sono e acham que saíram impunes por isso. Pena que eles não sabem que eu adoro esse tipo de desafio, ver a tentativa de respirar, ver eles se debatendo até que eles caem no chão e tristemente não acordam no dia seguinte. Vocês só tornam a minha vida mais excitante.

Henry levou a mão ao bolso procurando o clips (os filhos de Hefesto tinham criado um mecanismo para sua espada de modo que ela ficasse mais parecido com a de seu irmão, eles tinham transformado em um clips que seria acionado toda vez que ele soprasse em cima do clips), mas não o achou.

- Pelo jeito ninguém irá te ajudar agora.

Com isso, ela apertou o pescoço de Henry. A dor foi tão forte que ele sentiu como se tivessem arrancado seu pescoço fora.

- Minha filha. Cadê os modos que eu te ensinei? Seja mais delicada.

- Eu sempre me esqueço do quão é divertido quando pego leve. Eles agoniam por mais tempo. – Ela deu um sorriso macabro.

Henry, com uma força sobrenatural, conseguiu empurrar Quione e começou a correr por um longo corredor. Não sabia ao certo aonde iria parar, só queria sair dali.

Quione vinha como um furacão atrás dele. Henry tentou abrir a ultima porta do corredor, mas ela estava trancada, o deixando encurralado. Era isso, era ali que ele morreria. Ela chegou bem perto dele, tão perfeito que dava para sentir seu hálito gelado.

- Quais são suas ultimas palavras semideus?

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.

Henry abriu os olhos e percebeu que estava em seu solitário, mas seguro, chalé. Ele escutava o barulho aconchegante de água caindo.

Ele se levantou e foi até a pequena cachoeira que tinha em uma das extremidades de seu quarto. Ficou alguns segundos observando seu reflexo e tentando colocar em sua cabeça que tinha sido apenas um sonho, nada a mais que isso. Depois disso, abaixou e tocou na água. Isso o dava força. Ele colocou a mão livre no bolso da calça e sentiu o clip ali. Um pensamento não saía de sua cabeça. Por que o clip não estava lá quando ele mais precisou dele?

Abriu a porta do chalé e fez menção de sair para encarar o novo dia, mas ainda era noite. E as harpias estavam rondando o acampamento. O jeito era ficar dentro do chalé, mas o que ele faria para evitar o sono? Não queria voltar a ter que enfrentar Quione.

O sonho não saía de sua cabeça. Será que o guerreiro tinha algo haver com o gigante? Ele buscava de todas as formas achar uma alternativa que os ligasse aos sete. Será que a sua missão tinha atrapalhado a de Percy? 

E nisso foi a sua noite, pensando, pensando e pensando. Assim que amanheceu ele saiu do chalé e foi atrás da Jenny, ela era a única que poderia ajudar.

Depois de rodar todo o acampamento a procura dela, resolveu ir até o chalé de Atena. Ela estava fazendo um desenho ou algo parecido.

- Jenny. – Ela o olhou. – Preciso muito falar com você. É urgente.

- Ok. Pode falar.

- É meio que particular então você terá que vir comigo.

- Ok. – Ela se levantou da cadeira em que estava sentada e seguiu Henry para fora do chalé. – O que é tão importante?

Eles foram até o seu chalé antes que ele começasse a falar. Ele sentou em sua cama e ficou olhando para a água, Jenny sentou- se ao seu lado um pouco preocupada.

- Eu tive um sonho estranho. Sonhei que Quione estava conversando com Bóreas e eles diziam que fizemos exatamente o que queriam. E algo sobre o guerreiro ser melhor preso do que solto.

- Por que o guerreiro seria melhor preso do que solto?

- Eu não sei, mas tem algo a ver com a profecia dos sete, isso eu tenho certeza. Talvez seja algo para atrapalhar a missão dos outros campistas, mais precisamente a de Percy.

Jenny ficou pensativa, como se analisasse tudo o que Henry havia falado.

- Eu também sonhei com o Quione, mas foi quando ainda estávamos na missão... – Ela pensou mais um pouco antes de terminar de falar. – Acho que devemos impedir o que quer que tenhamos causado, e ir atrás do Percy.

- Seria uma ótima ideia, mas precisamos avisar alguém certo?

- Se avisarmos, dirão que estamos loucos. Melhor sair antes que alguém perceba. Hoje a noite depois da fogueira, quando todos estiverem em seus chalés. Só tem que achar um jeito pra fugirmos antes que eles percebam.

- Eu acho que sei como. Percy sempre disse que eu poderia usar quando fosse necessário...

- O que?

- Black Jack. Ele deve ter outro amigo. Se sairmos voando não terá problemas.

- É pode ser... Vou avisar a Darcy para ela se preparar. – Jenny disse abrindo a porta do chalé.

Henry a puxou para dentro de novo, fazendo com que a porta fechasse.

- Não. Ela não vai.

- Por quê?

- Ela não vai ajudar em nada. Só atrasar. Vamos nós dois. Ela é muito emotiva e vai acabar atrapalhando ou se apaixonando por alguém.

- Não concordo com você, mas já que prefere assim... Até a noite. – E ela saiu do chalé.

Henry pegou a mochila que havia usado na missão. Ele não mexerá nela desde que voltara ao acampamento. Ainda tinha algumas coisas uteis ali, faltava apenas comida.

Ele abriu um baú que tinha perto da sua cama. Lá dentro tinha várias barras de chocolate, twix, fini, outras balas e até algumas bolachas. Era seu baú secreto, sempre que ele voltava para o acampamento, ele trazia mais doces e guardava em seu baú. Nem mesmo Percy sabia disso. E jogou alguma das comidas na mochila.

Depois disso foi até o estábulo conversar com os Pégaso, em especial Black Jack.

- Oi chefe. – Disse Black Jack ao ver Henry.

- Oi cara. Posso te pedir um favor?

- Claro chefe.

- Preciso da sua ajuda. Acho que aconteceu algo com o meu irmão e eu preciso ajuda-lo.

- Pode contar comigo para ajudar o Percy. Nós vamos agora?

- Não. Será depois da fogueira, eu irei vir aqui para pegá-lo. E cara, tem como um amigo seu ajudar a gente? A Jenny vai comigo.

- Claro. – Ele disse todo animado. – Estaremos prontos.

- Muito obrigado Black. E eu trouxe uma maça para você.

Henry tirou a maça do bolso e mostrou para Black Jack, que começou a comer verozmente.

Estavam todos sentados em volta da fogueira conversando e dando sua oferenda aos deuses. Ele sentou-se ao lado de Jenny e algumas vezes os olhares deles se cruzavam como se dissessem “é daqui a pouco” ou “está pronto”.

Todos foram seguindo para seus chalés. Jenny tinha escondido sua mochila do lado de fora do chalé.

- Jenny.  Você não vai entrar? – Perguntou Annabeth.

- Daqui a pouco. Tenho que falar com Henry.

- Ok. Te vejo mais tarde então.

Assim que todos entraram em seus chalés, Jenny pegou a mochila dela e foi ao encontro de Henry.

- Pronta? Se quiser desistir ainda da tempo. – Disse Henry.

- Não... Temos que consertar o que fizemos.

Eles foram até aos estábulos e Black Jack estava lá esperando.

- Oi chefe. Já podemos ir?

- Já. Você encontrou algum amigo pra levar a Jenny?

- Sim, esse cara aqui. – Do lado dele tinha um Pégaso branco.

Henry olhou para Jenny e eles montaram nos Pégasos.

- Eu estou um pouco nervosa de sumir assim sem ter avisado ninguém. Annabeth vai ficar muito preocupada comigo. – Jenny disse quando eles já estavam um pouco longe do acampamento.

- Eu sei. Mas quando estivermos no chão, você manda uma mensagem de íris para ela. Mas agora vamos priorizar algumas coisas, como por exemplo, por onde começaremos? Voltaremos para Quebec? Ou vamos atrás de Percy?

- Acho que devíamos ir atrás de Percy. Já fizemos tudo que podíamos em Quebec, o jeito agora é tentar ajudar o Percy e reparar o erro que cometemos.

- Ok, mas onde o Percy está?

- Boa pergunta. – Jenny olhou ao redor. – Acho que estamos bem longe do acampamento. Vamos descer e dormir um pouco.

Eles desceram e ficaram a beira do rio.

- Acho melhor dormimos. – Disse Jenny um pouco cansada.

Ela apoiou sua cabeça na mochila e dormiu. Henry olhou para o rio. Ele estava agoniado, com uma sensação de que algo errado tinha acontecido com Percy e que ele tinha que salvar o irmão. Depois de algum tempo assim, ele acabou dormindo.

- Henry. Acorda. Temos que sair daqui.

- Oi? – Disse Henry sonolento.

- Acorda. Temos que achar Percy e sair logo daqui.

Ele acordou de uma forma bem preguiçosa, se espreguiçou e sentou-se. Tirou um dracma do bolso e jogou na água.

- Oh Deusa Íris. Aceite essa oferenda e mostre-me Percy Jackson.

Formou uma névoa e apareceu Percy. Ele estava desmaiado e preso em algum lugar.

- Por favor, temos que ajuda-lo. – Disse uma menina de camisa roxa e cabelo negros cacheados.

- Daremos um jeito. Reyna não irá prendê-lo para sempre. – Respondeu um menino com um corpo muito grande comparado a cabeça.

E a imagem começou a desaparecer.

- Onde será que ele está? – Disse Jenny.

- Estava bem úmido e pelo jeito bem quente. Qual o único lugar dos Estados Unidos que é quente o ano todo?

- Califórnia. – Respondeu Jenny. – Nossa Henry, você é mais inteligente do que eu pensava.

Eles colocaram as mochilas nas costas e subiram nos cavalos.


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