Will me olhava com um sorriso lindo no rosto. Eu estava tão feliz que joguei o arco no chão e pulei em seu colo. Jogando-nos no chão, ficando por cima dele e como se não bastasse deixando meus lábios a centímetros do dele.

      E isso está indo melhor do eu imaginei...

Capítulo 5 – E eu queria poder mata-lo apenas com o olhar.

- Posso te beijar? – perguntou olhando para a minha boca.

- Está esperando o que? – falei.

      Se fosse possível esse beijo foi muito melhor que o outro. Não houve pressa, nem hesitação. Foi algo que os dois queriam e nenhum foi pego de surpresa.

      Um pigarro alto chamou a nossa atenção e eu levantei a cabeça para olhar uma garota um pouco mais alta que eu. Olhos castanhos meio azuis – uma cor estranha – e os cabelos pretos lisos.

- Atrapalho? – perguntou com um sorriso irônico.

- Você nem imagina – bufei e me levantei.

      Will fez o mesmo e começou a bater nas roupas para tirar a areia. Depois olhou para a garota na frente que tinha cruzado os braços em baixo do seu peito, fazendo os mesmos quase pularem para fora da blusa exageradamente decotada.

- Pietra? – Will perguntou confuso.

- Oi Will! – disse animada – você prometeu me ensinar a usar um arco.

- Eu sei Pietra, é que eu tava ensinando a Megan – disse lentamente.

- Eu vi - disse com desdém e eu me segurei para não gargalhar.

- Não tem problema, Will. Pode ensinar a sua amiguinha, você só me deve um soco – sorri irônica e comecei a caminhar em direção ao chalé de Hermes

- Megan – ele me chamou e eu o ignorei.

      Continuei andando até o chalé. Entrei e não vi nenhum dos meus amigos, dei de ombros e dei na cama de Travis de bruços. Não demorou muito e ele apareceu.

- Não devia ser ao contrario? – questionou.

- Eu odeio ele! – falei com raiva – ele se acha tão fodão nem cérebro deve ter. Eu juro que quando eu for socar a cara dele eu esmago o cérebro inexistente. Aquela Pietra, uma puta oferecida! Deveria ir para o tártaro, isso sim – falei e ele me olhou confuso.

- Isso é ciúme, Megan? – perguntou sarcástico.

- No dia que eu sentir ciúmes e ainda por cima do idiota do Will, você pode me jogar de cima do Olimpo – falei séria.

- Não, valeu. De feio e aleijado já basta Hefesto – um raio caiu próximo ao chalé nos fazendo gargalhar.

- Isso, continua xingando até um raio partir sua cabeça ao meio – brinquei.

- Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar – piscou e eu o fitei sem entender e ele continuou – eu irritei a filha de Zeus e ela jogou um raio em mim. Desde então eu fico preso em casa quando tem uma tempestade.

      Ele disse isso fazendo uma careta e foi impossível não gargalhar. Ele fingiu ficar bravo por um instante, mas logo não se aguentou e começou a rir.

- Vem, maldita filha de Atena – repetiu as palavras de Connor – vamos aprontar com os filhos de Hefesto – riu e eu desci do beliche e pulei em suas costas.

- Eu estou com preguiça, então você me leva – falei e ele riu.

      Fomos caminhando, ou melhor, Travis caminhou entre os chalés pensando em que poderíamos fazer para animar o acampamento.

- Não quero ninguém zoando meu chalé – disse Percy quando nos viu.

- Três chalés serão poupados então – ri e eles me acompanharam.

- Não aprontem muito, por favor – pediu.

- Pode deixar, filho de Poseidon – pisquei e ele foi para o seu chalé – Travis, preciso de pasta de dente e papel higiênico – disse sorrindo.

- Cara, você podia ser minha irmã – falou me colocando no chão e indo para o chalé de Hermes.

      Não demorou muito e ele voltou com uma sacola toda preta que parecia estar cheia de coisas.

- Por qual chalé começamos? – perguntou.

- Não é obvio? Chalé de Hefesto! – exclamei.

      Depois de algumas horas todos os chalés – menos o de Atena, Hermes e Poseidon – estavam com papel higiênico no teto e pasta de dente nas janelas e na porta. Eu e Travis estávamos sentados no Punho de Zeus rindo que nem dois idiotas.

- Você é o melhor! – dei um soco fraco no ombro dele.

- Acho que agora já podemos voltar – falou me ajudando a descer.

- Eu não faria isso – disse Chris.

- Por quê? – perguntei.

- Estão todos atrás de vocês – disse rindo.

- Droga. Vou dizer que a culpa é do Travis. Foda-se – dei de ombros e Chris riu.

- Ei, cadê a consideração? – fingiu estar indignado.

- Sabe que eu te amo – pisquei para ele.

- Me ama? – se fez de bobo.

- Ah, Travis, vai se fuder. Sou uma ótima amiga, mas não se aproveita muito.

- Vamos logo, Megan – disse me puxando para sair dali.

- Eu não. Só vou sair daqui quando todo mundo tiver ido dormir. Não quero conhecer Hades tão cedo – falei.

- Para de ser idiota – riu Travis.

- Impossível! – arregalei os olhos e balancei a cabeça negativamente o fazendo rir ainda mais.

      Chris nos olhava sem conseguir para de rir. Comecei a discutir com Travis motivos para ficar ali. De repente ele olhou para Chris.

- Uso seus músculos e pegue essa pata no colo – disse apontando para mim.

- Ei, respeito, ok? – exclamei indignada.

      Chris infelizmente fez o que ele pediu e me colocou sobre seus ombros e meu rosto ficou praticamente na sua bunda.

- Se você não me largar eu juro que aperto a sua bunda! – ameacei.

- Você não faria isso – disse rindo.

- Aé? Então sinta – falei.

      Levei minha mão até a bunda que estava na minha cara e a apertei. Era boa. A melhor que eu já tinha apertado até hoje...

- Uh, é boa, uma das melhores que eu já apertei – soltei sem pensar.

- Isso era para ser um elogio? – perguntou Chris.

- Isso foi um elogio – confirmei.

- Ei, você nunca apertou minha bunda – ouvi Travis reclamar.

- Vem cá que eu aperto, criança – revirei os olhos.

      A cena foi um tanto cômica. Chris parou para que Travis pudesse ficar na minha frente. Apertei a sua. Era boa também.

- Boa, mas a de Chris é melhor – falei e Chris riu.

- Assim você me magoa – reclamou Travis.

      Olhar o acampamento de cabeça para baixo não é uma coisa que eu recomendo e nem foi fácil de reconhecer onde eu estava, mas logo descobri que estávamos perto do chalé.

- Será que alguém pode me colocar no chão? – reclamei balançando os braços.

      Chris me colocou no chão. Vi que os chalés já estavam limpos e que tinham poucos campistas circulando pelo acapamento e infelizmente Pietra fazia parte deles. Ela me olhou e sorriu sarcástica. Para o meu azar ela veio até nós.

- Seu nome é Megan, não é?

- O que isso te interessa? – perguntei grossa.

- Ah, nada – disse – mas eu quero você longe do Will.

      Eu não consegui me segurar, gargalhei enquanto ela me olhava como se fosse louca.

- Você é engraçada – falei ainda rindo.

- Isso não foi uma brincadeira. Will gosta de mim e você só está nos atrapalhando...

- Nossa, quer saber? Eu não sei da onde você tirou essa ideia absurda que eu estou atrapalhando uma coisa que não existe. Com isso me refiro a você e o Will juntos – sorri cinicamente para ela.

- Olha só garota – disse me olhando com raiva – você é novata, por isso que tem amigos. Logo todos aqui vão perceber como você é idiota e vão te deixar de lado. Essa brincadeirinha de hoje foi a prova que todos estavam precisando.

- Quer saber? – me aproximei dela e continuei – Agora temos quatro górgonas e a quarta irmã da Medusa está bem na minha frente.

      Peguei a pasta de dente que eu tinha no bolso, abri e espirrei em seu cabelo. Foi caindo lentamente para os lados e um pouco para frente, descendo pelo rosto e caindo em seu decote.

      Não me aguentei e comecei a gargalhar na cara que ela fez. Ela veio para cima de mim querendo me bater e se não fosse Chris e Travis que me seguraram, eu teria voado para cima dela.

      Ela tentava a todo custo me pegar e eu tentava a mesma coisa, mas Travis e Chris não me deixavam ir para cima.

- Me larguem! – gritei irritada – eu preciso matar essa górgona ridícula!

      E do nada Will apareceu, segurou Pietra para que ela não chegasse mais perto de mim.

- Droga, Megan, o que você fez? – exclamou irritado.

E eu queria poder mata-lo apenas com o olhar.