Lucas POV

Quando cheguei à Praça a Bruna tava lá. Ela tava comendo jujuba, oh vício. Tava sozinha, resolvi ir até ela.  Eu realmente queria ser amigo dela. Mas quando cheguei ela  foi bem fria, ela me pareceu muito chateada pelo que eu fiz noite passada, eu sempre fazia essas mancadas com quem eu gostava. Eu queria que ela visse o nosso ensaio, ela estava com a irmã e não foi. Fiquei meio triste por ela não poder ir. Então dei um beijo na sua bochecha, ela corou e conseguiu tirar um sorriso do meu rosto. Acho que ela não gostou da minha reação então simplesmente sai.

- Fala ai viado, vamos ensaiar? – Disse, chegando perto dos meninos que estavam me esperando.

- Viado uma porra, claro que vamos. Onde você tava? – Pedro  vindo do fundo, usando as minhas roupas.

- Fui falar com uma menina ali. – Por que sempre que eu falava da Bruna sentia um dor no peito?

- Olha a nova garota que o Lucas vai magoar. – O João chegava perto de mim, ela me olhava de um jeito. Não sabia se era de um modo chateado ou de pena. O João era o nosso baixista.

- Ela só é a minha amiga, SÓ AMIGA! – Fiz questão de ressaltar essa parte, não sei se falava isso para eles ou se falava para eu mesmo.

- Sei amiga... – O Leandro vinha, ele era o nosso segundo guitarrista.

- Ta ta... Vamos ensaiar logo. – A gente foi indo para a casa do João. Nós não podíamos ensaiar na minha casa por causa do meu pai.

Tocamos, brigamos e brincamos. Mas a banda ainda estava faltando alguma coisa. Algo ainda não se encaixava.

- Galera, o ensaio foi ótimo, mas ta faltando alguma coisa mesmo, como o Lucas falou. – Dizia João sério, ele sempre era brincalhão, mas quando se tratava da banda ele sempre se transformava. Nós todos levávamos a Banda a sério.

- Concordo, mas o que falta? – Dizia Leandro, se perguntando para se mesmo.

- Vamos para o bar descobrir uê... - O Pedro sempre, SEMPRE estava à disposição de beber.

Rimos. – Por mim tudo bem, não quero ir para casa. – Eu realmente não tava a fim de brigar com meu pai, de novo.

Todos concordaram e fomos. Quando cheguei lá a Carol, a Júlia e a Lorena estava lá. O Guilherme e o Rafael estavam lá também. Não vi a Bruna.

Fomos até a mesa, todos já se conheciam ficamos conversando e bebendo.  A Júlia quando viu o Pedro simplesmente se jogou.  Eu realmente não a entendia.  

Bruna POV

Quando deram umas 21h meu celular tocou.

- Alô?

- Oi bubes, é a Carol. – Ela tava com uma voz animada.

- Oi Carol, como ta? Aconteceu alguma coisa?

- To bem, não. Perai Guilherme, to falando com a Bubes. - Ela gritava com o Guilherme, quase me deixando surda. – Então continuando, você quer ir ao bar com a gente?

- Claro, vocês tão indo agora? Que bar é? Quem vai? – Disse, com a esperança de não encontrar o Lucas lá.

- Eu, Guilherme, Júlia e a Lori. E sim, vamos agora. – Tava uma zuada no outro lado da linha, quase não ouvi.

- Tudo bem, vou me arrumar. – Ela me deu o endereço do Bar, era o mesmo que eu fui no primeiro dia que cheguei aqui.

- OK. Beijos.

- Beijos. – Desliguei e fui me arrumar.

Tomei banho, vesti um short jeans rasgado, um blusa de banda, uma jaqueta de coro preta e um tênis.

Desci e fui falar com o meu pai. – To indo encontrar umas amigas, tem como você me levar naquele bar que fomos no primeiro dia que chegamos? – Meu pai e minha mãe eram bem liberais, até um limite.

- Tem sim, precisa de dinheiro? – Ele pegou a chaves e fomos até o carro.

- Não, já peguei com a mãe. – Disse, Eu tava bem animada. Gostei muito das meninas, mas não me dei muito bem com a Júlia. Nós éramos bem diferentes.

- Chegamos ta com o celular não é? – Ele dizia me olhando sério.

- Estou sim, vê se atende quando eu ligar ok? – Brinquei.

Desci e entrei no bar, para me dar com uma surpresa desagradável.

Lucas POV

Quando eu olhei para a porta do bar tive uma surpresa. Eu realmente estava boquiaberto com o que via. Ela estava linda, aquele estilo dela, aqueles cabelos longos soltos jogados. Aqueles olhos me enfeitiçaram.

Sorri para ela, mas ela mostrava uma expressão de completa surpresa, ela estava me encarando como se não gostasse de me ver ali, talvez ela realmente não gostasse.

Virei-me e continuei a falar com os meninos. Quando a Carol se levantou e deu um imenso grito.

- BUBEEEEEES, você FINALMENTE chegou não é? – Ela foi e deu um abraço na Bruna, que retribuiu e ficou rindo da reação da amiga. Aquele sorriso dela me deixava louco, o que estava havendo comigo?

Bruna POV

Eu realmente não acreditava que ele estava ali. Que merda, isso vai dar merda. – pensei. Ele sorriu para mim e se virou. Como se soubesse que eu não gostava de tê-lo ali.

A Carol quando me viu, gritou e me deu um imenso abraço. Reparei que o Lucas me olhava. Mas que porra, por que eu ficava olhando para ele?

- Oi Carol, cheguei um pouco tarde não é? – Ela foi me levando até a mesa. Quando vi, tinha uns meninos que nunca vi.

A Carol fez questão de me apresentar cada um. O João e o Leandro.

- Então esses são os meninos da banda? – Falei olhando para Lucas.

- São esses mesmos. Eu sou o guitarrista. – Ele falou num modo exibido, mas não liguei.

- E qual é o nome da banda mesmo? – Perguntei curiosa em saber mais.

- Somos os Broken Skulls. – Dizia ele animado. – Gostei do nome. – Disse, sorrindo depois. Senti-me uma boba depois.  

Ele ficou me falando como a banda se formou que eles estavam animados e tudo mais. Até que vi no relógio e já era 2h da manhã, nesse tempo todo a Júlia me fuzilava pelos olhos. Quando vi todos já tinham ido e só ficou eu e o Lucas no bar.

- De novo sozinhos. – Dizia ele me olhando tentando me seduzir, ou sei lá.

- Pois é... Vou ligar para o meu pai vir me buscar. – Fiquei procurando na minha bolsa o meu celular.

- Ei, não precisa eu te levo. Eu to de carro. – Dizia ele, me olhando de uma forma que não conseguia decifrar.

- Você bebeu Lucas, não vou a lugar algum com você desse jeito.  

- Eu ligo para o meu pai e você vai comigo ok? Você não ta em condições de dirigir. – Acrescentei.

- Eu faço o que você quiser minha pequena. – Ele falou com um sorriso safado no rosto. QUE IDIOTA!

- Primeiro para com essas insinuações se não eu te largo aqui, segundo eu NÃO sou sua pequena ouviu? Poxa Lucas eu quero ser sua amiga, quero mesmo. Mas você tem que parar me tratar como se eu fosse uma das meninas que você conhece e que elas ficam louquinhas para transar com você.  Vê se para de tentar me conquistar ok? – Disse totalmente séria.

Ele riu, mas ele riu muito alto. Todo mundo que estava no bar ouviu o exagero dele.

- Sério definitivamente você tem que ser minha amiga. – Revirei os olhos, liguei para o meu pai.

Um pouco depois ele chegou, nós entramos no carro e meu pai foi até lá em casa. Lucas e o meu pai se deram muito bem. Ficaram conversando, o que me deixou furiosa.

Quando chegamos meu pai entrou e eu fui até a casa de Lucas levar ele. A casa era na mesma rua que a minha.

- Desculpa. – Dizia, ele estava com um olhar triste.

- Pelo que? – Fiz de desentendida.

- Pelo que eu faço e falo. Eu quero ser seu amigo. Mas eu sempre estrago tudo. – Ele ficou me olhando, esperando minha resposta.

- Eu reparei, esquece isso ta? Você não estragou tudo ainda. Agora entra, toma um banho e vai dormir. A gente ainda tem aula de manhã cedo. – Olhei para ele e lhe dei um abraço.

- Tchau. – Ele disse. – Me virei e sai. Quando virei para olhar ele estava sentado na porta, olhando para o céu.

Cheguei em casa e fui dormir, nestante eu  teria aula. Infelizmente.

Lucas POV

Ficamos conversando a noite toda. A Bruna era incrível, ela realmente não era igual as outras. Mas eu sempre estragava tudo.

Ela me levou até em casa e eu te pedi desculpas pelas minhas mancadas. E mesmo sabendo que ficou chateada pelo que eu fiz, ela ainda assim foi carinhosa comigo. Eu não merecia conhecer ela, passar um tempo com ela. A Bruna era maravilhosa e eu só um garoto idiota.

Fiquei sentado do lado de fora de casa, até que estava amanhecendo e eu fui dormir.