Fugindo De Um Erro escrita por Luana Brasil


Capítulo 7
Capítulo 7 - Empire State of Mind




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No dia seguinte depois do almoço eu fui até a sala de música e quando coloquei a mão na maçaneta ouvi vozes e um barulho meio sem coerência de piano.

-Não adianta- Ouvi uma voz que me era familiar dizer- Eu não sei tocar piano.

-Não precisa saber, é só tentar acompanhar o ritmo.

-Ai eu desisto. Acho que não vamos mais tocar no dia da arte.

Quando olhei do lado da porta vi um cartaz que tinha todas as informações sobre o dia da arte e um dos pontos mencionados me chamou a atenção: “Aberto ao público”.

“É amanhã? Como não fiquei sabendo?” pensei.

Eu entrei na sala e disse:

-O que ta acontecendo aqui?

Raphael e Gabrielle, os amigos de Lindsay, faziam de tudo para decifrar os sons do piano, ou pelo menos tentavam.

-Nós queremos muito nos apresentar no dia da arte, mas essa criatura de Deus não ta tocando a música direito. - Gabrielle disse braba.

-Eu já falei e vou repetir: eu não sei tocar piano. - Raphael disse cruzando os braços.

-Hum- Eu disse sentando-me no meio deles- Que música vocês pretendem tocar?

-Empire State of Mind. Do Jay-z e da Alicia Keys.

- Eu sei tocar piano. Se vocês quiserem, eu toco e vocês cantam.

-Claro que queremos. - Gabrielle disse empolgada- Então vamos ensaiar.

Nós tocamos até umas 8h.

-Não se esqueça Megan, amanhã roupa preta e dedos afiados. - Gabriele disse. - Boa noite.

Fui para o meu quarto e quando abri a porta flagrei a Lindsay com uma escova na mão, perto da boca, andado de um lado para o outro e cantando de olhos fechados. Eu apaguei e acendi as luzes do quarto para ver se ela notava que eu estava ali. Deu certo. Ela levou um susto, deu um grito e me olhou brava. Então comecei a rir.

-Não teve a menor graça. - Ela e disse jogando a escova na cama

-A teve sim. Você que não viu você cantando de olho fechado- Eu a imitei e comecei a rir- Muito hilário.

-Onde você estava que eu não te vi o dia todo?

-Na sala de música. Eu vou tocar Empire State of Mind no dia da arte. E você, o que você vai cantar?

-Como você sabe que eu vou cantar no dia da arte?

 -Chego aqui e vejo você treinando com a escova você quer que eu pense o que?

- Desculpa. Eu tava voando.

- Percebi

- Eu vou cantar Word behind my wall. Conhece?

-Conheço. É do Tokio Hotel.

Ficamos um pouco mais acordadas arrumando o quarto e fomos dormir assim que soou o toque de recolher.

Às 6h o relógio apitou e eu e Lindsay levantamos num pulo. Tomamos um banho rápido e nos aprontamos. Depois que estávamos prontas, começamos a nos maquiar. Quando deu 6h30m descemos e o pátio estava com todos os abrigados arrumados para se apresentarem. Eu, Raphael e Gabrielle nos encontramos e ensaiamos três vezes antes dos portões do abrigo se abrirem para o público.

Sete horas os portões foram abertos e várias pessoas entraram. Acomodaram-se nas cadeiras que havia na frente do palco que tinha sido montado, onde estavam todos os instrumentos, tanto musicais quanto de arte. Nós ficamos atrás do palco esperando nossa vez.

-Senhoras e senhores, meninos e meninas bom dia e bem-vindos ao dia da arte onde nossos abrigados mostram o que sabem fazer de melhor. Vamos começar. Com vocês Britney Fort com a interpretação do nosso hino nacional.

Cinco apresentações na frente fomos chamados. Enquanto tocava aquela música imagens da minha linda Nova York passavam pela minha cabeça. Eram imagens das ruas principais, daquela maravilhosa cidade, como: O Queens, 5ª avenida, Times Square e por fim a imagem da estatua da liberdade à noite com fogos de artifício enfeitando o céu, igual à última virada de ano que havia visto com meu irmão.

Quando terminamos nossa apresentação nós nos demos às mãos e fizemos uma reverencia na frente do piano e por fim descemos do palco.

-E agora com vocês Lindsay Wuliger, Nancy Futom e Gary Minor tocando a música “Word behind my wall”.

Estava conversando com Gabrielle quando alguém cutucou meu ombro.

-Oi Megan.

-Vincent! - Eu dei-lhe um abraço - O que você faz aqui? Pensei que estava de castigo.

-E estava mesmo, mas ai o Pânico foi lá em casa e disse pro meu tio que ia ter esse dia da arte e aí ele liberou. – Ele olhou para o palco e continuou:- Aquela é a Lindsay?

-Ela mesma. Você tinha que ter visto ontem ela treinando com a escova. Muito engraçado.

-Eu faço idéia. Vamos sentar.

Sentamos em um dos bancos de cimento do pátio. Eu agarrei o braço do Vincent, dei um suspiro e escorei minha cabeça no ombro dele.

-O que foi?- Ele perguntou encostando a cabeça na minha.

-Saudade de meus pais.

Ele se virou e me encarou com um sorriso.

-Meg, ninguém morre enquanto permanece vivo no coração de alguém. 4

-Que lindo Vincent. Posso te dizer uma coisa?

-Claro.

Eu o abracei:

-Amo muito você.

Ele sorriu

-Eu também amo muito você.

Então de repente ouvi:

-Psiu, psiu- Não dei muita bola na hora e ignorei- Ei Megan.

Quando ouvi meu nome me desprendi do Vincent e olhei para trás. Era o advogado do meu irmão, me levantei e fui até ele.

-Megan o juiz deixou você participar da audiência que vai acontecer no dia 22 e se você quiser mesmo voltar para o seu irmão você tem que comparecer sem falta. Uma assistente social vai vir aqui para te buscar. Bom, tenho que ir. Tchau, nos vemos na audiência.

Voltei a sentar-me do lado do Vincent e contei-lhe o que tinha acabado de saber e não sei não, mas ele ficou estranho ao saber sobre a audiência.

                                                                   ٭٭٭

Os dias no Doutor Lourdes K. passaram e quanto mais se aproximavam do dia 22 de agosto mais tensa eu ficava. Será que eu voltaria a morar com o meu irmão ou só voltaria a sair daquele  abrigo apôs completar dezoito anos? Isso somente o tempo me responderia.

___________________

5 Autor desconhecido.(Por mim, pelo menos)


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