Perseus escrita por F dQueiroz


Capítulo 11
Cap. X - Futuro Sangrento - Part I


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores ;)
Bem não tenho nem onde colocar a cara devido ao tempo que estou sem postar, rsrs, mas finalmente estou de volta.
Boa leitura!



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Pov. Annabeth

Escuridão. Isso era a única coisa que eu via, fora o fraco brilho fantasmagorico da espada do filho de Hades. Eu sabia que se eu perdesse o brilho da sua espada não o acharia novamente. Fora isso os sons eram os mais diversos, como passos pesados vindo da caverna a nossa direita, gritos estridentes de ratos um pouco a frente e é claro um balido de bode atrás de mim que mais parecia uma sinfônica desafinada.
O Caminho de Orfeu se estendia a nossa frente como a garganta de uma cobra peçonhenta. Deste que entramos parecia que estávamos em outro mundo, o que com certeza era verdade, pois se tudo fosse como as histórias nos desembocariamos em um dos rios do Mundo Inferior.
- Béééé, tem certeza que esse é o caminho certo - Grover baliu pela centésima vez - nós estamos andando a horas.
Nico estancou e logo se virou para encarar Grover com um olhar que prometia espetinho de sátiro.
- Sabe Grover - ele falou gotejando impaciência - se você não calar a boca logo, logo vai atrair um ciclope, e sabe o que ele vai fazer... nem queira ouvir garoto bode.
Grover agora parecia a ponto de abrir o berreiro de novo, mas deve ter pensado melhor, pois jogou uma lata dentro da boca e mastigou furiosamente.
- Nico! - falei, mas isso só o fez dar de ombros.
- Eu falo sério Annabeth, nós não estamos mais no mundo mortal, aqui é o lar dos montros, e meu pai não vai negar um petisco para um dos seus bichinhos só porque estamos em uma missão.
- Eu sei Nico, eu só ...
- Shhh - Nico nos fez sinal pra ficarmos quietos e apurou os ouvidos.
A princípio não ouvimos nada, mas depois passos e sussuros eram inconfundiveis. Em menos de dois segundos nos escondemos atrás de uma das rochas que ladeavam o caminho e esperamos o que não demorou muito, pois logo apareceu a fonte do barulho.
Cinco telquines caminhavam carregando uma grande caixa que chacoalhava tanto quando o coletivo em horário de pico.
- Ei Ross, eu já posso sentir o cheiro de semideus, ah cara não vejo a hora.
- Eu também Cross, já estava cansado de comer carne de píton todo dia, quando...
- Silêncio! - berrou o maior deles que vinha logo a frente e com certeza era o líder do grupo - Depois vocês podem comer quantos semideuses quiserem, mas primeiro devemos fazer o pedido do nosso mestre.
- Rsrs, eu só quero ver a cara daquele traidor quando ...
- Cale a boca Ross.
- Mas foi o Cross, senhor.
- Que seja, vamos eu também quero ver apanho um semideus, minha avó tinha um receita ao molho que eu...
As vozes morreram quando Ross e companhia entraram em uma das cavernas. Grover balia, mas estava mais para um sapo coaxando, já Nico estava tão branco quando um fantasma e apertava sua espada de ferro estige como se fosse a própria vida.
- E-eu acho melhor nos apressarmos - falei com esforço.
Nico me olhou e apenas assentiu antes de se colocar de pé e caminhar mais a fundo daquela escuridão. Depois do nosso encontro com os telquines a cada mínimo barulho parávamos, mas não falamos mais nada.
A medida que avançamos a caverna parecia adquirir uma coloração vermelha, fora o calor que agora empava nossa camisas. E foi de uma vez que chegámos a um rio de cor vermelho sangue.
- Flagelonte - Nico falou quando me viu encarar a água que mais parecia sangue.
- Flagelonte? Mas não deveria ser...
- Um rio de fogo - Nico completou - sim, mas esta parte do rio está bem próximo do mundo mortal, por isso ele perde um pouco dos efeitos.
- Mas nós não estamos no Mundo Inferior? - perguntei olhando o rio vermelho e aquelas paredes de um verde-musgo doentio.
- Sim e não - Nico falou olhando para Grover que babava um lada de dieth coca - Essa é a parte mais acima Mundo Inferior, tanto o palácio do meu pai quando as demais coisas ainda estão bem abaixo.
- Então ? - perguntei já que o infeliz parou de falar e me olhava como se eu fosse o Oráculo e devesse adivinhar.
- Então que aqui mora alguém que pode nos ajudar.
Nico agora tinha um sorriso satisfeito e começou a andar na direção oposta ao rio. Grover e eu nos apressamos para acompanhar os passos dele. Se isso não fosse uma missão eu com certeza estriparia esse idiota, por se achar tanto.
- E que é essa pessoa, será que ela tem agum nome ou eu sou insignificante demais para saber. - Nico me olhou com as sombracelhas arqueadas e disse.
- Você vai gostar dele.
Depois de termos perdido quando tempo estávamos andando, logo a nossa frente cono se simplesmente houvesse se materializado no ar, uma simples casa forrada de palha surgiu.
- Olha antes de qualquer coisa não diga nada sobre seus pés.
- Pés? - Grover perguntou pela primeira depois que venceu seu medo - Porque...
- Ele está vindo, só lembre o que eu falei - Nico se virou e caminhou na direção de um velho curvado com um manto arrastando no chão.
- Pare ai semideus - o velho falou com a voz esganiçada e tossindo - aqui não tem nada pra você, eu já vejo, você vai...
- Espere! - Nico gritou, branco como um papel, seja lá que fosse o vovô era capaz de assustar o filho de Hades - Nos só viemos procurar respostas.
O velho parou por alguns segundos olhou Nico antes de cuspir no chão e se virar resmungando. Mensagem recebida, nós não éramos bem-vindos.
Nico começou a revirar a mochila desesperado até que tirou um saquinho de Ms&Ms e sai correndo atrás do velho.
- Espere nós temos como pagar - Nico falou sorrindo para o velho que estancou e virou a cabeça devagar.
Deuses. Quando ele viu o pequeno pacote de chocolate nas mas de Nico deu o sorriso banquela mais feio que eu já vi na vida. Os olhos se alargaram como duas lâmpadas de 15000 Wats.
Nico se virou pra mim e piscou o olho. Somente balancei a cabeça e voltei a encarar o homem. As roupas dele lembravam aquelas que os sacerdotes usavam antigamente, fora que estava parecia ter visto dias melhores. Não havia um centímetro do pano que não foi remendado.
- Hum... certo - falou o velho se virando e indo em direção a casa - venham comigo.
Nico foi na frente seguido por mim e Grover, que agora estava estranhamente quieto. Olhei para ele vi que o pobre sátiro estava com o queixo tremendo.
- Calma Grover - falei tocando em seu braço - tudo vai ficar bem.
- Eu sei é só, que ele me lembra alguém - ele falou como se esforçasse para tirar algo da cabeça.
- É só impressão Grover, quantis velhos sem dentes viciados em chocolate você conhece? - certo o olhar tipo "você é idiota" dele me falou tudo.
- Vamos Nico está nos chamando.
Ele agora estava na entrada da pequena cabana nos chamando para apressarmos. Dentro não via muita coisa. Quatro pequenos bancos de madeira, uma mesa e um candeeiro faziam parte da casa.
- Vamos, vamos se sentem - falou o senhor se sentando em um banco e arrastando outro para apoiar os pés.
- Hum... senhor ? - chamei atraindo sua atenção - qual o seu nome.
Ele me lançou um olhar horrorizado como se fosse uma blasfemia que eu não soubesse seu nome.
- Hora! O que eles tem ensinado naquele seu acampamento em? Meu nome é Calcas, que outro você pensava que eu fosse? - completou resmungando baixo.
Calcas? Não podia ser, mas quando olhei para o velho sentado na minha frente só pude sentir meu estômago se revirar tanto que parecia mais uma pista de bolero...


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Notas finais do capítulo

Bem fico esperando os reviweis ;) , 2° parte sai na sexta então até lá.

Fabrício Q.