Perseus escrita por F dQueiroz


Capítulo 10
Cap. IX - Caminho dos mortos


Notas iniciais do capítulo

Oi Leitores(as),

Bem eu sei que demorei, faz um mês desde que eu postei o último capítulo, mas agora chegou mais fresquinho pra você ;)
Quem acompanha minhas fics saiba que eu atualizei Boulevard of Brokem Dreams, rsrsrs, algumas leitoras estavam realmente bravas pela demora depois passe lá e dê uma olhada.
Boa leitura e não deixem de ler as notas finais!



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Pov. Annabeth


        O percurso do acampamento até o centro de Nova York foi silencioso. Grover parecia prestes a ter um ataque apopletico, pois balia a cada cinco segundos e roia o metal do cinto de segurança como se fosse uma relaxante bala de hortelã.

   Já Nico, mesmo aparentando sempre estar relaxado, nesse momento estava mais pálido do que de costume.

 Alguma coisa no modo como ele me olhava me perturbava muito, mas por enquanto decidi ignorar. Todos estavamos sentados no banco de trás perdidos cada um em seus próprios pensamentos.

Argus estava atento a todo tipo de movimento, afinal isso não era problema para alguém que tinha uma visão privilégiada, ou como no seu várias visões privilegiadas.

       Eu tocava o pequeno pingente em forma de tridente procurando uma resposta. Eu não fazia a menor idéia de por onde começar a procurar.

Ou melhor eu sabia por onde começar, mas aquilo não ajudava muito. O mundo inferior não era o melhor lugar para os vivos, muito menos se esses forem semideuses.

        Aquela era minha primeira missão. Eu era a lider. Todos dependiam de mim, mas eu sabia que não podia contar com ninguém. Minha mãe havia deixado isso claro.
    
Fora que eu ainda tinha a sensação de que tudo isso fazia parte de algo maior. Quem me olhasse agora veria meu rosto resoluto, mas por dentro a apreensão me corroia.

Meu sonho ainda me perturbava, não apenas por ter sido assustador, mas pela intensidade. Aqueles olhos verdes...

Suspirando olhei para o rio Hudson que corria logo abaixo. Sua cor barrenta tão diferente daqueles olhos. Quando chegamos, foi preciso que Grover me chacoalhasse para que eu saisse do carro.

Quando saiu com o rosto em brasas pelo caminho dos meu pensamentos, Nico estava ali parado batendo o pé impaciente. Ele me lançou um olhar pedregoso, e saiu caminhando pesadamente em direção ao Central Parque.

Suspirei mais uma vez tentando me acalmar. Nico não ajudava nem um pouco com seu mal humor. Argus nos olhou mais uma vez antes de ligar o furgão com o slogan Morangos Colina Meio-Sangue e fazer o caminho de volta.

Grover e eu caminhamos rápido e em silêncio por algum tempo para alcançar Nico que já estava vários metros a nossa frente.

- Annabeth - Grover chamou baixo andando atrapalhadamente com as muletas ao meu lado - você não acha isso estranho?

- Claro que acho Grover, estamos em uma missão para acabar com a pior guerra de todos os tempos e nenhum monstro nos...

- Não! - falou balançando a cabeça frenéticamente - não isso, quer dizer isso também, mas eu estava falando sobre ele - olhou discretamente para Nico que estava agora a poucos passos a frente - eu não gosto do jeito que ele me olha... ou olha pra você...

Olhei para Grover que ainda parecia assustado. Mas sua aparência pouco ajudava a esconder seu medo.

Grover era um sátiro com cabelos castanhos cacheados e enormes olhos que agora pareciam duas enormes jabuticabas dignas do guiness com exesão de que essas não eram jabuticas e sim os olhos de um bode muito assustado.

- Grover - falei tentando ser suave - eu também não gosto disso, mas Nico está aqui para nos ajudar, você não precisa se preocupar... ele não vai fazer nada - falei tentando convencer mais a mim do que ele.

- Eu ainda não gosto disso.

- Vocês vão continuar cochichando ai? - Nico falou parando alguns metros a frente nos olhando aborrecido.

- Você ao menos sabe para onde estamos indo? - perguntei lhe lançando um olhar afiado.

- Claro - falou e simplesmente me deu as costas voltando a andar. Fechei os punhos tentando controlar a raiva e o segui caminhando pesadamente.

- Eu já falei que não precisamos ir tão para baixo assim? - Grover falou balindo tristemente.

Caminhamos um pouco mais nos aprofundando no Central parque. Aos poucos a quantidade de pessoas começava a rarear.

Por incrível que pareça não encontramos nenhum monstro, mas eu sabia que essa sorte não duraria por muito tempo.

Semideuses eram como sinalizadores para os monstros, e muito mais se esse semideus fosse filhos de um dos três grandes como Nico.

Grover caminhava tropeçando nas raízes, balindo e olhando para os lados nervosamente com os olhos tão grandes como pratos.

Eu não podia culpá-lo, afinal eu também estava apreensiva. A todo instante eu olhava por sobre os ombros temendo ser supreendida por um ciclope ou um gigante canadense. Ah acredite, você também não vai querer se encontrar com aqueles bundas azuis.

Nico caminhava relaxado, mas eu podia ver a tensão nas suas costas. Ele também estava alerta. Apesar de estar usando um bota negra Nico era tão silencioso quanto uma sombra.

Mais da metade do barulho que se escutava naquela parte afastada do Central Parque era causada por mim e por Grover que vez ou outra estatelava a cara em um galho baixo.

Chegamos em uma clareira de pouco mais de três metros de diâmetros. As sombras ali pareciam mais densas que as outros e o ar parecia esfriar a ponto de me fazer tremer.

- Chegamos - Nico e Grover falaram ao mesmo tempo, mas em tons diferentes.

Nico parecia alguém feliz por chegar em casa, já Grover parecia prestes a abrir o berreiro.

Eu olhei para as sombras mais atentamente e pude sentir como se braços gelados estivessem querendo me puxar para baixo.

- Esse é o caminho de Orfeu - Nico falou e eu o olhei sem acreditar - ao menos esse é o caminho para o mundo inferior que nós temos o outro fica em Los Ângeles.

- Vocês tem certeza que temos que ir por ai? - Grover falou com o rosto doente.

- Você não precisa nos seguir sátiro, não vamos precisar de...

- Escute Grover - falei mandando um olhar gelado para Nico por ter aberto a boca - você também escutou a profécia, eu não sei o que temos que procurar lá embaixo, mas eu sei que temos que ir por alí e NÓS vamos precisar de você - completei olhando desafiadoramente para Nico o impelindo a questionar coisa que não fez.

- Tudo bem - Grover falou com a voz trêmula - então como entramos?

- O problema esta aí - Nico falou trocando os pés - como toda porta ela tem uma fechadura, quando Orfeu a abriu...

- Ele usou a música de sua harpa como chave - completei olhando fixamente para sombra.

- Bem sim... mas não precisa ser uma harpa... você... você não canta não é? - Nico perguntou e demorou pouco mais de um segundo para eu perceber que a pergunta era para mim. Meu rosto esta queimando quando abri a boca.

- Não é da sua...

- Eu já sei - falou Grover evitando uma discussão eminente e tirando uma de suad flautas de bambu - isso pode resolver.

- Eu não tenho certeza... - Nico começou a falar, mas Grover já havia começado a tocar a inconfundivel melodia de Hilary Duff e também a única que ele conhecia.

De começo nada aconteceu, então simplesmente as sombras começaram a se desvanecer como se fossem fumaça dando lugar a uma passagem de no máximo dois metros de altura.

O ar que subia da boca da caverna era gelado e ao mesmo tempo quente. Era como se a própria morte caminhasse pelos meus ossos.

- Vamos? - Nico perguntou com o primeiro sorriso feliz que eu vi deste que o conheci.

Sem nem nos esperar Nico já estava caminhando em direção ao caminho que podia muito bem ser minha cova. Suspirando uma última vez no mundo dos vivos caminhei pesadamente em direção ao estranho caminho, sendo é claro seguida por um sátiro tão assustado quanto eu.
    


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Notas finais do capítulo

Eu sei que ficou bem curto comparado aos meus outros capítulos, mas o próximo vai ser maior ok.
Não deixem de comentar, favoritar e se você realmente gosta dessa fic recomende e faço esse pobre autor feliz ;)
Próximo capítulo semana que vem com a participação espcial de... Sally Jackson.

Beijos para todas as lindas semideusas que acompanham minhas fics e... hum... bem um abraço pro restante da galera, rsrs ;)

Fabrício Queiroz