Caixa Postal escrita por Evangeline


Capítulo 21
Capítulo 21: Pesca


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por lerem. ~♥ E Obrigada a nova leitora, a kiki. :3
Decidi fazer o capitulo em homenagem e vocs, mesmo ninguem tendo comentado no captulo anterios (ainda



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Fui para a escola e tudo foi normal. Eu estava mais próxima da Chris. Estava tudo dando certo, até conheci a colega dela de outra turma. Era uma garota bonita, de cabelos escuros como chocolate, assim como seus olhos. Era tímida e só falava algo quando necessário, e quando falava mostrava ter uma voz linda e angelical. Era um doce de pessoa. Ela tem 16 anos e se chama Charlotte. Um nome lindo e completamente adequado à ela.
Ela era muito apegada a Chris, afinal, não que eu a ache feia, mas geralmente aquele tipo de garota bonita não gosta andar com...
Meu pensamento foi pego de surpresa já que estávamos no banheiro diante do espelho. Eu era o tipo de garota de bonita que geralmente não andaria com a Chris.
Ri mentalmente daquela situação.
– Então Juli... E o Davi¿ - Me perguntou a Chris me fazendo ficar um tanto surpresa e coçar a nuca.
– Que tem ele¿ - Perguntei sem jeito.
– Todo mundo diz que você é a garota dele... – Disse Charlotte. Eu corei um pouco.
– Não sou a garota dele! Ele anda dizendo isso¿ - Perguntei ainda muito surpresa e vermelha.
– Se não é, porque está vermelha, e por que se importa tanto¿ - Perguntou a Charlotte de novo rindo um pouco com a Chris.
É mesmo... Eu não devia ficar assim se ele é só um amigo.
– Ora, não quero que pensem algo que não é verdade. – Expliquei com um pouco de dificuldade.
– Sei... Então vamos para o parque¿ - Perguntou a Chris animada.
– Vamos. – Consenti com a Charlotte que sorria.
Quando saímos do banheiro o Davi estava encostado no final do corredor, perto da saída e acenou para mim.
– Parece que ele estava te esperando. – Disse a Charlotte. – Fica pra outro dia pelo visto... – Falou para a Chris. Elas foram caminhando e foram embora. Eu tinha esquecido que tinha usado o coitado do Davi para me livrar do Bruno. Suspirei e caminhei até ele.
– Então para onde a senhora que ir¿ - Ele perguntou sorrindo e eu ri também. Na verdade, até que seria bom fazer algo com ele.
– Hm, eu nunca fui em nenhum shopping por aqui. – Confessei como se fosse algo de outro mundo.
– Oh, coitada, como pode¿! – Ele brincou e fomos até a parada do ônibus falando besteiras.

Eu cheguei um pouco tarde em casa, considerando que largo de meio dia. Quando cheguei eram seis e meia, mas meu pai não tinha chegado ainda.
O dia tinha sido bom. Fomos ao shopping, tomamos sorvete, entramos em lojas de pelúcia, olhamos para o horário do cinema, mas não fomos. Sabe como é, ia ficar parecendo um encontro.
É isso!
Será que ele achou que era um encontro¿ Não, eu não fiz nada para ele achar isso. Não tocamos sequer nas mãos um do outro. Ele não me pagou nada e nem fez nada do tipo.
A verdade é que viver na casa do meu pai era bom por isso. Eu podia sair o quanto eu quisesse nos horários em que ele não estava e se eu quisesse sair a noite era só chamar o Lucas. Eu me sinto até um pouco egoísta e falsa falando isso, como se eu o usasse, mas a verdade é que eu nunca tinha feito isso, então era só um pensamento egoísta.

POV Davi ON

Foi estranho ir ao shopping com ela. A verdade é que eu queria ter entrado naquele maldito cinema só pra segurar a sua mão em algum momento sem precisar tomar coragem de enfrentar aqueles olhos.
Tomei um banho demorado e fui para o computador. Ela havia postado as fotos de hoje, eu com um bicho de pelúcia, nós dois com um golfinho de pelúcia enorme no meio, eu que secretamente apelidei de Bruno.
Eu fui dormir sem cartaz nenhum pela janela, quando vi que ela havia pendurado um na janela dela escrito “Boa Noite”. Eu até ri um pouco quando vi, e inconscientemente respondi sussurrando um ‘boa noite’ fraquinho e sem jeito.
O resto da semana passou normalmente.
Eu passei a desenhar para ela pela janela, e ela desenhava para mim também. A vezes ela me mostrava o cartaz de cabeça para baixo, me arrancando algumas gargalhadas. Uma vez seu pai entrou no quarto e ela fingiu que estava fazendo algo enquanto eu me abaixei o mais rápido que pude, e quando ele saiu ela apenas escreveu. “Uffa”.

Chegando o final de semana meu pai me levou para pescar, sabe-se lá deus porque.
A verdade é que eu nunca vejo meu pai. Sempre que eu saio pra escola ele já saiu, ou está dormindo então eu não o acordo. Sempre que chego a tarde, ele ainda está fora e a noite ele chega tarde e vai dormir, ou se chega mais cedo não em incomoda no meu quarto, come algo e vai dormir.
É assim para todo filho morar sozinho com o pai¿
Eu não sou filho único. Eu tenho uma irmã um pouco mais nova, filha dele com uma outra mulher que eu sequer conheço, ele se separou rápido dela.
Eu nem sei o nome da minha irmã, e nem sei se tenho mais irmãos. Mas não me importo muito, afinal sou um sem futuro, lembra¿
Enfim, fomos pescar, é fomos pescar.
Não tínhamos um pingo de assunto.
Lá estávamos eu e o coroa diante de um lago, cada um com uma vara e com suas fantasias de pescadores (o chapéu estranho). Lançamos as linhas, sentamos ali naquele pequeno “porto” de madeira, deixando os pés pendendo, quase tocando na água.
- Então filho... – Ele tentou começar a falar, mas pelo visto não tinha nada em mente. Eu tinha. Mas não ia jogar na cara do meu que eu quero saber o que ele faz, onde ele fica este tempo todo, nem que eu quero conhecer minha madrasta, saber se tenho mais família. Eu devo minha cama e minha comida a ele.
- Sabe que faculdade vai fazer¿ - Ele perguntou sem querer de verdade saber a resposta.
- Eu pensei em música... – Murmurei alto o bastante para que ele ouvisse. Ele pareceu um tanto surpreso.
- Música¿ - Certificou-se.
- Sim.
- E você sabe tocar algum instrumento¿ - Ele perguntou. Eu suspirei baixo.
- Sei sim. – Ele parecia realmente impressionado.
- Tipo qual¿ - Perguntou depois de um tempo, talvez para não ficar sem assunto.
- Teclado... violão... baixo... – Citei.
- Ah... deve fazer sucesso com as garotas. – Foi o que ele disse. É, meu pai é tabacudo mesmo.
- Nem tanto. – Eu disse um pouco sarcástico.
- Mas você está... gostando de alguma¿ - Ele perguntou sem parecer ter palavras.
- Ah, na verdade sim. Eu acho. – Eu respondi naturalmente, e ele pareceu surpreso de novo.
- Sério¿ - Certificou-se novamente, eu apenas assenti. – E como ela é¿ - Perguntou me fazendo abrir um meio sorriso.
- Ela é doce, mas é forte... É descontraída e um tanto misteriosa... – Falei viajando nas minhas próprias palavras.
- E bonita. – Meu pai riu.
- Sim, linda... – Falei com o olhar distante. Lembrei dos olhos, cabelos, sardas, voz... lembrei do seu cheiro, seu aroma.
Passamos algum tempo calados, até que eu suspirei.
- Ihh... Perdi meu filho... – Ele brincou. Desta vez eu ri. “Talvez você nunca o possuído...”.
O Final de semana se arrastou, até que eu cheguei em casa.


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Notas finais do capítulo

E...? *O*
Lembrando Movida a reviews. u-u