Caixa Postal escrita por Evangeline


Capítulo 11
Capítulo 11: Catarina


Notas iniciais do capítulo

Vamos láá!! ♥



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POV Davi ON

Quando cheguei em casa, aqueles cabelos ruivos não saiam da minha mente. As lágrimas, aquela expressão. Como eu queria voltar no tempo... para quando estávamos no parque, quando ela se deitou sobre mim. Aquele cheiro, aquele toque...
Meu velho amigo Gustavo até me chamou para sair, mas eu estava sem ânimo.
Fiquei no quarto e tentei dormir, mas não conseguia. Nada tirava aquele rosto da minha mente. Então pela primeira vez em algum tempo eu resolvi ligar o computador.
Entrei no meu facebook como qualquer adolescente viciado faria. Haviam atualizações do meu velho amigo, Gustavo. E de um monte de gente da escola. Engraçado como ninguém naquele inferno gosta de mim, mas todos me querem como amigo no facebook.
Isso é completamente irônico e ridículo. Mas era interessante ver até onde as pessoas iam com sua falsa identidade virtual. Tentei achar a Juliana no facebook, mas eu não sabia o sobrenome dela. Isso me fez ver o quão pouco eu a conheço, foi desanimador.
Fui ver as fotos do passeio do Gustavo. Sabe, ele foi um dos únicos amigos que eu já tive. Tinhamos discursões longas e cansativas, mas acabamos decidindo que ele era ruivo-merda. Isso mesmo, o cabelo dele era escuro e meio vermelho, quase vinho. Tinhamos vários apelidos para a cor do cabelo dele.
Ele tinha ido ao cinema com alguns amigos novos. Um loiro e um moreno. Aos lados dos três tinham garotas, duas de cada lado. A foto foi tirada pelo próprio Gustavo, portanto não estava aparecendo muito bem. Os três garotos estavam com o rosto inteiro aparecendo, e uma garota morena também, mas as outras três só apareciam parcialmente. Essas fotos do instagram são tão apertadas... Uma das três estava só com o decote aparecendo, a outra estava com a mão embaixo da camisa do loiro, tinha uma abraçada com o moreno e a ultima estava aparecendo sorrindo de boca aberta, tinham três com um enorme decote, e a que estava abraçada com o moreno parecia mais tímida, usava um casaco do batman, e não estava com o rosto aparecendo, nem sequer a cabeça, mas alguns fios podiam ser vistos, e eu me arrumei na cadeira ao ver os fios cacheados e ruivos.
Fiquei olhando aqueles fios por um longo tempo, e só depois fui ler os comentários.
Luana: KKKKKKK, foi ótimo, ainda bem que você nos chamou Lucas!
Daniel: Eh foi engraçado... essa ruiva me paga ein¿ kkkk
Lucas: Deixa de recalque cara, ela é mais macho que muito cara por aí, e não mexe com ela ein?
Gustavo: kkkkkkk, ficou triste foi Daniel?
Daniel: Affe cara, me deixa. Cade? Marca a ruivinha aí!
Lucas: Olha Juliana Noqueira, ele ficou com saudade! Kkkkkkkkkk
Juliana Nogueira: Ele tem medo de falar meu nome é¿
Luana: kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Gustavo: kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Lucas: lol kkkkkkkkkkk
Daniel: Affe…
Lucas: Precisamos fazer isso mais vezes. XD
Juliana Nogueira: ^^ é... me ajudou bastante.

Ajudou... ? Eu a machuquei tanto assim? Eu... como uma garota que eu acabei de conhecer pode se tornar tão importante para mim?
Suspirei e fiquei um tempo olhando para aquela mecha ruiva, lembrando de quando a vi pela primeira vez, e tudo o que se passou adiante, até as lágrimas.
Parei um pouco para pensar em Catarina... Acho que devo contar como foi naquele dia atrás da quadra.
Ela estava abaixada no muro, abraçando os joelhos e chorando muito. Soluçava de modo que atrapalhava sua respiração. Catarina tem os cabelos grandes e loiros, são bem grandes e bem macios. Acho que ela é a única loira natural que tem naquela escola. Eu parei na sua frente e me abaixei, colocando a mão em suas costas.
Ela me olhou por algum tempo. No fundo ela sabia que não tinha nada a ver comigo, nem com ela. Eu podia ver seu rosto molhado, as lágrimas caiam sem cessar. Eu me encostei no muro ficando ao lado dela e me sentei, fazendo ela seguir meu movimento, ela fez o mesmo e me abraçou. Eu fiquei perplexo e logo a abracei de volta.
Depois que seus soluços cessaram, ela me olhou levemente confusa. Aquela expressão, aqueles olhos cor-de-mel, aquela boca carmesim e o seu perfume doce e viciante. Eu já amei aquela garota, e agora ela estava ali, impaciente, carente, sensível... fraca...
Eu coloquei a mão em seu rosto, e alisei o mesmo até ficar com os dedos embaixo de sua orelha, entrando no couro cabeludo e alisando sua bochecha com o dedão. Ela deixou a boca entreaberta, enquanto olhava para a minha. Seu rosto ainda estava molhado.
Meu rosto estava bem próximo do dela, até que nos beijamos. Segurei sua nuca e ela pousou as mãos sobre o meu peito, apertando minha camisa impaciente, tentando aumentar o ritmo daquele beijo.
Eu sabia que ela estava me usando... e tecnicamente eu também a usava.
Enquanto nos beijávamos, Catarina sentou-se no meu colo, fazendo-me abraçar forte sua cintura e alisar suas coxas. Eu estava beijando a garota mais popular e desejada do colégio, e ela retribuía, e queria mais. Mas eu sabia que não podia.
Ela avançava cada vez mais. Colocava a mão por dentro da minha camisa, desistia de tirá-la e logo segurava meu rosto, minha nuca, meus cabelos, freneticamente alternando entre eles, enquanto me beijava. Ela parecia sempre ter ar, sempre querer mais. Ela estava desabafando.

Quando ela parecia que ia explodir, quando ela devorava minha boca com a língua, quando ela já não conseguia ir mais rápido, nesse momento eu segurei seu rosto e o afastei. Ela me olhou implorando por mais, por atenção. Eu a sentei devidamente calma, coloquei suas mãos por cima de meus ombros e coloquei a as minhas em suas costas, beijando-a lenta e intensamente. Ela entendeu o que eu quis dizer e continuou no meu ritmo.

Depois disso, nos descobriram, e foi quando todos ficaram sabendo que a filha do diretor foi encontrada no colo, e beijando o filho da amante do próprio pai.
Finalmente consegui dormir.

Como eu faria para olhar na cara da Catarina e da Juliana amanhã?



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Davi:


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Notas finais do capítulo

Eu desenhei o Davi!!