Chinese Dragon! Soul Of Kung Fu. escrita por Leandro Carvalho


Capítulo 3
Aquele que protege


Notas iniciais do capítulo

E amanhã? É dia de quê?



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No meio de algumas árvores a frente dava para ver um teto alto, eu caminhei um pouco mais e cheguei na pagoda. Era realmente linda, só que não era muito alta, tinha uma parte cercada por água, como se fosse uma piscina.

Na frente tinha uma ponte pequena, daquelas que passam por cima da água, como se fosse um detalhe, só que eu tinha chegado por trás, escutei uns barulhos vindos de dentro da casa que pareciam uma briga, não de luta mesmo... Uma discussão. Peguei um caminho para ir pela frente, quando cheguei lá tive outra bela visão, uma garota sentada em uma mesa desenhando em uns papéis.

"Olá" eu disse.

Ela levantou a cabeça e me respondeu "Oi".

"Me falaram que esse é um ponto de visitas, resolvi passar..."

"Sim, é... Porém hoje estamos fechados, volte outro dia." Ela me interrompeu.

"Ei, foram uns 25 minutos de caminhada, você acha que eu vou simplesmente voltar?" Eu resmunguei.

"O que acha que eu posso fazer?" Ela falou se levantando da cadeira.

"Nada... Ei, que desenhos são esses?" Eu perguntei, enquanto olhava para os desenhos que estavam na mesa.
"Para que você quer saber?" Ela respondeu voltando a sentar na mesa.

Aproveitei esse momento para pegar uma das folhas,

"Aha... Dinastias antigas!" Eu exclamei assim que olhei para folha, tinha um lindo desenho de um guerreiro com roupas tradicionais que as dinastias usavam em guerras antigamente.

"Você desenha muito bem..." Eu falei novamente.

"Sim... Agora vá embora" Ela respondeu, mostrando uma face de estressada.

"Por favor, deixe-me ver pelo menos um pouco..." Eu estava quase implorando.

"Cara... Não depende de mim, porém..." Ela disse, deixando um vazio na frase.

"Porém..." Pedindo para ela continuar.

"Porém... Você luta algum tipo de arte marcial?" Ela perguntou com um rosto mais animado.

"Eu estou começando agora..." Antes que eu pudesse terminar novamente ela se levantou bem rápido, pulou por cima da mesa apoiando seus braços, e com as pernas me acertou com um chute, eu caí com as costas no chão.

"Covarde." Eu disse com uma cara de raiva.

Ela se abaixou e pegou alguma coisa de baixo da mesa que estava sendo coberta por um tecido branco, para minha surpresa era um nunchaku feito de madeira, eu me levantei.

"Um ataque de surpresa, e ainda usa armas..." falei, me levantando.

"E existem regras?" Ela perguntou.

Sem me dar tempo para responder ela começou a "brincar" com o nunchaku, usando uns movimentos que pareciam o básico, só que em uma alta velocidade.

"Que iniciante, eu com três dias de treino... Faço bem melhor do que você!" Respondi com um olhar de superior.

"Opa, então você só tem três dias de experiência?" Ela perguntou sorrindo.

"Com nunchaku sim"

Neste momento ela estava com a guarda baixa, foi perfeito para dar um chute na área do braço dela... Ela defendeu usando a corrente do nunchaku, nunca tinha visto algo assim antes.

Recuei com um salto, e entrei em uma base de luta do kung fu que eu fazia antigamente, o "Garras de águia", ela voltou o nunchaku para uma "base" passando a corrente por cima do seu ombro, segurando ele firmemente, atrás de mim era a "lagoa", não era bem uma lagoa porque era bem menor, e deveria ter só um metro de profundidade, mesmo assim aquele local era lindo, ela voltou a me atacar com o nuchaku eu me esquivei com outro salto, para o lado dessa vez, assim contra-ataquei com um soco... Esse bem no rosto dela, ela tentou enrolar minha mão com a corrente do nunchaku, ficou um pouco estranho, só que aquela corrente circulava os meus pulsos, ela fez uma força e me jogou para o lado aonde eu cairia na água.

"Não vou deixar!" Eu gritei.

Com a outra mão a segurei pelo braço e caímos nós dois juntos, nós nos levantamos ao mesmo tempo, na verdade aquelas águas estavam chegando até o meu estômago, ela tinha soltado o nunchaku na confusão, assim teríamos que lutar usando apenas socos já que a água atrapalharia os chutes, e estávamos bem próximos.

Começou aquele negócio, soco vai, soco vem, ela defende alguns e eu defendo outros, até um momento que ela bateu na água voando em meus olhos e me deixando sem defesa, assim ela me imobilizou com uma espécie de mata leão, saímos da água, e sentamos em uma pequena escada na entrada do templo.

"Você é bom." Ela disse.

"Você também." Falei.

"Afinal, você não pode voltar para casa com essas roupas molhadas, e se pegar uma doença?" Perguntou ela com uma cara de preocupada.

"Não esquenta, eu ficarei bem... E sua roupa também está molhada." falei já demonstrando sentir frio.

"Vem, entra. Não posso deixar você assim." Disse ela me convidando para entrar na pagoda.

"Obrigado, e você ainda não me disse seu nome, bela garota" Falei, praticamente pedindo para ela dizer seu nome.

"Não me chame de ‘bela’, seu idiota, meu nome é Mioh Shia". Falou ela com uma cara bem séria.

" Desculpe, Mioh Shia. Meu nome é Leandro Harushi, eu morava no Brasil, cheguei na China hoje na verdade." Falei sorrindo.

"Chegou hoje... Seja bem-vindo, qual foi o motivo de você querer morar aqui?” Ela perguntou parecendo bem surpresa.

"Não é que eu queira morar aqui, minha mãe veio, eu ainda nem sei a razão" E comecei a rir.

Ela ficou me olhando com uma cara séria.

"Cadê seu senso de humor velho?" Eu perguntei com uma cara de chateado.

Ela nem me respondeu, entrou logo, e me deu umas roupas masculinas para vestir, eu nem sei de onde ela tirou aquilo, por mim estava tudo bem, a gente ficou conversando e foi muito divertido, quanto mais falava com ela mais eu conhecia o país.

O celular dela começou a tocar, na verdade era o despertador.

"Droga, cara, já são 5 horas." Falou ela olhando para a tela com uma cara assustada.

"Qual o..." Eu ainda estava terminado a frase quando ela me interrompeu.

"Você precisa ir embora agora, por favor." Ela falou bem séria e caminhando até a porta.

"Tudo bem, posso voltar outro dia?" Eu perguntei, enquanto saia do local.

"Claro, e da próxima vez ganhe, viu?" Ela falou dando tchau e com um sorriso no rosto, parecia até outra pessoa.

"Pode deixar!" Eu falei sorrindo, e também me despedi dela.

Droga, já eram cinco horas. O que minha mãe vai pensar quando eu chegar em casa?

Ah, eu dou um jeito, pensei, e no final de tudo eu ainda esqueci da briga que teve lá em cima enquanto eu estava chegando.


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Notas finais do capítulo

Quem gostou?

Nesse capitulo tive ajuda de uma nova amiga, a Liz.

Ela me ajudou com o português ^^ (O meu é ruim ><.)

Espero que gostem, até o proximo capitulo de "Chinese Dragon! Soul of kung fu".

(ps: Estou precisando de uma pessoa com um conhecimento bom sobre a China para me ajudar em alguns detalhes.)