Como assim eles estavam falando com o Potter, rindo com o Potter, eles sabiam de tudo o que eu já tinha falado sobre ele. Eles concordaram com tudo, e agora, confraternizando com o inimigo, como eles ousavam fazer isso?

Acho que eu estava com uma cara muito estranha, pois assim que me viu, o Andrew chegou perto de mim e falou:

- Ô, Scorpius, fecha a boca cara, se não entra mosquito. Ele é legal, tem uma mente igual a nossa. – não conseguia acreditar nem no que via, nem no que ouvia, virei para ele e perguntei:

- O QUE? Você não falou isso! POR QUÊ?

- Ei já disse, ele é legal, não parece nada com o Potter que conhecemos e ouvimos falar, ele é gente boa, a mente é maléfica, ele tramou uma para o irmão dele aos sete anos, ele simplesmente terminou o namoro do irmão e ficou com a garota, ele tinha SETE anos e ficou com uma garota de NOVE, roubada do irmão. Sabe o que é isso?

O.K tinha de admitir, isso foi legal, mas não adiantava nada, ele era meu inimigo. Mas nessa hora eu me lembrei do que minha mãe tinha dito, para eu não ficar inimigo dos antigos inimigos do meu pai. Acho que eu posso tentar.

Entrei no quarto, e sentei na minha cama, fiquei observando eles conversarem, até que o Potter era legal mesmo, nos ajudou a programar a travessura para o dia seguinte, sim, estávamos programando algo bem divertido para amanhã. Fomos dormir, amanhã tinha aula.

Acordei primeiro que todos, eu não sei por que, não conseguia dormir, acordei Hunter, e esse acordou os outros com o grito que deu de ponta cabeça. Sim, usei o levicorpus com ele, só para descontrair um pouquinho, todos acordaram rindo, nem imagino a causa. Logo, Hunter, o Potter e eu estávamos de ponta cabeça e os outros rindo, eu comecei a sentir o sangue na cabeça, mas não parava de rir dos outros dois, principalmente do Hunter que foi acordado assim. Como foi o pai do Potter que trouxe esse feitiço de volta, ele era o único que sabia como nos baixar para o chão novamente sem ter que esperar o efeito do feitiço acabar:

- LIBERACORPUS.

Aah... Era fácil, trocamos de roupa e fomos para o salão comunal, lá encontramos a Julia e a May, estava meio mal com a Julia, mas, não sei como, eu acho que achava ela atraente, eu sei que não posso nem achar que a acho atraente, ela é uma sangue-ruim, não é uma boa ideia ter uma companhia assim quando se é um Malfoy.

Eu e os garotos, incluindo o Potter, fomos para o Grande Salão, a gente tinha que tomar café para antes das aulas.

As aulas passaram muito rápido, almoçamos, e fomos para o resto delas. Jantamos e fomos para o Salão Comunal, e novamente, esbarro com aquelas duas, mas dessa vez elas estavam com outras garotas, rindo e conversando, quando eu passei, elas olharam para mim com uma cara seria, enquanto as outras, outras três garotas, olhavam para mim com uma cara sonhadora, mas a cara da Julia e da May, me fizeram esquecer aqueles olhares sonhadores e falei, quase gritando para elas:

- ME DESCULPEM! EU SINTO MUITO! DESCULPEM-ME!

E falando isso, subi correndo para o meu dormitório, encontrei os meninos conversando e trocando de roupa, estava ficando tarde, demoramos muito para jantar. Os garotos estavam me enchendo o saco, estavam falando para eu ficar com a May, que achavam que ela estava me dando mole, e essas coisas, eu poderia ter uma pequena queda por ela, mas eu não conseguia admitir isso, eu gostava da Julia, mas com ela eu não poderia ficar.

Ficou nessa até tarde, até que eu decidi descer para tomar um ar, e lá embaixo quem eu encontro? Ninguém mais, ninguém menos do que a própria Julia, estava sentada em uma ponta do sofá, olhando a lareira, a única coisa vermelha e laranja na nossa sala verde, sentei-me ao lado dela, ela olhou para mim, não séria, mas triste e pelo jeito com sono, não consegui aguentar e perguntei:

- O que aconteceu Ju? – não parecia muito disposta a conversar, mas respondeu.

- O que você falou antes de subir, estava querendo mesmo ser perdoado?

- Mas é claro que sim, eu não consigo ter todas as aulas com você, te encontrar todos os dias de manhã e de noite aqui, sem que não me sinta com remorso do que aconteceu naquele dia. Você me desculpa?

- Mas é claro que sim. – dizendo isso, ela deu um sorrisinho, não aguentei, olhei no fundo de seus olhos, ela retribuía o olhar, tinha parado de sorrir, nós estávamos tão perto que eu conseguia sentir a sua respiração, não desviei o olhar do dela, coloquei uma mão em seu pescoço e a outra em sua cintura, cheguei alguns centímetros mais perto, meus lábios encostaram-se aos dela, minha língua pediu passagem, ela resistiu no começo, mas logo cedeu, eu consegui esquecer de minha existência com aquele beijo, era profundo, intenso, nunca havia beijado alguém desse jeito.

Separamos-nos e nos olhamos, dei um sorrisinho, ainda com uma mão no pescoço e outra na cintura dela, ela estava tão linda com o fago refletindo em seu rosto, me separei um pouco mais, tirando minha mão de seu pescoço e pegando sua mão:

- Quer namorar comigo? – O QUE EU TINHA FEITO? EU NÃO PODIA NAMORA ELA! SANGUE-RUIM!

- O QUE? Foi só um beijo, não podemos namorar! Sangue-ruim esqueceu? – ela lia pensamento?

- Não tem problema, podemos namorar escondido. Se por você tudo bem é claro.

- É CLARO QUE EU QUERO! – dizendo isso me deu um beijo bem carinhoso na boca e subiu para o seu quarto, fiquei mais uns 5 minutos lá tentando absorver tudo aquilo, e subi também, os garotos estavam acordados ainda, e me perguntaram o que eu estava fazendo lá embaixo, respondi que estava tentando sair um pouco das perguntas deles sobre a May, eles caíram direitinho, como conseguem ser tão idiotas?

Não sei o que aquela garota fez comigo, mas você não pode controlar seus sentimentos, mas pode controlar o que faz com eles, e eu resolvi pedir a garota em namoro, namorar escondido é sempre mais legal.

...

Passaram-se dois meses desde o dia em que pedi a Ju, as coisas estavam cada vez pior, os garotos estavam, desconfiando cada vez mais, a única pessoa que sabia do namoro, era a May, ela estava ajudando muito, sempre cobrindo a gente, sempre mentindo por nós, até o dia que a Ju quis terminar, o motivo? Por ela não estava dando certo:

- Scorp, me desculpe, mas não está mais dando certo, esse amor escondido, amor proibido, não está sendo perfeito nem para mim e nem para você. 

- Mas Ju, não precisa ser perfeito, precisa nos fazer feliz. Você esta feliz ao meu lado? Você está feliz comigo?

- É claro que eu estou, mas está todo o mundo desconfiando já, Hunter já me perguntou se nós estávamos juntos, eu tive que mentir, novamente, para que nosso namoro ficasse a salvo.

- Mas e se eu arrumasse outra namorada? Assim todos iriam parar de desconfiar de nós, iríamos ficar em paz. O único problema, você nunca iria aceitar isso.

- Você esta brincando comigo? – disse Julia, achei que ela estava brigando comigo por causa da ideia, mas... – essa ideia é simplesmente perfeita – O QUE? Por que eu estou pensando isso? 

- O QUE? Você gostou da ideia? 

- Mas é claro que sim! É perfeita, e nós podemos pedir para a May fazer esse favor para nós. –ISSO. A May era muito bonita e eu estava de olho nela há algum tempo já, mas como estou com a Julia, não podia dar mole para a melhor amiga dela.

- A May? Tem certeza?

- É claro que eu tenho, ela é a única que sabe do nosso segredo.

- E você não liga que eu beije a sua melhor amiga?

- Bom, ligar e até ligo, mas se for para poder ficar com você, eu aguento essa. 

- O.K. Vamos falar com ela amanhã de manhã, podemos combinar de eu pedir ela de noite, depois do jantar no salão comunal.

- Ótima ideia. Então até amanhã?

- Até minha linda.

Nos beijamos e subimos, cada um para um lado claro, amanhã iria pedir a May, a melhor amiga da minha namorada, em namoro. Isso estava certo? Se não, tudo bem, vou estar com duas ao mesmo tempo e ninguém vai poder me chamar de cafajeste, afinal, ninguém sabe da Julia. Esse plano era perfeito. Fui dormir, precisava arrumar tudo para o dia seguinte ainda.