Para quem é carioca ou já veio ao Rio de Janeiro sabe que cinco adolescentes sem senso de direção nunca conseguiriam chegar a lugar algum, principalmente se estivessem saindo de um buraco de mundo como a Ilha do Governador (onde fica o aeroporto internacional), no meio de uma aglomeração de pessoas e carros, discutindo um com o outro, obviamente a melhor coisa que pode acontecer é dar de cara com uma divisória, um lado que possibilita chegar ao interior e o outro ao litoral.

– QUE CALOR! MEU DEUS! COMO ESTA QUENTE! – Berrava Alice.

– PORRA ALICE, NÃO TINHA UM CARRINHO MELHOR, NÃO? OU UM QUE, PELO MENOS, TIVESSE UM ARCONDIIONADO INSTALADO? – Berra Carol para ela.

– OLHA SÓ! OU ERA ESSE AQUI OU NÃO ERA NENHUM! – Alice berra de volta, já com raiva na voz.

– SE VOCÊS CALAREM A BOCA O CALOR PASSA! – Berra Bruna estressada, entrando na mão errada.

– Bruna, tua poia, entramos na rua errada! – Acuso.

– Ah, entramos nada!

– Entramos sim! Olha, a gente esta indo pra praia! Você tinha de ter virado duas vezes na esquerda!

– Ah, Clara, cala a boca e me deixa dirigir!

– Eu não! – Digo com raiva – A gente só vai se atrasar! Se a gente morrer a culpa é sua! - Ela bufa e me olha com raiva.

– CALA A MERDA DA BOCA!

– Você sabe muito bem que não tem senso de direção! Não sabe nem pra que serve uma bússola!

– Clara, olha só, se você quiser é só a gente...

– CALEM A BOCA SUAS RAPARIGAS! ESTÃO ME DEIXANDO MALUCO! TÁ CALOR, APERTADO E VOCÊS DUAS DISCUTINDO ESTA ME DANDO NOS NERVOS! DÁ PARA VOCÊS CALAREM A BOCA?! ANNA, DEIXA A BRUNA DIRIGIR ANTES QUE ELA VIRE ERRADO DE NOVO!

Depois do esporro do Rafa seguimos em silêncio, com muita sorte conseguindo achar o caminho que levava para o interior do Rio de Janeiro.