Finale escrita por Déh Criss


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

FELIZ NATAL!!! Ótimas festas leitores queridos!
Eu usei uma definição que a leitora Temiisa fez do Elijia em um comentário, Kk adorei. E tbm segui o conselho da Verusca Line e escrevi esse capitulo um pouco maior, só que eu tenho medo de ficar chato. Me digam vcs o que acharam ok. LEIAM LA EM BAIXO PLIS.



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_Não entendo a razão do espanto Grey. Afinal deixei claro em nosso ultimo encontro que se não cumprisse com nosso acordo, haveriam consequencias...

Meu coração está disparado. Acabo de acordar do pior pesadelo da minha vida e mal recuperei a normalidade da respiração quando dou de cara com um arcanjo. Será que nunca mais terei paz?"

Quando Pach se apaixonou por uma humana ha dois séculos, Elijia descobriu e o denunciou. Pach foi julgado e condenado a perder suas asas e foi exilado na Terra. Elijia fez questão de fazê-lo pessoalmente. Mesmo no céu eles disputavam entre si, pois Pach, ou Jev seu nome celestial, sempre foi melhor que Elijia.

Inveja angelical.

Os primeiros anos de Jev na terra foram suportáveis
pois ele estava ao lado da mulher que amava mesmo sem poder senti-la fisicamente, somente a nível emocional. É a desvantagem dos anjos caídos, pois ele não podia sentir sensações físicas. São privados da dor e, portanto privados de todo prazer e calor humano.

Contudo ele a amava, por isso a tristeza fora profunda demais quando ela envelheceu e morreu, deixando um coração imortal e mutilado para traz. Jev começou uma vida nas trevas sem se importar com a salvação da sua alma. Começou uma busca interminável pelo O Livro de Enoque onde havia o segredo proibido para anjos se tornarem humanos. Foi então que mudou seu nome para Pach.

Os arcanjos não sabem o que herdei de Hank um exercito nelilin, mas estão a par da situação dos Caídos na Terra e da guerra iminente. Não fazem muita questão de interferir, pois afinal foram exilados aqui para sofrer. Porém o risco para com os humanos é quase inevitável, e isso motivou Elijia a me propor um acordo. Acordo esse que ele vira cobrar de mim agora.

Se eu me afastasse definitivamente de Pach ele se encarregaria de me dar o poder necessário de matar Mão Negra. E se não cumprisse minha parte no acordo, Pach, minha mãe, Vee e todos que fazem parte da minha vida morreriam.

Não é preciso ser um gênio para adivinhar o que fiz em seguida.

_ Elijia, por favor, eu... _ Estou tremendo da cabeça aos pés ainda muito suada. Devo estar branca como papel._Eu...

_Nora, Nora, Nora. _ Me interrompe falando com a voz arrastada, agora começou a me rodear devagar, tão perto que posso sentir seu cheiro em minhas narinas. Eucalipto._ Estou realmente desapontado. Sei que seria muito difícil recusar Jev como seu anjo da guarda. Mas quando Hank Millar arrancou suas asas pensei que o trabalho ficaria muito mais fácil pra você. Afinal de contas eu cumpri ou não cumpri com minha parte do acordo?

_Elijia eu..._ Minha voz esta embargada. Mas quando viro para encará-lo ele segura meus ombros bruscamente e me olha nos olhos. Os seus estão brilhando enfurecidos.

_ Nora Grey você me subestimou pela ultima vez! Eu posso ser um anjo, mas não sou um completo imbecil como os que você conhece nesse seu mundinho ridículo. Mandei que se afastasse com uma troca bem generosa e você não me escutou...

_Sei de tudo isso, mas será que não vê! Evitei Pach durante meses._ “Pensa rápido Nora!” _ Se você sabe que ele veio me ver sabe também que ele ficou dentro do carro! Ele fala comigo pelos sonhos! Quer que eu pare de dormir também Elijia!?_ Ele olha para mim parecendo considerar minhas palavras. Por fim afrouxa o aperto e me solta. Apresso-me em me afastar uns bons passos.

“Criança sabe que estou de olho em você não sabe?” Elijia faz meu coração disparar quando olha pra mim com olhar penetrante. Suas palavras ecoam na minha cabeça. Sei bem o que ele fará comigo se eu não obedecer.

Me destruirá.

_Sei. Elijia por favor, quero cumprir minha parte no acordo, mas você conhece Pach! Preciso de um tempo para fazê-lo querer se afastar de mim! Ele não desistirá tão fácil quanto você diz se simplesmente me ausentar!_ Mais uma vez ele considera minhas palavras. Meu cérebro lateja e sei que está prestes a falhar. Se eu precisar inventar mais alguma coisa estarei perdida.

_Muito bem. Novamente te darei um voto de confiança._ Ela avança, levanta meu queixo com delicadeza. Cerro os olhos com força quando sussurra em meu ouvido como uma serpente. Sinto seu hálito quente fazer meu corpo tremer de puro medo._ Eu não lhe darei outra chance querida Nora. Esse é meu ultimo aviso.

De repente não sinto mais seu toque, estou sozinha com as ondas do mar quando abro os olhos. A água subiu absurdamente e molha meus pés. Já deve ser tarde. “O que é que eu vou fazer?!”

Decido ligar primeiro pra minha mãe. Raciocino enquanto caminho apreçada pela areia. Respiro fundo e disco o numero no celular. Projeto a voz mais feliz e despreocupada que consigo e novamente o coração dispara quando ouso a voz desesperada de Bhyte.

_Nora onde é que você esta!? Você não me atende desde as três! Saiu cedo de casa olha as horas filha, já é quase meia noite! Até o seu namorado esquisito veio aqui procurando por você e não sabia onde você esteve o dia todo! A mãe de Vee diz que vocês só estiveram juntas no almoço...

_Mãe se acalme, por favor._ Digo rindo elevando a voz pra que ela me ouvisse_ Estou bem, me desculpe por ter sido irresponsável mas eu simplesmente me esqueci de ligar. Perdemos a noção das horas_ Forço uma risada sem exagerar. Não quero que ela pense que eu estava bebendo.

_Mas querida onde você está?_ Diz parecendo mais calma.

_Estou com minhas mais novas amigas Beth e Louise_ De onde eu tirei isso?_ Vee não esta conosco porque estava com o novo namorado, e nos viemos assistir filmes de terror na casa delas. Se quiser falar com a mãe das meninas posso passar o celular. _ Cruzo os dedos enquanto blefo.

_Não querida confio em você, mas estou chateada por não ter ligado.

_Desculpa mãe. _Agora banco a arrependida.

_Tudo bem, mas vai dormir ai, já esta tarde, se quiser que eu te busque?

_ Não precisa mãe, vou dormir aqui sim, alem do mais já peguei o Dodge no concerto.

_Tudo bem então, vejo você no almoço?

_Claro mãe.

_ Durma bem querida.

_Mãe?

_O que?

_Te amo.

_ Também querida. Beijinhos.

Estou de frente pro Dodge, apoio as mãos nele e respiro fundo. É a vez de discar o numero de Pach. Mas não aperto enter. Devolvo o celular na bolsa e dirijo o Dodge com o trajeto traçado. Sigo para o Delphic.

Já são 1h00 quando entro no estacionamento vazio do parque. Faz um bom tempo que Pach me dera a chave do seu quarto, mas nunca havia vindo sem o consentimento dele. Segui meu caminho em direção a enorme roda gigante ao norte do parque. Ando com os olhos grudados no esqueleto negro do Arcanjo, que se erguia no céu escuro. A lembrança de Pach me atirando lá de cima me faz abrir um sorriso triste.

Sentia cheiro de chuva no ar. Um rumor distante de trovão se fez ouvir sobre minha cabeça. Ao norte do Arcanjo subo os degraus até um abrigo de ferramentas. Destranco a porta de madeira negra no momento que o tamborilar da chuva despencou no céu dançando no calçamento.

Tudo aqui é muito antigo e de arquitetura gótica. O Delphic está silencioso e só ouço o som dos pingos no telhado. Fora construído por anjos caídos há muitas décadas , razão pela qual arcanjos não podem se aproximar. Esse pensamento me faz sorrir, agora aliviada.

O quarto de Pach é aconchegante contrastando o moderno e o antigo. Afinal Pach já tem vários séculos, mas tem que se adequar ao tempo em que vive. Esse contraste da um ar charmoso ao ambiente.

Os armários da cozinha são de inox brilhante e no balcão de Mamoré negra repousa um enorme faqueiro. A pia é tão imaculada que tenho dificuldade de acreditar que há pratos, copos ou panelas nos armários. Agora é a vez de lembrar de Pach preparando Tacos na minha cozinha. Com aquele jeito misterioso e sexy. Quase fizemos uma besteira naquele dia. Como muitas vezes depois.

O próximo cômodo é uma sala com o piso esmeralda e paredes de madeira envernizada. Num canto um enorme sofá escuro e aveludado e uma mesinha de centro. Há uma escrivaninha com um notebook e uma porção de livros e cadernos antigos. Na parede há uma pequena televisão de plasma. A luz é amarelada e fraca, mas gostosa aos olhos.

O quarto não é separado por paredes, então logo avisto a cama de Pach. Uma enorme cama boxe com varias almofadas. Adivinhem de qual cor são os lençóis? Na cômoda ao lado, vejo uma correntinha prateada meio jogada. A seguro nas mãos por um instante. Pego minha bolsa e tiro o anel que meu pai me dera antes de morrer. Ele tem um coração gravado na parte de baixo. Pach gravou com insígnias: NORA E JEV.

“Ele não vai se importar.” Abro o fecho da corrente e passo a anel por entre ele. Fecho-a novamente no meu pescoço agora com anel como o pingente e dou um meio sorriso. Então abro uma pequena urna muito branca que mais parece uma caixinha de musica. Sinto-me meio enxerida, mas abro assim mesmo. São os tesouros de Pach.

Vejo uma foto que deve ter sido tirada de um quadro. Uma mulher com cerca de trinta anos de olhos muito verdes e cabelos dourados que caiam em cascata sobre os ombros. Sua pele branquíssima era realçada por um lindo vestido azul que revela a idade muito antiga que o quadro deve ter. Sua postura era séria, mas seu olhar denunciava um ar despreocupado e brincalhão. Eliza. Ela era linda.

A próxima foto era uma foto minha. Não faço a mínima idéia de onde, quando ou como essa foto foi tirada, mas eu pareço magicamente tão linda quanto Eliza. Estou em movimento com um enorme sorriso no resto olhando para traz, de calça jeans e blusinha branca sem mangas. Meus cabelos voam no vento meu rosto está iluminado. Sinto-me meio boba ao olhar esta foto. Provavelmente Pach a tirara anos atrás quando planejava me sacrificar para ter um corpo totalmente humano. Ele desistiu porque não queria viver sem mim.

A próxima foto eu conheço bem. É a foto que esta no porta retratos do meu criado mudo em casa. Eu e Pach abraçados com maçãs do amor na mão e sorrindo alegremente. Penso quando teremos um momento como esse novamente. Acho impossível. O sorriso dele é tão sereno, tão sincero. Ele estava feliz esse dia. Não posso suportar a visão de Pach queimando no fogo do inferno!

Fecho a urnazinha e sento frustrada na cama. Quando era criança imaginava os cervos de Deus como pequenos querubins de rostinhos infantis e áureas brilhantes em cima dos cachinhos dourados. Elijia esta longe de parecer um querubim. Muito alto de pele morena cor de terra. Seus olhos são duros conspiradores. Não tive outra escolha a não ser aceitar a proposta que me fizera. Ele esta mais para o carcereiro de Pach!

“Onde será que ele está? Me procurando?”. Depois da noite passada não me atrevi a olhar o relógio uma única vez sequer. Mas agora são 2h47 e nem sinal de Pach. Apago a luz. “Vou esperar ele chegar...”

É meu ultimo pensamento antes de adormecer nos lençóis negros com cheiro de sabonete e menta.



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Notas finais do capítulo

Meus amores me desculpem, mas estou sem o Silencio comigo pq eu emprestei, e não me lembro da definição do quarto do Pach então eu inventei um. Espero que tenham gostado ^_^ E ai? Ficou muito grande, deixo o próximo menor, maior, ta bom assim???? DUVIDA CRUEL!!
Beijinhos t+
~Déh