Mudança De Vida escrita por lovelikepercy


Capítulo 11
O treinamento que salvou minha vida muitas vezes




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Estavam todos em silêncio quando eu sai do banheiro. Eu não me sentia muito confortável com todos os olhos em mim. Nate estava apoiado ao lado da porta do chalé, junto de Nico. Enquanto isso, Avis e Aidan estavam sentados no chão, com as costas apoiadas na parede. Thalia continuava no mesmo lugar onde eu havia a deixado, no beliche, junto de Cassie. E Quiron, bom ele estava desfilando de cavalo por aí.

- Hm, oi. – falei. Flutuei até a parte de cima de um dos beliches e sentei de perna cruzada, onde eu podia ver todos e todos podiam me ver.

- Me parece que você está gostando dos seus novos poderes. – Nate comentou, emburrado.

- Ela sempre teve os poderes, só não sabia de sua existência. – Thalia corrigiu, depois se virou para mim e disse: - Você está se saindo muito bem.

                O elogio dela me fez corar. O fato dela ser imortal e ter conhecido os 7 semideuses mais poderosos da historia fazia o elogia ser melhor ainda. Nate revirou os olhos, claramente irritado com toda a situação.

- Olha, não é que eu não goste de vocês, mas o que vocês estão fazendo aqui? – perguntei.

- Aidan teve um sonho. – Nico informou e fez sinal para que ele falasse.

- Bom, eu estava em uma caverna. Não tenho certeza se era uma caverna, porque tenho certeza absoluta que era debaixo da água. – enquanto ele falava, meu coração gelava. Olhei para Nico, que fez que sim com a cabeça, como se dissesse que era o que eu estava pensando. – E envolta dela, haviam monstros marinhos bizarrões nadando. O fundo era escuro e uma voz estava me chamando.

- O que ela dizia? – perguntei, ansiosa demais para esperar ele chegar nessa parte.

- Que não adiantava lutarmos. Ele disse que iria levantar e que quando isso acontecesse... – Aidan ficou em silêncio, deixando as palavras voarem.

- Mais uma coisa aconteceu. – Nate falou. – Eu acho que o dono da voz está infiltrado no acampamento.- ouvir isso fez com que eu tremesse. – Hoje eu estava na praia e algo aconteceu. Eu estava completamente sozinho e uma bola de areia me atingiu. Eu procurei por todos os lados, mas não havia ninguém para ter tacado. Se ele infiltrou o acampamento, deve ser bem poderoso.

                Eu e Aidan nos olhamos e não conseguimos evitar uma crise de risos. Todos começaram a nos olhar, como se fossemos loucos. Nate olhou para Aidan com raiva como se entendesse.

- Ah, era bem  poderoso. Pode ter certeza. – Aidan falou, entre uma crise de risos.

                Depois que Aidan e eu explicamos porque estavamos rindo, Nico e Avis não resistiram um sorriso. Já Nate, bom, parecia estar bastante irritado. Cassie e Thalia eram as únicas que pareciam ainda focadas no assunto anterior.

- Tem que ter um jeito. – Cassie falou pela primeira vez. Sua voz era doce. Ela se virou para Nico, com uma expressão assustada: - Tem um jeito, né?

- Eu... Eu não sei. – Nico falou, abaixando a cabeça. Pela primeira vez, vi o medo que Nico sentia. – Essa voz, bem, é um titã. Seu nome é Crio. É o titã do inverno e dos seres marinhos.

- Tipo golfinhos? – perguntei, esperançosa.

- Tipo golfinhos com dentes do tamanho desse chalé. Reza a lenda que o monstro do Lago Ness é um dos seus. – Nate falou.              

- Ah, ótimo. – comentei. – Então o que faremos? Morremos?

- Não. – Quíron falou. Sua voz soou pelo chalé. – Vocês vão fazer o possível para derrota-lo e, se apesar de tudo falharem, nós vamos lutar até o fim. Nós não vamos desistir.

- Mas... -  eu comecei a falar, mas Quíron levantou a mão e eu me calei.

- Nós não vamos desistir. – ele repetiu, dessa vez mais alto. Todos fizeram que sim com a cabeça, até mesmo Nico. – Agora, vamos para o jantar. Não quero que nada que foi dito aqui saia daqui. Os únicos que podem saber somos nós e os deuses, que Nico irá informar hoje.

                Depois de todos fazermos um juramento por um rio estranho, todos nós nos dirigimos para o pavilhão do refeitório. Thalia, Nico e Quíron andavam mais para trás, conversando baixo entre si. Nate andava um pouco afastado do grupo, assim como Cassie. Eu, Aidan e Avis andávamos juntos.

- Qual é a do Nate? – perguntei, dando uma olhada rápida para ele.

- O que tem? – Avis perguntou, também olhando.

- Por que ele fica tão sozinho?

- A atitude dele não é o suficiente? – Aidan perguntou.

                Resolvi não tocar mais no assunto. Chegando lá, todos os chalés estavam em filha. Avis e Aidan saíram e foram para suas respectitivas filas, enquanto eu e Thalia para outra, Nico e Cassie para outra e Nate criou uma nova fila. Quíron andou até o meio do pavilhão e soprou uma concha e então todos andaram até suas mesas.

- O que vamos fazer depois do jantar? – perguntei, enquanto Thalia e eu andávamos para pegar comida.

- Vou treinar você, é claro. – ela respondeu, como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

                Depois que jantamos, Thalia disse que não iríamos para o chalé. Ao invés disso, fomos para o bosque proibido. Aquele lugar me deu arrepios. Era noite, mas quando entramos, pareceu que toda luz do mundo havia sumido. Exceto pela luz que Thalia proporcionava. Ela tinha uma aura prateade, que brilhava, como se fosse a lua.

- Ahn, você ta brilhando. – comentei, mas ela ignorou.

- Pegue sua espada, Anyanca. – ela mandou.

- Para de me chamar assim. – reclamei, mas peguei a espada. A energia que ela tinha me fez sentir mais segura. Fora isso, ela brilhava um pouco, trazendo mais luz para o bosque. – Thalia, o que vamos fazer e...

                Eu me calei quando percebi que estava sozinha. Thalia não estava mais lá. Olhei ao meu redor, mas nenhum sinal de Thalia. Pensei em a chamar novamente, mas sabia que era inútil. Aquilo era provavelmente um teste que eu deveria descobrir como passar. Pensei em sair da floresta, mas isso seria equivalente a reprovar.

- Ok. – murmurei. – Eu consigo.

                Uma mulher gorda saiu do meio das árvores. Ela estava ofegante, com vários machucados e sua roupa toda cortada, mostrando mais do que devia. Ela trazia no colo um Chihuahua, que parecia muito assustado. Hesitantemente, caminhei para perto dela.

- Senhora? O que houve? – perguntei, colocando a mão em seu ombro.

- Um... Um... MONSTRO! – ela gritou e tacou o cachorro no chão.

                Não só o cachorro, mas ela também, começaram a ficar “ligeiramente” diferente. O inofensivo cachorrinho começou a crescer. Logo, sua cabeça era igual a de um leão, seu corpo o de um bode e uma cauda que era na verdade uma cobra, com cabeça e tudo. Obviamente eu não consegui reprimir um grito e recuei, batendo em uma arvore.

- Mas que diabos? – sussurrei.

                A mulher não era mais uma mulher com aparência dócil. Agora ela era uma mulher verde, com garras gigantes, corpo de cobra e uma língua sibilante que não parava dentro da boca. Quando me conformei que Thalia havia me trazido para a morte certa, eu segurei a espada com mais força.

                Eu não ia ficar esperando o monstro me atacar, então eu ataquei. Comecei pela mulher/cobra/coisa verde. Com ajuda do vento, empurrei ela e fiz com que ela caísse no chão. É claro que não ia ser tão fácil assim. A mulher usou suas garras para me arranhar e me puxou para o chão junto dela. Por sorte, eu acabei por cima. Não conseguia usar o braço, porque ela estava com as garras presas nele. Usei então a cabeça. Literalmente. Dei uma cabeçada em seu nariz, fazendo com que ela me soltasse para levar as mãos ao rosto. Aproveitando esse momento de deslize, rolei para longe dela.

                Infelizmente, o antigo cachorrinho tava me esperando. E, cara, que cachorrinho do demônio. Ele soltou uma rajada de fogo e eu quase fui assada viva, por sorte, eu consegui rolar para o lado. Em um pulo, fiquei em pé. A mulher e o leão/cobra/cabra começaram a rir. Então eu fiz o mais inteligente: me concentrei e fiz com que raios os explodissem.

- Fim de história. – falei um segundo antes de cair de joelho no chão.

                Thalia pulou de uma das árvores e se abixou na minha frente. Era possível ver pelo seu rosto que eu não havia feito o certo.

- Você ainda não está pronta para abusar tanto de seus poderes. – ela falou. – Mas é um avanço você não ter desmaiado.

                Foi só ela falar, que eu cai para trás e meus olhos se fecharam. Eu não desmaiei, só estava muito cansada para me aguentar, mesmo de joelhos. Thalia colocou uma garrafa na minha mão e me mandou beber. Senti o gosto de marshmallow e sorri, me sentindo mais forte. Com ajuda dela, fiquei em pé, meio envergonhada por ter caído no chão.

- Desculpa. – murmurei. Ela colocou o braço ao redor do meu ombro, como se dissesse que tudo bem.

                Juntas, fomos para o chalé de Zeus. Chegando lá, ela mandou que eu deitasse em um dos beliches e esperasse ela voltar. Durante os 10 minutos que fiquei deitada, tive que me esforçar para ficar acordada. Quando ela voltou, trazia uma espada. Mandou que eu ficasse em pé.

                Passamos o resto da noite treinando, lutando, atacando, defendendo. Quando eu estava no meu limite, Thalia falou que ainda não tínhamos acabado. Ela ficou na minha frente e começou a me ensinar a aproveitar minha energia. Me explicou algumas táticas. Quando o sol estava aparecendo no céu, ela disse que eu estava livre para dormir. Queria poder dizer que dormi mais que uma hora.

- Acorda. – Thalia falou, me balançando.

- Ta muito cedo. – resmunguei, olhando para o relógio de pulso de Thalia. – Só mais uma hora.

- Já são 7 horas. Nico está pior que a Quimera que você enfrentou ontem. Eu consegui convencer ele a te acordar somente às 7, antes seriam às 6. Vamos, você tem que se arrumar. – ela falou, me dando a mão e me puxando.

- Saco. – resmunguei, mas levantei.

                Todo o meu corpo doía. Estava cheia de hematomas, já que Thalia não havia me poupado na noite anterior. Fora isso, eu me sentia como um saco de batatas: sem força nenhuma. Fui para o banheiro e tomei um banho longo, o que me ajudou um pouco. Um pouco. Antes de deixar o banheiro, conferi se havia alguém no quarto, mas só havia Thalia, com uma mochila na mão.

- Vista isso. – ela disse, me entregando uma muda de roupas. – Sua mochila já está pronta. Feita por mim e por Nico.

                Depois de me vestir, peguei o meu casaco. Eu havia usado ele para ir no cinema com Simon. Suspeitava que o resto da minhas roupas estava destruído. Fiquei feliz de saber que ainda tinha ele. Simon que havia me dado, no meu último aniversário.

- Pronta? – Thalia perguntou, colocando a mochila na minha mão. Estava pesada, mas não muito.

- Sim. – menti.


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Notas finais do capítulo

E aí?



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