Mudança De Vida escrita por lovelikepercy


Capítulo 10
Uma visita da minha irmã imortal




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Quando chegamos ao meu chalé, já haviam se passado uma hora. Andamos pelos meio dos chalés, eram todos muito diferentes um dos outros, até chegarmos a o maior de todos. Era possível sentir uma aura poderosa vinda dele. Era feito totalmente de mármore branco e grandes colunas brancas decoravam a entrada. As portas eram de bronze polido e em cima dela, havia o número 1 preso. Em cima do telhado, havia uma nuvem com raios estourando e estava chovendo.

- Muito acolhedor. – comentei.

- Bom, melhor que o de Hermes. Aquele lugar é lotado. – Aidan falou, mas ele também não parecia a vontade perto do chalé de Zeus. – Essa nuvem mostra como o céu está fora do acampamento.

- Como assim? – perguntei, me virando para ele.

- Dentro do acampamento, o clima é controlado. Aqui dentro, raramente chove ou neva. É sempre assim: ensolarado. Olha. – ele apontou para o céu.

                Era verdade. Havia um circulo de céu limpo, mas ao redor estava chovendo. Era como se houvesse uma barreira. A única coisa que me veio na cabeça foi: impressionante. Aidan deu um passo para trás e disse:

- Eu não posso entrar aí dentro. Eu vou até a loja do acampamento e vou trazer algumas roupas limpas e secas para você. Daqui a vinte minutos estou de volta.

                Fiz que sim com a cabeça. Esperei até que ele não estivesse mais no meu campo de visão para me virar para a porta. Eu não sabia porque estava evitando tanto entrar no chalé. Parte de mim acreditava, que se eu entrasse lá, eu estaria concordando com tudo isso. Que eu estaria dando as costas para a minha vida normal. Respirando fundo, eu empurrei a porta, abraçando minha nova realidade.

                O frio me atingiu assim que pisei no chão polido. O teto refletia o céu chuvoso, o que me dava aflição. Parecia que a qualquer momento o vidro iria explodir por conta dos raios. Haviam 3 beliches de um lado e 3 do outro. No centro, havia a estatua de um homem musculoso. Ele segurava um raio do meu tamanho e usava uma armadura grega. Não tinha nada de parecido comigo, exceto pelos olhos. Apesar de não terem cor, eram exatamente iguais aos meus.

- Oi, papai. – murmurei, chegando perto da estatua. Sabia que era idiotice, mas eu sentia raiva daquela estatua. Ela nunca havia me feito nada (é claro que não. Era uma estatua).

                Um pouco irritada, dei um soco na perna (único lugar ao meu alcance) da estatua. Me arrependi na mesma hora. Aquela porcaria era de pedra e fez com que minha mão começasse a inchar e ficar roxa.

- Não foi muito esperto da sua parte. – uma voz feminina falou vinda de uma parte meio escura do quarto.

                Instintivamente, levei a mão para a espada, que estava na minha bainha. Ah, esqueci de comentar que minha espada sempre voltava para mim, assim como a espada de Percy Jackson. Uma garota um pouco mais velha saiu da escuridão. Ela era linda. Tinha cabelos pretos trançados de lado e usava um arco prateado. Seu rosto estava coberto de sardas e seus olhos eram da mesma cor que os meus. Posso até dizer que era parecida comigo.

- Thalia. – deduzi. – Ouvi sobre você.

- E eu sobre você, Anyanca. – ela falou. Segurava na mão direita um arco, mas ao ver meu olhar assustado, ela colocou em cima de uma das beliches. – Temos muitas coisas para conversarmos, sente-se.

                Eu sabia que podia confiar nela. Podia ver em seus olhos. Mais relaxada, tirei a mão da espada e sentei no beliche mais próxima. Thalia sentou ao meu lado, com a postura totalmente correta. 

- Então...? – perguntei, já que ela não falava nada.

- Ah, sim. Desculpe. Você é muito parecida com meu irmão, Jason. – o rosto dela se tornou triste. Eu sabia que todos os 7 da profecia já haviam morrido, e que Jason Grace era um dos sete. Devia ser difícil ver todos seus amigos virando adultos e depois morrendo, enquanto você continuava da mesma idade. – Suspeito que você não esteja acostumada com seus poderes, ainda.

- Ainda? Um dia eu vou me acostumar? – perguntei.

- Se você viver até lá, sim. – ela falou. – Eu não vou mentir, sua jornada vai ser mais dura do que foi para todos os semideuses que vieram antes de você. Talvez mais dura que para alguns que vão vir depois de você.

- Você sabe como confortar alguém. – murmurei.

- Mas eu vou te ajudar. – ela continuou, ignorando meu comentário. – Eu falei com minha mestra, Artemis, e pedi permissão para vir até aqui e te ajudar. Ela me deu um dia. Mas está tudo bem, pois você irá partir amanhã. Temos a noite toda, então.

- Ahn, eu tenho que jantar. – falei, meio sem pensar. O olhar de indignação de Thalia me fez completar: - Olha, é a segunda vez que eu desmaio em dois dias. Isso acaba com a disposição de qualquer um.

- Certo, vamos jantar. – ela olhou um relógio em seu pulso e disse: - Faltam 30 minutos. Tome seu banho. Quando seu amigo chegar com as suas roupas, eu pego. – como eu fiquei parada, pensando, ela completou com voz autoritária de uma mulher imortal: - Vá.

                Obedeci e entrei no banheiro do chalé. Ele era tão impotente como o quarto. Assim como tudo no chalé, era feito de mármore. Uma banheira branca estava encostada na parede. Em vinte minutos, eu sai enrolada na toalha.

- Pegou minha roupa? – perguntei, saindo do banheiro. – Ah... Eu não sabia que teria visita.

                Não era apenas Thalia que estava lá, mas toda a comitiva da missão. Incluindo Nico e Quíron. O centauro e a caçadora me olhavam escandalizados, enquanto o resto parecia prestes a explodir em risos. Eu estava de toalha. Uma toalha amarela. Provavelmente parecia um pato.

- Sim, peguei sua roupa. – ela respondeu, tacando uma blusa do acampamento, um shorts e um conjunto de sutiã e calcinha para mim. – Vá.Se.Vestir.

- Estou indo. – resmunguei.

                Resolvi fazer uma experiência. Como por todo o chalé havia correntes de ar (o que era bastante desagradável para quem estava e toalha), usando a mente, fiz com que uma delas pegasse a minha roupa, que havia caído no chão quando Thalia tacou para mim. Orgulhosa com meu trabalho, dei um sorriso e entrei no banheiro, onde me vesti.


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