Unbreakable escrita por Caeruleae Ignis


Capítulo 5
Capítulo 5 - O Brinquedinho Perfeito




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/306459/chapter/5

Carmen abriu os olhos, ofuscada pela claridade que invadia a sala. Sim, a sala. Sua noite fora um desastre. Acordou sentindo-se um abutre, com as olheiras prolongadas, e a maquiagem preta reforçando-a. As dores nas costas devido o sofá deixavam-na mais irritada. Lembrou-se da noite e fechou os olhos, segurando um sorrisinho no canto dos lábios.



– "O calor humano ajuda a dormir. Isso é ciência, Carmine."

– "Você poderia usar o meu calor sem me encoxar. E pela última vez, é Carmen!" ela se arrastou para frente e foi puxada pelo abdome, sendo abraçada por Sherlock.

"Se eu não dormir direito, não poderei trabalhar amanhã. Você poderia estar na rua, no frio. E a única coisa que eu te peço é calor. Não seja ingrata."

"Sherlock, você está ficando ereto." Carmen arrastou o quadril para frente e Sherlock puxou-a novamente, abraçando-a sem o mínimo pudor.

– "Impressão sua. Se você diz que sou assexual, não sinto nenhuma atração carnal por você." Carmen sentiu-se ligeiramente ofendida.

– "Você está me deixando constrangida, Sherlock." ele parecia apertar Carmen, que começava a se sentir sem ar e envergonhada. O moreno era cheiroso e Carmen não podia evitar, estava gostando daquilo. Sherlock é um homem estrondosamente maravilhoso, mas ela não tem a mínima intimidade com ele. Era magro, mas tinha os músculos definidos. Segurava a menina com força, que não conseguia adormecer. Parecia um boneco de pelúcia para o detetive. Ela não gostava nem um pouco dessa ideia. A cada movimento que Carmen fazia, escutava-se um grunido de reclamação, e um aperto forte contra o peito gelado de Sherlock. Hora após hora, Sherlock dormia como um anjo, e Carmen permanecia acordada, observando o relógio passar minuto por minuto. Ao se virar, levava a menina junto, emitindo um estrondo enorme. Passou uma das pernas por cima do quadril de Carmen, esmagando-a contra seu peito. Mas a força passava de tempos em tempos. O detetive parecia afrouxar sua bonequinha de porcelana depois de adormecer, o que permitiu à Carmen uma fuga milimetricamente executada. Cada vez que Sherlock soltava-a um pouco, ela deslizava para baixo, até se livrar completamente dos fortes braços do moreno.

Ao ver a expressão facial do detetive, cobriu-o com o cobertor e deu um beijinho na sua testa. Parecia ter pesadelos. Tremia de cinco em cinco segundos, além de ter um semblante assustado enquanto dormia. Carmen lembrou-se da época em que ela tinha pesadelos, e ia dormir com seu irmãozinho. Ah, Viktor. Ela soltou um suspiro ao lembrar de seu irmão, o amor da sua vida. Seu bálsamo depois da morte da sua mãe. Tinha somente cinco anos quando mamãe morreu, e quando sonhava com ela, ia para a cama do irmão, que abraçava-a até dormir. Criara um laço fortíssimo com Viktor, e lhe partia o coração saber que ele estava distante. Foi até o armário silenciosamente e abriu uma das portas, buscando por um lençol. Agarrou o mais limpo e se aproximou da cama, puxando o travesseiro que estava usando. Depois, foi lentamente até o banheiro, batendo seu pé na escrivaninha. Segurou o móvel e rezou para que Sherlock não tivesse acordado. O homem só se ajeitou na cama, murmurando um par de palavras que Carmen não conseguiu escutar. Abriu sua mala após alcançá-la, puxando o robe de cetim preto. Ela estava pagando seus pecados. Trilhando passo por passo, na ponta dos pés, saiu do seu quarto e fechou a porta, soltando um suspiro aliviado ao ver que Sherlock permanecia dormindo. "O que raios está fazendo, Carmen Helena Morrigan?"



Levantou-se após lembrar da noite passada, suspirando. Vestiu o robe de cetim e deu um laço com a fita, por estar sem sutiã, muito menos uma camiseta. Dobrou o lençol e desamassou o travesseiro, deixando os dois no canto do sofá. Direcionou-se a cozinha, e lavou as canecas que tinha usado antes de ir dormir. Enxugou-as com o pano de prato e metodicamente, posicionou os pires e as xícaras ao lado do fogão. Encheu o bule de água e aguardou. Enquanto a água fervia, foi vasculhando os armários da cozinha. A maioria estava vazia. Viu um pacote de cigarros perto da janela da cozinha e abriu-o, levando um cigarro à boca do fogão acesa, acendendo-o.

Posicionou o cigarrete entre os lábios e o tragou. Soltou a fumaça pelo nariz. Pegou o pacote de torradas e o colocou em cima da pia. Caminhou até a geladeira e coletou algumas maçãs e um pote de geleia. Caminhou até a mesa da sala, afastou os livros de Sherlock de cima desta e serviu o jogo americano. Retornou à pia e serviu leite nas xícaras, colocando o saquinho de chá em cada uma delas. Não ouviu a porta abrir, e uma senhora subia as escadas, com sacolas de compras. Chegou na sala e colocou-se a falar.

– "Sherlock, fiz compr--" deixou as sacolas cair ao ver Carmen na cozinha. A menina se virou assustada com o estrondo, arregalando os olhos ao ver a senhora. O bule começara a apitar, e as duas falaram no mesmo tempo:

– "Quem é você?" Carmen coçou a cabeça, jogando algumas das madeixas ruivas para trás. "Você é a mãe do Sherlock? Não sou nenhuma pros--"

– "Graças a Deus não, querida. Sou a senhora Hudson, a governanta daqui. E você?"

– "Carmen Morrigan, um tipo de assistente. Estou ajudando o Sherlock em um caso, e em troca tenho um lugar pra viver." A garota se aproximou da senhora e estendeu sua mão, trocando um aperto. Carmen abaixou-se, ainda com os cigarros entre os lábios, e recolheu as compras do chão, colocando-as em cima da mesa.

– "Ah, sim. Seus casos." mrs. Hudson acenou negativamente, caminhando até as janelas da sala e abrindo-as, para deixar o ar circular, levando o cheiro de cigarro para fora do âmbito.

– "Aceita uma xícara de chá, sra. Hudson?" Carmen servia a água nas xícaras, e o odor do cigarro confrontava o de chá.

– "Não, obrigada, querida." a governanta pegou o travesseiro e o lençol e direcionou-se aos quartos. "Sherlock não te mostrou o quarto de hóspedes?"

– "Mostrou sim" ela se lembrou da noite passada. "Era muito frio."

– "Ah, era só ligar o aquecedor, quer-- Santo Cristo!" mrs. Hudson se assustou com Sherlock, na porta do quarto de hóspedes. "Bom dia, querido."

– "Ela achou minha carteira de cigarros. Merda." Sherlock sussurrou antes de dar um beijinho na bochecha da senhora. "Bom dia." O detetive caminhou até a cozinha e aproximou-se de Carmen, tirando o cigarro da boca da menina, e deu um trago. Não devolveu o cigarrete.

– "Sua mãe não te educou, Sherlock?"

– "Sim, e ela me dizia que era feio pegar os cigarros dos outros sem pedir." Sherlock serviu dois torrões de açúcar em uma das xícaras, coletando-a pelo pires, indo até a mesa da sala. Pegou o jornal em cima da mesa da cozinha e se sentou próximo da janela da sala, abrindo o jornal. Carmen levou as torradas, as maçãs, a geleia e seu chá até a mesa, equilibrando o desjejum nas mãos para não derrubá-lo. Sentou-se na frente de Sherlock e tirou o cigarro da sua boca, tragando-o.

– "Você tem seus adesivos de nicotina. Não precisa fumar." ela abriu o pote de geleia e espalhou um pouco pela torrada, apagando o cigarro no cinzeiro. Deu um gole no chá e mastigou a pequena torrada. "Não vai comer nada, Sherlock?"

– "Comer antes de trabalhar me dexa mais lento." ele abaixou o jornal para localizar sua xícara, levando-a até os lábios.

– "...sei. Agora você poderia me explicar o que aconteceu ontem?"

– "O que?"

– "Você, invadindo meu quarto, e dormindo de conchinha comigo." ele nãorespondeu. "Fala sério."

– "O que eu falei ontem foi verdade. Calor humano me ajuda a dormir."

– "Você podia ter pelo menos pedido."

– "Você não ia aceitar."

– "Eu posso te denunciar por assédio sexual, Sherlock."

– "Mas você não vai."

– "Não sou sua bonequinha de pelúcia, um brinquedinho que você pode fazer o que quer."

– "Pare de reclamar, Carmine. Estou te dando um teto para dormir." um par de minutos silenciosos se extendeu vergonhosamente. Pelo menos para Carmen. Ela não se deu nem ao trabalho de corrigir o detetive.

– "O que você vai fazer hoje?" Ela perguntou, antes de levar a maçã à boca, mastigando um pedaço mordido.

– "Estudar sobre o caso." ele fechou o jornal e o colocou ao seu lado, bebericando o chá. Vociferou de repente, fazendo Carmen dar um salto na cadeira. "Ainda está cedo, Mycroft. Volte para casa!"

Podia-se escutar os passos de Mycroft depois que seu irmão o descobrira. Um homem alto, com seus aproximados 40 anos adentrara a sala, segurando um guarda-chuva. Carmen direcionou os olhos ao Holmes mais velho, reconhecendo-o vagamente. Mycroft... aquele nome soava familiar. Desabotoou um dos botões do terno, revelando o colete da mesma cor, e a gravata ligeiramente torta. A menina fechou o robe que pouco a pouco começava a mostrar seus seios, e apoiou os cotovelos na mesa, finalizando seu chá. Mycroft dirigiu os olhos a Carmen e esquadrinhou-a, arqueando uma das sobrancelhas.

– "Começou a se interessar por sexo, meu irmão?" Carmen arregou os olhos e engasgou com o chá, ficando vermelha de vergonha e com falta de ar.

– "Ela não é uma parceira sexual, Mycroft. É a minha nova assistente, Carmen Morrigan." depois de recuperar o fôlego, ela conseguiu retrucar Sherlock. Mycroft arqueou sua sobrancelha novamente ao ouvir o nome de Carmen.

– "Não sou sua assistente, Sherlock Holmes."

– "Você é a filha do Francis, não é?" Mycroft colocou-se a falar. Carmen suspirou e acenou positivamente.

– "Como sabe?"

– "Fui no enterro da sua mãe. Meu pai era amigo do seu." a menina sentiu um calafrio deslizar pela sua espinha. "Como você cresceu, garota. Como VIktor está?"

– "Claro. Se passaram quatorze anos, esperava o que?" ela suspirou novamente. "

Ah, ele está na Escócia, fazendo o mestrado."

– "Sherlock tinha mais ou menos sua idade. Você ainda mora nessa rua?"

– "Do outro lado, morava." ela fez um bico. "Você costumava a visitar meu pai quando ele se elegeu."

– "Sim, ele me ajudou muito a chegar aonde estou. Mas pela falta de tempo nunca mais pude visitá-lo."

– "Sei." Carmen jogou o corpo para trás e apoiou as costas no encosto da cadeira, cruzando as pernas e fechando o robe que insistia em abrir.

– "Certo." Sherlock não estava nem um pouco interessado na conversa. "Sherlock, a mulher de um dos meus, er, clientes, foi assassinada ontem."

– "Você quis dizer Camila Belucci, certo?"

– "A Scotland Yard já está investigando, pelo visto. Peço-lhe que seja cauteloso, tem muita coisa além do seu conhecimento envolvido nisso." Sherlock parecia ignorar Mycroft, que revirou os olhos. O Holmes mais velho fitou o relógio e levantou as duas sobrancelhas. "Bem, preciso ir. Até mais, Sherlock. Carmen." acenou com a cabeça à menina, que retribuiu com um atrevido chaqualhar dos dedos em um "tchauzinho". Ele se retirou rapidamente, girando o guarda-chuva na mão.

– "Vou tomar um banho, Sherlock. Retire a mesa." Carmen se levantou rapidamente e se dirigiu ao seu quarto, abrindo o robe. Viu que a senhora Hudson estava no quarto de Sherlock e retirou a vestimenta por completo, adentrando seu quarto. Fechou a porta e girou a chave na fechadura. Carmen sentia-se tensa e irritada por não ter dormido direito. Precisava de diversão. Jogou o robe na cama e retirou a calcinha, entrou no banheiro, fechou a porta e abriu um sorrisinho. Aproximou-se da banheira e abriu a torneira da água quente, esperando-a encher.

Mergulhou o corpo inteiro, apoiando a nuca na beira da porcelana. Fechou os olhos e abriu outro sorrisinho, mordiscando o lábio inferior. Foi lentamente deslizando a mão direita pelo corpo até alcançar sua genitália. Puxou ar e afundou a cabeça dentro d'água. Penetrou os dedos médio e anelar dentro da vagina, contraindo os ombros. Estava começando a relaxar. Começou a fazer um movimento lento de ir e voltar com o punho, gemendo de boca fechada. Algumas bolhinhas deslizaram pelos lábios da garota, enquanto ela aumentava o ritmo, contraindo os dedos dos pés. Sentia seu ponto G, o que a fazia gritar mentalmente de prazer. Deixou o nome do companheiro de apartamento sair pela boca, emitindo muito pouco som devido a água que a cobria. Aguentou o máximo permanecer embaixo d'água enquanto se masturbava, até sentir que seus pulmões estavam quase estourando. Ela abriu os olhos e subiu imediatamente, extremamente assustada com a visão que tinha. Sherlock estava sentado no banquinho ao lado da banheira, lendo o jornal enquanto assistia o espetáculo inteiro. Respingou um pouco de água no detetive enquanto a menina retirava os dedos de dentro da vagina, cobrindo os seios com as mãos.

– "Você estava indo bem, não queria atrapalhar."

– "Como você entrou aqui?!"

– "Pela porta da frente, ora essa."

– "A PORTA DO QUARTO ESTAVA TRANCADA!"

– "A senhora Hudson tem a chave mestra."

– "VOCÊ ESTAVA ME ASSISTINDO TOMAR BANHO!" ela saiu da banheira e se enrolou em uma toalha, com o corpo inteiro vermelho de vergonha. Arrastou Sherlock pelo punho para fora do banheiro, que inacreditavelmente parecia surpreso com a reação de Carmen. Fechou a porta do âmbito e encostou o corpo na porta, de olhos arregalados.

– "Carmine..."

– "VAI EMBORA!"

– "Não demore para descer. Tenho muito o que fazer hoje."

– "Tipo espionar menininhas tomando banho?"

– "Não tinha nada passando na televisão."

– "Pelo amor de Deus, Sherlock. Vá se arrumar."

– "Trinta minutos. Não se atrase."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Táááá aí o quinto capítulo! Sei que ficou meio indecente, mas é só uma parte do que vem por aí. =o Deixem suas revies; críticas serão bem vindas. =D