Unbreakable escrita por Caeruleae Ignis


Capítulo 4
Capítulo 4 - Welcome to 221b




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Lestrade suspirou e Carmen colocou as mãos nos bolsos da jaqueta de couro, ambos fitando Sherlock. Carmen parecia perdida nos seus próprios devaneios, mordiscando o lábio com uma provável reflexão tarada, fixando os olhos na bunda de Sherlock. Ela puxou o detetive consultor pelo punho para fora do escritório e Lestrade acompanhou a garota, que parecia refletir sobre a declaração criminal do companheiro. Ela arrumou o corselete de couro puxando-o pela fenda do decote, levando as mãos a cintura. Lestrade desceu as escadas para chamar sua equipe da perícia, sendo seguido pelo casal. Sherlock parecia acompanhar o ritmado passo de Carmen. A menina usava o moreno de apoio para não cair das escadas. A equipe de Lestrade vinha subindo as escadas, e Sherlock propositalmente deu seu ombro contra o de Anderson, para deixar o legista mais irritado do que estava. O olho direito do médico estava roxo, devido algum dos empurrões recebidos aonde o corpo da vítima foi encontrado. Carmen esperou se distanciar do legista para soltar uma gargalhada, sendo acompanhada por um riso malévolo de Sherlock.


– "Você é fogo, Sherlock." ele não respondeu, já irritado com o lento passo de Carmen. Ele desferiu um pequeno pontapé contra a panturrilha da garota, derrubando-a para trás. Segurando as suas costas antes que a menina caisse no chão, Sherlock retirou os sapatos de Carmen. A menina parecia engolir os fartos seios, quase explodindo para fora do apertado corselete. Ele ergueu-a ao empurrar seu braço para cima, indicando os peep-toes para a garota segurar. Ela pegou os sapatos de maneira ligeiramente agressiva.

– "Era só pedir."

– "Estava esperando você se tocar. Mas como não se tocou, fiz isso eu mesmo."

– "Desculpe se eu não sou o Usain Bolt como você; nunca vi homem andar tão rápido na minha vida." ele ignorou o comentário.

– "Passe na sua casa para pegar mudas de roupas. Você agora mora comigo, Carmine."

– "Como sei se você não é um estuprador maníaco? E é Carmen." ele fitou a garota com ceticismo.

– "Você deduziu que sou assexual, então..."

– "Isso não explica nada. Não vou fi--"

– "Você não tem aonde ficar."

– "Obrigada por me lembrar. Mas você vai me botar pra fora assim que solucionar o caso ou..."

– "Só o tempo dirá. Finalmente, um serial killer que mata com inteligência." Carmen fez uma cara. "Não me olhe assim. Você já deve ter acompanhado algum assassino em série que matava prostitutas porque sua mãe era uma. Por favor. Esse tipo de assassino é ridículo. Mas um que me faça pensar nas possibilidades de um outro assassinato, ah, esse me deixa em fogo. Um assassino culto." ela soltou um "afe" silencioso, enquanto se retiravam do campus. Um par de policiais interrogavam o porteiro rechonchudo. Eles tiveram que andar até a rua principal para encontrar um taxi vazio. Depois de cinco longos minutos, Carmen conseguiu avistar um taxi e Sherlock vociferou o nome do transporte, fazendo-o parar após levantar o braço. Sherlock deixou Carmen entrar primeiro, e depois adentrou o veículo.

– "Baker Street, por favor." Carmen colocou os sapatos em cima do banco e apoiou o cotovelo no apoio da porta, sonolenta. Depois de quinze minutos, podia-se ver Carmen dormindo, com a cabeça encostada no ombro de Sherlock. Ele fitou o rosto da garota bem de perto, sacudindo seus ombros para acordá-la. Ela tomou um susto ao acordar e ver Sherlock tão perto dela. Sua pulsação podia ser escutada pelo detetive. Ela foi lentamente se arrastando para o lado, lentamente tomando consciência.

– "Chegamos. Vá buscar suas coisas. Aguardar-te-ei no 221b."

– "Certo." Carmen parecia demorar processar as informações em seu cérebro. Ela sacudiu o rosto para espantar o sono e saiu do carro, levando os sapatos consigo, retirando um molho de chaves de dentro da clutch. Puxou a menor das chaves e caminhou até a porta de casa, soltando um longo suspiro antes de encaixar a chave na fechadura, e destrancar a porta. Seu pai já estava dormindo. As luzes estavam desligadas. Carmen já estava acostumada a entrar em casa silenciosamente.

Na ponta dos pés, atravessou o corredor e subiu três lances de escada. Lentamente, ela destrancou a porta do seu quarto, girando a maçaneta milímetro por milímetro. Soltou um suspiro de alívio ao perceber que seu pai não tinha acordado. Ela fechou a porta e caminhou até seu closet, posicionando-se na frente de uma das prateleiras na ponta dos pés para agarrar uma mala. Fechou seus dedos em volta de uma mala média, de cor rosa e colocou-se de cócoras, abrindo a mala no chão. A porta do closet abriu e Carmen gelou.

Apenas um gatinho preto passou pela porta, e saltou sobre uma das prateleiras, se sentando. Carmen soltou o ar, com a pulsação acelerada. Ela agarrou algumas peças de roupas, daquelas que faria a sua avó soltar um grito. Saias curtíssimas de couro, vestidos de látex coloridos, corseletes de renda. Algumas camisetas, calças e sapatos. Ah, os sapatos. Saltos plataformas de aproximadamente quinze a dezessete centímetros, para deixar Sherlock bem irritado. Peças íntimas extremamente curtas, coloridas, rendadas. Agarrou a caixa de bijouterias que estava ao lado de Karkat, seu gatinho, e jogou-a dentro da mala.

Ela caminhou até seu quarto e aproximou-se da arrumadeira, agarrando seu kit de maquiagem. Trilhou seus passos até o banheiro e catou sua escova de dente. Ao voltar para o closet, pegou seu laptop que estava em cima de sua cama, e seu respectivo recarregador, dentro da mesa de cabeceira. Ela retornou ao closet, jogou o que tinha coletado dentro da mala e fechou-a, depois de enfiar um par de perfumes entre as roupas. Carmen fitou Karkat e saiu de seu quarto, levando a mala pela alça para evitar barulho. O gato acompanhou-a até a porta de casa, sentando-se ao lado do jarro de guarda-chuvas. Parecia triste. Ela se abaixou e acariciou Karkat por um par de minutos, tomando coragem para sair de casa. Seu celular estava na mesa ao lado do jarro. Ela agarrou-o e colocou o aparelho dentro da clutch. Destrancou a porta e aprimorou alguns passos para fora do apartamento, trancou a porta e atravessou a rua, tocando a campainha do 221b.

Nada.

Carmen aguardou um par de minutos antes de tocar a campainha novamente, suspirante. "Ele deve ter esquecido", deduziu, e fechou a mão em volta da fechadura. Ela girou a maçaneta e a porta estava aberta. Puxando a mala pesadíssima, foi se arrastando para subir as escadas, após fechar a porta com a trava interior. Sherlock estava sentado no sofá, com os palmos das mãos colados uns nos outros. Parecia concentrado, de olhos fechados, e Carmen fazia um estrondo arrastando a mala.

– "Aonde é que eu durmo, Sherlock?" ele não se deu o trabalho de responder, e a menina bufou. Deixou a mala perto da porta e foi caminhando pelo apartamento, esquadrinhando o lugar por si mesma. Delineando uma trilha de passos ritmados, o som dos saltos confrontando o chão corrompiam o silêncio do apartamento, ela foi observando sua nova casa, mesmo que temporária. Aproximou-se dos quartos, e abriu uma porta branca. Procurando pelo interruptor, sentiu um par de mãos pesadas em seus ombros. Ela puxou o ar com o susto, sentindo ser puxada e direcionada à porta ao lado.

– "Esse é o seu quarto." ele abriu a porta e empurrou-a, ligando a luz do âmbito, iluminando-o. Tinha o papel de parede vitoriano vermelho. Uma cama de casal com lençóis brancos jazia embaixo de um quadro de uma paisagem, e um cobertor vermelho cobria a cama. Uma janela a esquerda da cama, junto com uma escrivaninha ocupava o lado esquerdo do quarto. A direita, um armário embutido, de madeira. Um tapete ficava próximo do armário, e existiam duas mesas de cabeceiras, do mesmo material do armário, uma de cada lado da cama, com dois abajures brancos. Do lado da escrivaninha, estava a porta do banheiro.

O quarto cheirava a lavanda, mas parecia que não era constantemente arrumado. Sherlock colocou a mala de Carmen ao seu lado com facilidade e retornou a sala. Ela fechou a porta do quarto e adentrou o banheiro. O piso de porcelanato ajudava a iluminar o lugar. Existia outra janela, na parede oposta à porta. Embaixo da janela, uma banheira branca, recém limpa. À sua esquerda, uma privada e um bidê. Já a direita, a pia, com um armário abaixo desta e um espelho reluzente. Perto da banheira existia um banquinho com um par de toalhas brancas sobre este, e um cesto de roupas vazio. Na janela, jazia um potinho com sais de banho. Pendurado atrás da porta, um robe de banho. Ela retirou os sapatos e colocou-os próximos da porta, junto com a mala.
Carmen saiu do banheiro e direcionou-se a cozinha, suspirando. Ela se aproximou da cozinha e apoiou a cintura na mesa, pensativa.

– "Quer chá, Sherlock?"

– "Preto, dois torrões, por favor." ele estava na mesma posição, meditando. Ela agarrou um bule que estava próximo do fogão e encheu o recipiente com água, antes de ligar o fogão. Posicionou o bule em uma das bocas acesas e abriu um dos armários, agarrando duas xícaras e dois pires. Puxou uma caixinha de metal e abriu-a, colocando as bolsinhas de chá dentro de cada xícara. Ela aguardou em silêncio, e o bule começou a apitar. Ela desligou o fogo e serviu água nas xícaras, emitindo um odor delicioso de chá. Sherlock levantou-se e caminhou até a cozinha, e Carmen serviu leite nas xícaras, antes de adicionar os dois torrões na xícara de Sherlock. Ele se sentou na mesa da cozinha e Carmen levou o chá até Sherlock, sentando-se na frente do detetive. O moreno levou a xícara aos lábios e bebericou o chá, fechando os olhos antes de dar um longo gole.

– "Você faz um ótimo chá." ela sorriu, dando uma bicadinha na sua xícara. Após alguns silenciosos minutos, Carmen terminou seu chá. Ela se levantou e recolheu a xícara de Sherlock, caminhando até a pia e deixando-as lá. Retirou o saquinho de chá dos dois recipientes e os jogou fora, antes de se colocar a falar.

– "Vou tomar um banho e dormir. Boa noite, Sherlock." ele não respondeu. Suspirando, ela trilhou seus passos até seu quarto, e fechou sua porta antes de adentrar o banheiro. Antes de se despir, puxou a torneira "quente" da banheira e esperou-a encher. Despiu-se e deixou as roupas no cesto, prendendo o cabelo em um coque alto. Mergulhou o pé direito na banheira cheia e sentiu um arrepio na espinha ao entrar em contato com a água quente. Adentrou seu corpo inteiro na banheira, menos a cabeça, posicionando a nuca na beira da banheira. Relaxou por alguns minutos, até a água esfriar.

Saiu da banheira e agarrou uma toalha, enxugando-se. Deixou o corpo úmido, aproveitando o vapor de água quente do banheiro. Ela se aproximou da mala e abriu-a, pescando um short, uma calcinha maior, vestindo-a. Junto com a calcinha, também pescou sua escova de dentes, e caminhou até a pia. Fitou-se no espelho, segurando os seios, analisando-os. Seus mamilos estavam eriçados. Abriu o armário do espelho e viu uma pasta de dente nova. Apertou o sachê e começou a escovar os dentes, fitando seus dentes no espelho.

Depois de devidamente escovar os dentes, caminhou até sua cama, soltando o cabelo. Seu corpo ainda estava quente. Ela se deitou e cobriu seu corpo com o edredom e desligou a luz. Fechou os olhos, relaxando o corpo, sonolenta. Após um par de minutos, escutou sua porta abrindo e uma pessoa se deitando na cama. Estava com o corpo frio, ela sentiu, ao sentir um peito másculo encostar em suas costas. Cobriu-se com o edredom, disputando-o com Carmen.

– "Sherlock?"

– "Sim?"

– "O que está fazendo?"

– "Tentando dormir."


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Notas finais do capítulo

Está ai, sem mais delongas, o quarto capítulo da fic. Espero que gostem, deixem suas reviews; críticas e elogios são sempre bem recebidos. =]