Stand In The Rain escrita por Light Angel


Capítulo 8
Chapter 8


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoas! Tudo bem? Então, espero que estejam gostando da fic, pois aqui está um novo cap! Decidi postar mais um hoje, então espero que gostem. Mil beijos e boa leitura!!



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Natalie e Leah almoçaram juntas. Aos poucos o sorriso da menina ia voltando, mas por dentro ela ainda se sentia péssima.

Natalie não sabia de toda a verdade. Não sabia que Leah estava sujeita a uma doença horrível e letal, e muito menos ainda que ela pudesse estar grávida. As possibilidades não desapareciam.

Mas como boa observadora que ela era, ela desconfiava que Leah não estivesse inteiramente bem.

– Leah – Ela disse depois de um gole de suco. – Você precisa se cuidar. Olha como está magra. Está comendo?

A comida da menina estava intocada e por mais que quisesse, ela não tinha fome. Para não deixar Natalie alarmada, ela deu uma mordida no sanduíche. Seu estômago revirou.

Natalie não parecia convencida. Mas como ela sempre fazia, deixou a menina quieta. Leah gostava desse jeito de Natalie. Ela insistia, mas nunca forçava a barra. Nunca deixava as pessoas em situações desconfortáveis.

Algumas pessoas observavam Leah e Natalie juntas. Desde que Leah desaparecera por duas semanas (ela havia ficado internada em uma e na outra na cama em depressão) ela havia mudado. Voltou uma garota desatualizada e distraída, que não falava com ninguém e estava cada vez mais distante da vida.

Natalie fora a única que corria atrás de Leah, e ela sempre rejeitava a ajuda da garota. Hoje, elas estavam almoçando juntas e de vez em quando, ela conseguia arrancar alguns sorrisos de Leah.

Leah não dizia nada, óbvio. Ela não estava a fim de conversar, mas sempre respondia a todas as perguntas de Natalie. Ela merecia essa atenção.

Depois de um tempo, Natalie ficou quieta, desconfortável. Elas já haviam acabado de comer (pelo menos Natalie acabara) e ela ficou extremamente pensativa.

Era uma deixa para Leah. Ela estava mesmo querendo ficar um pouco sozinha, mas não conseguia um jeito de dispensar Natalie. Ela não queria magoar a menina.

Quando ela abriu a boca para dizer que iria ao banheiro, Natalie olhou nos olhos de Leah:

– Sabe... Não estou querendo forçar a barra e nem nada do tipo. Mas isso está me martelando na cabeça. O dia que aconteceu... Você sabe... Era o dia em que estávamos juntas? Quando eu passei mal no shopping e você me levou para casa?

Leah se surpreendeu. Desde o dia do ato, ela não se lembrava de mais o que havia feito antes. Mas agora as imagens estavam ficando claras em sua mente. Natalie havia passado mal. Ela tinha asma, e ocorreu um ataque repentino.

Leah ficara apavorada e queria levar Natalie a um hospital, mas a garota havia assegurado que era só utilizar a bombinha e tudo acabaria bem.

Mas ainda assim ela queria que Natalie fosse para casa em segurança. Por isso insistiu para leva-la. A casa de Natalie ficava fora do caminho de Leah, mas a saúde da amiga estava em primeiro lugar.

Por isso, quando ela deixou Natalie em casa e se assegurou que ela ficaria bem, decidiu ir embora. Isso só depois de ter certeza de que os pais da amiga haviam chegado. Então, como ainda estava cedo, ela decidiu ir a biblioteca estudar e ler um pouco.

Foi quando tudo aconteceu.

Era isso mesmo. A última vez que conversara com Natalie fora o dia em que fora violentada.

Timidamente, ela assentiu.

Natalie explodiu em lágrimas. Leah assustou-se.

– É minha cu-culpa – Ela soluçava – Se eu não tivesse deixado que você me levasse...

– Natalie! – Leah falava com um volume de voz normal. – Como isso pode ser sua culpa? Eu nunca iria deixar você desamparada. Pare com isso!

– Leah, você não percebe? – Ela começava a tremer. – Eu sou uma merda mesmo. A culpa é minha por você estar assim. Eu nunca vou me perdoar...

– Pare já com isso. – Foi a vez de Leah explodir. – Aquele desgraçado acabou com a minha vida, não você! Aconteceu, Natalie, aconteceu! Nada nem ninguém teriam impedido aquilo. Pare de se culpar.

Leah nunca tinha se manifestado dessa forma. O mês todo passara calada, sem forças. Mas agora ela sentia uma nova força tomar conta de seu corpo. A força da ira.

Estava totalmente explodindo. De ódio por aquele desgraçado que havia acabado com a sua vida, e que agora Natalie – a doce Natalie – estava se culpando.

Ela olhou para Leah surpresa. A garota por um momento estava com os olhos cheios de vida, de sentimento. Não iria deixar Natalie se destruir. Isso não.

Ela fungou novamente, tentando se acalmar. Depois ela sorriu para Leah envergonhada.

– Eu... Eu só queria ter evitado tudo isso, Leah. Eu estou sofrendo também.

Leah a abraçou. Aos poucos ela estava recuperando o senso, e com Natalie por perto, ela sentia que conseguia ser ela mesma.

– Você evitou. Você está me trazendo de volta a minha vida.

Natalie se apegou a Leah e depois enxugou as lágrimas. Passado algum tempo, o sinal havia tocado e haveria mais algumas aulas pela frente.

Natalie se levantou para a aula de Francês, enquanto Leah iria para a de Sociologia.

Quando estavam caminhando para irem juntas, Natalie virou-se para Leah:

– Vai fazer alguma coisa hoje?

Pega de surpresa, Leah negou. Natalie pulou no lugar de alegria.

– Quer vim em casa? Queria que viesse conhecer meu cachorrinho novo, o Sparky. Ele é um Golden Retriever e é muito amoroso. E sabe... Nós podíamos fazer o que sempre fazíamos nas tardes chuvosas.

Leah sentiu uma pontada de calor em seu coração. Estava sendo convidada para sair. Havia muito tempo que ela não saia de casa, e se divertia.

– Vamos! – Natalie praticamente saltitava no lugar. – Você sabe o que eu estou falando. Nossos torneios de... Videogames!

Leah não resistiu. Começou a rir. Ela sempre fazia isso com Natalie, e elas se divertiam cada vez mais.

Mas a sua consciência ralhava com ela.

Não, Leah. Você não pode ter direito a diversão. Você é fraca.

A expressão de Leah ficou triste na mesma hora. Ela queria se divertir, mas não podia. Ela era fraca. Era um lixo.

– Natalie, olha... – Ela inventou uma desculpa, tremendo. – Eu adoraria, mas... Eu tenho médico. Fica para uma próxima, ok?

Ela correu para a aula sem esperar a resposta de Natalie. Fora muito rude com ela, mas ela não podia se aproximar mais.

Cometera um erro envolvendo Natalie nisso. Era ela e acabou. Não podia ter mais amigos. Não podia ter vida.

Lixo não tinha vida.

Ela estava se destruindo, mas estava certa. Não era mais ela mesma. Enxugando as lágrimas, entrou na sala e foi para o fundo. Abaixou a cabeça e começou a soluçar baixinho.

Onde já se viu se apegar a Natalie daquele jeito? Ela não podia. Ela era fraca, deveria enfrentar sozinha.

Nunca mais falaria com Natalie novamente. Nunca mais falaria com ninguém.

Estava sozinha. E era assim que tinha que ser.

Sua consciência ecoou a voz em sua mente:

Assim que deve ser.



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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Bem, antes que alguém pergunte, não a Leah não é bipolar KKKKKK, mas é assim o comportamento de uma pessoa nessas condições dela. Teremos que ter muita paciência com essa menina. Hahaha então é isso, até o próximo e se cuidem! beeeijos enormes!



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