Lost Memory escrita por Dri Viana


Capítulo 3
Chapter Three


Notas iniciais do capítulo

Bom por enquanto vamos ver a familia Grissom derramar muitas lagrimas, mas depois as coisas tendem a melhorar.



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Sara enxugou as lagrimas levantou-se do sofá e se dirigiu a porta. Ao abri-la a morena pode ver seus filhos descerem da van escolar. Os dois estudavam em escolas diferentes e como as aulas de Matt terminavam mais cedo que as da irmã mais velha a van o apanhava primeiro em sua escola assim como também a outras crianças e depois ia ate a escola de Jully apanhar ela e uma amiga dela que era sua colega de classe. A garota era vizinha dos Grissoms desde que tinha seis anos e desde ai é amiga de Jully.

Matt logo que avistou a mãe na porta de casa correu em sua direção.

—Mamãe!

O garoto se jogou nos braços de Sara que o carregou no colo e o abraçou apertado buscando forças pra contar aos filhos a situação em que o pai deles se encontrava. Por mais complicado que fosse ela teria que contar a eles, não tinha como esconder uma coisa dessas. Ao pensar que teria que fazer isso involuntariamente as lagrimas vieram e ao desfazer o abraço e olhar pra mãe Matt viu que ela estava chorando.

—Mamãe por que você tá chorando? – com seus dedos miúdos ele enxugou as lagrimas que corriam pelo rosto dela.

Jully que havia ficado pra trás se despedindo da amiga quando se aproximou e viu que a mãe chorava fez a mesma pergunta que o irmão havia feito antes de ela chegar perto deles.

Sara fazendo um esforço enorme pra não chorar mais ainda na frente dos filhos pediu que eles entrassem porque ela queria conversar com eles. Ao entrarem eles se acomodaram no sofá da sal. Jully sentou-se ao lado de Sara e Matt no colo da mãe. Antes que a morena começasse a falar seu filho menor perguntou pelo pai. Ela respondeu que ele estava no quarto, então o garoto de novo perguntou se ele não viria conversar com eles também. Sara disse que não.

—Vai ser só a mamãe e vocês.

—Sobre o que a senhora quer conversar com a gente mãe?

Jully perguntou querendo saber logo. Algo lhe dizia que boa coisa não era.

—É sobre o pia de vocês.

A cara que Jully viu sua mãe fazer ao dizer do que se tratava a conversa lhe fez ficar apreensiva e perguntar na mesma hora o que tinha acontecido com o pai deles.

A ex-perita queria tanto que aquilo fosse um pesadelo, que o que estava prestes a contar aos filhos não fosse verdade, mas infelizmente era. Respirou fundo e sendo encarada pelos dois pares de olhos azuis dos filhos que eram idênticos aos de Grissom ela começou com calma a falar.

—Meus amores, o pai de vocês está com um problema e vai precisar da nossa ajuda pra supera-lo.

—Esse problema é serio mãe?

—Muito Jully. O pai de vocês... – ela parou por uns instantes antes de continuar e dizer qual era o problema. _Ele perdeu a memoria!

—Que?? Como assim mãe? – perguntou assustada e com os olhos arregalados não acreditando no que tinha acabado de ouvir.

—Eu não sei Jully ele acordou assim.

—O que é “perdeu a memoria” mamãe? – o pequeno que não tinha entendido aquilo quis saber.

Ela demorou um pouco pra respondê-lo. Ele era uma criança e aquele assunto era confuso demais pra ele. Mesmo assim escolhendo as palavras Sara tentou explicar de uma forma menos confusa que fizesse o garoto entender e que não o machucasse tanto com ela sabia que machucaria.

—Perder a memoria, é quando uma pessoa esquece tudo daqui de dentro. – apontou pra cabeça do menino. _E não se lembra de nada, meu amor!

O garoto arregalou os olhinhos coloridos e em seguida perguntou.

—O papai não se lembra da gente também?

Se ela pudesse não responder aquela pergunta não responderia e se pudesse mentir mentiria só que não podia fazer isso. Só Deus sabia o quão doloroso estava sendo contar aos filhos, principalmente aquela pessoinha a verdade. Pela segunda vez ali ela respirou fundo e enxugou as lagrimas, e olhando para Matt falou a dolorosa verdade.

—Não meu amor. Seu pai não se lembra da gente.

A tristeza que viu nos olhos dos dois filhos mais ainda no filho menor lhe dilacerou a alma.

Em uma fração de segundos Sara viu Matt pular de seu colo e disparar escada acima chamando desesperado pelo pai.

—Matt! Volta aqui filho! – chamou já se levantando do sofá e sendo imitada por Jully. Ambas seguiram correndo atrás do menino.

Se pra um adulto aquela situação já era difícil de ser entendida imagina pra um menino de quatro anos? Era uma confusão enorme pra cabecinha dele. Como ele ia entender que de uma hora pra outra seu pai não se lembrava mais dele?

Rápido feito um raio Matt chegou ao quarto dos pais e entrou já chamando por Grissom.

—Papai! Papai!

O supervisor que se encontrava sentado à beira da cama de cabeça baixa e as mãos cobrindo o rosto, quando ouviu a voz do garoto devagar descobriu o rosto e levantou a cabeça dando de cara com um garotinho ofegante parado perto da porta. Olhou-o de cima abaixo, os pés do garoto mexiam inquietos, suas mãos miúdas estavam fechadas e os olhos estavam cheios de lagrimas que a qualquer momento molhariam seu rostinho branco. Aquele garoto a sua frente era seu filho e vê-lo ali diante de si não lhe fez sentir nada, pra ele era só um rosto qualquer, um menino que ele não lembrava e que lhe chamava de pai só que por mais que não lembrasse e não sentisse nada por ele, ele era seu filho. Por que raios havia se esquecido de sua família daquela maneira?

O menino deu alguns passos em direção ao pai e depois parou mantendo certa distancia entre eles.

—Você esqueceu da gente papai?

O olhar triste e a voz quase chorosa do menino fizeram aquele homem de mente vazia sentir-se mal. Queria tanto lembrar-se dele, da outra filha que tinha e daquela bonita mulher que era sua esposa, mas infelizmente sua mente não lhe permitia já que estava vazia e sem nada.

—Sim garoto! – disse abaixando a cabeça.

—Você disse que nunca ia esquecer de mim, da mamãe e da Jully.

—Mas não foi porque eu quis. – tentou se justificar.

—Eu não gosto mais de você. Você me esqueceu!!

Ele começou a chorar depois de falar isso. Grissom ficou desnorteado com a cena de vê-lo chorando e se levantou pra ir ate o menino pra acalma-lo, mas ele se afastou dele.

—Não chora!

—Eu não gosto mais de você! Não gosto! - repetiu suas palavras e depois saiu correndo do quarto chorando.

Do corredor Sara viu seu filho sair de seu quarto. Assim que chegou à porta dele viu Grissom em pé e estático.

—O que disse a ele Grissom?

—Que não me lembrava dele. – disse aéreo pela reação do garoto.

—Disse assim?

—Sim!

Ela não disse nada e foi atrás do filho deixando Jully ali sozinha com o pai.

—O senhor não se lembra de nada mesmo?

—Não!

—Como pode isso?

—É o que me pergunto também.

No quarto de Matt, Sara assim que entrou no quarto dele o encontrou chorando sentado na cama com os joelhos dobrados e a cabeça apoiada neles. Seu coração de mãe falhou uma batida por ver seu garotinho naquele estado. Aproximou-se da cama sentou-se ao lado do filho e depois chamou pelo menino.

—Matt

Devagar ele levantou a cabeça e olhou pra mãe. Seus olhinhos azuis estavam vermelhos de chorar e seu rosto molhado pelas lagrimas. Sara o trouxe pro seu colo e afagou seus cabelos encaracolados como os do pai.

—Oh meu amor! Não sabe como me dói te ver assim! Queria que tudo isso não fosse verdade. Que seu pai lembrasse pelo menos de você.

— Porque o papai não lembra mais da gente?

—Eu não sei meu amor, mas juro que vou descobrir.

—Ele deixou de gostar da gente mamãe? – dizia ainda chorando.

—Não filho, ele só esqueceu. Mas lá dentro dele ele gosta só não se lembra disso.

—Eu não gosto mais dele.

—Não diga isso, ele é seu pai Matt. Por mais que ele tenha esquecido de você não pode deixar de gostar dele porque é seu pai meu amor.

Nesse momento Jully chega ao quarto e se senta perto dos dois.

—Escutem uma coisa, nós temos que ajudar o papai a lembrar da gente.

—E se ele não lembrar mais mãe? – Jully a questionou com medo dessa possibilidade.

Sara queria não pensar nisso, queria acreditar que seu marido se lembraria dela e dos filhos. Mas se isso não acontecesse como sua filha questionou? Não sabia como iam ser as coisas se aquela hipótese viesse a acontecer.

—Não vamos pensar nisso. O pai de vocês vai lembrar, ele tem que se lembrar da gente. – abraçou os dois.

Os três se deitaram espremidos na pequena cama de Matt. Sara ficou no meio e os dois filhos ficaram deitados um de cada lado dela. E por um longo tempo ficaram ali em silencio com ela fazendo carinho na cabeça deles tentando acalma-los ate que os dois acabaram dormindo com o carinho que a mãe lhes fazia. Cuidadosamente ela se levantou da cama ajeitou os dois e desceu pra sala sem sequer parar no quarto pra falar com Grissom. Sentou-se no sofá e ao juntar a mochila de Matt do chão um papel dobrado caiu de lá de dentro. Pegou-o e ao ver o que tinha nele seus olhos se encheram de agua novamente. No papel tinha escrito com a letra da professora que Matt desenhasse seu super-herói preferido e o menino fez um desenho do pai. Na verdade não era bem um desenho e sim um esboço todo tordo próprio de uma criança da idade dele, mas que mostrava que era seu pai desenhado ali já que tinha a barba e os cabelos como os de Grissom. Sara pode ver o quanto seu filho amava aquele pai que agora não se lembrava dele.

Enxugando as lágrimas, a mulher levantou-se do sofá e se dirigiu a porta. Ao abrí-la Sara pode ver seus filhos descendo da van escolar. Os dois estudavam em escolas diferentes, e como as aulas de Matt terminavam mais cedo que as da irmã mais velha, a van o apanhava primeiro em sua escola assim como também a outras crianças e depois, ia até a escola de Jully apanhar à ela e uma amiga da adolescente que era sua colega de classe. Penny era vizinha dos Grissom desde que tinha seis anos e desde aí era amiga de Jully.

Matt logo que avistou a mãe na porta de casa a espera deles, correu em sua direção.

— Mamãe!

O garoto se jogou nos braços de Sara. A mulher o carregou no colo e o abraçou apertado, buscando forças para em instantes contar aos filhos a situação em que o pai deles se encontrava. Por mais complicado que fosse, ela teria que dizer a eles o que estava acontecendo, não tinha como esconder uma coisa daquelas. Era impossível!

E só de pensar que teria que revelar a eles que o pai havia esquecido da família, involuntariamente as lágrimas vieram assolar Sara. Não dava para segurá-las, por mais que tentasse.

Ao desfazer o abraço e olhar para a mãe, Matt viu que ela estava chorando.

— Mamãe por que você tá chorando?

Com seus dedos miúdos, o garotinho enxugou as lágrimas que corriam pelo rosto da mamãe.

Jully que havia ficado um pouco mais pra2 trás se despedindo da amiga, quando se aproximou da porta e viu que a mãe chorava, fez a mesma pergunta que o irmão havia feito segundos antes de ela chegar perto deles.

Fazendo um esforço enorme para não sucumbir ao choro mais ainda na frente dos filhos, Sara pediu que eles entrassem e enquanto seguiam em direção ao sofá, ela anunciou que precisava conversar com eles algo sério.

Jully sentou-se ao lado de Sara e Matt no colo da mãe. Antes que a mulher reunisse a coragem necessária pars começar a falar o que seus filhos não sabiam, Matt lhe indagou sobre o pai. O coração de Sara se apertou. Contar aquilo não ia ser fácil e certamente, deixaria seus filhos assustados.

Ela explicou ao filho que Grissom estava no quarto. Então novamente o garoto questionou, querendo saber se o pai não viria fazer parte da conversa com eles também. Sara negou.

— Vai ser só a mamãe e vocês.

Ela completou se esforçando para não cair em prantos.

— Sobre o que a senhora quer conversar com a gente mãe?

Jully quis saber já pressentindo que boa coisa não era, pois sua mãe parecia estranha demais.

— É sobre o pai de vocês.

A cara que Jully viu sua mãe fazer ao dizer do que se tratava a conversa, fez a jovem ficar apreensiva e perguntar na mesma hora o que tinha acontecido com o pai deles.

A ex-perita queria tanto que aquilo fosse um pesadelo, que o que estava prestes a revelar aos filhos não fosse verdade, mas infelizmente era. Respirou fundo e sendo encarada pelos pares de olhos azuis dos filhos, que eram idênticos aos do pai, Sara começou com calma a falar.

— Meus amores... o pai de vocês... acordou com um problema... e vai precisar da nossa ajuda pra superá-lo.

— Esse problema é serio mãe?

— Muito Jully. O pai de vocês...

Ela parou por uns instantes e respirou fundo antes de continuar sua fala, e revelar qual era o problema.

— ...Ele perdeu a memória, crianças!

— Quê?? Como assim mãe?

Jully se assustou na mesma hora e com os olhos arregalados, parecia não acreditar no que tinha acabado de ouvir.

— Eu não faço ideia de como isso aconteceu, Jully. Ele já acordou assim.

— O que é “perdeu a memória”, mamãe?

O pequeno Matt não tinha entendido aquilo.

A mãe olhou para o pequeno em seu colo e demorou um pouco para lhe responder. Seu filho era uma criança pequena e aquele assunto era confuso demais para ele. Mesmo assim precisava lhe explicar aquela situação. E escolhendo as palavras, Sara se aventurou em explicar de uma forma simples (se é que tinha) o que aconteceu com Grissom, para que Matt entendesse e ao mesmo tempo, não machucasse tanto seu menino como ela sabia que acabaria machucando.

— Perder a memória, Matt... é quando a pessoa esquece tudo daqui de dentro.

Ela apontou para a cabeça do próprio menino, que lhe olhava com atenção.

— E não se lembra de nada, meu amor!

Assustado o garoto arregalou seus olhinhos coloridos e disparou logo na sequência:

— O papai não se lembra mais da gente?

Se ela pudesse não responder aquela pergunta, não responderia. E se pudesse mentir, com certeza, mentiria!

Só Deus sabe o quão doloroso estava sendo contar aos filhos principalmente ao menor, a verdade do que aconteceu.

Pela segunda vez ali, Sara respirou fundo e enxugou as lágrimas, que outra vez já lhe escapavam. E olhando para Matt falou a dolorosa verdade.

— Não, meu amor. Seu pai não se lembra mais da gente.

A tristeza que viu nos olhos dos dois filhos, mais ainda no filho menor, lhe dilacerou a alma.

Em uma fração de segundos, Sara viu Matt pular de seu colo e disparar pelas escadas chamando desesperado pelo pai.

— Matt! Volta aqui filho!

Sara se levantou do sofá com pressa, sendo imitada por Jully. Ambas seguiram correndo atrás do menino.

Se para um adulto aquela situação já era difícil de ser entendida, imagina para um menino de quatro anos?

Era uma confusão enorme para a cabecinha dele!

Como uma pessoinha da sua idade ia entender que de uma hora para a outra seu pai não se lembrava mais dele?

Rápido feito um raio, Matt chegou ao quarto dos pais e entrou com tudo, já chamando por Grissom.

— Papai!... Papai!

O homem que se encontrava sentado à beira da cama de cabeça baixa e as mãos cobrindo o rosto, assim que ouviu aquele chamado, descobriu devagar o rosto e levantou a cabeça dando de cara com um garotinho ofegante parado perto da entrada do quarto.

Grissom o olhou de cima abaixo. Os pés do garotinho a sua frente se mexiam inquietos, suas mãos miúdas estavam fechadas e os olhos estavam cheios de lágrimas, que a qualquer momento molhariam seu rostinho branco.

Ele sabia que aquele menino era seu filho, pois viu sua foto e Sara contou quem ele era. Contudo, vê-lo não lhe fez sentir emoção alguma, absolutamente nada! Para o homem desmemoriado, o garoto que lhe chamou de pai era só um rosto qualquer, de alguém que ele não lembrava quem era.

Só que por mais que Grissom não se lembrasse e não sentisse nada pelo menino, aquele era seu filho.
Por que raios ele havia se esquecido de sua família daquela maneira?

Matt deu alguns passos em direção ao pai e depois parou mantendo certa distância entre eles.

— Você esqueceu da gente, papai?

O olhar triste e a voz quase chorosa do menino fizeram aquele homem de mente vazia sentir-se mal. Queria tanto lembrar-se dele, da outra filha que tinha e daquela bonita mulher que era sua esposa, mas infelizmente sua mente não lhe permitia.

— Sim, garoto!

Ele afirmou, baixando a cabeça sentindo vergonha por aquilo.

— Você disse que nunca ia esquecer de mim, da mamãe e da Jully.

— Mas não foi porque eu quis.

Ele tentou se justificar.

— Eu não gosto mais de você!... Você me esqueceu!!

Matt começou a chorar depois de falar isso. Grissom ficou desnorteado com a cena de vê-lo chorando e se levantou para ir até o menino acalmá-lo, mas Matt se afastou dele.

— Não chora!

Pediu o pai.

— Eu não gosto mais de você! Não gosto!

Matt repetiu suas palavras e então saiu correndo do quarto ainda chorando.

Do corredor Sara viu seu menino sair correndo do quarto dela. Assim que parou na porta do cômodo avistou Grissom em pé e com uma expressão perdida.

— O que disse ao nosso filho, Gil?

Ela só esperava que ele não tivesse sido rude com Matt como chegou a ser com ela.

— Eu disse... que não me lembrava dele.

O homem contou meio aéreo e ainda completamente desconsertado com a reação do garoto.

— Disse assim?

— Sim!

Ela não ousou lhe dizer nada e foi atrás do filho deixando Jully ali sozinha com o pai. Precisava consolar seu menino que devia estar tão confuso e triste com o que houve.

Parada na porta Jully encarava seu pai após a saída de Sara.

— O senhor não se lembra de nada mesmo?

Ela se dirigiu a Grissom.

— Não!

— Como pode isso?

Parecia algo tão inexplicável e difícil (talvez até impossível mesmo) de entender.

— É o que me pergunto também.

Sara encontrou o filho no quartinho dele. Quando o viu, chorando sentado na cama com os joelhos dobrados e a cabeça apoiada neles, seu coração de mãe falhou uma batida.

Aproximando-se da cama, ela se sentou ao lado do filho e depois chamou pelo menino.

— Matt!

Sua mão deslizou carinhosamente pelos cabelos dele.

Devagar, o garotinho levantou a cabeça e olhou para a mãe. Seus olhinhos azuis feito o céu estavam vermelhos devido ao choro. E seu rosto se encontrava banhado pelas lágrimas. Sara não aguentou e trouxe seu menino para o colo dela e afagando seus cabelos encaracolados como os do pai, ela se permitiu deixar que novas lágrimas lhe escapassem.

— Oh, meu amor! Não sabe como me dói te ver assim!... Queria que tudo isso não fosse verdade. Ou que pelo menos, o seu pai lembrasse só de você.

Sabia o quanto o menino era agarrado no pai e o quão difícil seria para o pequeno se acostumar com o fato do pai não ser mais o mesmo com ele.

— Por que o papai não lembra mais da gente?

— Eu não sei, meu amor, mas juro que vou descobrir.

— Ele deixou de gostar da gente mamãe?

Em sua inocência o menino quis saber em meio ao choro.

— Não, filho. O papai nunca vai deixar de gostar da gente. Ele agora só esqueceu disso. Mas lá dentro dele, ele gosta só que apenas não se lembra mais.

— Eu não gosto mais dele.

— Não diga isso, ele é seu pai, Matt. Por mais que ele tenha esquecido de você não pode deixar de gostar do papai, filho.

Nesse momento, Jully chegou ao quarto e se sentou perto dos dois.

— Escutem uma coisa, nós temos que ajudar o papai a lembrar da gente.

— E se ele não lembrar mais mãe?

Jully demonstrava medo dessa possibilidade.

Sara não queria pensar nisso, queria acreditar que seu marido se lembraria dela e dos filhos. Mas, e se realmente isso não acontecesse como sua filha questionou? Não sabia como iam ser as coisas se aquela hipótese viesse a acontecer. Deixaria para saber mais lá pra frente.

— Não vamos pensar nisso. O pai de vocês vai lembrar! Ele tem que se lembrar da gente.

Ela abraçou os filhos.

Os três se deitaram espremidos na pequena cama de Matt. Sara ficou no meio e os dois filhos ficaram deitados um de cada lado dela. E por um longo tempo, eles ficaram ali em silêncio, com ela fazendo carinho na cabeça dos filhos numa tentativa acalmá-los.

Aquele gesto dela acabou por levá-los a cair em sono. Cuidadosamente, Sara se levantou da cama, ajeitou os dois e desceu para a sala sem sequer parar no quarto para falar com Grissom. Sentou-se no sofá e ao juntar a mochila de Matt do chão, um papel dobrado caiu de dentro dela. A mulher pegou o papel e ao ver seu conteúdo, os olhos castanhos dela se encheram de água novamente.

No papel tinha escrito com a letra da professora, que Matt desenhasse seu super-herói preferido e o menino fez um desenho do próprio pai. Na verdade não era bem um desenho e sim um esboço todo tordo próprio de uma criança da idade dele, mas que mostrava claramente que era seu pai desenhado ali, já que tinha a barba e os cabelos grisalhos como os de Grissom.

Naquilo Sara viu o quanto seu filho amava o pai que agora não se lembrava dele.


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Notas finais do capítulo

Confesso a vcs q quase chorei escrevendo esse cap. Espero que tenham gostado.
Bjs e ate o proximo!!