Laila escrita por Solidão


Capítulo 14
XIII


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO:

Mudei o dia de postagem de Laila para domingo. Na segunda eu vi que não terá como entrar no site, de JEITO NENHUM, para postar o capitulo. Por isso, tive que mudar o dia.

Espero que não tenham problemas para entrar domingo e tal :D

Bom, é isso, galere. Boa leitura pra vocês (Emy, estou esperando a recomendação AÕIHGAÕUHFÕUDAHSÕDUA~SDH~UOAHDOÃ CAÔ)



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Chegou em casa e deu graças aos céus por estar sozinha. Naquela tarde, a mãe iria com o irmãozinho ao médico e os dois voltariam apenas mais tarde.

Imediatamente, ela jogou a mochila no quarto, pegou o pijama velho e encardido e uma calcinha limpa. Colocou o uniforme cuidadosamente dentro do armário, no cabide de madeira destinado especialmente àquela roupa, e andou apressadamente até o banheiro.

Ligou a água quente e esperou até estar fervendo.

Eu. Não devia. Ter feito isso, ela pensou. Quer dizer, pensou não. Ela se repreendeu em pensamento.

Laila tinha noção que não devia fazer aquilo com Thiago. O pobre garoto era bondoso e parecia gostar dela mesmo. Se ela brincasse com os sentimentos dele apenas para tirar Luna de sua cabeça, acabaria machucando o pobre rapaz.

Ele gosta de você, sua idiota. Agora, com o beijo, vai achar que você também gosta dele!, pensou.

E tinha total razão. Thiago, depois que ela se fora, ficou boquiaberto a encará-la. A boca grande e volumosa aberta, os olhos grandes e esverdeados observando a garota andar naquele passinho apressado e entrar, desesperadamente, no ônibus que estava ali. Ela não viu, mas ele abriu um sorriso contente e magnífico depois que ela se fora.

Laila sabia que as amigas, e todos os outros colegas de classe, encheram a cabeça de Thiago com asneiras e ideias idiotas sobre como ela também gostava dele. Era mentira. Ela não gostava dele, não gostava mesmo. Só estava usando o garoto para tirar a ideia doida de beijar Luna da cabeça.

Que maluquice... Beijar Luna! Vê se pode? Claro que não, claro que não, pensou.

Em menos de dez minutos desligou a água novamente e se enxugou. Não pensou mais em Luna ou em Thiago apaixonado. Simplesmente deixou a mente vazia e se dedicou inteiramente a prestar atenção nos movimentos que fazia.

Pegou a roupa suja, colocou na máquina de lavar, voltou ao quarto e soltou um longo e cansado suspiro. Sentou na cama e olhou ao redor.

Estava cansada demais para estudar – e sem a mínima paciência ou força de vontade para ler qualquer coisa sobre ligações covalentes e metálicas – ou para jogar seus joguinhos amados no computador.

Resolveu que iria dormir.

Ajeitou-se na cama, pegou o edredom grosso e quente e ligou o ventilador.

Sim, Laila, assim como metade da população global de malucos, gosta de ligar o ventilador no máximo e se cobrir até as orelhas.

Admitirei que isso é muito gostoso.

Agora, vou dormir um pouquinho e parar de pensar na Luna ou no que fiz com Thiago.

Enfiou-se debaixo do edredom, fechou os olhos e em poucos minutos estava dormindo.

“Soltou uma gargalhada alta e cruzou as pernas.

Estava no que parecia ser um mercado, com prateleiras lotadas de produtos industrializados, geladeiras e freezers amontoados de garrafas de refrigerante congeladas e hot pockets de bacon passados da validade.

No centro do local, uma mesa alta com dois banquinhos altos de metal. Sentada, de frente para Laila, estava Luna.

A garota ria e sorria de modo encantador. As bochechas estavam coradas de tantas gargalhadas e os olhos castanhos brilhavam pela diversão do momento e o cabelo ruivo liso estava longo e preso num rabo de cavalo.

Estava especialmente bonita.

Segurava, numa das mãos, um copo de refrigerante e na outra um guardanapo. Falava qualquer coisa para Laila, algo sobre Harry Potter. Não interessava, ela não escutava o que a amiga dizia.

Laila levantou e disse que procuraria algo nas prateleiras.

Não pensou em muita coisa. Andou até uma prateleira que estava perto da mesa, pegou uma caixinha de nuggets de frango da Turma da Mônica e colocou sobre a mesa novamente. Sorriu para Luna.

-A gente pode comer isso, Luna – disse.

A amiga assentiu, mas não estava mais sorrindo.

Laila estranhou a atitude da amiga. Luna era uma pessoa sorridente e sempre alegre, não era de ficar séria ou triste de repente. Inclinou-se para frente.

-Está tudo bem?

Então, num piscar de olhos, Luna inclinou-se também e selou os lábios de Laila com um beijo. Os lábios da amiga encostados e colados suavemente aos lábios de Laila, as mãos segurando o rosto de nossa protagonista e um olhar ansioso pairando nos olhos castanhos.

Laila arregalou os olhos. Mas o quê...?

Luna abriu os lábios lentamente, e Laila, por um estranho e desconhecido instinto, fez o mesmo. Sentiu uma sensação no estômago que, na hora, não soube explicar direito. Era parecido com o nó que sentira antes de beijar Thiago, mas... Não dava vontade de fugir.

Começou a abrir lentamente os lábios e sentiu, levemente, que as duas iam se beijar de verdade”.

Arregalou os olhos.

Engoliu em seco e olhou ao redor. A casa ainda estava às escuras, então a mãe e o irmãozinho ainda não chegaram do médico. E nem mesmo seu pai chegou do trabalho no banco.

Passou a língua nos lábios, ainda sentindo o gosto e a presença dos lábios de Luna ali, e ficou estática. Não conseguia mover um único músculo. Beijar Luna, em sonho, ainda era tão estranho quanto se imaginar beijando a amiga de verdade.

Cerrou os olhos e pensou na sensação, que ainda estava em seu estômago.

Não era vontade de fugir. Não, não era.

Abriu a boca gradativamente, ao passo que ia evidenciando o que provocou o nó em seu estômago. O que provocou foi... A vontade de erguer as mãos e beijar Luna de verdade.

Ela não queria fugir. Queria que fosse verdade.

E aquele pensamento a assustou mais do que o de usar Thiago para tirar o beijo de sua mente: Ela queria que fosse verdade.


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Notas finais do capítulo

É isso. Espero que gostem e tal. Deixem comentários!!

Leitores novos: Quero conhecê-los, hein?? Se apresentem nos comentários, será um prazer saber o que pensam da história e de Laila ;)