Nada Convencional. escrita por Malevola


Capítulo 45
Saudade sempre machuca




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/304658/chapter/45

Acordei me sentindo super cansada, não consegui dormi direito, tive pesadelos com o Miguel a noite todo, meu telefone toca, me sento na cama e atendo.

—Se troca, to passando ai pra gente tomar um café antes da faculdade, imagino que você não dormiu bem essa noite- diz Ramone que parece sempre saber quando eu estou realmente precisando dele.

—Já esta com a Nanda ?

— Sim, chegamos em alguns minutos!

—Ok, 2 Beijos ! – desligo

Entro no banheiro e automaticamente vem a cena de ontem na minha cabeça, o sorriso irritante do Miguel e aquele olhar que eu nem lembrava mais como era ate ontem, chegam a me da calafrios, tomei banho coloquei minha bota ugg, uma calça jeans meio desfiada nas pernas e uma regada branca, peguei minha bolsa e meu celular e fui para a sala espera o Ramone.

—Bom dia minha princesa! – diz meu pai após me dar um beijo na testa e eu retribui com um sorriso.

—Bom Dia família! – diz Bruno enquanto desce as escadas todo empolgado.

—Nossa, quanta disposição logo cedo!- diz minha mãe que estranha o bom humor do Bruno.

—Tive uma ótima noite de sono só isso!- responde Bruno se jogando no sofá.

—A Nanda te fez uma visita noturna é ? – pergunto deixando ele sem graça.

—Você não perdoou nem a melhor amiga da sua irmã? – grita minha mãe surpresa e todos rimos.

—Eu espero que você respeite essa moça, ela frequenta nossa casa desde pequena e sua mãe e eu criamos uma certa amizade com os pais dela- diz meu pai serio e o Bruno apenas sorri.

—O café esta na mesa! – avisa uma de nossas empregadas.

—Vem filha! – me chama meu pai.

—Não obrigada pai, combinei de tomar café com o Ramone que acabou de chagar- afirmo ao ouvir o carro do Ramone chegar , mando um beijo para meus pais e saio.

—Você esta com uma cara péssima! – grita Ramone ao me olhar.

—Não tive uma boa noite de sono!-justifico

—Tenho uma base ótima aqui na bolsa vai resolve essa sua cara rapidinho, meu corretivo também faz milagres- diz ele se referindo a suas maquiagens com orgulho.

—Amiga você tinha que conta pro seu pai!-diz Nanda que esta sentada no banco da frente ao lado do Ramone que dirige feito um louco.

—Podemos mudar de assunto? – pergunto irritada.

—Não, ele te agrediu ontem? – pergunta Ramone, que me faz contar com detalhes a cena de ontem, o Ramone ficou transtornado e se não fosse eu implorando ele tinha mudado o caminho e ido atrás do Miguel na empresa, a Nanda ficou horrorizada e queria de todo o jeito que eu ficasse uma temporada na casa dela, mas eu recusei, chegamos na lanchonete perto da faculdade e sentamos para tomar café, em seguida fomos para a aula, estou pronta para ir embora quando...

—Lisa espera! – Grita o Gustavo

—Oi!

— Você tem que me ajuda ! – diz ele meio preocupado

—O que ouve ?

—Apesar de fazer um tempo que minha mãe não esta mais entre nos somente hoje meu pai resolveu se desfazer dos pertences dela que ficavam em um quarto trancado, junto com as roupas e as joias meu pai acabou dando também um quadro que significava muito para minha mãe e o Caio chegou bem na hora que as coisas estavam sendo tiradas do quarto, isso mexeu muito com ele, de todos o Caio é o que mais tem dificuldades para superar a morte da minha mãe, Lisa ele saiu muito abalado emocionalmente e ninguém consegue falar com ele ou entra no apartamento dele, será que você consegue ?

—Claro! Avisa para o Bruno que não vou pra casa, Alias a minha irmã veio hoje ?

—Claro, a Isadora nunca falta, ainda mais em dia de prova, deve esta conversando com algum professor- diz o Gustavo com um sorriso.

—Tanto faz me da uma carona até o apartamento do Caio?

—Claro, vem vamos !

Chegamos no prédio, o Gustavo me deixou e foi embora, ele sabia que ficaria mais difícil o Caio abrir a porta com ele lá, eu subi e fui até o apartamento do Caio.

—Caio, sou eu preciso que você abra a porta ! – grito enquanto bato na porta varias vezes, mas ninguém responde, percebo que tem alguém lá dentro e insisto.

—Tem algo errado ? – pergunta uma moradora do apartamento do lado.

—Sim, preciso saber se meu namorado ainda esta vivo- falo visivelmente preocupada.

—É o caio certo ?

—Conhece ele ?

—Ele, vendeu uma guitarra á pouco tempo para meu marido, se eu não me engano ele comentou que deixava uma chave para emergências com o porteiro, caso ele esquece ou perdesse a dele, explica sua situação, conhecendo o porteiro como eu conheço ele vai ceder essa chave pra você.

—Muito obrigado ! – agradeço aliviada pela noticia, ele sorri e entra em seu apartamento, entro no elevado e vou ate o porteiro.

— Seu Valdemar só o senhor pode me salvar ! – digo sem folego.

—Como assim Dona Luisa ?

— O Caio pode esta passando mal e eu preciso socorre meu namorado!

— Como posso saber que isso não é um truque ? - ele me pergunta desconfiado.

—Seu Valdemar minha preocupação não é visivelmente notável ? anda me da logo a chave de emergência !

—Espero que isso não me traga problemas – diz ele ao me da a chave.

—Omissão de socorro seria um problema seu Valdemar- digo enquanto caminho de volta para o elevador, chego no andar e volto para a porta do apartamento do Caio.

Destranco a porta devagar e abro cuidadosamente, esta tudo escuro e eu chego a duvidar que o Caio esta lá, acendo a luz e me deparo com a cena mais deprimente que já vi em toda minha vida, ele esta em um canto da parede sentado no chão, encolhido abraçado com as pernas, chora desesperadamente, parece uma criança, eu me seguro para não desabar emocionalmente, ele nem se quer levanta a cabeça, largo minha bolsa no chão e vou até ele, sento do lado e abraço ele que desaba no meu colo.

—Foi como se ele estivesse se livrando da presença dela- diz ele em meio ao choro.

—Ela vai esta sempre com você Caio- falo enquanto abraço ele mais forte, nessa hora enquanto ele retribui meu abraço eu sinto o quando sou importante para o Caio e percebo o quanto ele é importante para mim, meu príncipe que parecia ser forte, despojado, esta me mostrando pela primeira vez seu lado fraco, dói tanto ver ele desse jeito que decido naquele momento passar por cima de tudo pra ficar sempre do lado dele principalmente por cima do Miguel, ele não vai me fazer deixar o Caio, ninguém vai.

—Eu deveria ter pegado as coisas dela e trazido pra cá.- diz ele inconsolável.

—Isso não mudaria o fato dela não esta mais aqui Caio, apenas seja forte ,pois você sabe que eu estou aqui por você, você não esta sozinho, nunca vai ficar sozinho, estarei ao seu lado.-falo tentando conforta-lo e aparentemente consigo.

—Você não deveria ter vindo, não suporto que ninguém me veja assim, não quero o sentimento de pena de ninguém – diz ele levantando do meu colo, orgulhoso como sempre, secando as lagrimas, tentando se recompor, me olha nos olhos e sorri forçadamente.

—Até mesmo heróis têm o direito de sangrar- digo me referindo o fato dele sempre querer dar um de herói, retribuo sorriso e ele me da um selinho e em seguida deita sua cabeça no meu ombro.

—Eu estou longe de ser um herói- diz ele com um sorriso.

—Sempre tive preferencias por vilões mesmo, e não tenho a menor vocação pra ser mocinha – falo tentando conseguir outro sorriso e consigo.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente comentem, preciso saber o que vocês estão achando rs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nada Convencional." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.