Eu acabei de acordar e vim na cozinha na esperança de ter algo para comer e minha mãe me olhou brava e disse:

-Pode ir falando.

-Falando o que? -Eu realmente não sei oque eu deveria estar confessando.

-O que aconteceu com a Sophie? Ela estava muito bem até a hora que foi com você para o quarto...Você não tentou nada, né, Christopher? -Agora ela falando me olhando com os olhos arregalados. Não acredito que ela acha que eu tentei algo com a com a pintora de roda pé e ainda mais na frente do Dave.

-O QUE? Claro que não!

-Então o que aconteceu?

-Só falei para ela a verdade, não posso fazer nada se ela não aguentou. -Disse analisando o interior da geladeira.

-Tá, e qual é a verdade?

-Que ela é problemática e...e...

-E o que? -Ela já estava irritada e vai ficar muito mais porque eu fiz merda.

-E que a vó dela não aguentou e devolveu para a mãe. -Completei baixo olhando para o chão.

-Meu Deus, Christopher, não acredito. Onde já se viu falar isso para a menina? Vai lá pedir desculpas.

-Mas...

-AGORA. -Ela me interronpeu antes que eu pudesse falar qualquer coisa. Droga, a Sophie é mesmo muito problemática não sei porque ela se ofendeu e agora perdi a fome e tenho que ir lá pedir desculpa por ter sido sincero.

[...]

 Abri a porta, dei uns 3 passos e cheguei na porta da casa onde a Sophie mora, para melhorar tudo ela é minha vizinha. Ô vidinha de merda.

-Ah, oi Chris. -A senhorita Carter disse quando me viu.

-Oi. É...será que..hm..

-A Sophie está? -Ela disse completando a minha frase.

-É. -Sorri.

-Pode entrar. Ela está no quarto dela, fica na última porta do corredor. -Ela falou abrindo mais a porta e apontando para o corredor, mas nem precisava a casa dela é extamente igual a minha. 

[...]

-O QUE É? -Ouvi a Sophie berrar de dentro do quarto quando bati na porta. Não respondi e bati na porta de novo. -O QUE É? -Ela gritou de novo, mas agora parecendo mais irritada. Achei legal provocar ela e continuei batendo na porta e não respondendo aos seus gritos. -CARALHO, O QUE FOI? -Disse ela finalmente abrindo a porta.

-Oi. -Disse rindo da cara dela.

-VAI EMBORA. -Ela gritou e bateu a porta na minha cara.

-Sophie... -Falei batendo na porta de novo.

-EU NÃO QUERO MAIS FALAR COM VOCÊ, VAI EMBORA.

-Então você vai ouvir. -Mexi na maçaneta e a porta abriu, parece que a tonta nunca ouviu falar em fechadura.

-VAI EMBORA, PRESCHER. -Ela estava se esguelando e agora eu vi que ela está chorando.

-Chorando? -Perguntei não acreditando no que estava vendo, então ela tem sentimentos?

-SAI DAQUI, PRESCHER. ME DEIXA EM PAZ. -Disse se deitando na cama e colocando a cara no meio de um monte de almofadas.

-O que aconteceu?

-Sai.

-Sophie... -Comecei. A menina pode até ser uma mala mas eu não sou um sem coração. -Soph...Soph...Soph... -Comecei a falar o seu nome um monte de vezes enquanto cutucava a sua cintura, ela tem cócegas é como o Dave mas em uma versão feminina e mais velha.

-Para...-Ela resmungou fazendo bico depois de tirar a cara do meio das almofadas e olhar para mim. 

-Só depois que me contar porque está chorando.

-Você me acha problemática. -Perguntou começando a chorar de novo.

-Talvez não problemática mas rebelde. -Eu comecei a tentar concertar a besteira que fiz mais cedo.

-Como você sabe tanto sobre mim?

-Escuto falar de você desde que sua mãe se mudou para cá.

-E por que caralhos ela falou de mim para você? -Sophie se sentou e começou a enxugar as lágrimas, os olhos dela estão vermelhos e inchados.

-Não para mim, para a minha mãe. Eu só fico lá escutando. -Respondi como se fosse óbvio.

-Você acha que a minha vó não me aguenta mais?

-Você apronta muito.

-O que posso fazer se sou assim?

-Não era assim antes.

-Cala essa boca, você não me conhece. -E ai está a Sophie que conhecemos e odiámos.

-Conheço sim, já disse. Agora aproveita que está começando uma vida nova, em um lugar novo e vê se muda esse seu jeito de ser, tenta parecer mais com uma pessoa. Vim aqui te pedir desculpas por hoje cedo, mas que isso faça você se tocar e quem sabe você acorda para a vida. -Levantei da cama e fui embora.