Sophie escrita por isabelaq


Capítulo 23
Capítulo 23 Verdadeiro camarão


Notas iniciais do capítulo

Ai está mais uma confusão da Soph em que ela meteu o Chris no meio hahaha ninguém dá jeito nessa menina.



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Me arrumei para dormir, mas esqueci da parte do dormir e quase me afoguei nos meus pensamentos. Quando eu resolvi dormir fiquei rolando por muito e muito tempo na cama e sempre que eu fechava os olhos aqueles pensamentos voltavam e eu ainda estava acordada quando a minha mãe veio me dizer que eu não ia precisar ir para a escola hoje, graças a Deus, essa é uma das piores segundas da minha vida. 

Dormi tendo pesadelos e acordei eram umas três da tarde e não achei nada para comer, então cheguei a conclusão de que iria comer em alguma daquelas lanchonetes que eu sei que tem perto da praia, se eu não me alegrar com comida e praia é porque fodeu de vez mesmo, amigos. 

Peguei um dinheiro que eu achei no quarto da minha mãe, acho que ela não vai se importar se for para mim ter oque comer. 

Chamei um táxi e ele me levou até a praia e eu fui andando até chegar em uma lanchonete. 

-O que deseja? -A garçonete me perguntou. 

-O que é aquilo? -Eu perguntei apontando para oque um cara estava comendo. 

-Bolinho de camarão. 

-Eu vou querer um e um refrigerante. -Eu disse e enquanto ela não voltava fiquei me distraindo com o meu celular antes que eu começasse a pensar em tudo aquilo de novo. 

Comi e fui andar na praia, estava tudo naquele estado horrível  mas sempre dá para piorar. Começaram a aparecer umas manchas vermelhas no meu corpo e elas não paravam de coçar nem um segundo.

Fiquei só um pouco desesperada e corri para chamar um táxi para poder voltar para casa e gastei o resto do dinheiro. Corri ainda nem um pouco desesperada para o meu apartamento mas a minha mãe ainda não chegou do trabalho, então claro que fui para a minha segunda e última opção: os Prescher. 

-Oi, Soph...Nossa, o que aconteceu com você? -O Prescher disse quando atendeu a porta com a maior cara de sono e o cabelo todo bagunçado. 

-Eu não sei. Cade a sua mãe? -Perguntei enquanto me decidia se coçava o meu braço, o meu olho ou as minhas pernas. 

-Não sei, eu acabei de acordar. -Ele informou como se fosse difícil de perceber. -Eu vou interfonar para a mãe do Nathan, ela já deve ter chegado do trabalho. -Ele disse e  foi até o interfone que fica na cozinha sendo seguido por mim, ele interfonou umas três vezes mas ninguém atendeu. 

-Prescherrr...-Resmunguei. 

-O que você quer que eu faça, Sophie? Não sou médico e nem nada e nunca passei por uma situação dessas. -Ele disse me olhando coçar o braço sem parar. -Minha mãe deve ter o telefone de algum médico. -Disse depois de alguns segundos e foi para o quarto dos pais dele. 

Depois de alguns minutos procurando o bendito número de telefone do médico ele finalmente achou, eu já estava arrancando a minha pele com as unhas. Ele ligou lá e a secretária disse que ia me encaixar entre as duas próximas consultas.

-Eu te levo lá. -Ele disse pegando a chave do carro e indo em direção a porta. 

[...] 

-Você sabe aonde fica? -Eu perguntei coçando o meu braço depois de rodarmos e rodarmos e não chegar em lugar nenhum. 

-Sei. Para de coçar, Soph. -Ele disse me olhando e depois puxando o meu braço. 

-Não consigo. Dirige, Prescher. -Eu disse soltando o meu braço. 

Depois de alguns minutos, que para mim foi passando só pelo mesmo lugar, chegamos no médico e ficamos feito retardados na sala de espera. Parece um hospital em miniatura e só tem crianças. 

-Por que aqui só tem criança? -Perguntei com cara de bunda para ele. 

-Porque é um hospital para crianças. -Ele respondeu. 

-E EU SOU CRIANÇA? -Gritei. 

-Cala a boca, demente. Olha vou te falar a verdade, eu ainda acho que você está mentindo uma idade porque você parece uma criança e tem o tamanho de uma. -Ele respondeu me olhando de cima para baixo. 

-Demente é a senhora sua mãe que te colocou no mundo e talvez você seja alto demais. -Respondi e ele riu. 

-Eu estava brincando...as crianças são mais altas que você. -Ele gargalhou. 

-Cala essa boca, inútil. -Resmunguei. 

-Se eu sou inútil estou indo embora. -Ele disse se levantando.

-Nãooooo...-Disse puxando o braço dele, nem fodendo que eu vou ficar aqui sozinha. Ele me olhou rindo e voltou a se sentar. 

-Você já é chata, mas consegue ficar pior doente. -Ele disse. 

-Para de ser mal comigo, você sabe as coisas que estão acontecendo e pelo jeito só está ficando pior. -Eu disse fazendo bico. 

-Tá, desculpa então. Esse médico é o médico que a minha mãe me traz quando eu tenho alguma coisa que ela não sabe resolver, ele cuida de gente até 18 anos. 

-Então aproveita para ficar doente agora. -Eu respondi, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa a secretária chamou o meu nome. 

Ele nos levou até a sala do médico que vi na plaquinha ser o Dr. Hansel, igual o da história. Eu iria rir internamente se eu não estivesse nessas situações tensas. 

-Pare de coçar, senhorita. -Foi a primeira coisa que o médico disse quando me olhou. Ele é tipo uma versão cinquenta anos mais velha do Prescher e falando em Prescher vi ele segurando o riso como se jogasse mentalmente na minha cara que ele já tinha avisado antes. 

-E ai, Hansel, cadê a Gretel? -Eu disse e ele riu. 

-Acho que te conheço. -O médico, doutor, sei lá, passou a me ignorar e começou a falar com o Prescher. -Christopher Prescher. -Ele disse depois de pensar por um tempo. 

-Sim, senhor. -Prescher respondeu indo apertar a mão do médico doutor.

-Você cresceu, rapaz. Essa é a sua namorada? -O médico doutor disse e acho que nós dois coramos. 

-Ela é a minha vizinha. -O Prescher explicou. 

-Socorro. -Eu disse tentando achar uma parte que não coçasse e adivinhem? Eu não consegui. 

-Sente se aqui. -O médico doutor disse apontando para uma cama ou algo do tipo, daquelas que tem em consultórios se é que vocês me entendem. Obedeci, lógico. -Me conta oque aconteceu. 

-Acordei e fui em uma lanchonete almoçar e depois disso fui andar na praia e começou a aparecer essas coisas em mim. -Expliquei. 

-O que você almoçou? -Ele perguntou olhando o meu braço. 

-Bolinho de camarão. 

-Você é alérgica, chega de camarão para você. -Ele disse e depois chamou a secretária que me levou para uma sala cheia de camas, na verdade macas usadas como camas que foram colocadas uma do lado da outra, me deitei em uma delas e ela voltou com uma bolsa de soro. Puta que pariu, agulhaagulhaagulhaagulha. 

-AGULHA. -Eu gritei fechando os olhos quando ela veio para enfiar aquele troço no meu pobre bracinho sem pele. Seguraram a minha mão, foda-se quem, segurei de volta e quando abri os olhos de novo vi o dono da mão que só podia ser ninguém mais e ninguém menos que o Prescher. Não sei porque ele não soltou a minha mão mas eu também não soltou a dele.

-Isso vai fazer melhorar a alergia. -O médico doutor disse aparecendo na sala com uma seringa, só falta esse filho da puta vir querer colocar no meu braço também. Apertei a mão do Prescher mais forte e o médico doutor colocou aquele treco da seringa dentro da bolsa de soro e lógico que o Prescher riu, e muito, da minha cara. Estou muito chateada, caralho, odeio que riam de mim mas acho que ninguém gosta, se eu não precisasse desse idiota aqui eu já teria dado um soco nele. 

-Você tem medo de agulhas? -Ele me perguntou quando ficamos só nós dois na sala. 

-Eu só não gosto de saber que vão me furar com aquelas coisas.  -Menti rolando os olhos. 

-Aham, sei. -Ele disse rindo sem acreditar na minha mentira. 

Fiquei olhando para o soro pingando e depois olhei para as nossas mãos dadas mas parei no mesmo instante que percebi que ele viu oque eu estava fazendo. 

-Tenho que avisar a minha mãe. -Eu disse tentando disfarçar, na verdade quando eu fico nervosa depois que passo por uma situação de muita vergonha e ai eu começo a falar pelos cotovelos igual uma retardada. 

-Eu ligo para a minha e falo para ela avisar a sua ou mandar ela te ligar. -Ele disse e eu concordei com a cabeça, evitando falar, e com a mão livre ele pegou o celular e discou alguns números. -Ela não atende, tenta a sua. -Ele disse e parece que não está com muita sorte nas ligações hoje. Peguei o celular dele apesar de eu ter trazido o meu só que não tenho créditos para ligar porque sou pobre, e liguei para a minha mãe e olha eu nunca tive tanto assunto com ela antes. 

Depois desse super papo com a minha mãe eu disse para ela o meu emocionante dia que me fez acabar no hospital e ela me lembrou do emocionante dia, alguns anos atrás, que eu quase morri porque sempre fui alérgica a camarão mas muito mula para lembrar desse pequeno grande detalhe. Me achando mais idiota ainda passei o telefone para o Prescher para ele explicar para ela onde fica esse bendito médico doutor para mim terminar de tomar esse bendito soro e ir para casa com ela para mim ficar longe desse bendito menino que está segurando a minha mão me fazendo passar pela maior vergonha da minha vida. 

[...] 

Quando a minha mãe chegou ela nem disfarçou o olhar para as nossas mãos dadas e ai aquela vergonha que eu pensei que não ia aumentar mais aumentou, na verdade eu devia ter soltado a mão dele quando essa vergonha começou para ela não conseguir ficar cada vez maior. Depois de conseguir ficar mais vermelha do que eu já estava soltei a mão dele e ficamos lá até as dez da noite, porque quando aquela bolsa de soro acabou eu tive que tomar mais uma porque ainda estava com alergia. O Prescher conseguiu falar com a mãe dele e a minha mãe ficou o tempo todo falando do dia que eu quase morri depois de comer camarão e ligou para o meu pai e para a minha avó para contar o acontecido e todos eles ficaram fazendo interrogatórios  e perguntando se eu estava bem e todas essas coisas. 

Finalmente bem fisicamente fui liberada para voltar para casa, fui no carro da minha e o Prescher foi no carro dele logo na nossa frente. Coloquei música no som do carro o mais alto que minha mãe permitiu e fiquei olhando pela janela para evitar contato visual com ela para ela não fazer nenhuma pergunta sobre aquele assunto que tem nome, sobrenome e endereço. 

No elevador todos ficamos juntos de novo, maravilha hein? 

-Obrigada por ajudar a minha filha que esqueceu que NÃO pode comer camarão. -Minha mãe disse. 

-Como eu ia me lembrar daquilo? -Me defendi. 

-Só pelo fato de que quase morreu. -Ela disse. 

-Eu já quase morri tantas vezes. -Dei de ombros. -De qualquer maneira obrigada, Prescher. -Eu disse enquanto a minha mãe me olhava com um olhar que queria dizer "agradeça, Sophie Carter Silveira" e o Prescher retardado e demente só ria. 

-De nada. -Ele continuava rindo. 

-Tá rindo do que, palhaço? -Perguntei.

-Você parecia um verdadeiro camarão. -Ele caiu na gargalhada junto com a  minha mãe, só por isso ele foi levando tapas até a porta da casa dele. 

-De nada, Soph. -Ele disse mais uma vez e sem parar de rir. 

-Idiota. -Respondi brava indo para dentro de casa. 

-SOPHIEEE...-Minha mãe gritou. Voltei de ré enquanto rolava os olhos. 

-Obrigada, Prescher idiota. -Disse e vi ele rindo enquanto ia em direção ao corredor já que a porta estava aberta e a Prescher mãe já estava ali para saber de todos os detalhes sobre oque aconteceu. 

-Como você está? -Ela perguntou. 

-Bem. -Respondi dando um sorriso falso e agora indo de vez para dentro. 


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Notas finais do capítulo

Eu super esperta jurava que já tinha postado esse capítulo e quando eu já tinha digitado a metade eu ia cancelar e postar o próximo hahaha
Isso ai foi inspirado na minha alergia a camarão ): e o sobrenome da Soph ia ser Hansel em vez de Carter mas ai eu resolvi mudar e fui assistir João e Maria ~que na verdade é Hansel e Gretel~ e resolvi dar esse nome pro médico HHSUHSISA
Como desculpa por eu ficar demorando tanto para postar vou tentar postar mais um capítulo hoje mas não tenho certeza porque daqui a pouco vou ter que devolver o computador pro meu irmão mass se não der hoje eu posto dois na próxima vez que eu postar =D



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