Crônicas De Um Casal Assassino escrita por Alexandria Manson


Capítulo 4
Capítulo 4- Beatriz


Notas iniciais do capítulo

pra quem esperou um capítulo sangrento... esse capítulo vai ser meio q uma decepção



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/303828/chapter/4

Quando Matheus bateu na casa de Beatriz já se passavam das nove horas. Beatriz abriu à porta e ficou surpresa ao ver que Matheus aguentava a dor do corte em seu ombro.

O grande dobermann de Beatriz latia e rosnava para o intruso, farejando-o e lambendo o sangue que escorria das costas de Matheus. Depois de alguns minutos olhando para Matheus, Beatriz lhe perguntou:

— Então, gostaria de um chá? — o sarcasmo de Beatriz revelou um humor suave, sempre ocasionado por dar uma facada em alguém.

Já entrando na casa de Beatriz, Matheus perguntou:

— Não vai me pedir desculpas, Bea? — Bea. Ele realmente quer morrer?

— Matheus, você quer ser esfaqueado de novo? — Beatriz quis ameaçá-lo, mas sorriu, ao invés. Nunca teve um amigo, e a segurança que Matheus demonstrava na sua presença a encorajou a ser amigável.

— Beatriz, eu preciso de alguns pontos aqui no ombro. — disse Matheus, implorando com o olhar, enquanto Beatriz julgava o garoto que agora brincava com seu dobermann.

— Há um médico na cidade, que eu saiba. — disse Beatriz, olhando para o chão.

— Você acha que eu vou confiar em um médico qualquer, Beatriz? — a voz que Matheus usou ao falar com Bea causou-lhe a impressão de que ela indagava o óbvio.

— Você não aceita confiar em um médico e confia em uma menina que você conhece a menos de um dia e que te esfaqueou? — a ironia presente entre a conversa dos dois era quase palpável naquela pequena casa que não recebia visitas.

— Beatriz, pare de fazer indagações e venha logo fechar esse corte antes que eu morra de infecção.

Alguns minutos depois a ferida de Matheus estava suturada, graças ao que Beatriz aprendeu como escoteira. Matheus estava jogado no único sofá da casa, ressonando baixinho.

Folgado. Beatriz estava sentada, encostada na parede com seu cachorro gigante deitado em cima dela. Matheus respirava pesadamente, e roncava um pouco. Um estranho. Um estranho na minha casa, deitado no meu sofá. Por que isso não me incomoda?

A presença de qualquer pessoa em sua casa costumava incomodar Beatriz, mas parecia que Matheus sempre esteve lá. Mas que merda... Você é indesejável, Beatriz, coloque isso nessa sua cabecinha insignificante.

No dia seguinte, Matheus acordou no sofá de Beatriz, e a viu acordada, sentada no lugar mais longe dele no cômodo. Sonolento, Matheus disse:

— Bom dia, querida. — e sorriu, debilmente.

Beatriz levantou bruscamente, atirando-lhe uma almofada na cara e murmurando pragas, enquanto Matheus ria como uma criança.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!