Crônicas De Um Casal Assassino escrita por Alexandria Manson


Capítulo 20
Capítulo 20- O Fim


Notas iniciais do capítulo

TAM DAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAM
então... finalmente chegou ao fim. eu reli essa história hoje, e senti vergonha por algumas coisas... CARA, COMO VOCÊ PODE EM UM ANO AMADURECER TANTO?
enfim, muito obrigada a todos que acompanharam essa fanfic original desde o começo (sim, Sa-chan, é uma indireta) ou não, vocês são muito lindos e maravilhosos =3



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Em uma pequena quantidade de palavras, o fim desses assassinos me emocionou.

Não foi um final de contos de fadas, em que todos vivem felizes para sempre, não. Mas por um tempo, Beatriz e Matheus pensaram que assim seria.

Os abraços se tornaram mais frequentes, carinhos se tornaram comuns e o amor ultrapassou o limite do plausível. Tudo parecia perfeito: duas vidas marcadas por sofrimento e dor enfim atingiram o êxtase da felicidade.

Eles se mudaram para uma cidade grande, onde poderiam começar uma nova vida, prometendo a si mesmos nunca mais matar.

Porém, um vício é um vício. Algo que toma conta do seu corpo e da sua mente. E, por mais que os viciados digam que odeiam sua droga, sempre procurarão por mais dela, para suprimir o vazio existencial uma vez deixado dentro deles.

X

— Bea? — perguntou Matheus. — Bea?!

Após um tempo, percebeu que Bea não encontrava em sua casa.

O pânico tomou conta do corpo de Matheus. Estavam morando juntos há dois anos, e nunca passou por sua cabeça que Bea teria uma recaída.

Correu até seu quarto e de Bea. Revirou as gavetas do criado-mudo dela, em busca de Rafael — seu amado punhal — mas não o encontrou.

Naquele momento, a certeza o dominou: ela saiu para matar.

Pegou um casaco rapidamente e parou na porta da frente de sua casa, hesitante. Sabia onde estavam todas as armas daquela casa, mas também sabia que, com uma faca em mãos, mortes poderiam acontecer.

Todo aquele papo de enterrar sua grossa ficha criminal pareceu-lhe bobagem. E se Bea estiver em perigo?

Foda-se. Pensou, arranjando um soco inglês. Aquilo deveria bastar.

As ruas estavam vazias, pois já era tarde da noite. Matheus tentou pensar aonde uma Beatriz surtada iria.

Subitamente se lembrou do dia em que a vira brincando com uma criança. No dia, ficou parado observando sua linda amada, mas agora pensou em como isso seria perigoso em circunstâncias normais.

Saiu correndo pelas ruas, em busca da casa da criança, esperando que não fosse tarde demais.

Quando chegou à casa da criança em questão, uma multidão o surpreendeu. Uma mulher chorava, um policial fazia um retrato falado por um homem e alguns vizinhos intrometidos bisbilhotavam. Matheus aproveitou um desses vizinhos para perguntar o que havia acontecido, e a resposta foi um pouco — muito pouco — mais suave do que temia: uma garota sequestrara a criança que morava naquela casa, mas foi surpreendida pelo pai, que entrara no quarto do filho para desejar-lhe boa noite.

Porra. Pensou Matheus. Porra, porra, porra, porra.

Agradeceu ao vizinho com um sorriso falso e saiu correndo dali, pois precisava achar Beatriz.

A busca por ela começaria logo. Sabendo que Bea é inteligente, porém emocionalmente abalada no momento, onde ela estaria?

A resposta veio em forma de um choro agonizante a algumas quadras dali.

Bea estava em um beco cercado de construções abandonadas, sentada e encolhida no chão com uma criança em seus braços. Assim que Matheus aproximou-se, percebeu que a blusa da criança estava ensopada de sangue.

— Bea.

Ao ver de Matheus, Beatriz simplesmente rosnou. Parecia ocupada demais chorando e agarrando aquele pequeno cadáver para responder.

— Beatriz... Por quê? — perguntou.

Ela levantou seus olhos a Matheus, que sentiu vontade de se matar pela dor que via em um simples olhar.

— Ele... A criança... Parecia Rafael. — disse Beatriz, entre lágrimas. — Eu não queria...

Matheus interrompeu-a com um beijo caloroso. Recuou após alguns segundos e tirou o menino do colo de Bea para poder abraçá-la.

— Bea, eu preciso fazer algo. Você precisa fazer tudo que eu te disser, está bem? — disse Matheus.

Ela assentiu e ele contou o que faria, enquanto Bea começava a soluçar e murmurar protestos muito agressivos e convincentes, no ponto de vista de Matheus.

— Mas... Eu amo você, Matheus, você não pode fazer isso!

A expressão severa de Matheus falhou por um momento.

— É a primeira vez que você diz que me ama, sabia? — respondeu ele.

Bea aquiesceu. Analisou seu amado, levantou-se e o beijou, com uma vontade quase dolorosa.

— Bea, eu vou voltar. Isso eu prometo.

Matheus pegou o corpo da criança.

— Agora, eu quero Rafael. — disse ele.

Beatriz protestou. O punhal era sua única lembrança de seu irmão, a única coisa que o mantinha vivo nela. Talvez já tenha passado da hora de enterrar os mortos, pensou Matheus.

X

Naquela noite, Matheus saiu do beco carregando um cadáver e um punhal ensanguentado. Entregou-se para a polícia no lugar de Bea, para que ela tivesse mais uma chance.

Também se culpou por todos os crimes que Bea cometeu. Foi condenado perpetuamente a uma solitária.

A cada dia que passava naquele cubículo que gostava de chamar de “inferno particular”, menor ficava sua esperança de sair dali. Tudo que precisava era de um simples erro: talheres de verdade no lugar dos de plástico, algemas enferrujadas quando fossem transferi-lo para poderem limpar sua solitária.

Mas, Bea, pensou, enquanto surrava uma das paredes de madeira daquele inferno, eu vou voltar.

E isso eu prometo.


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Notas finais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI
eu penso em fazer crônicas de um casal assassino 2 (lol), em que o Matheus escapa de algum jeito muito louco >.< opiniões?
...não?
okay :c