Crônicas De Um Casal Assassino escrita por Alexandria Manson
Bea estava pendurada pelos pulsos através de correntes, com seus pés a poucos centímetros do chão. A cela onde se encontrava era escura e úmida.
Levantou a cabeça lentamente quando ouviu vozes. Uma das vozes era de Vicenza, que soltou uma gargalhada quando viu o estado de Beatriz: acorrentada, suja e ferida.
Seus ferimentos foram decorrentes da pequena luta com seu raptor. Fora pega de surpresa, mas resistira, o que irritou profundamente quem quer que a tenha capturado.
Ela já esperava que isso acontecesse. Isso estava bem claro desde que encontrou a ameaça em sua mochila pela manhã.
Vicenza estava acompanhado de um capanga de olhos cruéis, que trazia consigo uma mala. Quando chegaram ao interior da cela, o capanga depositou-a em uma mesa de ferro próxima a Bea, e abriu-a.
Maçaricos, alicates e agulhas estavam em seu interior.
Beatriz manteve o olhar frio, embora soubesse que não sairia dali intacta.
— Olá, Beatriz. — começou Vicenza.
— Vá se ferrar.
— Ui, ela está brava porque foi capturada mais uma vez. — Vicenza riu, gargalhou, como se não estivesse na presença de uma assassina. — Nós vamos nos divertir muito hoje, Bea. — sussurrou ao ouvido dela.
Beatriz, em um ato de fúria, chutou com a maior força que pôde entre as pernas de Vicenza. Abalado pela dor, Vicenza gritou e ajoelhou-se no chão.
— Já chega! Ensine a essa garota como se comportar. — gritou, dirigindo-se ao capanga e caminhando encurvado para longe de sua prisioneira.
O capanga sorridentemente pegou um alicate de ferro e deu passos largos até Bea. Removeu um de seus sapatos enquanto ela protestava furiosamente. Agarrou seu pé nu e prensou o alicate em um dos dedos de Bea com toda a sua força.
Beatriz soltou um berro animalesco enquanto esperneava para todos os lados, tentando desesperadamente acertar seu torturador.
Vicenza ria, deleitando-se com a situação.
— Vamos, continue. Faça-a implorar pelo meu perdão.
Obedientemente o capanga durão agarrou o pé ileso de Bea, e quebrou mais um dedo.
Beatriz começava a ficar com a visão turva de dor, quando se lembrou de sua única salvação:
— MATHEUS! — gritou.
O torturador pegou uma agulha fina e espetou-a no pulso de Beatriz, que mais uma vez gritou por Matheus.
Vicenza também pegou uma agulha e empurrou o capanga. Sadicamente, começou a mirá-la no olho direito de Beatriz. Em um surto, ela começou a gritar freneticamente:
— MATHEUS! Matheus, Matheus, Matheus! MATHEUS!!
Bea já desistia de resistir à dor quando uma faca atravessou o pescoço de Vicenza. Afastando-se, Vicenza cuspiu sangue e caiu no chão, enquanto seu capanga fazia o mesmo.
Com um estrondo, Matheus abriu a porta da cela e encontrou a chave das algemas de Beatriz, imediatamente soltando-a.
Matheus sentou-se no chão com Bea em seu colo, e enquanto esta ensopava sua camisa com lágrimas silenciosas, disse ironicamente:
— Você me dá muito trabalho, sabia?
Para a surpresa de Matheus, a resposta de Bea foi um beijo.
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