Mama escrita por Half Fallen


Capítulo 5
Papo de Homem.


Notas iniciais do capítulo

EAE PESSHOAS! COMO VOCÊS TAUM?
ESPELU QUE BEM AJSDIOASJDSIOAJ'
Eu tou muito ansiosa pra escrever esse capítulo e POR FAVOR, comentem assim que ler! Por favooor



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E Ja'far não havia mostrado um sorriso desde que voltara. A expressão séria, fria e calculada não saia de seu rosto, assim como a indiferença que era mostrada toda a vez que Sin tentava ser engraçado. Andava para lá e para cá, fazendo o que tinha que fazer. Mas nada parecia mudar o humor do albino.

E isso incomodava Sin.

O alto dos cabelos roxos nunca havia visto Ja'far com tanta raiva em toda a sua vida, com exceção, é claro, quanto ele estava em combate. Mesmo assim. Ao invés do raivoso e 'xingador' Ja'far, ele estava quieto, sua presença quase não era notada.. Apenas por aqueles que realmente queriam notá-lo.

Até incomodava Masrur.

Ele tentou falar com o albino, chamá-lo para uma conversa o dia inteiro, mas nada parecia lhe convencer de abrir aquela expressão. Chegou a hora do fanalis conversar com seu Rei.

Era alguma hora da tarde, após o almoço, que Masrur aproveitou que o albino fora banhar-se para conversar rapidamente com Sin. Este também tinha percebido que Masrur queria falar com ele, e, suspeitando de que o outro saiba de alguma coisa, os dígitos de Sin martelaram a mesa repetidamente.

– Sin.

Fora a voz de Masrur, cortando seus pensamentos e terminando sua ansiedade pelo assunto. Porém, em nenhum momento ambos trocaram olhares. Pois se Ja'far aparecesse a porta, se qualquer pessoa aparecesse a porta, eles não poderiam dar vestígios de sua conversa. Era algo sigilo. Algo deles.

E que Sin carinhosamente apelidava de 'Papo de Homem'.

– Sin, o que foi que você fez desta vez?

– Nada! Por que que é que eu sempre faço alguma coisa?!

– Por que será? - Masrur retrucou, sua feição impassível como sempre fazendo Sin abrir um bico

– Eu não sei, tá bom?! Eu não estou entendendo o Ja'far! Eu simplesmente conversei com ele, tentei fazê-lo entender minha ideia! Mas aí, ele ficou revoltado, levantou, chorou até! Eu não acredito que ele chorou! 'Tipo', o Ja'far nunca chora!

Agora sim os olhares se trocaram. Masrur olhou para ele com desdém, mesmo que sua expressão não tivesse mudado e mais uma vez, Sin entendeu que ele fez uma grande merda. Sin nunca foi de se importar muito com esse tipo de coisa. Acreditava que Ja'far iria contar para ele tudo o que sentia, e se algo não o contava, era porque não existia!

Talvez todo mundo tivesse que ter seus segredos.

– Aliás, Sinbad, por que você não nos conta de verdade o que você pretende? Nem eu sei o que é. Eu quero saber o que é, o que está tramando, assim posso ajudar, e não correr atrás de uma causa fútil. - sábio, sábio Masrur.

Sinbad suspirou. Uma longa história veio a surgir. Ele contou da mesma forma que contou para Ja'far ontem, sua versão. Queria muito que ambos entendessem, porém.. Nem todos tiveram pais perfeitos como Sinbad teve. Nem todos tiveram amor familiar como Sinbad teve. Nem todos eram Sinbad.

Ouvindo a história, o alto e ruivo não pôde conter-se ao se sentir incomodado. Mudou o peso do corpo para o lado direito, e então para o esquerdo, finalmente se posicionando. Suspirou baixo, não tendo a atenção do outro em si.

Masrur concordava com aquele ponto de vista, e talvez, também quisesse ser pai. Só que como que ele, alto e grande daquele jeito, poderia cuidar de uma coisa tão pequena e frágil? Não, ele era simplesmente bruto demais. Portanto a ideia estava fora de cogitação.

Aliás, com quem que ele poderia compartilhar este amor?

E Sinbad, com quem ele compartilharia?

– Sinbad, se você quer tanto ter uma família, não parou para pensar que, talvez, só talvez, estas crianças iam sentir falta de uma mãe?

Aquilo abocanhou Sinbad em cheio. E aí? Quem seria a mãe de seus filhos, a mulher que acordaria todo dia ao lado? Pera, ele era realmente capaz disso? Ficar preso só a uma mulher não saciava a sua sede sexual! Suspirou levemente, levando os dedos as têmporas e as massageando calmamente.

Isso era verdade.

Ele precisava pensar nisso.

Masrur olhou cautelosamente para ele. Julgou que Sinbad não havia pensado nisso, como sempre, havia agido por instinto. Olhou para ele gentilmente e então, deixou a mão pousar em cima de seu ombro amigavelmente. O assunto ali não era isso agora, o assunto era Ja'far.

– Você deveria conversar com Ja'far. Você sabe muito bem que a infância dele não foi muito boa, e, até ele conseguir confiar em você, foi um grande.. Grande passo. Não o decepcione.

Ele disse, no exato momento em que o outro entrara, vestido em túnicas de novo, e com o olhar cabisbaixo. A única coisa que conseguia processar, era uma simples palavra:

– Sim.

~xx~

Finalmente era noite, e após tanto trabalho, Ja'far tinha como descansar. Bom, Sinbad poderia não sabe, porém, ele estava cuidando dos assuntos de Sindria mesmo aqui, em Balbadd. Enfim, muitos poderiam considerar que isso era birra da parte dele, mas não.

Ja'far estava apenas quieto. Não era normal, não não era. Mas ele precisava processar. Não conseguia fingir desta vez, por algum motivo, que estava bem. Ele estava realmente mal, tendo raiva de Sinbad. Ele sempre era assim, fazendo as coisas e não se arrependendo do que faz.

Claro que ele não se arrependeria, Ja'far pensava, não fora ele quem se machucou.

Ja'far havia decidido que iria sair um pouco esticar as pernas. Andou por todo o lugar, até se encontrar no porto onde o navio deles estava ancorado. Suspirou e riu irônico: de todos os lugares, justo aqui onde seus pés deveriam lhe levar?

Subiu na tábua devagar, não se importando do ranger que ela fazia ao suportar o seu peso, e cumprimentando aqueles que cuidavam do navio de noite. Andou um pouco, passando a mão pelas madeiras e suspirando.

Mesmo que estivesse com uma raiva descomunal, Ja'far não conseguia ficar sem falar com Sinbad. Para onde ele andava, para onde ele seguia, ele lembrava de Sinbad. Só em olhar para frente ele poderia ver aquela pessoa:

Vem Ja'far! Vem!

Olhe Ja'far! Estamos chegando!

Obrigado Ja'far, sem você, nós não conseguiríamos passar por aquela tempestade!

Ja'far.

Era incrível como seu nome saia dócil daqueles lábios carnudos. Suspirou mais uma vez. O que ele estava pensando?! Não era hora para asneiras! Parou ao lado de uns barris, e então apoiou-se ali, suspirando, e olhando para o mar, que agora calmamente se movimentava.

Sinbad ia adorar um clima assim.

Bom para pescar, bom para ficar sozinho. Olhou para as estrelas, cauteloso, rindo e tentando-se lembrar de qual constelação era aquela. Uma das tantas que Sinbad havia lhe ensinado.

– Aquela é a ursa-menor.

Tá, só pode estar de brincadeira!

– Você não morre tão cedo. - Ja'far brincou.

Olhou para trás com um sorriso cheio de desdém, mas que escondia tristeza e o aperto no coração que sentiu, ao olhar para a face daquele homem. Sinbad ostentava uma expressão completamente confusa, triste, e quase chorando. Típico de quando ele estar encabulado com algo.

– Ja'far eu--

– Vai falar que se arrepende. Vai me pedir desculpas. Vai esperar que eu aceite. Vou falar que aceito. Vamos voltar a mesma coisa de antes. E você vai fazer merda de novo, não é mesmo?

Sinbad se surpreendeu. Olhou para os olhos acinzentados e encontrou neles dor. Dor e sofrimento.. Um tipo de sofrimento escondido, que ele não entendia muito bem..

Mas que machucava ver.

Gentilmente passou os braços em volta do corpo menor, levando-o para si, e acariciando de leve os cabelos da nuca. O abraçou apertado. Ja'far não esperava isso. De todas as vezes que brigaram, Sinbad nunca o havia abraçado. Nunca o havia feito carinho, e, nossa, como era bom.

– Sim, - disse o maior quebrando a linha de seu pensamento - é isto mesmo. Vou pedir.. Mas não quero que aceite. Eu acabei atropelando seus sentimentos, escondendo de você, minha mão direita, e acabando não perguntando para a opinião mais importante o que ela acha: a sua. - Ja'far arregalou os olhos - Então, ao invés de ser uma opção minha, vai ser uma opção nossa. Eu quero ter uma família.. Eu quero ter os meus bebês.. Mas preciso de você. Preciso de que você esteja do meu lado quando eles vierem. Senão, como que eu vou conseguir? Então eu te pergunto, o que acha de eu ter uma família? J-J-Ja'far!

O homem atropelou suas palavras quando viu que as lágrimas dançavam nos olhos do menor, chorando gentilmente. Ele não esperava. Ele finalmente poderia ter uma opção, falar o que sentia. Agarrou gentilmente a túnica do maior, corando gentilmente quando o outro, numa tentativa falha, limpar suas lágrimas.

– S-Só me prometa que você não vai mais fazer merda, caralho. E-E-Eu tenho o direito de saber de tudo! Por que você me esconde isso? Eu não sou mais útil? V-V-Você não precisa mais de mim?! Eu sou lixo de novo?! Então jogue-me fora!

Sinbad arregalou os olhos e então sorriu, beijando a testa do outro gentilmente. Aquele Ja'far era simplesmente fofo demais. Como se estivesse suplicando para não ir, para que Sinbad não o deixasse, através de palavras cabulosas e ofensivas. Ele riu e encontrou sua testa com a do outro.

– Nunca.. Eu preciso de você pra tudo. Como que eu vou aguentar um país sozinho? Têm que ter alguém que aguente para mim! - Sinbad brincou recebendo vários tapas de Ja'far - Não me bata~ - riu - Eu prometo.. Prometo a ti que não vou mais fazer merda.. Ou vou tentar.. Mas eu não sei. É por isso que eu preciso de você, pra me colocar nos eixos.

Ja'far abriu os olhos e então sorriu quando percebeu que Sinbad estava realmente falando a verdade. O maior dos cabelos roxos aninhou o outro ao seu peito, num abraço apertado. Mas ele se prolongou demais.. Foi aí que Sinbad percebeu que Ja'far havia dormido. Ele estava tão cansado assim?

O pegou no colo, aninhando-o em seu pescoço e tendo certeza de que ele estava confortável. Ele não podia acreditar.. Ele fazia tanta coisa assim pra ele? Tantos sentimentos assim? O que Sin era para Ja'far? Ele estava curioso-

– Sin...bad...

A voz saiu de um jeito tão dócil e amável que Sinbad agradeceu a todos os Rukhs existentes no mundo, sendo eles negros ou não, que ninguém o estava observando. Pois assim suas bochechas poderiam ficar vermelhas fortemente. Era tão fofo.. Dócil. Amável. Ele sentiu seu coração bater rapidamente.

E se ele pudesse, teria molestado Ja'far ali mesmo.

– Idiota, vá cuidar do seu país sozin~~nho.

Ele sussurrou e então quebrou todo o clima que Sinbad havia sentido. Mas não pôde se aguentar: riu divertidamente em um tom baixo, se divertido com aquilo. Ele ia brincar e provocar Ja'far amanhã. Isso ia ser divertido.

E lá no canto, observando as estrelas, um fanalis abriu um sorriso, ao ver que finalmente, as coisas haviam se acertado.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Gente por favor comenta ;W;
POR FAVOOR!
Se gostou comenta, não gostou comenta, crítica comenta, surtos comenta, POR FAVOR ;A;
Obrigada pela leitura, até o próximo c: