Mama escrita por Half Fallen


Capítulo 4
Um sim ou um não.


Notas iniciais do capítulo

EE AÍ!
Eis novo cáp quentinho pra vocês!
Espero que gstem *A*



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E então era finalmente noite. Anise havia prometido que iria dar uma resposta para Sinbad logo pela manhã, e o homem decidiu não importuná-la mais. Ele não podia ficar pressionando-a e pressionando-a. Tinha que lhe fazer confortável o bastante para poder receber uma resposta positiva da mulher.

Naquela noite eles estavam ficando num dos hotéis mais simples de Balbadd, porque , felizmente, sua presença ainda não fora percebida pelo governo do Reino, o fazendo se esconder. E ele realmente se sentia mais seguro assim. Mas naquela noite, ele havia entrado em seus aposentos. Mas não ficara lá. Na verdade era a última coisa que queria.

Ele poderia parecer radiante, feliz, e sem preocupações. Mas era exatamente o contrário. Sinbad estava preocupado, sua mente borbulhando em perguntas sem respostas, enquanto seu coração batia ansioso. Ele não conseguiria dormir assim. E é claro que ele tinha que fazer a única coisa que não o incomodava. Ele tinha que fazer sua mente se esvaziar.

Foi por isso que ele foi ao mar. Ele foi fazer algo que não fazia a tempos, algo que tinha em seu sangue: pescar. Ele tinha sangue de pescador, desde sempre. E então, com redes simples e um bote simples, ele foi ao mar silencioso, pescar e fazer sua mente ficar um pouco mais livre. Enquanto fazia isso, sua mente lembrava-se de sua mãe, lembrava-se de toda a coisa que teve que fazer, da morte honrada de seu pai. Dos seus pais.

Sinbad não deixava uma lágrima escorrer. Ele apenas sorria. Queria e conseguia sentir seus pais sorrindo, lá em cima naquele céu estrelado que iluminava ele. E talvez seja por esse motivo que ele queria ter um filho. Alguém para proteger, alguém para amar.. Alguém para passar os ensinamentos de seu pai e de sua mãe. Aliás.. Como deve estar Partevia agora? Bom, ele não sabia. Mas esperava realmente que sua vila estivesse são a salvo.. Mas espere, todos estavam ali com ele agora, certo?

Riu sozinho e então finalmente voltou a terra, um sorriso largo lhe umedecendo o lábios enquanto andava. Carregava as costas sua pesca, e então, sua felicidade logo terminou. Pois em sua frente estava um homem. De túnica. Sorrindo para ele. E ele sabia muito bem o que aquilo significava..

– Ora, ora, Sin. O que diabos está fazendo aqui, faça o favor de me explicar. - a voz gentil, porém assustadora se fez presente

– J-J-Ja'far..

Bom, o que aconteceu depois disso não demorou nem cinco minutos, mas foi ao equivalente a uma hora de luta. Ja'far estava claramente chateado e com raiva, pois seu rei estava muito estranho. Mais do que o normal. A cena que se terminou foi Sinbad sentado, as pernas cruzadas e sangue escorrendo de sua boca e braços. Mas ele começou a rir. E Ja'far suspirou. Quando Sinbad ria, não tinha mais nada que poderia se fazer.

Ele sentou no chão, a frente de um Sinbad sorridente, mas que Ja'far conhecia muito bem. O sorriso de preocupação.

– Então Sinbad, você vai começar a falar ou não?

– Falar o que? - perguntou descontraído

– Sabe, - suspirou - isso me irrita. Você esconde e esconde as coisas de mim. Você sabe eu sempre sei de tudo da sua vida, e eu sigo com você. Eu não vou te achar ruim nem nada do tipo, mas porque crianças Sin? Qual o motivo?

– Sabe, Ja'far. Eu sou um cara muito solitário. Eu tenho tudo. Amigos, um país.. Eu fiz um país, né? Depois de tudo o que passei. Conquistei sete djinns.. Sete djinns são muita coisa.. Nenhum homem é mais conhecido que eu. Amei e desfrutei de mulheres a minha vida toda. Mas não preenche o vazio, entende? - Ja'far sentiu uma pontada de dor no peito - Eu nunca quis ter uma criança. Mas.. Ao olhar para as crianças do meu país, e as pessoas sendo feliz tendo uma família, me fez querer ter uma.. Afinal minha infância foi bem complicada, não é mesmo? - Sinbad então suspirou, com uma voz pesarosa - O que têm de tão errado querer fazer uma criança não sofrer o que eu sofri? O que há de tão errado em querer uma família? Eu não entendo Ja'far.. Porque parece tão errado, pra você?

Aquela pergunta atingiu Ja'far em cheio. Ele engoliu seco e então olhou para Sin, os olhos sombrios.

– Você sabe muito bem o porque, Sinbad.

– Eu sei.

E um silêncio se instalou. Ele não gostava desse silêncio. Mas Sinbad parecia gostar. Ele parecia gostar do que Ja'far estaria pensando agora. O pequeno albino, sendo deixado para se tornar um assassino frio desde criança. Aquilo não era simplesmente maldade? Sua versão de família era completamente diferente da de Sinbad. Ele não sabia o que era o calor dos braços de uma mãe, nem a aprovação de um pai.

Pois tudo o que tinha que se preocupar era sobreviver, sobreviver neste mundo horrível sendo uma criança.

– E quem te garante que não têm outras crianças como você? - começou Sinbad, como se lesse os pensamentos de Ja'far, fazendo que o albino se surpreendesse - Você iria gostar de que outras crianças sofressem o que você sofreu? Pois você sabe que se eu não tivesse chegado a tempo, você continuaria sendo um assassino... Ou então, morto.

E antes que Sinbad pudesse dizer mais alguma coisa, Ja'far havia levantado e olhado para ele com uma cara completamente sombria. Seus olhos o olhavam com certo desprezo.. Na verdade, era só o que parecia mostrar. Era o que Ja'far queria que fosse. Mas Sinbad sabia o que era aquilo. Eles haviam combinado de não falar mais sobre o passado de nenhum dos dois. E falando desse jeito, Ja'far se sentiu humilhado. Então seus olhos apenas passavam completa decepção e chateação.

Sinbad o havia machucado.

– Ja'far-

– Faça o que quiser.

E então o albino andou de volta para o hotel.

~xx~

E então era a manhã do outro dia. A atmosfera estava horrível. Ja'far estava atrás, os olhos e a expressão fechada e raivosa. Não ligava, não estava feliz. Definitivamente não estava. E Sinbad estava mais a frente, animado como sempre, como se nada tivesse acontecido. E andou radiante de novo até ir para a casa de Anise. Desta vez, Ja'far se alto-prontificou em ficar de fora. Sentado naquela pedra. Sinbad não ia se importar mesmo.

– T-Tio?

O olhar se revirou hostil, mas então, fora logo suavizado quando ele viu quem era. Pelo menos era uma pessoa que ele desejava ver. Na verdade, era a única que lhe poderia fazer alguma felicidade. Ja'far suspirou e então forçou um sorriso.

– Sim?

– Pode parar tio, você não fica bonito sorrindo falsamente desse jeito. Porque você 'tá triste? Foi o Kassim que te fez algo? Eu vou bater nele se for!

O albino riu um pouco e então pegou o outro, o fazendo sentar em seu colo. Olhou para seus olhos e então, afagou os cabelos louros do menor. Era uma criança.. Tão simples, mas que vivia uma vida muito doída. Ele mordeu o lábio inferior e então sentiu a pequena mãozinha em seu rosto.

– Tio, por que 'cê tá chorando?

Ja'far arregalou os olhos. Desde quando?! Ele limpou as lágrimas fortemente, deixando rastros atrás. Sinbad que estava lá dentro, viu isso, e então levantou-se de súbito para ir de encontro a Ja'far. Mas, não. Parou quando percebeu que não era necessário; Alibaba já tomava conta da situação. E foi a primeira vez em anos que Sinbad se sentiu tão inútil. E ele odiou lembrar como aquele sentimento seco doía.

– Ah tio, você não pode chorar. Você é muito bonito sorrindo, então por que chorar?

– Ah, Alibaba.. São algumas coisas que-

– Algumas coisas nada. Quer saber? Vamos ir brincar. Não quero ver o tio chorando, isso não é nada legal. Ao invés, vamos fazer alguma coisa legal! 'Cê sabe jogar pique-esconde?

– E-Eu..

– Tá tudo bem! Eu te ensino!

E Alibaba foi levando Ja'far até o lugar onde as outras crianças brincavam. Sinbad sentou-se de volta na casa de Anise, suspirando e meio frustrado. Ele havia machucado Ja'far até esse ponto? Por que? Foi tão ruim assim? Aliás, não era a primeira vez que ele conversava com Ja'far sobre esse assunto. Na verdade, era a primeira vez que ele teve essa reação. E ele odiou isso. Mas não odiou Ja'far, odiou a si mesmo por ter feito isso. Aliás, aquela reação dele se levantar irritado era sempre a mesma coisa. Mas chorar? Então Sinbad pensou:

Será que o Ja'far chorava, mas eu não via?

– Senhor Sinbad?

– Ah sim, diga-me Anise.

– Eu fiz minha decisão.. Mas não estou muito satisfeita com ela.

Sinbad olhou para os olhos da moça. Não era que ela não gostasse da hipótese, ela só tinha medo.

– Eu quero ir...

Sinbad sorriu e então pegou as delicadas mãos da outra mulher. Segurou-as fortemente e então disse, com a voz firme e calma:

– Não tema, Anise. No meu país você vai morar comigo. Não vai lhe faltar nada.

Algo nos olhos de Sinbad, fazia com que Anise quisesse dizer tudo o que estava pensando. E foi isso que ela fez:

– Mas e se eu não conseguir viver lá direito? Mesmo assim.. Eu amo Balbadd.. Eu posso ter as condições que eu tenho, mas eu amo.. Eu amo Balbadd Sinbad. Não importa, este é o meu reino! O reino onde eu tenho meus amigos! Minha família! É daqui onde eu pertenço, é aqui onde eu devo ficar.. E minha família também.

Sinbad conseguiu perceber a luz que refletia da mulher. E entendeu. Aqui não tinha como ele ir contra. Era o país dela, ele sabia o amor que as pessoas tinham por seus países. Admirou a forma que ela falou. E então sorriu gentil, beijando as mãos dela.

– Obrigado Anise. Mesmo assim, se importa se eu visitar você mais vezes?

– Será a minha honra recebê-lo aqui em casa Sinbad.

Snbad sorriu tão grande quanto a outra, e então levantou-se, dando tchau por hoje. Então foi a procura de Ja'far. Achou um Ja'far sorridente acompanhado de um menininho louro. Quando a figura dos cabelos roxos se aproximou do albino, este fechou a cara.

– Está na hora de ir, Ja'far.

E então ele levantou, olhando para Sinbad magoado. Pelo visto ele também teria que fazê-lo sofrer agora, tirar a única coisa que lhe estava fazendo feliz. Mas que escolha ele tinha? Afagou os cabelos louros de Alibaba e então se levantou, um sorriso triste na face para ele. Então finalmente olhou para frente, e seguiu Sinbad.

– Sim.


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Notas finais do capítulo

Cara, o que será que vai acontecer?
O arco Balbadd ainda nem acabou!
Falta muita coisa por acontecer!
O que será que vai acontecer?
Só no próximo capítulo de Mama ~



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