O Namoradinho Da Minha Mãe escrita por Woonka Horan


Capítulo 98
Capítulo 98


Notas iniciais do capítulo

Pandinhas! Voltei e vim avisar que essa semana ainda, eu e a Sav(leitora daqui tbm) vamos postar a fic q estamos fazendo, fiquem ligadas, vou postar o link aqui e tudo, ok? Espero que gostem do capitulos E da futura fic!! Vejo vcs lá tbm hein



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Sua única mão livre, esquerda. Cheguei perto, e a segurei, com medo de apertar alguma coisa e coloca-lo em risco. Tomei o maior cuidado que consegui, e consegui me ajeitar, de frente á ele. Fiquei fitando seu rosto. Ainda sim era perfeito, seus traços, tudo como sempre foi. Seu cheiro, permanecia ali. O cheiro com o qual me acostumei a viver, o cheiro que sempre senti. O calor de seu corpo era o mesmo, suas mãos delicadas, e sua aparência adorável. Mesmo ali, daquele jeito, ele ainda sim parecia único, incomparável. Eu sentia falta apenas de seus olhos. Mas eles eram contemplados com um pequeno sorriso, que ameaçava se formar em seu rosto.

Os médicos apareceram, junto com minha mãe, Rafaela, e sua mãe. Mas logo se voltaram para trás. Olhei na direção deles, tirando minha atenção de Gabriel. Eles sorriram, em meio á lagrimas, mas mesmo assim conseguiram sorrir. Mas eu não. Meus lábios eram presos por meus dentes, que tentavam impedir mais lagrimas.

Senti um aperto de leve em minha mão, e aquilo me fez abrir os olhos. Me deparei de repente, com seus olhos verde-água, abertos. Aquilo era um milagre? Fixei meus olhos nos seus, e pude ver uma pequena gota de lágrima cair na lateral de seu olho esquerdo, e se posicionar no lençol. Sorri, ou pelo menos tentei sorrir. O simples fato de ele estar acordado, me fazia sorrir.

Olhei fixamente para ele, e resolvi falar.

- Meu Gabriel – sussurrei.

O canto de sua boca se mexeu, tentando abrir um sorriso. Mas ele logo foi retirado, se fechando. Seus lábios estavam secos. Ele fechou os olhos devagar, e os abriu logo em seguida, olhando fixamente nos meus, e segurando minha mão. Seu calor, seu brilho eram... indescritíveis naquele momento.

Resolvi continuar, enquanto ainda tinha tempo.

- Olha... eu sei que esse não é o melhor momento... – disse me abaixando, e ficando com o rosto á altura do seu – mas eu preciso te falar uma coisa... mesmo que você não esteja me escutando, ou me entendendo. – falei, sussurrando perto de seu rosto. Ele apertou minha mão fraco, e eu resolvi então continuar.

- Olha, você se lembra da nossa primeira vez? – disse sorrindo. Ele apertou a mão de novo.

- Ela nos rendeu... uma... pequena nova vida – disse, tentando sorrir, e pegando sua mão, a encostando na minha barriga delicadamente. Seus lábios secos, agora formavam um pequeno sorriso, mas ainda sim, cansado. Um sorriso lindo. Ele passou a mão de leve por minha barriga, por mais que suas forças estivessem mais baixas do que se possa imaginar.

- Gabriel, eu to grávida – disse sorrindo. Dessa vez, acidentalmente alto. Olhei para trás, minha mãe, e a mãe de Gabriel me olhavam com a boca em formato de O. Incrédulas.

Me virei novamente para Gabriel, e ficamos nos fitando novamente. Outra lágrima escorreu de seus olhos, e ele retirou sua mão. Seu rosto, agora estava mais alegre. Pelo menos um pingo de felicidade existia ali, no meu vazio. Pelo menos a mim, ele escutava. Eu pelo menos podia toca-lo, sentir sua pele, sentir seu cheiro, ver seus olhos, apreciar seu sorriso...

Ele desviou os olhos dos meus em seguida, e umedeceu seus lábios, agora não secos como antes. Sua boca se abriu devagar.

- J-Ju – ele disse, pausando para respirar. Olhei para ele, e comecei a chorar mais, mas dessa vez, com uma pequena felicidade dentro de mim. Ele respirou fundo, estava cansado pelo esforço – e-eu. Te a-mo – ele disse, parando novamente e respirando fundo. O barulho do medidor de batimentos cardíacos havia aumentado.

- Eu também te amo meu amor – disse me aproximando – você vai ficar bom. E nós vamos sair daqui, e ir para um lindo lugar. Depois, vamos criar nosso filho, como uma família feliz – falei sorrindo, e sem conseguir controlar as múltiplas lagrimas que escorriam - seremos felizes para sempre.

- n-nosso fi-lh-o – ele sussurrou. Sua voz agora, era mais fraca que antes.

- Nosso. Só nosso – sorri.

- J-ju – ele disse, pegando o ar com força – m-me b-beij-a – ele disse, com a voz mais fraca que da vez anterior. O medidor de batimentos, estava mais rápido. Ele estava ofegante.

- O que você quiser meu amor, tudo por você – disse, e ele segurou minha mão firme.

Me abaixei devagar, e encostei meus lábios nos seus, gélidos. Secos, mas porem, com o mesmo gosto. O mesmo beijo. Procurei aproveitar ao máximo nossa aproximação, quem sabe a ultima. Não nos beijamos, afinal ele não tinha forças para me beijar. Mas, foi um selinho, o melhor da minha vida. Ele segurou minha mão com força, quase me machucando, e eu ouvi um barulho contínuo pelo quarto. Assim que ouvi o barulho, desgrudei meus lábios dos seus. Seus olhos agora, estavam levemente fechados. Seu verde-água não era mais visível. Sua vida não estava mais ali. Separei meus lábios dos dele devagar, e sua mão não tinha mais força, sendo solta com brutalidade da minha pelos médicos. A enfermeira, começou a me puxar para trás, e muitos médicos com diversos aparelhos entraram no quarto. Me arrastaram para fora, por mais que eu lutasse, me debatesse para sair dos braços daquelas mulheres. Me levaram até minha mãe, e eu me joguei em seus braços, começando a chorar descontroladamente. Rafa veio ao lado, e nos abraçou. A mãe dele, estava abraçada com seu pai, e ambos choravam muito. Procurei me confortar nos braços de minha mãe, e esquecer de tudo.

- Eu sinto muito... – o médico chegou dizendo. Não era necessário mais nenhuma palavra para eu entender que havia o perdido. Para sempre.

- NÃO! – gritei desesperada, tentando me soltar de minha mãe, e ir até lá, abrir seus olhos novamente, sentir sua pele, seu cheiro novamente, sentir seus lábios.

- Calma Ju – minha mãe disse, passando a mão em meus cabelos – fica aqui, vem, vai ficar tudo bem, apenas... fica – ela puxou meu braço.

- Não mãe! Eu não quero ficar! EU QUERO IR JUNTO COM ELE, EU NÃO VOU FICAR SEM ELE, ME SOLTA, EU QUERO IR JUNTO! EU QUERO MORRER! – gritei, puxando meu braço. 

Consegui me soltar, e sai correndo em direção á maca onde ele estava. Ou apenas, seu corpo. Me debrucei sobre seu peito, soltando o papel do exame no chão, e comecei a chorar, chorar muito, dizer coisas que eu nunca pensaria em dizer: eu quero morrer. Agora!

Acabei perdendo minha consciência depois disso, depois de passar pelo pior momento da minha vida. Sempre. 


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Notas finais do capítulo

Unico de hoje, bubu! Pandakisses hihi

#woon