– O que foi mãe? — perguntei, assim que cheguei em seu quarto.
– O que você estava fazendo com o Gabriel?
– Nada, por que?
– Estavam se beijando?
– Uai, isso é normal! — eu disse, em sentando na cama.
– Bom, é... — pausa — E ai, o que tá rolando entre vocês? — ela riu.
– Nada mãe, nada serio — sorri — agora vou pro meu quarto, ok? — Disse me levantando. Eu não estava nem um pouco afim de conversar com minha mãe sobre garotos, porque ela sempre chega numa parte que eu não gosto.
Da ultima vez que conversamos, ela me perguntou se eu ainda era virgem, assim na lata.
Não, to fora.
– Tá bom Ju — ela sorriu — boa noite ne?
– É, boa noite — dei uma risada, e fui para meu quarto, fechando a porta.

Tomei um banho muito rápido, e fui dormir.
Porque eu te quero muito mais, com certeza você é meu ponto de paz (8)
Acordei com o despertador, de meu sonho não muito bom. Na verdade, eu nem me lembrava mais do que tinha sonhado.
Entrei no banheiro e tomei um banho. Ao passar pelo espelho, tomei um susto.
Eu estava muito diferente e sim, seria difícil me acostumar.
– Nossa... — resmunguei, indo para o quarto.
Peguei uma das minhas calças novas, a blusa de uniforme sem mangas e meu Nike.
Vesti tudo rápido, e fui ao banheiro. Passei uma maquiagem de leve pra esconder as micro olheiras que restavam no meu rosto, e arrumei o cabelo, balançando o máximo que pude.
– Bom dia mãe! — disse passando por ela, e dando um beijo em sua bochecha.
– Bom dia Ju — ela sorriu.
Enchi um copo com leite e Nescau, e tomei o mais rápido que pude.
Voltei ao banheiro e escovei os meus dentes mais rápido ainda.
– Tchau mãe — disse saindo pela porta.
– Tchau filha, boa aula! — ela sorriu, e eu sai.
Olhei para os dois lados, e Gabriel não estava lá. Resolvi não esperar, e sai andando.
De repente, sinto alguém me puxando pela cintura e me abraçando por trás.
– Bom dia! — era Gabriel.
– Bom dia — disse me virando e dando um beijo em sua bochecha.
Ele me apertou forte contra seu corpo.
– Na bochecha? — ele fez biquinho.
– Por que?
– Porque eu queria um aqui olha — ele se aproximou, e me deu um selinho.
– Bobo! — disse e rimos.
– Vamos? — ele me soltou
– Aham — dei minha mão a ele, e entrelaçamos nossos dedos.
– Olha Gabriel... — suspirei e comecei a falar.
– Oi? — ele sorriu.
– Posso te pedir uma coisa? — sorri.
– Pode
– Nós não podemos ficar de mãos dadas perto da escola — pausa — e muito menos juntos lá dentro, ok?
– Por que?
Hm, o que eu falo?

– Por causa do Emilio... — comecei a falar minha mentira perigosa — ontem, ele já deu um ataque de ciúmes, e disse que se me visse com você nem sabe do que seria capaz de fazer... — disse tentando ser convincente.
Ele arregalou os olhos.
– Mas ele num namora é sua mãe?
– É, mas ele é doido, você sabe — disse — e ai, ele nem ninguém pode nos ver juntos ok?
– Então quer dizer que você aceita ficar serio comigo?
– Tipo isso — pausa — mas NINGUÉM, absolutamente NINGUÉM pode saber... —sorri.
– Qualquer coisa por você — ele sorriu.
Entramos na escola, e ao chegar na porta, soltamos nossas mãos e fomos andando normalmente. Espero que nesse conceito de tudo certo.
– Então, tchau ne — ele sorriu — boa aula.
– Boa aula — sorri e me virei.
Corri para a sala, haviam poucas pessoas na escola nesse horário, então não sofri com olhares.
Entrei na sala, e me sentei no lugar de sempre.
Rafaela chegou com o Lucas, que por acaso arregalou os olhos e abriu a boca.
– O que fizeram com a Julia? — ele perguntou, se aproximando de mim.
– Eu fiz isso — Rafaela sorriu —sou demais ne — jogou uma mecha de cabelo para trás, e eu comecei a rir.
– Convencida! — Lucas disse, e a abraçou.
– Sempre foi — disse, e rimos.
Eles saíram e foram para seus lugares, que eram atrás do meu.
Abaixei a cabeça na carteira e fiquei pensando um pouco. Ou pelo menos tentando pensar.

Levantei a cabeça assim que ouvi os passos estrondeantes do meu professor de física.
Levantei a cabeça, atraindo muitos olhares para mim.
Cochichos e mais cochichos rolavam, até o professor resolver botar ordem.
– Silencio por favor crianças — ele se posicionou á frente do quadro, e começou a dar a aula.
toc toc toc – alguém bateu á porta.
– Da licença professor — Dudu disse, entrando — tive que vir a pé e acabei me atrasando — ele entregou a autorização nas mãos do professor, e veio se sentar ao meu lado, sem tirar os olhos de mim.
Ficamos em silêncio, afinal o professor estava de olho em nós dois. Parecia até que tínhamos dois guaxinins grudados no meio da cara.
– Ju, o que você fez? — Dudu sussurrou, quando o professor se virou.
– Bom..
– Você tá tão linda — ele sorriu.
– Poxa, obrigada — senti meu rosto ferver.
– Na verdade sempre foi — pausa — mas você sabe ne?