O Namoradinho Da Minha Mãe escrita por Woonka Horan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeiro post, espero que gostem e comentem please?!



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Bem, aqui estou eu, acordando nessa misera manhã de domingo, com um sol do caramba batendo na minha cara. Dia perfeito para uma piscina, ou quem sabe compras, parque. É, não para mim. Eu estou passando por uma fase muito difícil. Meus pais se divorciaram, me mudei do campo para a cidade. Estou morando com minha mãe, que acha que tem 17 anos e pode cair na farra. Parece que pra ela, separação significa liberdade pra tudo e volta no tempo. Difícil convence-la que ela tem 38 anos e não pode namorar aquele tal de Emilio, que é uma criança, de 18 anos, que eu nunca vi na vida. Não sei porque ela não namora o pai dele, ele sim daria uma boa farra e uma boa grana pra ela, que é o que ela mais se interessa. Ah, mas o pai dele é casado. Acho que até o certo momento que minha mãe der a louca e resolver dar em cima dele também. Não, minha mãe já deve estar muito satisfeita com o “Emilinho” dela. Mas, deixando de falar da vida descoordenada da minha mãe, vamos falar de mim, viva! Menos, bem menos eu já sei. Então, eu me chamo Julia, tenho 16 anos. Moro com a problemática da minha mãe. Sou meio nova por aqui, então, não conheço praticamente ninguém. Não tenho amigos na escola e... Ou melhor, tenho sim. Apenas dois amigos. A Rafaela e o Luiz. Tá, o Luiz é meio gay. Meio não, inteiro gay.

Ele está sendo meu melhor amigo, o único com quem eu ultimamente estou conseguindo desabafar. Apesar de eu e a Rafa nos darmos muito bem, e sermos companheiras de qualquer coisa, não consigo me sentir á vontade desabafando com ela. A única pessoa que me dá conselhos de verdade é o Luiz. Eu acho que ele é um desperdício gay, porque aquele menino é sinceramente, um pitéuzinho (qq). Lindo de morrer, ele vai escolher logo essa opção sexual. Eu tenho vontade até de fazer ele virar homem, só pra aproveitar o que ele tem. Ok, menos. Mas, voltando ao assunto inicial da minha reflexão antes de tomar coragem e levantar da cama, eu não sou uma menina muito sociável, sinto vergonha de tudo. Piscina nem pensar, odeio biquínis e roupas curtas. Compras nem pensar, odeio experimentar aquelas roupas ridículas de butique, eu prefiro me vestir com minhas roupas velhas mesmo. Eu costumo usar roupas grandes e largas. Não tiro meu all star do pé, porque acho que ele combina com qualquer coisa que eu colocar. Odeio shorts, camisetas, sandálias, tudo que me exponha. Mas, tirando isso, sou feliz comigo mesma. Não costumo me divertir tanto, tipo, ir ao parque no domingo com os amigos igual a qualquer garota comum. Prefiro ficar em casa, assistindo TV. Apesar de que isso é mesmo uma droga. Odeio domingos, se pudesse ficava dormindo o dia inteiro, mas infelizmente, só temos sono 10 horas por dia, e esse meu tempo já foi gasto. Só me resta levantar dessa cama.

Me levantei da cama, ainda um pouco tonta, acho que aquela reflexão sobre minha vida agora não me fez muito bem. Tá, fez sim. Fui direto até a janela para tirar aquela porra de sol que estava me deixando cega. Fechei a cortina, e fui ajeitar minha cama. Estiquei o lençol, arrumei o travesseiro e estendi a colcha preta. Adoro preto, adoro escuro, parece que desse jeito me sinto melhor e mais viva que as outras coisas. Também é o único modo.
Me sentei na cama e fiquei fitando o chão.
– JULIA?! – dei um pulo, era minha mãe.
– Que que é? – berrei de volta pra ela.
– Vem aqui, A-G-O-R-A!
– To indo, to indo. – me levantei da cama e fui até a porta. Abri e sai andando pelo corredor até chegar na beirada da escada.
– Pronto, cheguei. – disse revirando os olhos.
– Coloque uma roupa descente.
– Pra que? Pretendo estar em casa hoje o tempo inteiro, por mim ficava de pijama.

– Porque vamos almoçar na casa do meu namorado, quero que conheça ele.
– O espiguinha?
– Não, o Emilio.
– Da na mesma – falei balançando uma mão.
– Respeito eu exijo, ok? – ela disse apontando pra mim.
– Tá, tá, tá mãe, vai nessa, relaxa.
– Já foi se trocar?
– Não, eu não vou.
– Vai sim. Nem que eu tenha que te arrastar.
– Oh vida infernal. – disse já me virando e indo pro meu quarto.
– Olha a boca. – ela gritou.
– Vem lavar ela então – resmunguei pra mim mesma. Ainda bem que ela não ouviu, senão ela lavava á tapas mesmo.
Entrei no meu quarto e fechei a porta. Tranquei, porque eu pretendia demorar bastante, e minha mãe com certeza viria bisbilhotar o que eu estava fazendo.

Abri meu closet, e peguei qualquer roupa. Um jeans largo, uma blusa de moletom preta e meu inseparável all star azul. Coloquei em cima da cama, e entrei no banheiro. Liguei o chuveiro, e comecei a tirar minha roupa. Calcei meu chinelo, e entrei no chuveiro, deixando a água cair sobre meus cabelos. Depois de muito tempo enrolando, desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha.
TUM TUM TUM. Minha mãe parecia derrubar a porta do quarto de tanta força, será que ela estava mesmo batendo com as mãos?
– Já está pronta? Ou vou ter que arrombar essa porta?
– Nenhum dos dois!
– Te dou 5 minutos, ao contrario vai sair pela janela á força.
– aaaah mãe, vai arranjar alguma coisa construtiva pra fazer enquanto isso.
– Olha a educação – sim, eu era atrevida, pelo menos com minha mãe, é.
– Mãe, da pra sair daqui e parar de falar, ao contrario eu vou demorar mais.
– Cinco minutos!
– Tchau mãe ?! – Ouvi os passos dela no corredor. Ah, as vezes minha mãe me irrita, DEMAIS. E depois que ela começou a se envolver com esse tal espiguinha... tá, esse tal Emilio, ela ficou pior. Ela tá se achando, mas foda-se pra ela também, vou continuar sendo eu mesma, apesar de ser difícil aturar.

Peguei minha roupa, e me vesti rapidamente, porque eu não duvido nada que minha mãe arrombe a porta mesmo. Calcei meus tênis, e sequei o cabelo o máximo que consegui com a toalha. Fui ao banheiro, e o prendi em um rabo-de-cavalo. Escovei meus dentes, e sai.

– Pronto senhorita TPM, doeu esperar?
– Tá doendo ainda
– Ah, eu fico impressionada com seu senso de humor mãe – disse me afastando e descendo as escadas. Ela veio logo atrás. Clep clep clep, odeio barulho de salto batendo no chão. Mas não posso fazer nada, minha mãe se diz “apresentável” pra família do Emilio.
– Mãe, eu ainda não estou afim de ir. – disse já entrando no carro.
– Mas eu não perguntei se você estava afim de ir, você vai.
– Me deixa ficar?
– Não.
– Beleza então.
– E nem pense em me atrapalhar – ela disse ligando o carro. Coloquei meu sinto de segurança, e fiquei olhando pela janela, sem dar nenhuma palavra com a traidora da minha mãe. Ela seguia por um caminho que eu nunca vi na vida. De repente, paramos numa rua nobre do nosso bairro.

– Chegamos filha.
– Ah lega... – parei de falar – tem certeza? – era uma casa gigantesca, uma mansão praticamente. Ficava na rua linda, cheia de grama, era um sonho de casa, parecia de filme. Um muro enorme branco, com um portão branco e uma guarita. UMA GUARITA, coisa que só tem praticamente em prédio, como assim?!. E não tinha mais nada, apenas isso e a graminha na calçada. Parecia coisa de Beverly Hills mesmo, sem brincadeira.
– Aqui sim, por quê?
– Ah não, nada não. – falei fechando a porta do carro e indo até o portão com minha mãe. Ela tocou o interfone, e o porteiro apareceu na janelinha.
– Pois não?
– Emilio Eric, por favor?
– A senhora por acaso é a Senhorita Wood?
– Sim, sou eu.
– Podem entrar, eles estão á espera. – ele disse apertando um misero botãozinho, e uma portinha no meio daquele big-portão se abriu. Eu não podia acreditar, a casa era muito mais perfeita ainda por dentro daquele Carandiru que se chama de muro. Havia um caminhozinho pro carro passar, até a garagem, que por sinal tinha 4 carros. Morri! Depois, tinha um jardim, e a porta da casa. Seguimos até lá, eu estava nervosa, porque isso era muito chato, conhecer alguém assim, de cara e, além do mais, ter que aguentar essa pessoa por um bom tempo da minha vida, sendo ela legal ou não.

Havia um garoto na porta, sentado na escadinha. Ele era magrinho, usava uma calça vermelha e uma t-shirt branca com coisas indecifráveis escritas, e um casaco roxo. Era até legalzinha a roupa: nele. Não me imagino usando isso. Ele era bonitinho, e tinha o cabelo jogado de lado. Ele estava olhando para seu skate, não enxergava seu rosto direito.
– Emilio, sua queridinha chegou! – ele se virou pra dentro de casa e berrou.
– Já estou aqui – ele apareceu atrás do garoto.
O QUÊ? AQUELE GAROTO? ELE? NÃO PODE SER? COMO ASSIM? NÃO ACREDITO?


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Notas finais do capítulo

Malikisses pra vcs e espero que tenham gostado #Woon