A Distância De Um Beijo escrita por ThiagoRocha


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Fic completando 2 meses.. ;)
Capítulo dedicado a todos os leitores e em especial aos que comentam...
Tem ação do CRAU, almoço na casa dos Menezes e ... ^.^
Boa Leitura!



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Capítulo X

~ Alguns dias depois ~

A turma toda e algumas pessoas do bairro estavam reunidas na praça participando da ação do C.R.A.U.  Bruno, Rasta, Nélio, Rita e Fatinha — que agora também participava do grupo — haviam discutido e preparado todos os detalhes durante todos os dias que antecederam o movimento. Ana havia desistido de participar do grupo, devido a estranha situação de ter que encarar seu ex namorando Fatinha agora.

Bruno e Rita estavam num stand sobre reciclagem, onde tinham objetos feitos de garrafa pet, latinhas e outros materiais que comumente não são reaproveitados.

Nando e Lia, estavam no palco do Misturama, onde ensinavam algumas crianças os primeiros acordes de violão, a noção de ritmo e compasso, dentre outras coisas.

Rasta havia montado uma barraca onde expôs algumas plantas medicinais, e explicava os seus benefícios para a saúde do ser humano, e que muitas delas podiam até ser substituídas por determinados remédios.

Gil ensinava a algumas crianças e jovens a grafitar nas portas do Misturama.

Nélio se juntou a barraca de Ju e Fatinha, onde as duas vendiam roupas e acessórios usados, mas em bom estado.

— Caramba, quantas roupas vocês conseguiram — o universitário se surpreendeu.

— Pois é — Ju sorriu — Também me surpreendi com a boa vontade das pessoas, o pessoal do quadrante doou bastante coisa.

— Tudo isso só foi dos alunos que estudam lá? — Nélio questionou.

— Nem tudo. Eu coloquei uma caixa no quadrante como ponto de coleta das roupas, e também divulguei no blog. Então algumas pessoas que souberam da iniciativa fizeram a sua parte indo lá deixar a sua contribuição.

— Que idéia maneira, Ju. Você como sempre é incrível — o garoto derreteu-se para morena.

— Ei, eu também ajudei — Fatinha se intrometeu — Eu coloquei um ponto de coleta no hostel também, e os gringos ajudaram bastante. Teve estrangeiro que fez até doação em dinheiro para a instituição que vai ser beneficiada com a arrecadação do stand.

— Pois é, o bom é que além do dinheiro que vai ser arrecadado, as roupas que não forem vendidas, também serão doadas pros mais necessitados — a morena completou.

Nesse momento Gil apareceu no stand.

— Oi, eu gostaria de fazer uma compra — sorriu pra Ju.

— O que o senhor gostaria? — ela entrou na brincadeira.

— Eu queria aquele colar que tem uma plaquinha dourada como pingente — apontou pro objeto — Quanto custa?

— Quarenta e sete reais — disse Ju confiante.

— Anh, o quê? Você não tá cobrando mais caro só por que eu to comprando né?

— Claro que não, seu bobo — Ju fez uma careta fofa — Esse é o preço estipulado e ainda tá barato, por que esse colar é banhado a ouro.

— Tá, se você diz, eu acredito — disse tirando algumas notas da sua carteira — Tá aqui — disse estendendo as notas pra ela.

Ju recebeu as notas e colocou numa caixinha, entregou o colar pra Gil. Fatinha foi atender outro cliente no lado oposto, enquanto Nélio se despediu e foi se juntar à Rasta.

— Ah, eu não tenho troco — ela disse — Aceita beijo como troco — riu faceira.

Gil não pensou duas vezes e tascou um beijão em Ju.

— Tá andando muito com a Fatinha, hein. Não tá oferecendo beijo como troco para qualquer um não, né? — ele riu.

Ju deu língua e bateu no ombro do garoto. Fatinha voltou ao seu posto inicial.

— Cadê o Nélio? — ela perguntou.

— Foi lá pra barraca do Rasta — a morena respondeu.

— Hm. Deve ter sido por causa de você dois.

— O quê? Será que ele ainda gosta de você, Ju? — o garoto perguntou um pouco enciumado.

— Acho que não. Eu sempre deixei claro pra ele que o via como amigo. — a it-girl disse.

— Não sei não, hein Ju — Fatinha opinou — Ele tava todo derretidinho por você.

— Ju, não tá dando trela pra esse folgado, né? — o garoto estava com ciúmes.

— Claro que não.

— Relaxa, Gil. Fico de olho nela por você — Fatinha sorriu — Se a minha cunhadinha não deixar as coisas claras com ele, eu arrumo um jeito de cortar as asinhas dele.

— Valeu, Fatinha — o garoto riu — Fica de olho nela mesmo.

— Ei, eu to aqui — Ju falou com uma expressão irritadinha — Além do mais, eu não preciso de babá, nem nada do tipo.

Gil e Fatinha riram ao mesmo tempo. Assim que ambos recuperaram o fôlego de tanto dar risada, Ju também riu e em seguida se pronunciou.

— Acho melhor você ir — disse para o grafiteiro.

— Tá me expulsando? — perguntou fingindo revolta.

— Não. É por que parece que os teus alunos estão aprontando — apontou para as portas do Misturama.

Gil olhou para a direção e viu algumas crianças jogando spray uns nos outros, e algumas outras “exagerando” nos desenhos.

— Ih, não pode deixar essas crianças sozinhas por dois segundos. To indo lá. Tchau linda — disse despedindo-se da garota com um beijo.

— Tchau — Ju disse assim que seus lábios se separaram.

— Que lindos — Fatinha disse enquanto Gil já voltava ao seu posto.

— Para Fatinha — a it-girl disse um pouco corada — E você e o Bruno estão bem?

— Sim. De vez em quando a gente briga por bobeira, mas depois já tá de bem — riu — Parece que ainda não caiu a ficha que a gente tá namorando.

— Eu me surpreendi com a atitude do Bruno, sabia Fatinha?

— Por quê? Você não queria que ele me pedisse em namoro?

— Não é isso. É que o Bruno estava muito diferente ultimamente, achava que ele ia demorar pra se envolver em outro relacionamento. Mas, fico feliz por vocês dois. Vê se sossega um pouco agora — Ju riu.

— Eu to fazendo isso. Se não percebeu, as minhas roupas estão até um pouco mais comportadas — Fatinha disse — Só to um pouco preocupada com almoço com os pais de vocês amanhã. Será que eles vão gostar de mim?

— O Bruno te convidou? — a loira balançou a cabeça afirmativamente — Relaxa, eles são gente boa. O Gil também tá bem nervoso.

— Ótimo, pelo menos eu não vou ser a única a ser apresentada à família — riu aliviada até que viu a expressão de Ju — Peraí, não me diga que você não vai apresentar o Gil como seu namorado?

— Não sei. O Bruno já é de maior, isso quer dizer que independente do que eles acharem de você, eles não podem fazer nada. Eu e o Gil não somos nem namorados oficialmente, e do jeito que o meu pai é, capaz dele assustar o Gil. Ele seria o primeiro namorado que eu iria apresentar pros meus pais.

— Ju, se eu fosse você não pensaria nas conseqüências ou no que outros vão pensar. Seguiria meu coração e faria o que tenho vontade — aconselhou.

— Não sei, não — disse confusa.

~ No dia seguinte ~

Lia estava no seu quarto se arrumando, enquanto Tatá e Lorenzo apressavam a garota pra saírem pro almoço na casa dos Menezes.

— Bora Lia, você nunca foi de se arrumar tanto — Lorenzo gritou.

Lia apareceu na sala segundos depois carrancuda.

— A Ju me arranjou essa roupa pra ir. E eu não tava conseguindo colocá-la. Vamos logo, então?

Assim que se levantaram a campainha tocou, Lia abriu a porta e se deparou com Dinho.

— Oi amor — o garoto lhe deu um selinho — Indo pra onde tão bonita?

— Um almoço na casa da Ju — disse sorrindo — Mas, o que veio fazer aqui?

— Eu vim conversar com você. Mas, como você tá de saída, é melhor a gente conversar depois. Pode ser?

— Claro. A gente se encontra depois, então — disse despedindo-se dele com um beijo.

Lorenzo, Lia e Tatá são recebidos por Ju, que parecia estar um pouco tensa.

— Oi amiga — ela abraçou a loira — Oi tio. Oi Tatá.

— Oi Ju — os dois disseram.

— Lorenzo, quanto tempo — Olavo cumprimentou o velho amigo — Nem reconheci as suas filhas, a Lia tá tão crescida e a Tatá já ta uma mocinha.

— Pois é. O tempo passa rápido — Lorenzo foi para o outro lado da sala para conversar com Marta e Olavo.

— Que cara é essa Ju? Tá assim por quê? — Lia questionou a amiga.

— Tô nervosa. Não sei qual vai ser a reação do meu pai quando conhecer o Gil.

— Você vai apresentar ele como seu namorado? — Lia riu do motivo da insegurança da amiga.

— Não sei. Nunca apresentei um namorado pros meus pais antes.

— Por isso mesmo. Mais cedo ou mais tarde isso vai ter que acontecer.

Bruno e Fatinha acabavam de entrar no apartamento.

— Oi gente. Desculpa a demora — ele se pronunciou e levou Fatinha até os seus pais — Pai, Mãe essa é a Fatinha… minha namorada.

— Prazer, Fatinha — Marta abraçou a garota.

— O prazer é meu. Na verdade meu nome é Maria de Fátima, mas todo mundo me chama de Fatinha. Então, fiquem a vontade pra me chamar do jeito que preferirem — a garota sorriu.

— Prefiro, Fatinha — Olavo se pronunciou — A propósito muito prazer em conhecer você.

— Obrigado, Seu Olavo. Foi muito gentil da parte de vocês me convidarem.

— Por nada — a mãe de Bruno sorriu — Que sorte sua filho. Sua namorada, além de linda é um amor de pessoa.

— Eu sei — sorriu Bruno, impressionado com a loira.

Nesse momento Gil adentrou a casa e foi recebido por um abraço apertado de Ju.

— Oi linda — falou baixo.

— Preparado? — ela perguntou segurando sua mão.

Gil olhou pra ela e respondeu afirmativamente um pouco nervoso. Ambos caminharam de mãos dadas pro lado oposto da sala, onde estavam Marta e Olavo.

— Pai, Mãe esse é o Gil.. — fez uma pausa — Meu namorado — olhou para o garoto que sorriu.

— Namorado é? — Olavo tinha uma expressão dura. Parecia que ainda enxergava Ju como uma garotinha indefesa.

— Muito prazer, seu Olavo — Gil ofereceu sua mão para um aperto de mãos. Olavo deu um aperto forte, mas o garoto se manteve firme.

— Prazer, rapaz — o pai da garota disse.

 — Muito prazer, Dona Marta — o garoto cumprimentou-a.

— Prazer, Gil — ela o abraçou — Pode me chamar só de Marta. Ouvimos falar muito de você.

Gil sorriu e Olavo convidou todos a se sentarem, e o almoço foi servido. Após isso, se sentaram e comeram sobremesa enquanto conversavam.

— Então vocês já estão pensando em que faculdade vão cursar? — Olavo questionou.

— Eu não preciso nem dizer que pretendo fazer algo relacionado com Moda — Ju sorriu.

— Eu ainda não sei, mas acho que vou cursar Música — Lia disse.

— E você Gil? — o pai de Ju questionou.

— Não sei. Acho que vou cursar arquitetura ou desenho industrial — o garoto disse.

— Essas são áreas bastante prósperas — Marta comentou — E você Fatinha, já tá na faculdade?

— Ainda não. Eu perdi um ano da escola — Fatinha disse e Bruno ficou apreensivo com a resposta que ela iria dar — Mas, quando me formar pretendo fazer relações públicas.  O pessoal que se hospeda no hostel comenta que eu tenho aptidão pra trabalhar com isso — ela sorriu.

A conversa entre eles continuou fluindo, e o tempo pareceu passar rápido.

O almoço havia acabado e todos os convidados já haviam ido embora, Juliana estava no seu quarto quando Marta entrou.

— Oi Mãe — disse a garota ajeitando-se na cama.

— Oi Filha — disse sentando-se a sua frente — Por incrível que pareça, seu pai foi com a cara do Gil.

— Sério? — sorriu.

— Sim. Ele disse que apesar do garoto ser um pouco calado, ele parece ser um bom rapaz. Mas, eu não vim pra isso — disse sorrindo — Sei que ainda faltam duas semanas pro seu aniversário, mas como a gente não vai estar no Rio.

Nesse momento entregou uma caixa embrulhada para a it-girl.

— É uma lembrançinha pra você — disse enquanto a garota abria e colocava a máquina fotográfica em suas mãos — É uma Polaroid, pra você registrar os momentos especiais com os seus amigos, e como você adora essas coisas vintages, achei que você fosse gostar.

— Eu adorei — Ju sorriu e abraçou a mãe.

Dois dias haviam se passado, os pais de Ju e Bruno haviam voltado pra Brasília. 

Gil estava indo em direção à casa de Ju quando avistou Bruno e Fatinha saindo do prédio, onde ele morava.

— Oi Bruno. Oi Fatinha — ele cumprimentou-os.

— E aí Gil — disse Bruno.

— A Ju tá lá em cima?

— Tá sim. Vai lá?

— Vou sim. Até mais — despediu-se.

— Tchau — os dois disseram em uníssono.

O grafiteiro chegou a porta do apartamento de Ju e tocou a campainha, esperou cinco minutos e estranhou que a garota não tivesse atendido ainda. Pensou na possibilidade dela ter ido à casa de Lia, mas pela diferença de tempo que encontrou Bruno na portaria e tinha chegado até lá, provavelmente teriam se encontrado no caminho.

Sem pensar duas vezes pegou a chave reserva, que Ju havia lhe contado onde era escondida, e abriu a porta. Adentrou a casa e chamou pela garota, não obtendo resposta entrou no seu quarto e deparou-se com o corpo de Ju inerte no chão.


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Notas finais do capítulo

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