Sentimentos Incompreendidos escrita por Anny Starlight


Capítulo 3
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!! Como estão?
Estou feliz por postar mais um capítulo, e bom, neste capítulo aqui vocês conhecerão um pouquinho mais do nosso querido e encantador Frederico... Ok, ele encantou a Catarina ao menos!!



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Catarina já estava na mesa do café da manhã quando Frederico chegou.

Ela não havia realmente conseguido dormir pensando no acontecido de algumas horas atrás, por isso decidiu se levantar um pouco mais cedo do que o normal. Já estava no fim de seu pão com manteiga quando ele entrou na cozinha... Como sempre Catarina não se conteve e admirou o homem que se sentava à mesa com ela.

Frederico, apesar do nome jovial, estava no auge de seus 31 anos. Era um homem alto de corpo bonito; seus cabelos castanhos claros e lisos mantinham um corte usual com uma franja levemente comprida que ás vezes estava partida ao meio, jogada para o lado ou simplesmente bagunçada, como ela prefira e como estava hoje; a barba sempre estava por fazer. Seus olhos eram hipnotizantes: verdes claros. A pele era de um moreno claro.

-Bom dia, Catarina! – Disse sentando. – Bom dia, Rosa!

Ele estava normal, como sempre...

-Bom dia... – Catarina respondeu envergonhada por estar admirando-o mesmo que discretamente.

-Bom dia, seu Frederico! – Rosa respondeu.

Rosa era uma senhora muito adorável que trabalhava na casa, ela era quem fazia quase tudo lá. Tinha seus 49 anos e uma aparência jovial devido a sua pele parda, tinha sempre um sorriso no rosto e um refrão na voz. Era divertido falar com ela, sempre com suas histórias de menina, seus concelhos, e aqueles olhos negros de coruja que aparentavam esconder e entender muito mais do que admitia. Ele parecia sempre saber das coisas, era incrível isso.

-Que café maravilhoso Rosa! – Frederico disse ao tomar um gole.

-Sempre me bajulando... – Rosa disse rindo e fazendo com que ambos a acompanhasse.

-Só estou falando a verdade, não é minha culpa que ele nunca foi ruim! – Ele respondeu.

 Rosa fez um gesto com a mão o mandando parar e com um sorriso envergonhado se concentrou na louça.

Catarina riu da cena atraindo os olhos de Frederico que a acompanhou.

Após meia hora ambos já haviam terminado o café. Frederico lia o ultimo caderno do jornal, enquanto Catarina ajudava Rosa que retirava a mesa, era uma boa forma de ela se concentrar em alguma coisa que não fossem as lembranças de horas atrás.

-Seu Frederico, o senhor vai para a universidade hoje? – Rosa perguntou.

Ele deixou o jornal de lado e respondeu:

-Hoje não, Rosa, mas amanhã sim.

-Amanhã? Bom, então ficara o dia inteiro em seu escritório hoje... – Ela concluiu.

Ele sorriu.

-Bom, provavelmente sim...

Frederico trabalhava em uma universidade de prestigio, sua área era a antropologia, mais especificamente questões de contestação na sociedade. Catarina achava fascinante seu trabalho, adorava discutir com ele os temas que ele apresentaria em sala de aula, ela sempre se sentia mais esclarecida depois de um bom debate.

Ele também gostava muito das discussões entre eles, afinal, ele realmente nunca discutia sobre os assuntos mostrando seu ponto de vista, na universidade era o mediador e nada mais; mas com Catarina ele defendia suas ideias e a convencia, ou era convencido pelas dela, o que acontecia mais frequentemente, mesmo ele não admitindo.

-Tudo bem. – Continuou Rosa. – Pelo menos poderei limpar o quarto da Catarina já que ela sempre fica aprisionada lá com você! - Ela disse revirando os olhos; Rosa sempre defendia que uma menina na idade dela deveria sair mais e não ficar estudando.

Ele riu enquanto Catarina se sentia envergonhada.

-Assim parece que sou um sequestrador! Eu não a obrigo a ficar lá...

-Sendo assim... Catarina, hoje você irá ao mercado comigo. - Rosa disse sorrindo.

-Epa! – Frederico protestou. – Eu disse que não a obrigo e não que não preciso dela!

Catarina sentiu o rosto esquentar depois dessa. Será que ele realmente não se lembrava do que aconteceu? Pois parecia não ligar para as vermelhidões ainda mais frequentes no rosto dela.

Rosa bufou.

-Irá me ajudar, Ca? – Ele perguntou.

Catarina pela primeira vez entrou na conversa.

-Eu... Bom, eu... Sim, claro! – Respondeu tentando parecer normal também.

-Viu, Rosa? Eu perguntei!

Rosa bufou novamente e se concentrou na nova louça que estava na pia.

Depois de a cozinha estar arrumada Frederico e Catarina foram em direção ao escritório dele no andar de cima.

Tinha a forma de um quadrado e era um lugar muito aconchegante, as paredes eram de uma cor areia com quadros de pinturas famosas, em sua maioria, renascentistas; Catarina poderia passar horas admirando as imagens e as formas. Havia uma janela enorme oposta à porta, ela pegava quase toda a parede e deixava visível o fundo da casa: um quintal com uma piscina e um jardim muito bem cuidado por Rosa.

De frente a janela havia uma mesa de madeira vinho abarrotada de livros, papéis, jornais e trabalhos; uma poltrona estava atrás dela. As laterais do cômodo eram cercadas por sofás de couro preto.

Ele se sentou na poltrona enquanto ela se acomodou em um dos sofás; Catarina estava mais desconfortável do que o normal em ficar o dia inteiro em um cubículo com ele. Ela sabia que a sensação passava de acordo com que começavam as suas discussões, mas algo a dizia que hoje seria diferente e que ela enrubesceria quando ele a elogiasse como sempre fazia.

-Bom, por onde começamos? – Ele murmurou enquanto procurava algo em meio aos papéis.

Enquanto ele procurava Catarina decidiu que agiria o mais normalmente possível e se concentraria nas discussões, apenas nelas; e foi o que fez.

-Enquanto você procura, me diz qual o tema dessa semana? – Perguntou interessada.

-Hum... Preceitos! – Afirmou enquanto jogava alguns papéis para o chão.

Ela não conseguiu não rir da desordem que ele era.

-Ótimo tema! – Ela elogiou.

Era realmente um ótimo tema e muito interessante com toda a certeza.

Ele riu quando visualizou sua própria situação.

-Obrigado...

Depois de mais alguns segundos ele finalmente encontrou o papel que queria.

-Ok, encontrei... – Declarou orgulhoso de si.

Como sempre ele preparava algumas informações sobre os temas e as imprimia (era o que procurava), depois preparava um roteiro com questões sobre os temas e exemplos a serem discutidos, era ai que Catarina o auxiliava. Ele discutia os assuntos com ela e assim encontrava seus tópicos.

Frederico tinha que admitir, Catarina era com certeza uma das pessoas mais esclarecidas que conhecia, suas ideias e raciocínios o fascinavam, ainda mais por ela ter apenas 16 anos. Ele poderia passar a tarde inteira conversando com ela que não iria se encontrar tediado, foi realmente um ótimo acontecimento quando Catarina passou a morar com ele e sua esposa Ana, que era a irmã de Catarina.

Ela veio passar alguns meses com o casal após a separação repentina dos pais, enquanto eles não decidiam com quem iria ficar os móveis, a casa e até a guarda de Catarina, julgaram que era melhor que ela ficasse longe de toda a confusão dessa nova situação.

Frederico se achou obrigado a concordar com a decisão do casal, afinal ele descobriu em Catarina uma “ótima companhia” como ele mesmo dizia. Era ele quem passava a maior parte do tempo com ela já que sua esposa era médica de plantão num hospital e, assim, dormia até tarde e quando acordava se dedicava ao estudo para seu doutorado.

-De que tipos de preceitos estamos falando? – Ela o questionou já interessada.

Ele se concentrou nela e respondeu:

-Daqueles que nos são dados automaticamente por quem nos cerca.

Ela sentiu uma quentura no rosto com aqueles olhos verdes fixos.

-Hum... Exemplo? – Perguntou tentando disfarçar.

-Certo e errado! – Disse. – O que você me definiria como certo e errado, Catarina? – Perguntou iniciando com um sorriso a habitual discussão.

O exemplo reviveu cenas passadas na cabeça dela, lembrou-se das horas que se sucederam ao acontecido, horas em que ela se questionou sobre seus sentimentos... Horas em que ela fez essa mesma pergunta pra ela mesma... O que é certo e errado?




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Notas finais do capítulo

E então?? Próximo capítulo vamos nos aprofundar um pouco mais na relação do Frederico com a Catarina!!
Mereço reviews??