Sentimentos Incompreendidos escrita por Anny Starlight


Capítulo 20
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Como estão?
Esse capítulo não é muito grande, pois pretendo postar o outro logo, logo! Para a nossa alegria!
Nesse capítulo teremos um personagem novo que irá "mexer" tanto com a Catarina quanto com o Fred! Mas vejam vocês...
Enjoy it!



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Catarina não conseguia evitar o sorriso no rosto, sua tentativa de contê-lo resultou em uma careta que a fez sorrir ainda mais. Ela terminava de enxaguar o ultimo prato enquanto Rosa, de frente para a prateleira do canto, enxugava e guardava o último copo.

Todos já haviam terminado de almoçar e Catarina e Frederico se ofereceram para ajudar Rosa com as louças, Ana se desculpou por não se oferecer para ajudar, pois tinha que terminar um artigo, mas prometeu recompensar na janta.

O trio então se dedicou a sua tarefa, porém um imprevisto causou mais estrago do que Rosa podia conter: Catarina acidentalmente molhou Frederico que, por sua vez, se “vingou” molhando-a de propósito, foi assim que se instaurou a terceira guerra mundial na cozinha.

Rosa olhava incrédula Catarina e Frederico jogando água um no outro, tentou contê-los com ameaças, mas de nada adiantou. No entanto, como resposta às preces de Rosa, o telefone tocou e Frederico foi atendê-lo, mas não sem uma bela jogada de água que molhou toda a frente da camiseta de Catarina.

E então, quando Catarina dedicou-se novamente às louças sem as interrupções de Frederico, escutou uma pequena confissão pessoal de Rosa que fez seu coração pular no peito. Primeiramente pensou que não fosse nada de importante, nem havia escutado direito e assim que perguntou a Rosa o que ela disse se surpreendeu.

Rosa, meio receosa com a interpretação de Catarina, confessou:

-Eu nunca tinha visto o seu Frederico assim antes, menina... Tão feliz.

Catarina congelou ao mesmo tempo em que seu peito disparou.

 -Não me interprete mal, não o julgo um homem infeliz, mas... –Disse se aproximando enquanto diminuía a voz. – Bom, trabalho há muito tempo nessa casa e não sou cega; seu Frederico está diferente, com um brilho novo nos olhos... – O sorriso feliz cresceu no rosto dela. – Parece até anos mais jovem, já que agia como um velho sempre preocupado com trabalho...

Catarina não evitou o enorme sorriso em resposta ao de Rosa.

-Ele é um homem maravilhoso, Rosa... – Admitiu sem conter as palavras.

-Sim, ele é... Sempre foi... –Concordou Rosa com admiração. – E é bom vê-lo assim... Mudado...

Catarina sorriu em contida compreensão e se virou enxugando o prato enquanto ia para o armário guardá-lo, ela se repreendia pela confissão impensada, mas agradecia por Rosa não notar o sentimento transbordando da frase.

Ela entendia exatamente o que Rosa queria dizer sobre Frederico, mesmo que sua margem de comparação fosse muito mais ampla e complexa.

Como diria ela que se apaixonou pelo homem compreensivo e carinho que conversou com ela quando sua irmã não pode? Que a consolou e aconselhou?

Naqueles tempos ela via Frederico como um homem maravilhoso e mesmo assim era... Infeliz? Nunca notou os sinais de afeto entre o casal, mas não se importava também, afinal, o único casamento do qual ela conhecia tinha se desfeito, então, o que ela saberia daquele?

Mas depois... Depois tudo mudou, sim!

Em que mundo ou universo paralelo ela iria imaginar que ela seria capaz de se envolver com ele na forma com que estava? Aquele homem adulto com milhares de conhecimentos a mais do que ela da vida?

E sua memória a levou para aquele dia no quarto dela, há duas semanas, em que ela arriscou tudo para demonstrar sua necessidade por ele... E ele cedeu. Ela ainda não acreditava, como acreditar?

Assim, sua memória mais uma vez trouxe fragmentos, provas... Lembranças.

Lembrou-se deles no escritório dele, quando terminaram de discutir os tópicos. Catarina se controlava para não confundir os momentos, aquele não era momento de fantasiar com ele, mas de se concentrar e ajudá-lo no trabalho, afinal, ela se comprometeu.

Foi quando ela se despediu e levantou, andou em direção a porta, mas antes de chegar na mesma sentiu uma mão puxando-a bruscamente e, quando percebeu, caia em direção a um dos sofás de couro do escritório.

Ela olhou Frederico assustada enquanto um sorriso malicioso de canto o fazia a cara do pecado. Ele trancou a porta e avançou em direção a ele, cobrindo-a com seu próprio corpo.

Deus!

Catarina se arrepiava só de lembrar-se daquela tarde, ela não se lembrava de tê-lo sentido tão perto antes, eram mãos e bocas para todos os lados... Ele falando coisas que a faziam tremer de excitação enquanto ruborizava ao mesmo tempo.

Na verdade, as duas semanas que seguiram desde a rendição dele foram... Quentes. Mas não apenas isso, eles alcançaram um grau de intimidade que Catarina ainda custava a aceitar; não apenas fisicamente, mas... Ah, ela não sabia explicar!

Eles não eram apenas os “amantes”, eram amigos. Íntimos. Com tudo o que acontecia entre eles, a relação se tornou profunda... Eles conversavam tanto quanto se tocavam, e adoravam isso. Ela nunca se cansou de conversar, e também discutir com ele, da mesma forma que ele, apesar de saber que ela sempre ganharia as discussões.

Passaram a se tocar quase que automaticamente, às vezes as mãos, os dedos, as pernas se encostando... Eles não sabiam classificar essa relação, eram muito mais do que amigos e também mais do que “amantes”. Catarina gostava da ideia do namoro, e se conformou com essa caracterização, a fazia se sentir como uma adolescente normal da sua idade apesar de não saber como era um namoro.

Catarina foi retirada de seus devaneios por Rosa que agora estava ao seu lado e lhe olhava com um sorriso de sabedoria. Indagou para a mesma o porquê do sorriso insinuante.

-É só que... Bom, você também mudou desde que chegou aqui, menina.

Catarina paralisou ao mesmo tempo em que arregalou os olhos.

-Lembro-me da menina assustada que chegou aqui, quieta... Quase não conversava com ninguém. – Rosa a encarou. – Você também mudou, para melhor... Talvez sua chegada nessa casa tenha trazido essas mudanças...

Rosa riu consigo mesma.

-Talvez você tenha sido a melhor mudança para essa casa... – Disse retirando o avental e dobrando-o em cima da mesa da cozinha. – Bom, agora tenho que lavar roupa, obrigada pela ajuda, Catarina.

E assim saiu da cozinha deixando Catarina parada no mesmo lugar por algum tempo.

O que será que ela quis dizer com isso? Não, ela não sabe de nada! É coisa da minha cabeça... Não devo me preocupar com isso... Eu acho...

Após alguns minutos de uma reflexão silenciosa decidiu ir para a sala ver um pouco de televisão. No caminho encontrou Frederico ainda no telefone aparentemente dando direções para alguém, pois mencionava algumas ruas e números, imaginou o que poderia ser, mas perdeu o pensamento quando ele a viu e deu-lhe uma piscadinha; ela sorriu envergonhada e corou... Sim, ele adorava deixa-la dessa forma.

Chegou na sala e jogou-se no sofá de costas, já que sua barriga estava molhada, apreciando a sensação de ser “engolida” pelo mesmo, acomodou-se começou a passar os canais em busca de algo interessante. Alguns minutos depois, quando se concentrava num filme que havia achado, Frederico chegou à sala e sorriu ao ver a situação “jogada” da menina.

-Será que a senhorita poderia me dar um espaço? – Perguntou entrando na frente de Catarina impedindo-a de ver o filme.

-Mas será que você só sabe me dar trabalho? – Catarina perguntou já se levantando e se sentando para que ele se acomodasse também.

-Sim. – Ele respondeu sentando-se. – E é bom se acostumar com isso!

Catarina riu e logo o sentiu puxando-a para perto dele.

-Você está gelada! – Ele afirmou quando a blusa molhada dela tocou a dele.

-Culpa sua! – Respondeu fingindo irritação, mas ao mesmo tempo se aproximando dele.

Ele a abraçava colando-a ao seu corpo ao mesmo tempo em que ela envolvia a cintura dele e deitava a cabeça em seu peito. Aquilo era reconfortante, para ambos; não importava o que havia acontecido, pois sempre que ficavam daquela forma só conseguiam pensar na satisfação de estar um com o outro.

Frederico aspirou ao aroma dos cabelos dela e depositou um beijo no topo de sua cabeça; ele não sabia como explicar o que sentia quando estava com ela, mas sabia que era algo suficientemente forte para fazê-lo esquecer de onde estavam e que podiam ser pegos a qualquer momento.

Catarina deixou envolver pela situação... Como ela ficaria sem ele? Amava-o profundamente. Eles haviam chegado a um ponto em que tudo era tão certo quanto incerto, impreciso. Ela fora mudada por ele, ao mesmo tempo ele o mudou... E ambos estavam tão cientes disso quando da necessidade de oxigênio para respiração. E não se arrependiam, pelo contrário.

O tópico em mente fez Catarina se retesar... Rosa! O que será que ela sabia?

Frederico sentiu Catarina se retesar e se preocupou.

-Algum problema, anjo?

Catarina se calou por algum tempo sem saber o que responder.

-Bom, eu... Eu sinceramente não sei. – Admitiu confusa.

-Não sabe o que?

-Se há um problema de verdade... – Respondeu incerta.

Ele riu levemente da confusão dela.

-Mais um você quer dizer?! – Ele brincou.

Ela olhou-o feio, não gostava quando ele brincava assim sobre o relacionamento deles, mas não conseguia evitar responder aquele sorriso.

-Não, seu bobo! – Disse dando-lhe um tapa no ombro. – É só que... Não, não deve ser nada. Esqueça!

-Não! Começou agora diga! – Falou virando-a de frente para si. – O que foi?

Catarina suspirou e contou o ocorrido na cozinha com Rosa.

-Eu sei que deve ser coisa da minha cabeça talvez, mas... Sei lá. – Disse coçando a nuca.

Frederico ponderou sobre.

-Não sei se é realmente coisa da sua cabeça...

Catarina arregalou os olhos.

-Não?!

-Bom, a Rosa é muito inteligente, além do que trabalha nessa casa há anos... Ela percebe as coisas e muito bem, mas...

-Ah, meu Deus! – Catarina interrompeu-o aflita. – O que será que ela deve pensar de nós? E se ela decidir contar para...

-Catarina! – Frederico a interrompeu com um sorriso de diversão. – Acalme-se! – E continuou. – Mas se ela soubesse de algo que a desagradasse ela com certeza já teria falado comigo ou com você, como ela fez em outra situações aqui em casa antes de você chegar.

-Espera! Como assim desagradar? – Catarina perguntou desconfiada e incrédula.

Ele riu e puxou-a de volta para seu abraço.

-Não se preocupe com isso! – Ele afirmou. – Rosa é de minha extrema confiança e tenho certeza que se ela desconfiasse de algo já teria vindo me dar uma bronca.

Catarina riu com a afirmação, mas ela tinha de concordar com a mesma. Decidiu-se então deixar esse assunto para trás, afinal, ela estava nos braços de Frederico e queria apreciar o momento.

Mas sua apreciação durou poucos minutos, pois logo escutou a campainha tocar; Catarina bufou irritada por alguém atrapalhar o seu momento com Fred, mas levantou-se do sofá e foi atende à porta tendo uma surpresa quando a abriu.

Na soleira da porta estava um rapaz alto, forte e com um sorriso deslumbrante que fez Catarina corar só de encará-lo. Ele deveria ter uns vinte anos ou pouco mais, tinha olhos muito azuis e cabelos negos lisos que estavam despenteados, usava uma camiseta de uma banda de rock, calça jeans e tênis.

-Boa tarde! – Ele disse com educação e certa empolgação.

-B-Boa tarde... – Catarina respondeu forçando-se a parar de agir como retardada.

-É aqui a casa do professor Frederico? – Ele perguntou sorrindo divertido para ela.

-Professor Frederico? – Catarina perguntou confusa, ninguém nunca tinha ido lá perguntando pelo professor Frederico.

-Sim, mas... Bom, devo ter me enganado de endereço... – Ele disse confuso buscando algo em seu bolso. – Infelizmente... – Acrescentou olhando Catarina de cima a baixo e se fixando num ponto em particular.

Catarina corou fortemente antes de olhar para onde ele se fixava, e quando olhou percebeu exatamente o que ele observava: sua blusa ainda molhada e rente à pele.

-Catarina?! – Escutou uma voz forte chamando-a. – Quem é que... – A pergunta ficou no ar quando Frederico se aproximou da porta e viu o rapaz. – Eric! Pensei que tinha se perdido já que não chegava! – Disse cumprimentando o tal de Eric.

Catarina ficou paralisada observando a cena enquanto o rapaz, Eric, a olhava confuso por sua “amnésia” com relação ao seu professor Frederico.

-Não, dessa vez cheguei à casa certa. – Disse o rapaz rindo e poupando Catarina das perguntas sobre sua confusão; ela agradeceu mentalmente ao rapaz.

-Bom, essa é a minha... – Disse Frederico voltando-se para Catarina, mas perdeu as palavras; como deveria ele apresentá-la? – Essa é Catarina. – Decidiu-se pelo obvio. – Mas você já deve saber.

Eric por sua vez ofereceu sua mão.

-Na verdade não, mas é bom conhecer a famosa Catarina. – Disse sorrindo enquanto Catarina estendia sua própria mão para um cumprimento. – Sou Eric.

-Famosa? – Ela perguntou enrubescida.

Eric e Frederico riram ao mesmo tempo.

-Sim, já ouvi falar muito de você... Mas alguns amigos meus, receio eu, já escutaram muito mais. – Eric respondeu vendo Catarina franzir o cenho em confusão. – O professor adora compará-la a alguns alunos dizendo o quanto sua cunhada de dezesseis anos tem uma cabeça muito superior aos seus alunos de vinte e dois anos. – Explicou.

Então ele tem vinte e dois anos?!

Catarina se incomodou com o “cunhada”, mas o que ela poderia fazer contra? Ela o era!

-Mas vamos entrar, Eric! – Disse Frederico tomando a frente e entrando na casa. – Tem muito que ser feito pelo que você me disse... É melhor começarmos logo.

Eric assentiu e andou para dentro da casa, mas não sem antes dizer uma frase tão baixo que apenas Catarina escutou por estar ele passando ao seu lado.

-Admito que a realidade é muito melhor do que eu imaginava. – E com um sorriso de canto seguiu Frederico até o centro da sala.


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Notas finais do capítulo

E então?
Queria me desculpar pelo atraso e agradecer aos leitores que nunca abandonaram a Fic, que mandam mensagens pedindo por atualizações, aprecio demais o comprometimento de vocês! Obrigada!
Beijos e até mais...