Sentimentos Incompreendidos escrita por Anny Starlight


Capítulo 19
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Peeeerdão, pessoal!
Eu sei, eu entendo que demorei demais, mas ao mesmo tempo agradeço àqueles que não esqueceram de mim e que estão lendo isso! Nem vou me explicar, afinal, vocês já estão cansados de saber... Escola!
Esse é um capítulo de desculpas, demorei alguns dias escrevendo-o para que ficasse em um tamanho digno de um pedido de desculpas e aqui está! Acho que é o maior que já escrevi e, assim, sem querer tomar mais tempo só tenho mais uma coisa a "dizer"...
(E já estava com muitas saudades de "dizer" isso.)
Enjoy it!



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Frederico havia, finalmente, chego em casa. Foi um dia cansativo na faculdade: reunião de professores; sentia-se esgotado e irritado.

Fechou a porta da casa e colocou a chave do carro em cima da mesinha de entrada. Andou até chegar à sala e olhou ao redor, ele sabia quem estava procurando, não tinha como negar, mas ela não estava ali... Onde estaria Catarina?

Tudo o que ele precisava era de um bom banho e alguém para conversar, além de não poder esconder que já estava com saudades da menina, só a viu rapidamente pela manhã no café e com Rosa junto deles o que fazia não permitido toque algum, pelo menos não o que ele desejasse, alias, ele estava se controlando ao máximo nos últimos tempos para não desejar.

Desde o episodio que acontecera no escritório, Frederico se fez mais alerta com relação a si mesmo, afinal, não poderia deixar que seus próprios desejos ultrapassassem sua barreira moral. Ele não podia se deixar levar como fez naquele dia, não sabia aonde poderia parar, ou melhor, se poderia parar... Se não fosse aquele telefonema.

Como se essa relação já não fosse carga o suficiente... Frederico sabia o quanto ele desejava Catarina, de todas as formas possíveis, e mesmo depois de aceitar toda essa situação não conseguia deixar de controlar sua consciência; ele sabia não poder mais conseguir ficar sem ela, não conseguia negar isso a ele, não tinha como... Rendeu-se.

Mas isso já era demais. Era um passo longo demais para as pernas bambas daquela relação; era responsabilidades demais para ele, carga pesada demais... Apesar de ele desejar. Em cada sonho, em cada pensamento, em cada lugar, em cada posição... Ele desejava Catarina.

Porém ele não devia pensar apenas em si mesmo, devia pensar nela... Em como tudo aquilo era novo para ela e irreal demais. Como seria a cabeça dela? Perguntou-se já tantas vezes, mas temia perguntar para ela; temia que uma nova consciência a fizesse ir e deixá-lo... Isso sim era egoísmo para ele, mas não conseguia evitar.

Baniu os pensamentos que ele sabia que iriam leva-lo para a tão conhecida briga interna e subiu as escadas. Foi diretamente para seu quarto onde jogou sua mochila na cama e logo se sentou; retirou seus sapatos e colocou um chinelo, não se deu ao trabalho de trocar de roupa então continuou com os jeans escuros e a camisa azul-marinho abotoada.

Saiu de seu quarto em busca de Catarina, foi ao seu escritório e olhou pela janela procurando-a pelo jardim, mas ela não estava lá. Voltou para o corredor e viu a porta do quarto dela aparentemente fechada, aproximou-se e tentou escutar algo, mas era um silencio profundo.

Decidiu então bater, afastou-se levemente para pode levantar a mão direita já fechada em um punho quando a chocou contra a porta, deu uma leve batida e nada; decidiu bater a segunda vez, com um pouco mais de força, o que foi suficiente para a porta, que ele descobriu estar encostada, se abrir e lhe dar uma parcial visão do quarto... E dela.

Frederico estancou. Não tirava os olhos da cena que se desenrolava; aparentemente Catarina estava a caminho da porta quando ela se abriu e a mesma foi pega também de surpresa por Frederico lá.

Porém o que surpreendeu e petrificou Frederico não foi a visita, foi ela... Catarina estava em sua frente usando nada mais nada menos do que um curto roupão branco e felpudo amarrado frouxamente em sua cintura.

Catarina enrubesceu em questão de segundos com o olhar atônito de Frederico, apertou ainda mais forte o nó de seu roupão ao mesmo tempo em que se encolhia ligeiramente desconfortável; não sabia que ele já estava em casa.

Frederico continuava parado, esforçava-se para recobrar sua plenas atividades mentais depois daquela visão, mas estava complicado. Tentou não se concentrar em seu corpo, assim, procurou os olhos castahos que estava timidos e encarando o chão.

Droga!

-Catarina, eu... Bom, eu... Me desculpe... A porta... Bem, ela se abriu sozinha... – Tentou explicar-se.

-Ah, eu... Eu acho que não devo ter fechado direito, mas é só que eu não esperava e... – Ela justificou-se, mas não conseguiu terminar a frase sentindo o rosto quente.

Frederico riu levemete.

-É obvio que você não esperava... E nem eu, mas é que... Bom, eu cheguei agora e queria conversar com você.

-Algo importante? – Catarina perguntou aproximando-se subtamente com preocupação nos olhos.

Frederico engoliu seco ao vê-la perto de si naquela situação.

-N-Não é nada... Só queria... Só queria conversar um pouco e...

Agora foi a vez de Catarina rir por vê-lo atrapalhado.

-Já estou terminando... – Disse se aproximando mais até chegar a porta e abri-la de forma que conseguisse enxergá-lo por inteiro e ele a ela, para seu desespero. – Espera um pouco?

Frederico olhou-a desconcentrado e instintivamente se aproximou também apoiando-se no batente.

-Sem problemas... – Sussurrou já perto dela.

Catarina se sentiu presa aos olhos verdes escuros e como resposta levantou o rosto em direção ao dele. Frederico, notando a aproximação, abaixou seu rosto de forma a ficarem na mesma altura.

Foi ela quem tomou a iniciativa e segundos depois um leve beijo cheio de carinho era depositado nos labios de Frederico. Ele sorriu bobo com o beijinho e o devolveu, foi a vez dela sorrir.

Segundos depois ambos já tinham esquecido da situação em que se encontravam e apenas sorriam um para o outro sem malicia alguma; era algo muito mais forte que se desenvolvia.

Porém o momento foi interrompido por uma porta se abrindo: a porta do escritório de Ana.

Em um momento de desespero e incosnciencia Frederico fez a primeira coisa que lhe veio a cabeça, ele impurrou Catarina para dentro do quarto e fechou a porta encostando-se nela bruscamente.

Catarina ainda estava atonita com a repentina ação dele e não deixou de ofegar surpresa ao ser empurrada para o quarto. Quando deu por si Frederico estava encostado e concentrado na porta, ele queria poder ouvir algo, mas estava tudo silencioso.

Depois de alguns segundos tentando escutar algo deduziu que Ana não deveria estar no corredor, foi então que retornou sua atenção para Catarina... O pior que ele poderia ter feito naquele momento.

Catarina tinha o cenho franzido ainda tentando entender o que se passava, esperando alguma reação dele, mas o que ela não tinha notado é que com o movimento brusco dele seu roupão havia afrouxado o nó e mostrava do seu colo até quase o meio dos seios, ameaçando abrir a qualquer movimento.

Frederico sentiu o sangue ser bombeado rapidamente pelo seu corpo produzindo um ritmo ensurdecedor em seu ouvido.

Senhor... Eu.... Senhor!

Catarina ainda não havia notado o que ocorria e ao ver Frederico imovel com os olhos arregalados aproximou-se preocupada, fazendo com que o roupão dançasse... O que não passou despercebido por ele.

-Não! – Ele exclamou quando a viu se aproximando.

Catarina franziu o cenho.

-Desculpe, mas eu não enten...

Mais do que rapidamente Frederico fez um movimento de cabeça indicando-a e Catarina finalmente viu o que acontecia.

Com o rosto extremamente vermelho grudou nas duas pontas do roupão e puxou segurando-as juntas.

-N-Não se preocupe... Não estou...

Catarina parou o que iria dizer quando o olhou novamente percebendo que falaria demais.

-Desculpe! – Pedi por fim ao vê-lo ainda grudado na porta.

Frederico respirou fundo e relaxou.

Aquilo só poderia ser castigo, punição... Algo para mostra-lo como aquilo tudo era demais para ele, porque só dessa forma ele seria tentado como estava sendo agora. Não podia acreditar como alguém deveria estar rindo muito dele em algum lugar naquela situação.

Lá estava ele, sozinho, em um quarto... Com Catarina... Seminua.

Mas que ótimo! Era tudo o que eu precisava...

Ele tentou ao máximo não olhar, mas não havia conseguido. Reparou finalmente nas pernas lisas e de aparência macia ainda com algumas gotas de água que o roupão revelava, viu o torso nu, liso, que o abriga a seguir o caminho até perto de seus seios. Conseguia ver o inicio do caminho que se seguia por entre eles, uma excitante prévia...

Não! Controle-se! Controle-se!

Os cabelos estavam amarrados em um nó atrás da cabeça com alguns fios soltos, o rosto avermelhado e timidamente sorridente. Deus, como era linda!

Ele já começava a sentir o desconforto normalmente ocasionado por ela, mas dessa vez em tempo recorde... Ainda não conseguia tirar uma questão de sua cabeça; como aquela menina conseguia deixar ele, um homem adulto, daquela forma?

Catarina ainda estava parada sentindo o rosto vermelho queimando; aquela não era uma situação na qual se esperasse estar algum dia... Mas secretamente poderia desejar.

Desde o episódio no escritório de Frederico ele nunca mais a tocou daquela forma. Sentia os movimentos contidos dele, calculados, premeditados... Ele não se permitia apreciar ou muito menos se soltar.

Com isso ela se sentia de certa forma rejeitada, ignorada, pois naquele dia ele despertou algo nela que permanecia ali, esperando para ser saciado, explorado... Ela queria mais. Ele a mostrou sensações que nunca havia sentido antes e que a levaram ao paraíso; ela também notou que ele queria... Tanto quanto ela.

Ela sabia. E também sabia como ele podia ter uma consciência fechada e certa. Se dependesse dele nada aconteceria.

Mas foi naquele momento, quando ela olhou para frente e o viu encarando seu corpo de forma tão intensa, tão hipnotizado que ela soube... Ela soube que sem perceber ele havia dado a ela um poder imenso, e que ela o usaria.

Tentou controlar o impulso de recusa, sentiu o rosto esquentando, o corpo tremendo de incerteza, a respiração ficou pesada, mas foi necessário apenas um olhar em direção a ele para saber que era o que ela queria, era o que ele queria.

Assim, Catarina se aproximou lentamente, meio vacilante.

Frederico notou a aproximação e se retesou, pensou que fosse atravessar a porta de tanto que se colava a ela. Sua respiração congelou enquanto acompanhava o movimento das pernas nuas até ele.

Catarina parou a alguns decímetros dele.

-Esta escutando alguma coisa lá fora? – Perguntou baixo.

Não queria dar a ele outro motivo para que fugisse prontamente de sua investida.

-Eu... Bom, nada. – Ele disse tentando escutar algo novamente

-Ótimo.

Rapidamente ela se aproximou colocando ambas as mãos espalmadas em seu peito forte e largo. Ergueu o rosto olhando-o nos olhos, fazendo-o abaixar o seu para manter o contanto.

Frederico se assustou com o repentino toque, mas não pode desfazer o contato visual. Viu o rosto dela erguendo-se até o seu e esperou...

Catarina ergueu-se nas pontas de seus pés para tentar encontrar seu rosto com o dele em igualdade, mas, apesar de não conseguir, ficou suficientemente perto para aproximar seus lábios dos dele e, com uma ultima olhada nos verdes globos, selou-os.

O beijo foi casto, um levíssimo tocar de lábios. Os dela meio entreabertos incentivaram-no a entreabrir os dele que depois de alguns segundos sentiu os dela fechando-se levemente entre seu lábio inferior.

Ela o estava provocando e ele sabia disso, porém quando foi afastá-la sentiu uma boca agora brusca se chocando com a dele. Ela sugou seu lábio superior com relativa força enquanto as mãos subiam do peito até o pescoço enroscando-se na nuca.

Frederico, ainda sem reação, viu-a se separando dele apenas para olha-lo e conscientemente morder-lhe o queixo. Com isso ele arfou e Catarina, aproveitando-se disso, recolou seus lábios nos deles, sua língua sugando o gosto dos mesmos.

Surpreso Frederico ficou sem ação, mas logo se viu impelido de recusa-la quando se sentiu respondendo a ela instintivamente. Ele fechou seus lábios entre os dela e sugou-os da mesma forma... Como ele apreciava o gosto daquela menina.

Catarina se sentia em jubilo com a resposta dele e investiu. Sua língua deslizou para dentro da boca dele, reconhecendo, saboreando, se afogando, se saciando...

Frederico colocou suas mãos na cintura dela, sentindo a maciez do roupão. Sua boca também investiu contra a dela, respondendo-a na mesma intensidade, ele não negaria jamais isso a ela, e sabia disso...

As mãos de Catarina se infiltraram nos cabelos dele, acariciando, massageando, puxando... Ela nunca se cansaria de deslizar seus dedos por ali. Ele por sua vez não se cansaria de sentir as mãos dela em seus cabelos, elas poderiam ser calmantes fantásticos ou incrivelmente alucinantes.

Catarina colou seu corpo ao dele em busca de maior contato, o que conseguiu, pois ele, como reflexo, a segurou colada nele. As mãos fortes e grandes em suas costas a mantendo perto incendiaram-na.

O beijo se tornava mais brusco, sedento; as línguas se encontravam com desejo, acariciando, tomando, era possessivo. Catarina perdeu o ar e começou a beijar o queixo de Frederico, seguindo pela maxila forte até a orelha onde mordeu.

Frederico, quando viu-se respirando novamente, sentiu que perdia o controle mais uma vez, mas recobrá-lo estava difícil enquanto ela o beijava daquela forma. Gemeu quando ela mordeu sua orelha.

Catarina desceu seus beijos pelo pescoço dele enquanto suas mãos acariciavam toda a extensão de seu peito e abdômen, sentiu os músculos fortes por baixo da camisa e arfou no pescoço dele.

A boca quente dela e as mãos despudoradas levaram Frederico ao tão conhecido estado de excitação que se formava perto dela. Sentia o desconforto por todo o seu corpo e principalmente em suas calças, sua mão queria tocar a pele por baixo do roupão, sua boca beijar e sua pele sentir.

Então, em um de seus preciosos e tão salvadores momentos de razão, afastou-a de si pelos ombros o suficiente para que ela não o tocasse mais. Catarina não esperava a reação e franziu a testa em confusão.

-Chega... Isso já esta indo... Longe demais... – Frederico disse pausadamente recuperando a respiração normal.

Entendendo a reação dele Catarina se fez agora desapontada, pensou que ele finalmente se deixaria levar, que ele se deixaria sentir como ela, que apreciaria aquele contato como ela... Mas não. Talvez ele não a quisesse dessa forma, certo? Afinal, ela era só uma menininha...

Ela afastou-se dele.

-Eu... Eu não... Me desculpe... – Ela pediu envergonhada do que havia feito e com o peso da rejeição em si.

Frederico notou a tristeza nela e se sentiu horrível, não havia caminhos felizes para ele realmente... A não ser os irracionais.

-Catarina, eu não...

-Não me quer! Eu sei...  – Ela respondeu automaticamente e se arrependeu por demonstrar tão rapidamente sua situação. - Não importa...

Frederico a olhou incrédulo para logo depois soltar uma risada irônica.

-Eu não... – Começou passando a mão pelos seus cabelos tentando se acalmar. – Eu não acredito que você possa pensar isso!

Catarina se assustou com a mudança de humor por parte dele, ele parecia bravo.

Ela havia tocado em mais um ponto extremamente delicado para ele, e não tinha completa consciência do quanto.

-Como você pode dizer isso, Catarina?! Como? – Perguntou elevando o tom de voz.

Ela viu que ele esperava uma resposta, mas ela não sabia o que dizer, era uma adolescente com o peso da rejeição nas costas e estava magoada.

-Você... Você não me... Não me...

-Não toco em você? É isso? – Perguntou estourado. – Não me deixo levar por mais essa insensatez?

-Você não me quer como eu te quero! – Disse se afetando com o tom dele.

-Como você pode saber? – Frederico respondeu se aproximando. – Como você pode ter noção de tudo o que se passa comigo? De como eu me sinto perto de você? De como você me enlouquece com um só beijo?!

Catarina arregalou os olhos enquanto Frederico se esforçava para retomar a calma. Ele havia explodido quando ela lhe disse aquilo, logo ele que estava insano por ela. Que a queria de todas as formas, que sentia a dor da abstinência dela...

-Mas você sempre... – Catarina tentava absorver essa revelação. – Eu...

-Perdão... – Ele disse mais calmo interrompendo-a. – Perdão, eu perdi a cabeça, mas é só que... – Respirou fundo.

Frederico virou as costas para ela e andou em direção a porta, Catarina percebeu seu intenção quando ele levou a mão a maçaneta e abriu a porta, mas como por reflexo e instinto ela correu até ele fechando a porta antes que ele saísse, se colocando entre ele e a porta.

-Catarina...

-Não! Não! Você não vai sair sem conversar comigo... – Disse com uma coragem vinda sabe-se lá da onde.

Frederico sentiu a raiva voltando e se controlou, suspirando e descontando-a em seus cabelos que segurou fortemente na nuca.

-Catarina, acho que isso é demais para...

-Não! – Ela o confrontou. – A gente precisa conversar, discutir, entrar em algum acordo...

-Não tem acordo nenhum, Catarina! – Disse novamente bravo.

-Tem de ter! – Ela respondeu no mesmo tom. – Você sabe que eu... Eu te quero... Demais! Eu sempre quis, Fred! E você... Você me disse que...

-Esquece o que eu disse... – Pediu já sentindo o desespero em escutá-la falando aquilo.

-Não tem como, Fred... – Disse branda.

Ela se aproximou dele parando na sua frente.

Frederico sentiu a apreensão.

-Eu te quero... – Disse enroscando os braços no pescoço dele.

O desejo que ele tinha de tomá-la naquele momento estava rasgando-o, como ela podia dizer aquilo para ele? Será que ela não entendia o desespero dele?

Ele segurou os pulsos dela, afastando-a... E exigindo extremo esforço de si.

-Isso já é demais, Catarina! É insensatez, é irracional, é errado...

-Pensei que já tivéssemos superado o “certo e errado”...

Ele sorriu irônico.

-Não superamos, desafiamos ambos... Mas isso é demais para minha cabeça, Catarina.

-Divida comigo, Fred! Eu também me sinto assim, mas... Não posso controlar! Não pude!

-Você não entende! – Disse se afastando. – Eu sou o adulto daqui, o responsável... Ou era essa minha função! Eu não posso me deixar levar, não posso, porque se eu deixar eu...

-Você? – Catarina insistiu.

-Se eu me deixar levar, se eu me permitir tocar em você, deixar com que você toque em mim, se eu me permitir não pensar... Eu não irei mais parar! – Declarou demonstrando sua frustração. – Eu não vou me contentar, não vou... Céus, eu sou um homem! Um homem e não um adolescente.

Um silêncio permaneceu no quarto após as palavras de Frederico. Catarina tentava absorver o que ele disse enquanto o mesmo se esforçava a acreditar que realmente o havia dito.

Eu não devia ter dito... O que ela deve pensar agora?

-Catarina, eu não queria...

-Não precisa! – Ela cortou-o.

Ele a encarou confuso. Ela, que olhava para o chão, olhou-o com determinação nos olhos.

-Como? – Ele perguntou.

-Não precisa! – Começou a se aproximar. – Não precisa se controlar!

Ele a olhou estupefato, com desespero.

-V-Você... Você por acaso não escutou nada do que eu disse? – Perguntou-a incrédulo.

-E você? Escutou o que eu disse? – Ela confrontou.

Ele não acreditava no que estava escutando, não queria acreditar.

-Porra! Você não tem o direito de fazer isso comigo!

-É você quem não tem o direito de fazer isso conosco!

A raiva crescia novamente nele; sentia raiva de si mesmo, de Catarina, da situação em que se havia permitido entrar, de não conseguir controlar o seu desejo, de não evitar o desejo de acabar com essa discussão e ceder a ela...

-Eu quero você! – Ela disse já exasperada. – Eu preciso de você! Você sabe que eu não sou só uma adolescente com hormônios ou qualquer merda do tipo que possa vir a sua cabeça... Eu não sou o tipo de garota que toma decisões como essa por impulso momentâneo. Você me conhece!

Catarina se aproximou mais dele.

-Eu não sou só uma garotinha e você sabe disso, não é? Se não soubesse nunca teria entrado nessa comigo...

Ele a olhou derrotado.

-Já estamos nisso, Fred... Mas você tem certeza que quer continuar? Quer ir em frente comigo?

Frederico se sentia cansado; não tinha novos argumentos, não tinha força para lutar contra, não tinha vontade nenhuma de lutar contra. Talvez seu pior erro fora admitir que desejasse ela, que precisava dela, porque depois disso nada mais que ele colocasse em seu caminho era suficiente para pará-lo.

Ele já estava louco por ela, não aguentava mais aquela dor pulsante, não enquanto ela pedia por ele. Aquelas palavras o excitaram mais do que qualquer toque dela.

E como dizia o ditado: se não pode vencê-los, junte-se a eles.

De repente, Catarina sentiu seu corpo ser jogado bruscamente contra a porta. Uma mão forte apertava seus cabelos enquanto um corpo grande a imobilizava.

Frederico sentia-se derrotado, não iria lutar mais... Que tudo fosse à merda, ele já iria mesmo para o inferno! E então, num movimento que surpreendeu Catarina a jogou contra a porta segurando-a pelos cabelos e imobilizando-a com seu corpo.

Ela gemeu com dor, mas não evitou o arrepiou que tomou seu corpo quando ele aproximou a boca de sua orelha.

-Era isso que você queria? – Perguntou mordiscando a orelha dela. – É o que você quer?

Estou louco! Digno de um manicômio!

Catarina gemeu em resposta, jamais imaginaria uma reação como aquela vinda dele, nunca pensou que ele faria isso algum dia; estava surpresa com a reação brusca dele, mas não podia negar que aquilo havia excitado-a imensuravelmente.

Sentiu-o puxando ainda mais seus cabelos forçando-a a inclinar a cabeça para trás e abrindo-o mais caminho, o puxão foi dolorido e ela gemeu, mas ela poderia ser chamada de masoquista naquele momento porque sentia o calor percorrendo seu corpo.

-Foi isso que você pediu, Catarina... Agora não adianta reclamar.

Mas ela não estava reclamando, de jeito nenhum.

E assim atacou a boca dela. Ela sentiu a invasão violenta em sua boca, a língua dele esfomeada buscava desesperada a dela, os lábios se pressionando fortemente, os dentes mordiscando.

Catarina não sabia de onde viera aquilo, mas não queria que ele parasse... De forma alguma.

As mãos dela se libertaram do aperto do corpo dele e enroscaram no pescoço, tentava correspondê-lo da mesma forma, mas ele a surpreendia cada vez mais. O desespero e a fome tomavam ambos e os toques se tornavam afobados.

Frederico pressionou seu corpo contra o dela buscando algum alivio, e gemeu com a fricção. Catarina desceu uma das mãos até as costas dele puxando-o para si, queria compartilhar do contato maravilhoso entre os dois corpos.

Frederico desceu as mãos pela extensão do corpo dela enquanto apalpava o roupão; aquilo era pura insanidade para ele, mas ele havia atingido seu limite, não aguentava mais, aquela menina havia deixado-o louco. Uma mão se prendeu ás costas dela enquanto a outra desceu até encontrar parcial a pele lisa e macia da perna dela.

Catarina suspirou com o toque e como que por instinto ergueu a perna enganchando-a na cintura dele, e foi surpreendida pela mão dele atrás do seu joelho segurando-a lá.

Só o fato de imaginar o que Catarina usava por baixo o fez tremer de desejo.

O ar foi perdido e Frederico passou a beijar a pele do pescoço de Catarina de uma forma que com certeza deixaria marcas depois. Ela nada conseguiu a fazer a não ser fechar os olhos e jogar a cabeça contra a porta para dar a ele mais espaço.

Catarina já sentia todos os pelos de sua pele arrepiados, os calafrios intercalavam com as quenturas e seu centro já pulsava de desejo por ele. Ela passou a puxar ainda mais o corpo dele para o seu, em busca de um maior contato... Ele percebeu e investiu contra ela que gemeu em aprovação.

-De novo... – Ela pediu com a voz rouca.

Frederico arfou com o pedido dela, aquilo era demais.

-Droga, Catarina!

E logo ele ergueu a outra perna dela colocando-a em sua cintura, Frederico a levantou deixando-a encaixada nele e apoiando-a na porta. Ambos gemeram com o maior contato e Frederico se excitou com a visão de uma nova pele nua a ser explorada e a imaginação que lhe mostrava estar a tão poucos tecidos do que ele queria.

Catarina pensou que fosse de explodir de tantas sensações que a dominavam, sendo a mais dominando o prazer, mas não apenas o físico, pois ele podia não saber, mas ela era loucamente apaixonada por ele.

Ela enroscou suas mãos nos cabelos dele onde acariciava, puxava, arranhava... Sua cabeça chocou-se fortemente com a porta quando sentiu a boca dele em seu colo, beijando-lhe suavemente para depois acariciá-la com a língua. Catarina gemeu forte.

-Pelo amor de Deus, Catarina, me faça parar se eu for longe demais... – Ele pediu olhando com o desespero do desejo e da sua moral gritante.

Catarina abaixou-se e beijou-o enquanto prendia suas pernas ainda mais nele. Frederico tomou isso como uma aceitação e logo que terminou o beijo concentrou-se no colo dela. Beijou, lambeu, mordiscou.

Ela não conseguia acreditar em tudo aquilo... Deus, que homem era esse!

Não sabia descrever a sensação de estar encaixada na cintura dele, prensada entre ele e a porta, com os braços dele sustentando-a, com a boca dele na pele dela deixando-a completamente ensandecida.

Ele a prensou mais contra a parede fazendo com que a mesma sustentasse-a e levou uma de suas mãos ao roupão que tampava parte do colo dela; abriu o suficiente para que pudesse ver o inicio dos pequenos seios.

Sua mão deslizou por todo o colo dela sentindo a maciez da pele jovem, gemendo ao ouvi-la gemer o nome dele.

Ele não pode controlar a vontade de provar da nova pele e beijou-lhe muito delicadamente a descoberta com medo de que estivesse ultrapassando algum limite de Catarina.

Ela arrepiou-se com o cuidado e a delicadeza do toque, como se fosse feita de açúcar; viu a hesitação dele e decidiu o que fazer, afinal, ela queria... E ele também.

Frederico viu que Catarina retirou as mãos de seus cabelos, quase gemeu em discordância, pensou que ela fosse afasta-lo, afinal, ele estava indo longe demais, mas ela fez algo que o surpreendeu.

Desencostando-se da parede e fazendo com que Frederico a segurasse com ambos os braços, Catarina desfez o nó do seu roupão deixando com que ele abrisse e logo o puxando por seus ombros... E ele caiu no chão.

Frederico olhou estupefato, incrédulo, maravilhado... Sentindo o sangue sendo bombeado de forma absurdamente forte por seu corpo.

Catarina sentiu o rosto vermelho estando sob tal olhar de Frederico que ainda não havia feito nada além de sustentá-la.

Ele encarou o corpo dela recém-revelado. Ela usava por baixo do roupão apenas um lingerie simples, todo preto, liso... Mas que o deixaram ainda mais intensamente excitado.

Frederico afastou-se da porta com ela em seu colo e rumou em direção a cama; Catarina arfou em antecipação. Logo que ele sentiu seu joelho batendo no cochão deitou-a delicadamente e logo se colocou ereto, permitindo-se fazer o que desejava desde o episódio do banheiro. Ele a admirou.

Olhou as pernas lisas e macias, levemente definidas, as curvas da juventude... Subiu com o olhar e notou como ela friccionava suas coxas, buscando algum alento para o que ele sabia ser uma sensação desconfortante, aquilo obteve um efeito imediato em um ponto especifico do seu corpo.

Admirou a barriga lisa, o quadril largo, a cintura fina, os seio pequenos, o peito que subia e descia descompassado, o pescoço já marcado e enfim o rosto; ela estava vermelha, envergonhada, os lábios inchados e rosados, entreabertos, os olhos focados nele com um pedido mudo, os cabelos já espalhados pelo cochão.

-Deus, como você é linda... – Sussurrou para ela.

Catarina sorriu abertamente com o elogio.

-Por que diabos eu, Catarina? – Perguntou sentando-se ao lado dela e acariciando o rosto avermelhado.

Catarina também se sentou na cama, nunca tirando os olhos dele, aproximou-se e acariciou o rosto dele, por um momento, por um único momento teve vontade de respondê-lo com aquilo que seu coração gritava para ela. Ela queria dizer: eu te amo.

Mas o medo era maior, o medo da rejeição, afinal, amor era algo grande demais para eles, para algo que havia começado tão errado... Como ele reagiria com aquilo? Não queria que ele pensasse ter obrigações para com ela ou que ela fosse uma adolescente platonicamente apaixonada por um cara mais velho... Queria apenas Catarina e Frederico juntos, sem etiquetas, sem definições. Apenas com aquela sensação mutua de bem querer, de amor...

-Porque sim...

Catarina beijou-o e puxou-o para si enquanto repousava no cochão. Ele debruçou-se sobre ela, ficando ao seu lado e correspondendo ao beijo.

Ele colocou uma mão na cintura fina e se apoiou com a outra, desceu com os beijos pelo pescoço e pelo colo, os cabelos lisos caiam por seu rosto e faziam cócegas na pele dela.

Sua mão deslizou da cintura até o quadril, passando por sua barriga lisa fazendo-a arrepiar e tremer bruscamente. Ela mordia seus lábios impedindo-se gritar, o que ela mais queria.

Ele desceu os beijos por todo o colo dela, até chegar ao vale entre os seios. Beijou levemente o inicio e a viu erguer o tronco como reação. A sensação em suas calças era a mais dolorida que já havia sentido.

Sua mão subiu roçando levemente no tecido do sutiã, ela arfou em antecipação, ele passeou com a ponta dos dedos por todo o colo dela observando as reações do corpo. Então desceu novamente a mão em direção ao seio direito dela onde apertou precisamente.

Catarina gemeu alto flexionando seu troco, os olhos se fecharam fortemente enquanto as mãos amassaram o lençol... A sensação era ineditamente incrível e mandou vibrações por todo o seu corpo.

Com a reação dela Frederico se aproximou inquieto e quase colocando-se por cima dela abaixou os lábios em direção a pele do seio que se mostrava logo abaixo do colo, a intenção se fez clara e ela arfou fortemente em antecipação... Os lábios dele encostaram levemente na pele dela e...

-Catarina?

Uma voz conhecida se fez escutar do outro lado da porta. Era Rosa.

Ambos congelaram ao escuta-la.

-Catarina? – Perguntou de novo.

E então a porta começou a se abrir.

-Não! – Catarina gritou em resposta a adrenalina que agora percorria seu sangue. – Não abre a porta, Rosa!

Rosa parou imediatamente para o alivio de ambos.

-Mas eu... Esta tudo bem com você, menina? – Rosa perguntou preocupada.

-Eu... Sim, quero dizer, claro! – Ele respirou fundo jogando a cabeça contra o lençol para se acalmar. – É só que eu... – Catarina olhou para a situação em que se encontrava: seminua e cm Frederico quase que em cima dela. – Eu não estou completamente vestida. – Não deixava de ser verdade...

-Ah, sim... Desculpe-me. – Ela pediu. – Só queria lhe perguntar se você viu o Frederico, porque o carro está ai, mas não o vi em lugar nenhum, precisava conversar com ele. – Explicou.

-Ah, bom, eu não... – Catarina olhou para Frederico e viu um sorriso de canto malicioso nos lábios dele. – Eu não o vi não! – Respondeu.

-Tudo bem, obrigada, Catarina! – Agradeceu e fechou a porta.

Catarina permitiu-se respirar fundo.

-Não sabia que é feio mentir? – Frederico disse sorrindo.

Catarina revirou os olhos e não conteve sorrir de volta.

-Queria que eu dissesse o que? Que eu tinha te visto sim e que, mais do que isso, estava vendo agora? Que o senhor Frederico estava na minha cama em cima de mim?

Ele riu com a imagem da cena que se fez na sua cabeça.

-Seria uma conversa bem interessante... – Disse levantando-se e arrumando a sua camisa.

Catarina viu como ele se arrumava e desconfiou.

-Vai a onde? – Perguntou.

-A Rosa está me procurando, não ouviu?

-Vai me deixar aqui? Assim? – Perguntou incrédula.

Ele sorriu malicioso.

-Vamos com calma, Catarina! Ainda é cedo demais, para mim e para você...

E assim se aproximou dela beijando-lhe de leve os lábios, apenas um encostar de lábios demorados.

-Te vejo depois, anjo. – Sussurrou no ouvido dela.

Frederico se levantou e foi em direção à porta abrindo-a e saindo, mas não sem antes dar uma piscadinha de canto para Catarina.

Ela suspirou frustrada e se afundou na cama, queria se controlar, eliminar as reações em seu corpo, mas estava difícil, ainda mais com a lembrança do que acontecia ali há apenas alguns minutos atrás.

-Deus, ele vai me enlouquecer...

Mas dessa vez havia uma centelha de esperança nela de que ele não fugiria mais, afinal o “ainda” lhe trazia muitas promessas.


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Notas finais do capítulo

Me perdoem algum erro, nem revisei de tão ansiosa para postar que eu estava!
E então, mesmo depois de taaaaaanto tempo, mereço reviews?
Beijos, e um ótimo final de semana para todos!