Sentimentos Incompreendidos escrita por Anny Starlight


Capítulo 17
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Ok, desviando dos Avadas mortais em 3... 2... 1...
Me perdoem, por favor! O mundo, a escola, meu computador e minha internet conspiraram contra as minhas atualizações!! É sério... E pior, tenho uma semana de provas pela frente, sim... Eu sei, não me matem!
Quem é estudante também sabe do que estou falando, é aula de manhã, de tarde, tarefas, provas...
Mas, bom, sem enrolações, vocês devem estar curiosos.
Vamos falar aqui sobre o casamento de Ana e Fred, só lembrando que esse capítulo e o outro de antes ocorreram nessas duas semanas de convivencia deles com a certa "intimidade". Capítulo que vem retornarei na narrativa linear, depois dessas duas semana de conversas e ciúmes.
Enjoy it...



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Eram quase dez horas da noite quando Catarina resolveu, finalmente, tomar um banho quente para dormir bem. Pegou seu roupão e sua toalha; saiu do quarto e se dirigiu em direção ao banheiro.

Abriu a porta do banheiro e ligou a luz; porém estancou ao ouvir uma conversa na sala ao lado: o escritório de Ana.

–Sim... Mas é claro que eu sei... – Escutou sua irmã falando num tom diferente de todos os que já havia escutado; era como se ela estivesse pela primeira vez falando sem toda a sua seriedade e profissionalismo.

Impressionou-se pela suavidade e o certo deleite que ela utilizava. Ana estava provavelmente no celular. Segundos depois a escutou rindo. Sim, Ana havia rido de verdade.

–Sim, e você também sabe disso... Eu sempre lhe digo... Com todas as letras. – Sussurrou quase inaudível.

Catarina se deteve confusa e surpresa, com quem ela falaria daquela forma? Nem mesmo com ela que era sua irmã ou com Frederico que ainda (infelizmente) era marido falava assim!

–Seu bobo... – Ela disse com... Charme?

Bobo? Seria um homem?

–Eu sei... Sabe que também me sinto dessa forma. – Ana disse por entre uma leve risada.

A mente de Catarina já dava voltas e voltas, milhares de suposições se levantavam na cabeça dela, uma mais impossível do que a outra para ela. Afinal aquela era a sua irmã Ana, a mulher centrada, inteligente, responsável, séria... Uma excelente profissional. Sempre tão certa, tão focada.

Era apenas surpresa. Isso, surpresa. Surpresa pelo tom com que ela falava, algo tão inédito para ela, não devia ser nada tão absurdo quanto o que passava pela cabeça de Catarina, certo?

Poderia ser um amigo, talvez um de longa data. Um melhor amigo pelo qual era pudesse ter tanto... Carinho. Sim, um amigo.

–Sair mais cedo? – Escutou-a perguntando.

Foi tirada de suas malucas suposições pela continuação do diálogo.

–Bom, eu... Ah, não sei. – E então riu novamente. – Tudo bem, eu irei. Feliz?

Outra risada.

–Então tudo bem. Até mais...

E por fim, para total e completa absurdez:

–Beijos... – Ana disse maliciosamente.

Catarina perdeu o chão.

Escutou uma cadeira se arrastando e passos em direção a porta, rapidamente Catarina entrou no banheiro e trancou-se lá.

Não podia acreditar nisso.

Estava estupefata, boquiaberta. Com diabos sua irmã conversava daquela forma?

Agora sim por mais que desejasse banir as “impossíveis” suposições de sua cabeça, se via presa nelas.

Ah, meu Deus! Mas o que será que estava acontecendo naquele casamento de Ana e Frederico?

Primeiro: ambos não são um casal, como Catarina sempre agradeceu por ou não suportaria tal situação; segundo: descobre sua irmã conversando de uma forma tão... Enamorada no telefone com um alguém misterioso... Não que se sentisse em condições de julgar a irmã. Era exatamente o contrário, sentia-se horrível perto dela, mas... Deus, talvez Ana também estivesse...

Não! Não podia simplesmente chegar a tais conclusões, precisava conversar com Frederico finalmente sobre tudo aquilo e, principalmente, sobre o casamento deles.

Sim, havia adiado por tempo suficiente.


Catarina tomou seu banho rapidamente e se trocou. Olhou no relógio, eram exatamente dez e cinquenta e cinco da noite; ela saiu de seu quarto em busca de Frederico e o achou.

Ele estava sentado no sofá da sala vendo um jogo de futebol. Logo que a via desprendeu aquele sorriso maravilhoso que sempre a fazia sorria abobalhada de volta.

Ele usava uma calça de moletom larga junto de uma camiseta de banda de rock, um verdadeiro adolescente aos olhos dela, apenas sendo denunciado pela barba agora aparada contornando seu rosto.

–Quer se sentar? – Ele ofereceu o lugar ao seu lado de forma casual e despreocupada, afinal, Ana estava em casa.

Catarina deu apenas um passo quando escutou alguém descendo as escadas, parou e olhou para trás encontrando Ana vestida toda de branco e procurando algo dentro de sua bolsa. Ela estava com sua vestimenta ocasional para o trabalho.

–Fred eu tenho que ir mais cedo hoje... – Ela disse para ele. – Me ligaram e pediram para eu ir.

Ligaram? Catarina formava conscientemente uma ligação.

–Tudo bem, Ana. Bom trabalho... – Ele disse calmo e educado.

–Ok, tchau, Fred. – Ela disse olhando-o e logo desviando para Catarina. – Tchau, Ca.

–Tchau, Ana. – Ela respondeu se esforçando para permanecer neutra.

Ana foi em direção para a porta e saiu rapidamente. Catarina acompanhava cada passo tensa até que ouviu o carro partindo e relaxou parcialmente.

–Vem cá.

Olhou para o sofá e viu Fred agora chamando para sentar-se ao seu extremo lado com a nova intimidade de ambos.

Ela foi e sentou-se ao seu lado colocando suas pernas em cima do colo dele enquanto era englobada pelos braços quentes e fortes. Ele beijou o topo de sua cabeça encostando-a em seu peito, viu que ela estava ainda tensa em seus braços; isso era estranho, quando estavam apenas os dois a sentia tão bem.

Catarina na verdade não sabia como começar a conversa, queria falar com ele. Iria falar com ele, mas como poderia perguntar sobre o casamento dele e de Ana dessa forma?

–Você está tensa. – Foi uma afirmação. – O que foi?

Catarina suspirou fundo.

Frederico se alarmou, havia muito tempo que não a via assim: tensa, receosa.

–Catarina? – Incentivou-a a falar apertando-a contra ele.

Ela se concentrou. Tinha que falar.

–É que eu... Bom, eu... – Gaguejava.

–Você? – Frederico incentivou ainda mais.

–Eu... Estou confusa, Fred. – Admitiu.

Ele franziu a testa.

–Confusa sobre o que, querida? – Perguntou docemente.

Frederico ainda depois de todo esse tempo juntos sentia-se inseguro. Não sabia até quando Catarina se interessaria por ele, na verdade nem sabia como ela havia se interessado, ainda mais depois de conhecê-la tão bem. Ficou preocupado, mas decidiu não demonstrar.

–Catarina? – Chamou-a quando percebeu que ela ainda estava calada.

–É sobre... – Ele respirou fundo. – É sobre o seu casamento. – Declarou finalmente.

Ele sentiu-a ainda mais tensa ao mesmo tempo em que a via transmitindo isso para ele.

–Sim... – Disse querendo que ela continue.

–Fred, eu... Por favor, me explique uma coisa. – Pediu. – Como é seu casamento?

Ele suspirou com incomodo, era um assunto delicado para ele, mas sabia que devia isso a ela, ainda mais depois de toda essa situação em que entraram juntos.

–Eu já te disse. Eu e Ana nos casamos muito cedo, éramos jovens como você; depois com o passar dos anos as coisas simplesmente... Esvaneceram. O brilho da juventude se foi junto com o vigor e a paixão, viramos adultos com empregos e contas. Crescemos.

Ela absorvia o que ele lhe dizia.

–Mas... Vocês não são mais como... Bom, como um casal... – Ela mais afirmou do que questionou, suas bochechas corando enquanto falava.

Ele sorriu percebendo certo receio nela.

–Não. Não somos um casal há um belo tempo. – Afirmou segurando-a ainda mais firme como que para mostra-la que era ela quem queria.

Catarina rapidamente relaxou nos braços dele; tudo se tornava mais fácil agora.

–Mas... Se vocês não são mais um casal... Porque ainda estão casados? – E assim, finalmente expressou todas as suas duvidas.

Frederico realmente parou para pensar sobre a pergunta. Então era isso que a incomodava?

Ele se perguntou a mesma coisa, porque ainda permaneciam casados? Bom, ele sabia a resposta. Ele sabia a história por trás da resposta e não tinha certeza de querer que ela soubesse da mesma.

–Acho que... Que nos acomodamos. – Ele respondeu incerto com meias verdades.

Ela suspirou resignada.

–Nunca pensou em... – Não terminou a frase, mas nem precisava.

–Sim. – Ele respondeu de imediato logo se arrependendo.

Ela virou o rosto para poder encará-lo nos olhos. Ele via os castanhos se fixando nos dele esperando por um esclarecimento para todas as perguntas que a incomodavam profundamente. Ele via o anseio dela pelas respostas, para aplacar a culpa que ele sabia também incomodá-la. Ela tinha o direito.

–Eu lhe disse, Catarina, deixamos de ser um casal há muito tempo. – Suspirou novamente trazendo-a para ele, ela relutou, mas cedeu quando o notou continuar com a explicação. – Faz mais ou menos dois anos que estamos nessa situação. Eu, como disse, havia me acomodado e mesmo não sendo marido e mulher... Bom, nos entregávamos à rotina.

Ele suspirou repassando tudo aquilo de novo.

–Eu pensei sim em divorcio, mas ainda incerto, afinal, estávamos juntos a tanto tempo e criamos uma vida até que um dia... – Ele parou incerto.

–Um dia... – Agora foi ela quem o incentivou.

Catarina escutava a cada silaba com minuciosa atenção. Ela sabia que havia algo. Algo que ela precisava saber para entender toda aquela loucura que estava vivendo.

–Até que um dia eu descobri que ela estava me traindo.

O choque foi imediato para Catarina que se levantou abruptamente do aperto encarando-o boquiaberta.

Então Ana já havia traído-o. E antes de eu estar aqui. Bem antes...

Não acreditava naquilo. Como ela poderia? Frederico era... Ele era um homem maravilhoso. Qual outro poderia ser minimamente comparado com ele?

Será que Ana o conheceu como ela? Pois não era aceitável aquilo, de forma alguma.

–Surpresa? – Ele perguntou com... Divertimento?

–Como poderia eu não estar? – Ela respondeu com outra pergunta.

Ele riu.

–Volte aqui para mim. – Pediu carinhosamente.

Ela quase se rendeu ao charme dele, mas precisava saber mais.

–Como você soube? – Perguntou.

O sorriso dele diminuiu quando viu que ela não iria desistir tão facilmente. Resolveu responder.

–Eu vi. – Esclareceu para uma mais incrédula Catarina.

Como ele sabia que ela iria perguntar respondeu continuar.

–No estacionamento do hospital, quando ela esqueceu o celular e eu fui levar para ela.

Catarina de fazia surpresa e horrorizada. Quer dizer que depois de tudo isso ele ainda estava ali? Casado? E se divertindo com isso?

–Como...? Como que você ainda...? E você nem fica bravo ou...

–Eu fiquei na hora. – Admitiu. – Na verdade fiquei irado. Foi um belo show naquele estacionamento, eu terminei tudo, estava convicto, mas então...

–Então...?

Ele sorriu daquela curiosidade.

–Então ela me fez promessas e juras de amor. Apelou para o nosso passado e o “futuro que ainda temos pela frente”. – Recitou as palavras dela.

–E você ficou... – Ela disse triste.

Ele notou.

Ficaram ambos em silêncio por alguns minutos até que ele não podia mais suportar.

–Catarina? – Chamou-a.

Ela o olhou; olhos tristes.

–O que foi, querida? – Perguntou preocupado.

Ela suspirou.

–Você ainda a ama? – Sussurrou.

Ele esbugalhou os olhos com a pergunta. Ele percebeu então que era isso que ela sempre quis saber, desde o início, o que a preocupava. Catarina não podia nem imaginar o quão sem sentido era esse medo, mas ele sabia.

–Não! – Respondeu de imediato se levantando e a abraçando forte. – Eu não a amo mais; acredite em mim.

Catarina suspirou de alivio e o abraçou também.

–Então porque...

–Ainda estou aqui?

Ela acenou em seu peito.

–Por você. – Declarou. - Você não tem ideia do quão suportável tornou essa casa. Antes de você chegar considerei ir embora da noite para o dia, mas quando você entrou pela porta... Eu sabia que você precisaria de mim, como um amigo... Eu nunca pude imaginar que chegaríamos a essa situação. – Admitiu sorrindo.

Ela sorriu também.

–Nem eu... – Olhou-o nos olhos. – Mas o que aconteceu depois que você decidiu ficar?

–As coisas melhoraram por um tempo. Éramos casados novamente, mas gora... – Suspirou decidindo contar-lhe suas suposições. – Agora creio que tudo está acontecendo de novo.

Ela se calou.

Sim, está! Ela está te traindo de novo.

Catarina não soube de onde a ideia lhe veio, mas algo dentro dela dizia que era... Que era verdade.

Senhor, era tudo tão confuso, tão complicado.

Se não fosse por ele não sabia como suportar, mas ela sentia que enquanto ele a abrasasse daquela forma... Não poderia deixá-lo.

Merda.

–E o que acontece agora, Fred?

Ele suspirou.

–Não sei. – E assim olhou-a nos olhos. – Mas sei que enquanto você estiver aqui... Estarei com você.

Catarina sorriu estonteantemente para ele que a retribuiu divertido com a reação dela. Era a mais pura verdade.

Então ela o beijou e finalmente tudo fez sentido: ela estava com ele e nada mais importava.




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews? Só não me batam, please...
Que tal uma informação do próximo, ein... Eu digo: Catarina e Frederico no escritório sozinhos.... Ok, parei! Não é muita coisa, mas... Deixem a imaginação fluir! Hehehehe... E não é exatamente isso que pensaram é um quase!
Beijos e uma ótima semana a todos!