Blood Promise Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Começando mais uma fic sob o ponto de vista do Dimitri..

Espero que gostem ;)

Ah, só lembrando, esse primeiro capítulo é totalmente criação minha, não tem no livro. Aviso logo que nessa fic teremos muitos destes capítulos inventados por mim, já que o tempo que Rose passa com Dimitri é pouco e no livro não diz o que ele fica fazendo quando não está com ela.

Não deixem de comentar, por favor, preciso da opinião de vcs, já que a fic é nova e Dimitri aqui é um Strigoi do começo ao fim... (Ui!)



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Eu tinha passado muito tempo fora naquela noite. Aliás, o conceito de tempo era algo que estava se tornando cada vez mais estranho. Eu via os dias separados das noites, mas uma vez que eu não dormia, não tinha a sensação de que eles mudavam. Era apenas uma roda que girava e girava. Há quanto tempo eu estava nisso? Às vezes parecia uma eternidade, outras vezes eu ainda sentia a mesma coisa quando tinha acabado de despertar. Estava quase amanhecendo e eu entrei na enorme construção rapidamente, segurando uma garota humana, completamente grogue. Eu praticamente a arrastei pelos corredores, até uma grande sala que era utilizada pela nossa líder.

Sim. Uma líder. Nós tínhamos uma líder. Isso realmente ia contra tudo que eu conhecia sobre Strigois. Agora, devo admitir que tudo não passava de pura idiotice. Toda minha vida, ouvi que Strigois não eram sociáveis e que não sabiam viver em comunidade. Não que isso aqui fosse uma, mas por alguma razão ela havia conseguido reunir um grande número de vampiros trabalhando ativamente para ela. Inclusive eu. E eu me submetia aquilo. Mas não a troco de nada.

No princípio, vir para Rússia foi algo norteador. Quando fui despertado eu não sabia o que fazer. A vontade de matar era quase incontrolável e a sede por sangue insaciável. Mas eu não podia simplesmente sair exterminando a humanidade. Strigois também tinham senso de sobrevivência e atitudes como essa poderia colocar tudo a perder. Também, estar em Montana parecia algo apavorante. Eu apenas pensava em Rose e sentia aqueles pensamentos me corroendo. Era muito estranho, eu não conseguia me sentir como antes. Eu tinha plena consciência dos sentimentos que eu nutria por ela, mas agora, no lugar deles havia um grande vazio. Foi como se eles tivessem sido tirados de mim de maneira brusca e destruindo tudo à sua volta. Tudo que eu tinha vivido com ela parecia um filme no qual um outro Dimitri, viveu tudo aquilo. Um Dimitri mais fraco e mais tolo. Mas, ao mesmo tempo, eu ainda a queria de um jeito maior e mais intenso. Eu procurava ter outra perspectiva de vida, criar novos objetivos de forma a não pensar mais nela e, estranhamente, estava funcionando.

Aqui, eu encontrei Galina. Ela tinha sido minha instrutora na Academia onde eu havia estudado. Uma grande guardiã, certamente, uma das melhores que eu já tinha conhecido. Pelo visto, seus anos de treinamento não serviram para muita coisa. Afinal, acabou se tornando aquilo que ela mais combatia. Certa vez, ela foi dada como morta, após um ataque de Strigois na cidade de Praga. Era assim que os Morois e dhampirs consideravam aqueles que eram despertados. E era assim que provavelmente eu fui considerado. Para eles, nós estávamos mortos. Isso era contraditório, já que eu me sentia mais vivo do que nunca. Eu estava forte, capaz, invencível. Até eu mesmo me surpreendia com a rapidez e precisão dos meus movimentos. 

Contradizendo as histórias que eu conhecia sobre Strigois vivendo em cavernas, cheguei à Rússia e me deparei com uma grande rede de influência e poder comandada por Galina. Ela possuía muitas riquezas. Seus negócios  - em sua maioria ilícitos - movimentavam muito, muito dinheiro e envolviam humanos e até Morois inescrupulosos. Ela pagava muito bem àqueles que trabalhavam para ela, além de dar muito prestígio. E tudo aquilo foi me envolvendo e despertando a minha cobiça. Eu observava como tudo funcionava atentamente e fazia o que ela me pedia da forma mais eficiente possível. Aparentemente, e apenas aparentemente, eu era completamente dedicado a ela e ela confiava em mim cada vez mais. De repente, eu me vi gostando muito daquele jogo de poder. Eu via como ela lidava com todos e eu queria aquilo para mim. Eu vinha planejando tudo mentalmente. Mais dia, menos dia eu ia ter tudo aquilo, era apenas uma questão de tempo. A eternidade era algo muito excepcional para ser vivia apenas com servidão.

Eu sabia que encontraria Galina naquela sala. Todas as noites era a mesma coisa. Eu sempre tinha que sair para caçar algo para ela. Eu odiava isso. Em vez de usar meu tempo para mim mesmo, tinha que buscar comida para uma Strigoi que podia perfeitamente fazer isso sozinha. 

Eu parei em frente a porta, dando um suspiro, entrei forçando o meu melhor rosto. Galina era uma mulher bonita e seu corpo era forte e desenvolvido, o que denunciava os seus anos de treinamento. Suas feições eram perfeitas e imponentes. Mas nada disso importava realmente a mim. O que realmente importava era o que ela representava e o que ela tinha. Apesar de não ser um Strigoi antigo, ela era inteligente e muito, muito astuta. Seus anos como guardiã também lhe transformaram em uma Strigoi quase invencível. Ela gostava de mim, da maneira como os Strigois podiam gostar e, eu tinha que tirar proveito disso.

O rosto dela permaneceu frio e impessoal quando me viu entrar, mas seus lábios se curvaram em um fino sorriso que de forma alguma tocou no seus olhos vermelhos, um sorriso que parecia numa ter pertencido aquele rosto.

“O que você trouxe para mim hoje?” Ela falou com sua voz baixa, enquanto se aproximava de mim e levantava o rosto da garota dopada. Seu rosto endureceu e ela me olhou. “Da próxima vez, traga-me um rapaz.” Seu tom era extremamente autoritário e eu controlei o impulso de atirar a cabeça dela para fora do corpo. Eu apenas assenti. Meus anos de autocontrole me valiam agora.

Ela abriu a boca, revelando suas longas e afiadas presas e, sem qualquer cerimônia, cravou os dentes no pescoço da garota. Eu observei enquanto ela drenava rapidamente o seu sangue, sentindo minha garganta arder em sede. Era incrível como eu nunca estava saciado. Quando ela terminou, jogou o corpo sem vida para o lado, como se não representasse nada.

“Livre-se disto.” Ela disse secamente e eu, novamente, resisti a vontade de me livrar dela mesma. Ergui o corpo da garota, como se não pesasse mais que uma pena e comecei a sair da sala.

“Dimitri,” ela chamou, antes que eu chegasse à porta. “Eu tenho uma tarefa para você. Amanhã tenho uma carga de produtos que deve ser retirada e entregada ao seu destinatário.” Ela sorriu satisfatoriamente. Eu sabia do que se tratava. Eu mesmo tinha participado de uma emboscada contra um comboio de caminhões de produtos eletrônicos. Nós matamos os motoristas e os seguranças e roubamos a valiosa carga. Certamente, agora era hora de encontrar o receptador. Era disso que eu estava falando. Ganhar dinheiro. Se o trabalho era todo realizado por mim, porque o prestígio e o dinheiro não vinham para mim? Porque eu teria que deixá-la com tudo? De jeito nenhum. Isso não duraria muito. Eu só precisava do momento certo para agir.

“Como quiser Galina. Eu sei do que se trata.”

Ela se aproximou de mim e me sondou. Seus olhos varreram minhas expressões com atenção. Como eu fazia bem, coloquei meu melhor rosto neutro, esvaziando qualquer pensamento que pudesse ser refletido nos traços de minhas feições. Lentamente, ela percorreu o seu dedo indicador pelo meu rosto.

“Sempre disciplinado e dedicado, não é?” Sua voz era suave, com uma nota gelada no final das palavras. “Eu lembro bem de você na Academia. Lembro, também, que nem sempre você foi assim.” Seu dedo parou no meu queixo. “Eu me pergunto, qual característica permaneceu em você...”

Não queira descobrir’. Eu disse mentalmente. Mas continuei impassível, segurando seu olhar. Sua íris vermelha ardia em crueldade. Eu me preparei silenciosamente para o ataque, mas não demonstrei a tensão. Rapidamente, sua mão saiu do meu queixo e ela segurou com força o meu pescoço, quase me estrangulando. Havia ódio em todos os traços do meu rosto.

“Não ouse me trair, está ouvindo?” Ela rosnou. “Eu lhe caçarei até o inferno se isso acontecer.”

Eu não ousei responder, apesar da raiva pulsar em mim. Permaneci olhando para ela, fazendo o máximo para ignorar a dor do seu aperto em meu pescoço. Eu podia sentir suas unhas passando por minha pele e meu sangue descendo por dentro da minha camisa.

“Isso não vai acontecer.” Eu respondi com a voz rouca. Na verdade eu me referia a segunda parte do que ela havia falado. Era óbvio que eu não a deixaria viva para me caçar. Mas ela assumiu que minha resposta era relativa a parte da traição.

“Acho bom.” Ela disse, retomando sua expressão fria e me soltando. “Pode ir agora.”

Eu desci as escadas, ainda sentindo as feridas do meu pescoço abertas. Logo isso se regeneraria, mas que inferno, como doía. Eu ainda sentia a raiva por Galina me corroendo, quando percebi o movimento rápido de alguém que tentava me atacar. Usando todos os meus reflexos, me desviei do golpe que era dirigido para minhas costas. Virei e vi que o ataque Charles, um dos Strigois que trabalhava para Galina. Antes que eu pudesse pensar ou falar, ele se dirigiu novamente a mim, mas eu o detive. Segurei seu braço e o torci sem piedade atrás de suas costas até ouvir seus ossos estalarem, se quebrando. Ele deu um profundo grito de dor.

“Você vai me dizer que diabos está acontecendo?” Eu rosnei, com minha boca perto do seu ouvido.

“Eu lhe devo uma surra, Belikov!”

Senti minha raiva crescer mais e mais. Sem piedade, segurei os seus cabelos e bati sua cabeça no chão, várias e várias vezes. Ele parecia quase um boneco, quando o ergui novamente.

“O quê mesmo você me deve?” Eu ameacei. Ele se esforçava para me olhar, mas tinha apanhado demais. “Vai me explicar ou não porque me atacou?”

“Uma dhampir...” Ele sussurrou. “Aquela maldita dhampir me capturou e mandou uma mensagem para você.”

Imediatamente, eu soube do que se tratava, de quem ele falava. Senti uma estranha onda de formigamento percorrer meu corpo e mente.

“E o que você está esperando para me dar a mensagem?” Eu disse, ainda de forma tenebrosa.

“Rose Hathaway.” Ele disse. “Rose Hathaway está procurando por você.”


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