Amor Do Presente Ou Do Passado? escrita por Mary e Mimym


Capítulo 8
Tentativa de explicação


Notas iniciais do capítulo

Voltando ao século XXI, Elesis e Ronan tentarão explicar o que está acontecendo, mas como tudo está confuso para eles, será meio complicado...



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Ronan caminhou até a porta e a abriu.

— Ainda bem que vocês chegaram, a Elesis está... – O azulado nem terminou de falar, pois foi interrompido pela Arme e empurrado pela mesma – Peça licença!

— Cala a boca, Ronan! – A baixinha caminhou até a ruiva – Elesis, você está bem? Ouvimos uma confusão pelo celular e o Ronan não explicou nada quando ligou para gente. Você se sente melhor depois do acidente? Ficou machucada? A pancada foi mesmo grande? Ainda se lembra da gente?

Conforme a baixinha ia se aproximando da ruiva, a mesma se distanciava um tanto assustada.

— Arme, por favor, não faças tantas perguntas, tu és apenas a minha ama, deves me ouvir primeiro e depois falar. – Elesis parou de andar.

Lire olhou assustada para a ruiva e depois para Ronan.

— Ela está estranha...

— Eu disse. – O azulado deu passagem na porta para a loira entrar.

Os dois se aproximaram de onde Arme estava.

— Por que me chamou de "ama"? – Indagou a baixinha.

— Porque és a minha ama, assim como Lire. – Respondeu Elesis olhando as duas.

— Como?! Não somos suas amas, somos suas amigas! – Arme gritou indignada.

— Eu vivo falando isso a ela... – Murmurou o azulado para si mesmo.

— Ronan, trate de explicar exatamente o que está acontecendo! – Disse Lire cruzando os braços, abismada com a forma que a ruiva as tratou.

— E me explique também o porquê das minhas amas estarem assim! Elas deveriam estar ao meu lado e não estudando... – Elesis olhou as duas mais uma vez – E que roupas são estas?! Vão já trocar isto! Já pensou se meu pai pega as senhoritas com calça, como se tivessem ido cavalgar, o que eu duvido muito...

— O que tem a nossa roupa? E o que seu pai tem a ver com isso? Pera... – A baixinha coçou levemente a cabeça – Cavalgar? Hã?

— É! As duas não usam calça e o meu pai, o Duque, é o patrão das senhoritas, assim como minha mãe, a Duquesa, esqueceram-se?

Lire e Arme olhavam incrédulas para a ruiva e depois fitaram Ronan a espera de respostas.

— Opa! Nem me olhem assim. – Ele automaticamente levantou as mãos – Eu não tenho culpa de nada. Ela está dizendo que esse não é o século dela, está agindo e falando diferente. Não se lembra das coisas, nem me conhece direito.

— Até agora eu não entendi nada. – Lire continuou confusa.

— Eu explico, então. – Disse Elesis.

— Não, quem vai explicar sou eu! – Ronan tomou a frente.

—Claro que não!

— Você não está em seu perfeito estado, aliás, você sempre foi louca, mas está passando dos limites! Então fica quietinha e me deixa contar tudo!

— Está bem... Mas não altere a voz pra mim! – A ruiva deu um tapa nele.

— Eu vou me sentar... Estou começando a ficar com dor de cabeça. – Arme foi até o sofá e se sentou, Lire fez o mesmo.

— Elas não deveriam fazer isso sem a minha permissão. – Sussurrou Elesis.

— Elas podem sim, cala a boca e não fala besteira, são suas amigas, nunca precisaram de permissão sequer para entrar aqui, para de graça. – Ronan sussurrou de volta.

— Elas são minhas amas e devem me perguntar antes.

— Elas são suas amigas e você está me estressando...

— Tem como os dois pararem de cochicho e nos explicarem logo tudo isso?! – reclamou Arme.

Elesis e Ronan pararam a frente das duas meninas. O rapaz sentou-se na mesinha de centro, a ruiva permaneceu em pé, mas não gostou do que o azulado fez.

— Levante-se já daí! Mesa não é lugar para se sentar! – Ela o puxou.

— Ei! Me solta! E senta logo aqui também! – Ronan a puxou de encontro com a mesa e ela acabou sentando contra a sua vontade.

— És muito abusado, como ousastes me puxar assim?! E eu já disse que mesa não é lugar para se sentar! – Elesis foi se levantando, quando foi novamente puxada.

— Você nunca ligou para isso.

— É claro que preciso ligar para isto, faz parte da etiqueta e dos bons modos!

— Mas está na sua casa, então não precisa de nenhuma etiqueta, tá bom? – Ronan já estava impaciente.

— Eu vou acabar me irritando se nenhum dos dois abrirem logo a boca e nos contarem o que aconteceu! – Arme cruzou os braços e os fitou.

— Ela está muito autoritária... – A ruiva sussurrou de novo.

— Elesis, não piora a sua situação, tá? – O rapaz de madeixas azuis revirou os olhos e finalmente começou – Quando ela acordou no hospital, não reconheceu o local.

— Mas isso pode acontecer, né? Já que ela foi atropelada e deve ter batido com a cabeça. – Disse Lire, se inclinando um pouco para frente, apoiando o cotovelo na perna e o queixo na mão.

— Sim, mas não foi simplesmente isso que aconteceu, ela... – Ronan foi interrompido.

— Eu nunca estive num lugar tão estranho, tinha uma agulha na minha mão e uma máquina que irritava, quando eu olhei pela janela me deparei com a rua e estava totalmente mudada, tinha muita gente vestida de forma inadequada, construções enormes, carros... Eu nunca havia visto um carro daquele tipo!

— Não é para você me atrapalhar, sabia? – O azulado a olhou – Eu explico e você só fica quieta.

— Está bem...

— Então, ela não conhecia nada e quando olhou para mim não me reconheceu. Ela falou que não é do século XXI e sim do século XIX...

— E sou mesmo! Não sou deste século estranho, ora!

— Eu... – Ele novamente a olhou – Explico.

Enquanto isso, Lire e Arme apenas olhavam atentamente e tentavam não rir daquela situação.

— Continuando, a Elesis falou sobre o Alado, eu fiquei feliz em saber que ela se lembrava dele, mas ela falou que ele era o cavalo dela. Tipo, que cavalo? Aí eu expliquei a ela que não tinha cavalo, que o Alado era o meu Poodle, que antes havia sido dela, enfim, ela cismou que o Alado era o seu cavalo que a ajudou fugir, vê se pode isso?!

— Mas é verdade! E as duas senhoritas o conhecem muito bem, sempre no final da tarde saíamos para cavalgar e eu montava o Alado, não se lembram disso? – Perguntou a ruiva, as duas meninas apenas negaram com a cabeça – Como não se lembram? Até parece que ambas bateram a cabeça! Não se lembram de nada, ora!

— Na verdade, quem não se lembra de nada parece ser você, até nos chamou de "ama" e nem somos isso, tá? – Arme ficou emburrada.

— Eu sei que são minhas amigas, mas não posso trata-las assim, pois são criadas da mansão.

— O quê?! – Gritaram as duas.

— Elesis, deixe-me terminar de falar, você só está piorando a situação.

— Está bem!

— “Está bem” nada! Eu falo para você não me interromper e me deixar explicar, mas você atrapalha toda hora e deixa as meninas mais confusas ainda.

— Desculpa... Deixa-lo-ei falar agora.

— Eu só quero entender isso o mais rápido possível, antes que eu tenha a plena certeza que fizeram um transplante de cérebro em você, Elesis – Disse Arme.

— Continua, Ronan.

— Obrigado, Lire... Bem, depois dessa confusão toda com o Alado, a Elesis ficava falando de Duques, Marqueses, etc. Isso nem existe mais, mas ela insistiu em dizer que o Duque era seu pai, mas o pai dela está viajando e ele não é um Duque!

— É sim! Isso é um desrespeito de alto nível! – A ruiva se levantou e novamente Ronan a puxou – Se eu quiser ficar em pé, deixa-me levantar!

— Não! Fica sentada e quieta, deixe-me terminar, mas que coisa!

— Mas vós estais desrespeitando o meu pai, dizendo que ele não é um Duque, estais mentindo! Meninas, – Ela olhou para Lire e Arme – vós conhecestes o meu pai, sabem que ele é de fato um Duque, falem para este insolente!

— Eu não sou um insolente! Você que é louca!

— Vós estais dizendo que meu pai não é um Duque! Como vós ousais negar isso?!

— Estão vendo? Ela está totalmente fora da sanidade normal, está louca!

— Não estou louca! – Elesis deu um tapa no braço do menino.

— Pelo menos ela continua com a mania de querer ser autoritária, teimosa e de te bater. – Disse Arme contendo o riso.

— Eu ainda quero entender o que está acontecendo. – Lire encarou Ronan.

— Para de me olhar, sério, parece até que a culpa é minha. – O azulado contestou.

— E é sua também! – Gritaram as três juntas, num tom uníssimo, o que assustou o menino.

— Por que eu tenho culpa?

— Você não explica logo o que de fato aconteceu! – Exclamou a baixinha.

— Você não diz logo o motivo disso tudo! – Lire também se pronunciou.

—E fica mentindo sobre o que falas, além de explicar tudo errado! – Elesis bateu mais uma vez no menino que, depois dessa, decidiu levantar.

— Tá bom, chega! A Elesis acha que vive no século XIX, onde seu pai é um Duque, sua mãe uma Duquesa.

— Muito bem! – A ruiva mais uma vez atrapalhou e Ronan a olhou.

— Sieghart não é seu professor e nem Bernard, aliás, Bernard, segundo ela, é seu mordomo.

— Verídico!

— Vocês duas são amas, criadas e sei lá mais o quê! E eu sou simplesmente um desconhecido.

— Sim! - Elesis bateu palmas - E, de fato, eu não o conheço.

— Ficou com medo de entrar no elevador e fez um escândalo.

— Aquele troço, no qual vós dissestes que facilita a vida, quase vos esmagastes. – O azulado revirou os olhos com o que a jovem ruiva disse.

— Lembrou-se do Dr. William, mas infelizmente não pude chama-lo, pois estava numa cirurgia.

— O que foi uma pena, pois ele poderia explicar tudinho e jogaria tudo na face deste abusado!

— Eu não sou abusado, sua louca!

Elesis apenas cruzou os braços.

— Ronan, prossiga, por favor. – Disse Lire.

— Bem, ela ficou surpresa ao ver o meu carro, ficou um tanto assustado quando eu falei que tinham cavalos no motor e só depois entendeu que era uma forma figurada de falar da potência.

— Vós não dissestes antes. - Defendeu-se Elesis.

— Você sabia que está me atrapalhando de novo?! Tipo, desde quando eu comecei a falar. E o que foi que eu pedi?

— Para eu ficar quieta...

— E você não está me obedecendo.

— Desculpe-me...

— Não, eu não desculpo, porque eu sei que você irá me atrapalhar de novo.

— Não vou nada!

— Sei... Enfim, aí dentro o carro ela ficou com medo quando eu dei a curva, vê se pode? Além de não saber o que é um semáforo.

— É claro que não sei! Onde se viu isso? Só aqui que tem, porque onde eu moro, não existe esse "semófaro".

— Hã? É semáforo! SE-MÁ-FO-RO!

— Que seja!

As meninas permaneceram caladas, não queriam atrapalhar a explicação que já estava bem complicada de entender.

— Quando chegamos ao apartamento dela, ela não conhecia nada.

— Claro que não, moro em uma mansão com os meus pais.

— Sozinha.

— Com meus pais!

— Você mora sozinha!

Ronan e Elesis ficaram frente a frente.

— Ér... Elesis, seus pais estão viajando e você mora sozinha... – Disse a loira um pouco hesitante.

— Usaram magias em vós também, Lire? Como concordais com este insolente?!

— Magias...? Como assim? Eu... – Ronan a interrompeu.

— Não se preocupe, Lire, ela cismou com isso também. O fato é que ela não está se recordando das coisas, parece que ela viajou no tempo e está agindo assim. Ela falou com o Jaime.

— Como o Jaime? – Indagaram Lire e Arme.

— E por que o espanto, meninas?? Ele é o porteiro, não é? Preciso ser educada como uma dama com todos.

— Mas você nunca foi educada com ele. Sempre o ignorou, o que geralmente faz com tudo, quando não ignora, fica estressada. – Respondeu Arme.

— Todos falam que sou mal educada, isso não é verdade! – Elesis já estava com os olhos lacrimejando.

— Desculpa, mas... Você é assim. – Afirmou Lire.

— Não posso ser assim, eu sou uma dama!

— Não, Elesis, você é bem estressada com todo mundo, longe de ser uma dama.

— Gente... Eu quero terminar. - Ronan tomou a palavra.

— Só uma perguntinha que eu estou querendo fazer, posso? – Perguntou Arme.

— Fala. – Afirmou Ronan.

— Por que está molhado?

— Ah! Foi uma das coisas que essa louca fez. Além de me fazer subir todas as escadas, explicar o que é um interfone... Ficou me perguntando sobre o fato de eu ter as chaves do apartamento, do Alado ser meu Poodle, ela jogou meu celular pela janela. – O azulado deu um sorriso forçado – Não sabia ligar um chuveiro! E me molhou com o chuveirinho.

— Uau... É Elesis, você está muito diferente.

— Não, Arme, eu não estou... Tudo aqui que é diferente, por que ninguém acredita em mim?!

Nesse momento as lágrimas começaram a molhar sua face, o que deixou Ronan com um aperto no coração e sem entender a atual situação. 

— Elesis, não chora, por favor, eu... – O menino não terminou, pois a ruiva se antecipou.

— Não digais nada, estou cansada de ouvir a mesma coisa, se quiserem conversar, podem ficar a vontade em meu apartimento...

— Apartamento... – Corrigiu Ronan.

— Que seja! – A ruiva o encarou – Deitar-me-ei um pouco, já que nem minhas amas me respeitam mais, já que ninguém acredita em mim! Com licença.

Elesis falou educadamente e começou a andar em direção ao seu quarto, Ronan tentou impedi-la, mas Lire o segurou.

— Deixa ela ir, depois vocês conversam melhor, continua nos contando tudinho, assim poderemos estar a par de tudo e ajudaremos a Elesis.

— Tá... – O azulado respondeu um tanto cabisbaixo.

Ronan ia sentar-se à mesa novamente, mas lembrou de que Elesis havia ficado uma fera e brigado com ele, então resolveu ficar em pé mesmo.

— O que o médico dela disse sobre isso?

— Arme, ele estava numa cirurgia, então não pude falar com ele.

— Ah é... Esqueci-me disso.

— Quando ela acordou e estranhou tudo eu nem liguei tanto, já que é comum a pessoa acordar e estranhar o lugar, ainda mais ela que foi atropelada.

— Ela iria falar com você naquele dia. – Comentou a baixinha – Ela ligou para Lire avisando que não ia à festa com a gente, porque você ficaria em casa e ela resolveu ficar com você.

— Sério? E-eu nunca imaginei isso, nossa! – Ronan pôs a mão na cabeça, não estava acreditando no que ouvira.

— É... Ela falou que precisava falar uma coisa a você, mas não nos contou. – Acrescentou Lire.

— E o que deveria ser?

— Não sabemos e, agora desse jeito, nem ela deve se lembrar.

— Droga... – Murmurou Ronan – Eu marcarei logo um exame com o Dr. William, preciso descobrir o que realmente está acontecendo.

— Faça isso, iremos acompanhar a Elesis no que ela precisar.

— Só será um pouco complicado estar com ela todos os dias, pois estamos em prova agora na Faculdade. – Disse Lire.

— Entendo...

— Você pode cuidar dela, por enquanto?

— Claro, Arme, assim eu tento entender mais um pouco. Eu acho que a pancada foi tão forte que deixou sua memória falha.

— Bem, você é o médico aqui, então deve ter suas hipóteses. – Brincou Lire.

— Ainda não sou um médico formado, mas estou caminhando para isso. – Ronan sorriu um pouco tímido.

— Ela fica falando como se fosse realmente do século XIX? – Arme voltou ao assunto.

— Sim, e muito! Como puderam ver, ela acha que seu pai é um Duque e ela precisa se comportar como uma dama. Desde quando a Elesis é assim? Ela mudou muito depois desse acidente e só de pensar que ela viria falar comigo... – Ronan sentou-se no sofá com as meninas – Farei de tudo para que ela volte a ficar bem e se lembrar de tudo.

— Terá paciência? Tipo, ela pode até achar que é de outro século, mas continua teimosa como sempre foi.

— É... Mas acho que consigo.

— Você? Impaciente do jeito que é? Duvido!

— Arme, era para você estar me ajudando e não duvidando de mim, só acho. – O azulado se levantou e foi até o corredor do quarto da ruiva, mas acabou parando quando se lembrou de algo – Espera... – Ronan se virou na direção das meninas – Vocês sabiam do noivado da Elesis com o Jin e não me contaram?

—Hã? – As duas não entenderam e se levantaram.

— É! Então era isso que a Elesis queria falar comigo, não é? Ela iria me contar do noivado dela.

— Não! Ela e o Jin...? Não! Ronan, você bebeu?

— Claro que não, Lire! A Elesis veio com esse papo de noivado e foi por isso que ela fugiu no Alado, o pai dela, o Duque, iria dar sua mão ontem para o Jin.

— Você está viajando, cara. – Arme se aproximou dele.

— Não estou. Ela me contou isso mesmo, falou que ele era filho do Marquês, que ela saberia que um dia os dois iriam se conhecer, ela já sabia do noivado, mas não concordava com aquilo e que vocês duas sabiam também.

— A Elesis está um pouco fora de si, não percebeu isso? Ela está falando sobre Duque e Marquês, isso é loucura! Nem existe mais isso. E ela não está noiva. – Disse Lire - Pelo menos não até onde sabemos...

— Não precisam mentir para mim, ela falou que vocês duas sabiam!

— Ronan, você falou que a Elesis fugiu no Alado, como? Ele é só um cachorro! - Arme tomou a frente.

— Eu sei... Acho que estou pirando agora. Mas ela disse de um jeito tão convincente...

— Isso tudo é muito confuso, a Elesis nunca nos contou que estava noiva do Jin e que ele era filho do Marquês. - Lire tentou amenizar a situação.

— Esquecem isso, essa parada de Marquês, Duque, amas, mordomos e tudo mais. - Ronan balançou a cabeça tentando focar em outro assunto -  Foquem apenas no que tem a ver com a gente. Ela reconheceu vocês duas, certo?

— Sim. – Responderam Lire e Arme.

— Então... Isso já é bom. Ela conhece o Sieghart e o Bernard, que são os professores de vocês.

— É... - Concordou Arme. 

— Isso também é muito bom, ela conhece o Jin e o Alado. Só que... Por algum motivo, para ela, vocês não são o que são.

— Tá... Agora embolou tudo, explica melhor. – Arme se encostou a parede do corredor.

— A Elesis conhece vocês, mas não como realmente são, entende? Vocês fazem parte da vida dela, mas de uma forma diferente. Infelizmente, para ela, eu não faço parte... – Ronan falou num tom triste.

— Mas ela parece confiar em você. – Afirmou a baixinha.

— É... Mas mesmo assim não sabe quem eu sou, não se lembra de que estudamos juntos e tudo mais.

— Logo, logo ela irá lembrar. – Lire tentou confortar o amigo, Ronan apenas sorriu, mas não deixou de esconder certo incômodo por tudo que estava acontecendo.

— E o Ryan, ela ainda se lembra dele? – Indagou a loira.

— Acho que não, ainda não perguntei. Ai! Droga! Era para eu ligar para ele. – Ronan passou a mão no rosto.

— O que você quer falar com ele? - Perguntou a baixinha.

— Era só para avisar que não vou para casa e não tem como eu dar a matéria para ele.

— Vai ficar aqui com a Elesis? – Questionou Arme.

— Sim... Ficarei aqui no sofá mesmo, darei meu jeito. Não quero deixa-la sozinha, mas preciso avisar o Ryan, mas só tenho o número dele no meu celular e, no momento, ele está bem quebradinho lá embaixo. Não sei o número de cabeça.

— Nem eu... E o pior é que eu nem tenho o número dele no meu celular. – Lamentou a baixinha.

— Deixa que eu aviso, estamos voltando para a Faculdade. Aproveitamos esse intervalo para virmos aqui.

—Valeu, Lire. E... – Ronan pegou um molho de chaves do bolso – Entrega essa chave pra ele, assim o Ryan pega logo a matéria, fala que está na mesa sala.

— Tá bom. – A loira sorriu.

— Bem, já que a Lire ficou toda feliz só de saber que terá a oportunidade de falar com o Ryan, vamos indo. – Disse Arme, deixando a amiga corada.

— Arme! – A loira virou o rosto e chamou a atenção da amiga por ter dito aquilo.

— Vocês entenderam? – Ronan voltou ao assunto, vendo que a amiga estava envergonhada - O que está havendo com a Elesis?

— Um pouco... – Responderam as duas.

— Bem, depois eu explico mais, não vou tomar o tempo de vocês, se puderem avisar ao Sieghart sobre o ocorrido e também dizer que a Elesis já está em casa, seria de grande ajuda, não me sinto seguro de deixa-la sozinha.

— Tudo bem, avisamos, não se preocupe. – A baixinha olhou para o relógio – É melhor nos apressarmos, Lire.

— Okay. E, Ronan, conversa com ela, isso está muito confuso.

— E, por favor, acredita na gente, não sabíamos desse tal noivado com o Jin. - Falou Arme.

— É... Liga pra ele. – Aconselhou Lire – Assim você tirará isso a limpo.

— Tá bom, nos falamos depois.

— Qualquer coisa, é só nos ligar. – Disse Arme.

— Tudo bem.

Ronan acompanhou as duas até a porta.

— Sabe que a Elesis é doidinha, tenha paciência.

— Pode deixar. Tentarei. Farei o possível.

— E o impossível também. – Brincou a baixinha.

— Até mais.

As duas esperaram um elevador e Ronan entrou. Foi até o corredor do quarto da ruiva e, quando foi bater na porta, desistiu. Elesis chorava silenciosamente para não ser ouvida, estava desesperada, queria entender tudo, mas parecia ser a coisa mais complicada.

Ronan decidiu ligar para o ruivo, precisava saber o que realmente estava acontecendo e se era verdade sobre o noivado. Pegou o telefone e discou o número, esperou dois toques e Jin atendeu.

— Fala Elesis, não sabia que você já estava com alta.

— Não é a Elesis, é o Ronan.

— Ah! Oi Ronan, está na casa dela, né? Quando eu atendi vi que o telefone era daí, então pensei que...

— Isso mesmo, estou cuidando dela.  - Ronan o interrompeu.

— Hum... Ela já está melhor?

— Sim e não, é um pouco confuso de explicar.

— Ah. Vou dar uma passadinha aí, tá?

— Era isso mesmo que eu iria falar com você, temos que resolver certo assunto.

— Tá tudo bem, Ronan? - Jin estranhou o tom do amigo.

— Quando você chegar, conversamos.

O rapaz desligou o telefone e nem esperou que o ruivo falasse algo.


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Notas finais do capítulo

Eita... Agora que tudo será resolvido, ou não... O que acharam? :3