Cap. 14 – Gripe.

Dezembro havia chegado. Faltando dois meses para o casamento, minha mãe e minha madrinha estavam muito nervosas, com medo de algo sair errado. Eu estava tranqüila. Nada sairia errado, eu tinha fé nisso.

- querida, tenho más noticias. – mamãe disse e eu suspirei. As palavras tinha mesmo poder.

- o que houve? – perguntei aflita.

- Edward está doente. O doutor já foi examiná-lo e nos disse que é gripe. Muito forte, mas, se for tratada com cuidado, não chegará a gripe espanhola e logo ele estará curado. – ela disse e eu fiquei perplexa.

- gripe? – murmurei. – preciso vê-lo mamãe. Vou ajudar a cuidar dele. Ele precisa de mim.

- ficou louca? Se tiveres contato com ele poderás adoecer também. E já basta Edward estar doente, não precisamos que você adoeça também... - ela me repreendeu e eu supliquei.

- por favor, mamãe... Deixe-me cuidar dele! Não me importo de adoecer, se for para tê-lo curado, é só o que me interessa. - implorei. Ela pensou, repensou, e, no fim, cedeu. Fomos à casa de Edward, onde sua mãe estava aflita na sala. Pedi para ir vê-lo, e ela assentiu. Subi as escadas com Maria em meu encalço.

Então o vi. Pálido, exausto, suado por causa da febre, dormindo. Sentei ao seu lado na cama e beijei sua testa.

- oh meu Edward, o que esta simples gripe fez a você? - sussurrei, com o coração a doer por vê-lo daquela forma. Quando percebi, eu já me derramava em lágrimas. Maria nos deixou a sós. - meu Deus, por favor, não tire de mim a alegria que é ter este homem ao meu lado... Cure-o desta doença... Se for para ser alguém a adoecer, que seja eu... Não posso vê-lo desta forma... Impotente... Frágil... Sinto-me destruída... Curai-o senhor, por favor, curai-o... - orei. Não podia perdê-lo.

- meu amor... - ouvi-o sussurrar. - o que faz aqui?

- shhh, não diz nada... - pedi. - eu vim cuidar de você... - sorri e enxuguei minhas lágrimas.

- Bella, você vai adoecer também... - ele parecia anêmico.

- não me importo... - me sentei nos seus travesseiros e deitei sua cabeça em meu colo. Fiquei acariciando seu cabelo. - ainda não nos casamos, mas os votos estão valendo pra mim. Na saúde e na doença. - disse-lhe.

- você é perfeita... - ele sussurrou.

- durma, querido. Estará bem melhor quando acordar. - pedi e o observei, lentamente, sucumbir ao sono. Depois de ficar um tempo apenas acariciando seus cabelos e velando seu sono, eu dormi, sentada mesmo. Acordei sendo balançada delicadamente pela mãe de Edward.

- Bella, minha querida, é melhor você ir pra casa, está ficando tarde... - ela disse e eu passei a mão por meu pescoço, doía por causa do mau jeito em que dormi.

- eu sei que é pedir demais, tia Liz, mas será que eu poderia passar a noite aqui? Prometo-lhe que, assim que o dia clarear voltarei para minha casa... - pedi com a voz mais doce que pude.

- querida... Não acho que seja uma boa idéia... - ela hesitou.

- por favor... Eu não quero deixá-lo. - fiz uma carinha irresistível. 

- tudo bem... Mas deite-se... Dormir sentada não faz bem nenhum a saúde... - ela afagou meu rosto e saiu. A cama de Edward não era tão pequena, caberia nós dois perfeitamente. Olhei em seu rosto, ele dormia sereno, como um anjo. Deitei-me ao seu lado e me aconcheguei bem a ele, deitando minha cabeça em seu peito. Senti seus braços me envolverem automaticamente.

Seu abraço era aconchegante. Seu peito, o melhor travesseiro. Seu calor, o melhor edredom.

PV Edward.

Acordei naquele dia com um sussurro desolado ao meu lado. Minha londrina estava a orar e prantear por mim. Eu queria poder abraçá-la e confortá-la, mas estava muito desgastado pela doença.

- meu amor... - sussurrei e encarei seu sorriso amoroso me iluminando. - o que faz aqui?

- shhh, não diz nada... - ela pediu sorridente - eu vim cuidar de você... - ela enxugou suas lagrimas e me fitou.

- Bella, você vai adoecer também... - sussurrei preocupado. Eu não a queria doente. Não agüentaria de remorso vê-la pálida e cansada por minha causa. Eu a amava demais.

- eu não me importo. - ela se sentou atrás de mim e pousou minha cabeça em seu colo. Senti-me mais forte de imediato. Ela começou a acariciar meus cabelos e eu relaxei. Ela queria cuidar de mim. - ainda não nos casamos, mas os votos estão valendo pra mim. Na saúde e na doença. - eu sorri. Eu tinha a melhor noiva do mundo.

- você é perfeita... - sussurrei a verdade. Eu era um homem de sorte.

- durma, querido. Estará bem melhor quando acordar. - ela pediu e eu obedeci de imediato. Com ela me hipnotizando com aqueles lindos olhos azuis e acariciando meus cabelos com aquelas delicadas mãos, fui sucumbindo ao sono.

Acordei mais tarde naquele dia sentindo um peso delicado se aconchegando em mim. Senti aquele cheiro de camomila em seus cabelos e percebi de quem se tratava. Minha londrina estava a se deitar ao meu lado. Ela se aconchegou bem em mim, deitou sua cabeça em meu peito e eu passei meus braços ao seu redor, fazendo-a grudar mais em mim. Bella se encaixava perfeitamente em meus braços, como se tivéssemos sido esculpidos um para o outro, exatamente duas partes de um quebra-cabeça. Ela foi feita pra ser minha. Ouvi sua respiração leve e tranqüila e logo adormeci novamente, com minha amada em meus braços.

POV Edward