Cap. 9 – Sonho.

“- bom dia, meu amor! – acordei sentindo um beijo carinhoso em meu pescoço. Virei-me e lá estava ele. Aquele Deus de olhos verdes e cabelos acobreados, que eu tinha o prazer e a alegria de chamar por meu esposo.

– bom dia, meu amor... – dei um beijo cálido em seus lábios.

– sabe que dia é hoje? – meu milagre perguntou.

– provavelmente. Mas estou com muita preguiça para relembrar. Meu amado esposo poderia refrescar minha memória? – disse-lhe carinhosamente.

– feliz natal, minha Bella. – ele sussurrou e eu ri. – minha londrina...

– feliz natal, meu presente. – beijei-o.

– eu sou seu presente? – ele perguntou rindo entre nossos lábios.

– exatamente, Ed. – rimos. Ouvimos gritos animados vindo da sala de estar. – papai Noel veio nos fazer uma visita esta noite? – brinquei.

– exatamente. – rimos.

– espero que ele não tenha visto nada demais... – murmurei manhosa e o puxei pra cima de mim.

– ah, esse papai Noel viu muita coisa, ah se viu... – ele sussurrou malicioso e beijou meu pescoço.

– tomara que ele não fique traumatizado. – gargalhamos e eu o empurrei para o lado, a fim de abrir espaço para o dois furacõezinhos que entrariam a qualquer minuto.

– Papai! Mamãe! É natal! É natal! – nossas duas preciosidades entraram correndo em nosso quarto e começaram a pular animados em cima da cama.

– o papai Noel veio mamãe! – minha princesinha, de olhos verdes e cabelos castanhos, exclamou alegre. Edward e eu gargalhamos.

– nossa árvore está cheia de presentes! Vem ver papai! Vem ver mamãe! – meu anjinho, de olhos azuis e cabelos acobreados como os do pai, disse ansioso e nós rimos novamente. Eles eram a mistura perfeita de nós dois.

– o papai Noel tomou todo o leite e comeu todos os biscoitos que deixamos? – pisquei para meu Edward.

– sim mamãe, e parece que ele adorou! – nós rimos de nossa pequenina. – a senhora pode fazer para mim? Quero experimentar o leite do papai Noel, só a senhora sabe fazer! – eu revirei os olhos e sorri.

– eu também quero, tenho certeza de que estavam deliciosos! – Edward brincou e nós rimos.

– claro que eu faço para todos vocês, meus amores! – sorri.

– esperem! Está faltando algo! – meu pequeno príncipe exclamou.

– Feliz Natal! – nós gritamos em uníssono, e nos abraçamos forte, caindo na cama, todos em cima de Edward, e rimos muito.

– vamos atacar o papai! – falei e começamos a fazer cócegas em Edward.

– é a vez da mamãe! – Edward disse e eles se jogaram em cima de mim, fazendo cócegas e dando beijinhos carinhosos. Todos se contorciam de tanto rir.

Aquela era minha família feliz.”

– ah! – senti braços confortáveis ao meu redor, e percebi que eram de Maria. Comecei a prantear, escandalosa e copiosamente, alarmando meus pais, que entraram assustados em meu quarto.

– o que aconteceu? – papai perguntou preocupado.

– ela parecia estar tendo um pesadelo, então começou a chorar e gritar. – Maria dizia desesperada.

– meu amor, shhh, é a mamãe, por favor, se acalme! – mamãe me abraçou e eu afundei meu rosto em seu colo. Sentia-me incompleta. – foi apenas um sonho meu amor, já passou... – ela dizia aquilo, só me fazia pior.

Sim, havia sido apenas um sonho. O melhor sonho de toda minha vida. E eu desejava com veemência que fosse real.

Minha mãe afagava meu cabelo freneticamente, me pedia calma, e dizia que tudo iria ficar bem. Foi só então que eu percebi lagrimas caindo em meus cabelos e escorrendo por minha face. Mamãe estava chorando. Estapeei-me mentalmente, me obrigando a ter calma, mas só conseguia me desesperar mais.

Idiota, pensei. Eu sou uma idiota.

Eu estava fazendo a mulher que me deu a vida chorar. Papai sentou-se ao nosso lado e nos puxou para seu peito em um abraço apertado. E a cada toque, a cada palavra de carinho e segurança que ele dizia, eu amoleci. Meu pai era meu porto seguro. E, antes de adormecer naquele abraço cheio de amor, eu decidi algo que mudaria minha vida. Mas eu não sei se seria positivamente ou não.