Lary Taylor escrita por Akira Seiy


Capítulo 4
Capítulo 4 - Surpresas deleitáveis.




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Lary Taylor

Capitulo 4 - Surpresas deleitáveis.


Estou na cama, não consegui dormir nada desde aquilo, posso ver a luz do dia entrando pelo vão das janelas. Não dormi nem por um minuto.


Ainda não acredito no que vi, poderia aquilo ser verdade? Não tenho certeza, não tenho como confirmar. Se não for porque parece tão real? Poderia jurar que estava lá, que não era apenas eu que podia ver, nunca vi uma daquelas coisas matarem alguém. Muito menos daquela maneira terrível. Isso não é coisa deles. O que era aquilo? Era uma das criaturas que apenas eu posso enxergar? Não acho que seja, se ela fosse igual às outras, ainda haveria criaturas vagando por aqui, certo?

Por um momento algo mais perturbador que tudo isso toma minha mente.

E se fosse o Alex?

Um arrepio passa pelo meu corpo. Congelo por alguns momentos.

Não, não pode ser. De todas as coisas que eu poderia pensar. Não, isso não. Alex.

Encolho-me na cama, não sei o que posso fazer agora esse pensamento tomou minha mente.

Não podia ser o Alex. Não, não, não...

Percebo que estou desabando em lagrimas, soluçando e abraçando meus joelhos. Estou completamente desesperada. A minha única fonte de alegria havia sido tirada de mim? Não posso acreditar em tal coisa. Não quero acreditar nisso.

Ouço batidas na porta. Duas apenas, mas ecoam pela casa e chagam no meu quarto.

Isso me desanimou ainda mais, Alex estaria gritando. Mas, pelo menos me tirou do estado lastimável que eu estava. Consegui levantar e fui até a porta, não me importando com meu rosto provavelmente cheio de olheiras, todo vermelho e inchado.

Olho pelo olho mágico. A aluna transferida estava na frente da porta parada com um rosto apreensivo, usava uma roupa normal, não o uniforme. Estava com os longos cabelos soltos e cacheados, que se alinhavam a sua cintura. Seus olhos verdes brilhavam pela claridade do sol.

O que ela está fazendo aqui?

Ela bate novamente na porta. Abro antes que ela possa bater outra vez.

Ela me fita por um instante, eu a entendo estava de pijama, com cara de choro, e com o cabelo desgrenhado. Deve ser estranho ver alguém assim. Ela hesita um pouco, mas logo fala.

─Lary, não é? - Ela pergunta, não perece que tinha mesmo certeza que era meu nome.

─Sim, e você quem é? - Enxugo meu rosto com as mangas compridas do pijama.

─Eu sou Melody. Estou na sua sala, fui transferida há pouco tempo. - Ela disse e logo sorriu. - É um lindo sorriso, ainda que pareça ser apenas por educação. - Eu te acordei? Desculpa.

─Não. Está tudo bem. - Ela parece estar preocupada com alguma coisa. Está inquieta.

─A eu vim avisar. - Ela da uma pausa e seu rosto toma uma expressão infeliz. - É que as aulas foram suspensas hoje.

─Por quê? - Um flash com os acontecimentos de ontem passa por minha cabeça. - O que aconteceu? - Acho que pareci um pouco desesperada ao perguntar isso.

─Você... - Ela parece perplexa, como se esperasse que eu soubesse. - Não sabe? É que ontem... Alguém da nossa classe...

O flash passa de novo, seguido por um gosto de vomito subindo minha garganta, me apóio no batente da porta. Com a mão direita sobre a boca.

─Você está bem? - Ela pergunta surpresa. Está passando mal? - Segurando meu ombro.

─O que. - Respiro para conseguir continuar. - Aconteceu?

─O corpo... - Ela olha para o chão. - De alguém foi encontrado.

─Quem? - Fecho os olhos. Mas as imagens não param de passar na minha cabeça.

─Não sabem. - Ela diz quase que gaguejando e com uma voz triste

Ela provavelmente se assustou, sai correndo para o meu quarto. Quase tropeçando. Peguei meu celular e disquei um número. Tive certeza que disquei certo pouco tempo depois apareceu Alex na tela. Mas agora eu tinha confirmado que era mesmo real. Eu estava completamente desesperada.

─Alô...

Uma mistura de alívio e alegria me encheu. Mas ainda sentia angústia. Era alguém lá, mesmo que não fosse Alex, era alguém que eu conhecia.

─Alex... - Meus olhos se encheram de lagrimas, comecei a soluçar. - Alex... Ainda bem.

Lary? - Ele pergunta preocupado. - Está tudo bem? Você está chorando?

─Eu estava... Tão preocupada com você. - Limpo meu rosto novamente com a manga do pijama. - Sim, eu estou bem.

Lary, eu estou indo ai... Não saia, está bem?

─Ta. Tudo bem...

Ele desliga o telefone. Eu estava ajoelhada no chão, aos prantos.Melody estava na porta do quarto, não conseguia decifrar sua expressão, mas acho que era pena. Ela também não sabia o que fazer. Levanto, mas minhas pernas não estão firmes, me sento na cama. Melody se senta ao meu lado, ela não sabe o que dizer se não ela diria, eu acho.

Ela pôs sua mão sobre meu ombro novamente, acho que é sua forma de tentar conformar as pessoas.

Eu a abracei, não sei se por instinto, carência, se estava precisando ou realmente queria, só sei que fiz.

E nos ficamos lá. Não consegui parar de chorar até ouvir Alex gritando lá na frente. Soltei um riso abafado, mesmo nessa situação ele não deixava de ser o Alex que eu conheço.

Eu e Melody fomos até a porta. Meu rosto provavelmente estava no mesmo estado de quando ela chegou.

Assim que Melody abriu a porta praticamente pulei no Alex, estava tão feliz em ver ele.

Lary eu... - Alex olhou surpreso para Melody. - Ah, Melody... Oi, eu não sabia que se conheciam.

─Ah, eu já vou indo. - Disse ela meio incomodada. - Eu tenho que ir mesmo agora, eu só tinha vindo avisar que não ia ter aula.

─Então tudo bem. - Disse Alex saindo da frente da porta.

─Obrigada por avisar. - Ela já estava fora, então acenei.

Alex entrou e fechou a porta.

─Desculpe por te deixar preocupado. - Ele me abraçou. - Não queria fazer isso.

─Não, não é culpa sua, eu apenas me desesperei.

─Eu devia ter te avisado, e ter vindo aqui antes. - Ele perecia mesmo arrependido por isso. - Eu realmente peço desculpa por não te avisar. Eu não queria te deixar assim Lary.

─Ta tudo bem... Eu já estou melhor.

O celular dele toca. Ele apenas olha para a tela e coloca de volta no bolso.

─Atenda, pode ser importante.

Ele pega novamente o telefone, dessa vez atende.

─O que foi pai.

O som estava baixo, mas pude ouvir claramente.

─Alex, descobrimos de quem era o corpo.


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