Just A Dream escrita por Little Char


Capítulo 1
Capitulo único




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– O de sempre, por favor – sussurrou ela cansada

Os olhos castanhos chorosos. As mãos trêmulas e na cabeça a mesma canção de amor se repetia.
Carlie olhou para a melhor amiga assustada, mas mesmo assim foi até a cozinha e pediu um café duplo com bastante chantilly. Voltou com o copo em suas mãos e o entregou para sua amiga, pegando um pratinho cheio de biscoitos de manteiga em formato de corações.
– Quem precisa de amor quando se tem biscoitos. – disse ela, sem humor nenhum
– O que aconteceu, Kim? – perguntou Carlie preocupada. Olhou ao redor para ver se alguém escutaria a conversa delas, mas a cafeteria estava quase vazia.
Kim não respondeu de imediato, parecia uma pequena e frágil criança sentada na cadeira, as bochechas coradas e os olhos cheios de lágrimas. Ela pegou um biscoito de manteiga e o colocou na boca, deixando as lágrimas deslizarem pelo seu rosto.
– Eu sonhei com ele – ela respondeu depois de engolir com um pouco de esforço o biscoito. Um nó se formava em sua garganta ao se lembrar do sonho.
Carlie não pareceu muito surpresa com isso. Sabia do amor quase que platônico que a amiga tinha - um amor que mais parecia obsessão do seu ponto de vista.
– Mas por que você está assim? Isso não é bom? – perguntou Carlie encostando os cotovelos no balcão frio de mármore, olhando para Kim – Você o mantém vivo de alguma forma dentro de você.
Ela deu de ombros e soluçou baixo, pegou outro biscoito e o colocou na boca, bebendo uma boa dose de café. O gosto doce do chantilly estava amargo em sua boca, seu coração se apertava cada vez mais.
– Isso não é bom. – respondeu Kim com os olhos vidrados no copo – Parecia tão real! Era real… Eu tenho certeza que de alguma forma, aquilo tudo era real, você me entende? Eu o senti… Eu senti o abraço dele de novo. Eu juro que senti! Ele estava tão perto… Quando acordei fiquei tão perdida, tão sozinha. Eu corri pra fora assim que me levantei e meu coração parecia gritar “Ele está lá fora! Ele está lá fora!”, eu sentia que ele estava por perto de novo. Aquilo tudo não podia ser só um sonho… Mas… Ele não estava lá.
Mais lágrimas. Mais dor.
– Ele já foi embora há um ano. – disse Carlie suspirando, colocou a mão nos cabelos loiros da amiga e acariciou de leve – Você não pode continuar assim.
– Amor platônico é o que mais dura. – ela sussurrou sem se importar com as palavras da outra. – Isso ainda dói.
– Eu sei que ainda dói, mas, por favor, Kim… Tente esquecê-lo de verdade. – disse Carlie levantando de leve o rosto da outra e tentando enxugar suas lágrimas que não paravam de cair
– Eu vou ficar bem, ok? – disse Kim se soltando da amiga e abrindo um sorriso um pouco forçado – Não se preocupe… Eu já estou ficando melhor.
– Esqueça Henry de uma vez, tudo bem? Você precisa seguir sua vida – aconselhou Carlie
O sininho da cafeteria tocou anunciando a entrada de um cliente. Carlie deu um último sorriso para Kim e foi atender o recém-chegado.
Kim apenas bebeu seu café com chantilly – por que o chantilly ainda parecia tão amargo? – e terminou de comer os biscoitinhos do seu prato – esses não eram os biscoitos preferidos de Henry? Ele os adorava – e assim que terminou deixou o dinheiro em cima do balcão, saindo correndo porta á fora.
Apenas se permitiu chorar mais um pouco e prometeu para si mesma que depois disso iria esquecê-lo de vez.
Mesmo assim, era difícil.
Porque ela sempre repetia aquela cena na sua cabeça. O dia em que ele foi embora.
E ela imaginava a cena de todos os ângulos possíveis e com todos os possíveis finais alternativos. E se ela tivesse puxado-o para perto novamente quando ele deu o primeiro passo para longe dela. Se ela tivesse deixado o orgulho enterrado dentro do seu peito e gritado para Deus e o mundo ouvir todo o seu amor por ele…
E ela voltava para a estaca zero novamente. Vendo a cena dele indo embora (talvez para sempre) milhares de vezes, contava os passos que ele dava para longe dela, contava o número de sardas no rosto dele e decorava a exata cor dos seus olhos.
Ele estava tão perto.
Se ela tivesse estendido sua mão e alcançado os dedos dele. Se ela tivesse puxado ele para perto e o abraçado com força, falando e falando tudo que estava preso em sua garganta…
Agora era tarde demais para alcançá-lo. A única coisa que ela podia fazer era esquece-lo…
Não totalmente… Ele ainda iria ficar preso em sua mente. Por toda sua vida


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? ;-; q Desculpem pela capa totalmente aleatória.



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