Kramers Torment escrita por Marcos Rafael


Capítulo 3
Custe o que Custar.


Notas iniciais do capítulo

A história anda meio devagar gente, mas prometo que postarei novos caps assim que puder =D



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Eu como um carreirista? Isso chega a ser impossível até de pensar. Não tenho toda essa sede por sangue que os tributos carreiristas têm. É claro que matei quatro pessoas na arena, mas era pela minha própria sobrevivência. Não teria coragem de simplesmente atacar alguém por vontade própria. Não teria coragem de atacar alguém para... matar.

Uma coisa ainda circula em minha cabeça em meio às dúvidas. Tirei nota 10 na minha apresentação individual, mas mesmo assim, não recebi nenhum pára-quedas se quer. Isso tortura meus pensamentos até eu ser obrigado a perguntar.

- Porque não recebi nenhum pára-quedas? – Pergunto a Merle. – Tirei uma nota de carreirista na minha apresentação, mas porque não recebi nada?

- Os Patrocinadores esperam muito mais de um tributo do que apenas uma nota alta. Eles querer ver um tremendo show. Querem ver o sangue espirrando. – Merle responde fazendo gestos com as mãos.

 - Então para conquistar a capital devo causar uma tremenda violência? É só isso que eles querem? – Pergunto.

- Só? – A garota me dirige a palavra. – Você ainda diz só? Então quero ver da onde você vai tirar coragem para causar sua “tremenda violência” – Ela diz com um ar de nojo.

As palavras da garota martelam meus ouvidos, fazendo-me dirigir o total de minha atenção para ela, pois antes quase nem notava sua presença. Conheço-a só de vista, uma vez ou outra passava por ela na escola, mas nunca conversamos.

- E quem é você? - Pergunto olhando-a nos olhos.

- Lizbeth – Ela reponde. – Mas meus amigos me chamam de Liz.

“ Kaitlyn, mas meus amigos me chamam de Kait”. As lembraças de Kaitlyn batem em minha cabeça. Aqueles lindos olhos verdes que hipnotizavam agora mortos.

Dirigimos-nos para o vagão restaurante. Essa é a única parte do trem que realmente me deixa feliz, pois na prisão, tudo o que tinha para comer era purê de batata gelado e arroz mal cozido. Ataco ferozmente o peru servido. Como tanto que chego a chamar a atenção dos outros que me olham com os olhos arregalados.

- Nem quero saber o que dão para comer naquela prisão. – Diz Zyra me olhando com uma cara de nojo. Quando me dou conta, estou com molho até nas orelhas. Fico um pouco envergonhado diante dessas finas pessoas. Mas um ano em um lugar como a prisão que a etiqueta não vale nada, agente desaprende a ter bons modos.

Depois de comer sento em uma mesa com Merle e Liz, e ali ficamos discutindo um modo de como nos tirar vivos da arena.

- Que tal um romance? – Diz Zyra se intrometendo na conversa. – O povo da capital adora um romance jovem. – Todos a olham enquanto ela faz gestos de uma pobre garota apaixonada.

- Não. Isso é clichê de mais, acho que não vai chamar tanto a atenção dos patrocinadores assim. – Diz Merle se aconchegando na cadeira e suspirando. – Eu acho que não podemos fazer nada sobre isso, tudo depende das suas ações na arena. Aconselho que trabalhem em equipe, talvez assim consigam sobreviver.

É lógico que trabalharemos em equipe, assim como todos os outros tributos. Porque salvar apenas um quando se pode salvar dois? Isso não faz o menor sentido.

- Bom. De uma coisa eu sei. – Termina Merle. – Vocês terão de entrar lá para matar. Sem demonstrar um pingo de piedade.

A frase de Merle me dá calafrios que me fazem tremer. Mas se eu quiser ter uma chance de sair da arena vivo, tenho que mostrar para a capital que não sou o mesmo Kramer Trybiani. Tenho que mostrar que um ano naquele lugar onde só resta sofrimento me mudou, e que agora estou disposto a voltar para casa custe o que custar.


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Notas finais do capítulo

o/ custe o que custar...



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