We Found Love In A Hopeless Place escrita por Mari Kentwell Ludwig


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eu gosto bastante de descrever as situações, como a da preparação para o Desfile, que no caso, não é descrito no livro da Su Collins. Eu inventei, espero que tenha ficado bom! Eu também usei os nomes de duas personagens de Rick Riordan, que escreveu Percy Jackson, pois elas (Zöe Clarisse) são as minhas personagens preferidas da série de livros de Rick.



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–Cato! – Grita um aberração colorida que logo vem correndo em minha direção. Seus cabelos são longos e laranjas. Suas unhas estão pintadas de azul e ele usa um sapato de salto que fica, realmente, muito estranho nele. Ele também tem algumas luzes grudadas na sua blusa, que parece ter o tamanho de uma blusa infantil. – Eu sou o Kennye, da sua equipe de preparação! Prazer em conhecer!

–Obrigado... – Digo completamente horrorizado.

–Ei! Clarisse, Zöe! Venham ver quem acabou de chegar! – Ele grita encostanto a mão no meu cabelo. Rapidamente, duas mulheres ainda mais bizarras saem de onde estavam, segurando dois potes com algumas misturas dentro.

–Ah, é o Cato! – Grita uma delas.

–Ele é bem mais bonito pessoalmente! – Diz a outra largando um pote que acabou derramando toda a mistura cor-de-rosa no chão.

–Certo. Agora vamos começar a sua tranformação! – Diz o homem me entregando um roupão. – Vamos lá queridinho. Precisamos que você esteja vestido apenas com isso. – Ela completa me empurrando para trás te uma divisória enquanto coversava com as mulheres.

Não consigo processar essa nova informação em minha mente. Terei de ficar só de roupão enquanto essas... coisas fazem uma “transformação” em mim? Nossos mentores disseram para fazer o possível para concordar com as propostas da equipe de preparação, mas eu simplesmente não quero fazer isso.

–Cato, ande logo! Temos muito trabalho a fazer antes do Desfile!

Em relutância, tiro a roupa rapidamente e logo em seguida me enrolo no roupão. Saio de trás da divisória e encontro Kennye, Clarisse e Zöe me aguardando.

–O que você está pensando, lindinho! Vá tirando esse roupão para o seus banho esfoliante! – Diz a mulher que imagino ser Zöe.

Se eu tivesse uma espada ou algo do tipo por aqui, com certeza já teria desobedecido às ordens de Brutus e Enobaria de tentar manter a equipe de preparação viva.

Eles me encaminham para o final da sala, onde há uma banheira extremamente estranha com uma solução mal-cheirosa dentro. Como se estivesse lendo os meus pensamentos, Kennye logo tenta justificar:

–Não ligue para o cheiro. Isso vai fazer muito bem para a sua pele mal-tratada durante todos esses anos.

Tenho uma imensa vontade de mostrar a ele quem tem pele mal-tratada por aqui, enfiando a cabeça dele dentro desse negócio.

–Vamos, o que está esperando?! – Diz Clarisse.

–Acho melhor darmos um pouco de privacidade à ele. – Responde Kennye. Finalmente!

–Depois que terminar, não vista o roupão, pois começaremos a sua depilação. – Avisa Zöe. MINHA O QUE? Grito por dentro. Estava equivocado à respeito da privacidade. Acho que todas as pessoas que sonham entrar para os Jogos – inclusive eu – , nunca pararam para pensar no que elas terão de passar antes. Então lembro de Clove e se ela estaria passando pela mesma situação. Com certeza deve estar.

Entro dentro da banheira com o líquido duvidoso e minha pele logo começa a pinicar. Começo à me coçar e quando tiro um braço da água, constato que está todo vermelhor e arranhado.

Kennye reaparece e manda que eu saia da água e fica lá, esperando eu tomar essa atitude.

Depois de perceber que ele não iria sair dali, saio da banheira ignorando a sua presença. Ele me oferece uma toalha, agindo como se aquilo fosse comum, e pede para que eu siga-o.

Enrolo a toalha na cintura e ando até a outra divisória, onde há uma espécie de maca na qual eu provavelmente ficarei deitado.

–Deite-se. – Ele diz enquanto se afasta novamente.

Obedeço-o, apesar de não estar muito feliz em fazer isso. Com a mesma toalha cubro as partes em que eu não me sentiria nem um pouco à vontade em mostrar à eles. A única coisa que me conforma, é o fato de todos os outros vinte e três tributos também estão passando por isso, não apenas eu.

–Cato, o que você fez! – Grita Zöe ao aparecer.

Clarisse logo surge, observando com cara de horror a minha pele avermelhada.

–Eu não fiz nada. – Digo. – Só fiquei naquela coisa estranha na qual vocês mandaram.

–Mas não era pra você se esfolar todo!

–O que queriam que eu fisesse?! Aquilo pinica muito.

–Espero que consígamos dar um jeito nisso. – Diz Clarisse, frustrada.

Elas pegam algumas misturas pastosas e coloca sobre meu peito e braços. Uma espécie de cera quente é espalhada sobre mim. Deve ser mais algum tipo de “nutrição” para a pele.

–Enobaria pediu para não tirar das pernas. – Avisa Kennye misturando algo.

Não entendo muito o sentido da frase até que Zöe arranque uma parte da cera já seca e levando junto a ela, resquícios de pelos praticamente invisíveis que estavam no meu peito. Minha pele logo fica ainda mais vermelha e arde como se estivésse em chamas.

Antes que eu possa fazer ou dizer qualquer coisa, Clarisse continua com a sessão de tortura e arranca mais uma parte da cera enquanto Zöe já está fazendo a aplicação da cera em meu braço.

–Vire-se agora. – Diz Clarisse.

Desajeitadamente, consigo me contorcer de forma esquisita sem tirar a toalha até conseguir estar deitado com a barriga para baixo.

Elas continuam a fazer esse processo repetidamente em todo meu tronco, nas costas e braços. Pelo menos não se preocuparam com as axilas. Quando finalmente acabam, aí sim, pareço ter sido esfolado.

–Desculpe, mas sinceramente, está muito melhor agora! – Diz Clarisse com o sataque ridiculamente estranho e patético da Capital.

Minha aparência deve ter melhorado tanto que continuo do mesmo jeito.

–Agora cuidaremos de suas unhas e dessas madeixas loiras! Venha.

Me levanto com a pele ardendo e, enrolado na toalha, sigo-a para uma cadeira acolchoada e luxuosa, de frente para um espelho e dezenas de produtos e aparelhos de beleza nas prateleiras em volta dela, esperando para entrarem em ação.

Sento-me e Kennye começa a mexer no meu cabelo ainda molhado, tentando decidir o que fazer. Zöe e Clarisse começam a lixar minhas unhas. Isso é muito extranho, pois nunca me preocupei em fazer as unhas ou em fazer mais do que cortar os cabelos.

Depois de tantas lixadas e produtos, elas finalmente acabam as minhas unhas e se encaminham a pegar mais cera quente. O que farão com isso agora? Me pergunto.

–Levante a cabeça. – Diz Clarisse colocando o produto nas minhas bochechas.

Depois, ela arranca a cera e por um momento tenho a breve impressão de que a minha pele foi junto.

–Desculpa! – Ela diz de uma forma ridícula e continua a tirar o mínimo de barba que tenho.

Kennye acaba o meu cabelo – seja lá o que ele estava fazendo com as minhas “madeixas” – e grita em histeria:

–Pronto! Agora Rian finalmente vai poder conhecê-lo e deixá-lo ainda mais fabuloso! Levante-se e prepare-se para conhecer o gênio que Rian é!

Levanto-me, duvidando do enorme talento e criatividade do tal Rian. Desconfio conhecê-lo de outras edições dos Jogos. Se não me engano, ele é um sujeuto magro e alto de cabelos verdes e pele amarelada, o que dá a impressão de que ele é um corpo em decomposição.

Vamos em direção a outra porta no fim da sala, porém a oposta da qual eu entrei.

Sigo até lá, sem largar a toalha, e eles seguem ao meu lado arrumando meu cabelo. Quando abram a porta, uma sala redonda e vazia se encontra. Também há uma janela com vidros escuros, que impedem qualquer vista do lado de fora. Quando estou posicionado no centro da sala, Kennye arranca a toalha e eu fico lá. Com três pessoas tão afetadas mentalmente e com os corpos tão modificados que chegam a ser desumanas, admirando o “trabalho” que acabaram de realisar. O fato de serem desumanas, faz com que eu não me sinta tão constrangido. Estou indo para arena para matar e sair vitorioso. Comparado ao que terei de enfrentar lá – embora o que eu tenha de enfrentar não se assemelhe a isso – isso não é nada.

–Perfeito! – Grita Zöe e logo em seguida os três animais irracionalmente superficiais que estavam ali, correm na direção da porta que entramos e saem.



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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam! Me desculpem por alguns erros que apareceram no capítulo 2 e acho que no três e nesse (5) também. Já arrumei esses erros e farei o possível para não repeti-los. Obrigada mais uma vez a todos que estão acompanhando a fic! Bjs ♥